All I Want For Christmas Is You

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All I Want For Christmas Is You
Tudo que eu quero de Natal é Você

I don't want a lot for christmas
There's just one thing I need
I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas is...
You

Eu não quero muito nesse Natal
Há somente uma coisa que eu preciso
Eu não ligo para os presentes
Embaixo da árvore de Natal
Eu somente quero você para mim
Mais do que você nunca pôde imaginar
Faça meu desejo se realizar
Tudo que eu quero de Natal é...
Você

Pov Narrador

Londres, 22 de Dezembro de 2015.
- LUA! – O garoto gritou desesperado.
Flashback
Londres, 17 de dezembro de 2015 – Casa da Família Aguiar.
- Aah não, Arthur! Não aguento mais essas músicas. – A garota reclamou pela milésima vez. 
- Daqui a uma semana é natal meu amor! Natal! Luh, você ama o natal, ama neve e os presentes, as comidas, você até gostava das músicas, o que tá acontecendo agora? Você odeia o natal? – Arthur perguntou ao parar a garota e virá-la de frente para ele. 
- Eu não odeio o natal meu amor. Só estou cansada de ouvir essas músicas, Arthur, já faz três dias que você está escutando elas sem parar. – A garota riu sem vontade e apertou as bochechas do namorado. – Para de escutar só um instante, pelo amor de Deus. – Ela implorou.
- Tá, eu paro, sua chata! Vamos, agora vem me ajudar a terminar de enfeitar a árvore. – Ele ordenou puxando a garota pelo braço até pararem em frente a grande árvore de natal da família Aguiar.
- Eei, esse trabalho era seu. Sua mãe mesmo falou. Eu a ajudaria com a comida, espertinho. – Lua encarou o namorado prendendo o riso.
- Mas como você é uma boa namorada, no bom sentido é claro, e no pervertido também. – Ele riu e levou um tapa da garota. – AAAH LUH, ISSO DÓI!
- Isso é pra deixar de graça! E eu não vou te ajudar coisa nenhuma. – Ela disse por fim e se virou saindo da sala.
- COMO EU IA DIZENDO – Arthur chamou a atenção da garota. – Como você é uma boa namorada, você vai me ajudar. Eu sei que vai. Sou péssimo com enfeites natalinos... – Arthur se aproximou da menina, que o olhava séria.
- O que eu ganho com isso? – Lua perguntou e empurrou o garoto levemente, mantendo certa distância do mesmo.
- Um namorado feliz e agradecido?! – Ele respondeu simplesmente.
- Só? – Ela disse com desdém. – Arrume sozinho!
- Luh, por favor! Essa árvore vai ficar horrível se você não me ajudar. – Ele implorou. – Por favor! – E isso era verdade, Arthur era péssimo em ornamentar algo, mesmo sendo só uma árvore de natal. Claro que ela o ajudaria, mas perder a chance de ver Arthur implorando? Aah isso nunca. Ela achava divertido, já que na maioria das vezes era ela quem implorava por alguma coisa. – Você vai me ajudar?
- Pensarei no seu caso... Se você melhorar a proposta, quem sabe... – Ela sorriu e Arthur a encarou.
- O que você quer?
- O que eu vou ganhar com isso Aguiar? – Ela repetiu a pergunta novamente.
- Uma noite de amor inesquecível... – Ele tentou segurar o riso ao ver a cara que a garota fez.
- É desse jeito que você quer minha ajuda?
- Facilita meu amor... Não é que eu esteja brincando, você sabe. Mas vai, me diz o que você quer. – Ele perguntou ao se aproximar da menina, que dessa vez permitiu o contato. Arthur acariciava o rosto de Lua e observava o quão linda sua garota era. Ele tinha sorte de tê-la. – Um presente de natal... – Ele sorriu. Lua não entendeu se ele se referia a ela ou a um presente de natal para ela.
- Tudo o que eu quero de natal é você! – Ela sussurrou ao encostar a cabeça no peito do namorado e abraça-lo, sentindo as mãos dele envolverem sua cintura também.
- Mas isso você já tem. – Ele lhe deu um beijo no topo da cabeça.
- Para sempre, Arthur!
- Para sempre, Luh!

Lua levantou a cabeça ao mesmo tempo em que Arthur abaixou a dele, fazendo seus lábios se encontrarem delicadamente. Arthur sorriu ao morder levemente o lábio inferior da garota que estava na ponta dos pés para alcançar os lábios do namorado. Abraçando-a mais forte, ele tirou os pés da menina do chão e sentou com ela no sofá em seu colo e de frente para ele. Ainda com os braços em volta da cintura de Lua ele a puxou para mais perto – como se ainda tivesse "espaço entre eles" – e aprofundou o beijo, uma de suas mãos permanecia na cintura da garota e a outra não se decidia, estava entre a nuca e a costa de Lua. A garota soltou um gemido abafado, ao sentir Arthur apertar suas coxas. Uma das mãos de Lua estava por baixo da camiseta do garoto, ela o sentia contrair o abdômen toda vez que ela o arranhava. A outra mão estava na nuca do garoto, ela aprofundava o beijo cada vez mais. Quando Arthur resolveu abrir um dos botões da bermuda que Lua usava, a porta da casa foi aberta. Lua rapidamente "caiu" ao lado de Arthur tentando recuperar a respiração e o garoto ficou parado com uma almofada em cima das pernas, tentando se acalmar. Olhou para a namorada de relance e a mesma soltou um riso abafado fazendo o menino revirar os olhos e balançar a cabeça em sinal de negação.

- Olá casal? – Dona Laura entrou em casa. Lua tentava não pensar na vergonha que iria passar por quase ser pega pela sogra transando no sofá da casa dela com o filho da mesma.
- Oi dona Laura... – Lua disse calma.
- Oi mãe... – Arthur tentou parecer calmo.
- Luh, meu anjo, você já namora o Arthur há tanto tempo e ainda não aprendeu a me chamar só de Laura? – A senhora de olhos azul claro, falou sorrindo para a garota. Aah nem é tanto tempo, Lua pensou, são só... Cinco anos. Pensando bem, é muito tempo mesmo. Lua namora Arthur desde seus 13 anos, a mesma idade do garoto também. Em pensar que eles implicavam tanto um com o outro. Hoje, ambos estavam com seus 18 anos.
- Desculpa... – Lua sorriu sem graça.
- Tudo bem meu anjo. – A mulher sorriu para a menina e voltou sua atenção para o filho. – Arthur?
- Oi mãe... – Arthur respondeu e levantou o olhar para encarar a mãe.
- Você não deveria estar arrumando a árvore? – A mulher com as duas mãos na cintura perguntou ao filho. – Eu disse que essa tarefa era sua!
- É que eu estava tentando convencer a Luh a me ajudar... – Ele se justificou. – Por isso me atrasei um pouco. – Agora ele encarava a namorada. – Né Luh?
- Foi por isso mesmo... – Ela concordou com o namorado.
- Você não precisa ajuda-lo, é só uma árvore, ele consegue. Não é tão difícil assim. – Dona Laura disse e Luh segurou o riso ao ver a careta que Arthur fez.
- Valeu aí mãe... Mas Luh vai me ajudar. Ela disse que ia!
- Er, eu vou ajudar essa pobre alma que nem uma árvore de natal sabe enfeitar.
- O que eu fiz hoje hein? Hein meu senhor? – Arthur olhou para o teto em busca de respostas tal gesto fez as duas mulheres caírem na gargalhada.
- Luh, você pode me ajudar com o almoço?
- Posso sim... – A menina levantou do sofá e Arthur segurou sua mão.
- Você ia me ajudar com a árvore, lembra? – Ele perguntou.
- E vou, depois a gente arruma tudo. – Ela se abaixou para dar um selinho no namorado, Laura já tinha ido para a cozinha.
- A minha mãe tinha que chegar... Estava tão bom... – Ele ainda segurava a mão da namorada.
- Depois a gente continua... – Lua jogou um beijo no ar ao sair de perto do namorado. E escutou a risada dele acompanhada de um: VOU COBRAR! – Bem alto.

Pov Lua – Horas Mais Tarde

- Luh? – Arthur me chamou e em suas mãos estavam duas caixas de bolinhas natalinas, uma caixa de bolinhas douradas e outra caixa de bolinhas vermelhas.
- Oi, Arthur... – Eu o olhei.
- Eu encontrei essas duas caixas, você acha que deveríamos usar? Você não acha que essa árvore já tem bolinhas suficientes? – Ele me perguntou com ar de riso. 
- É claro... Que não! Só tem bolinhas azuis e verdes, e essas são douradas e vermelhas. – Sorri por fim. – Vamos coloca-las aqui também. A árvore vai ficar linda. 
- Se eu fosse você não estaria tão confiante assim. – Arthur me disse e sentou-se ao meu lado. 
- Mas você não é eu. E eu digo que vai sim ficar linda, porque sou eu quem está arrumando. Já que você só atrapalha! – Eu apertei suas bochechas novamente. 
- Minhas bochechas vão inchar de tanto você aperta-las. – Arthur reclamou, passando a mão no local que eu acabara de apertar. 
- Ai, quanto drama! Se reclamar, eu aperto de novo. – Ri ao encara-lo.  – Você deveria ser ator. – Comentei. 
- Mas aí, você ia morrer de ciúmes de mim com as lindas atrizes de Hollywood, meu bem! – Arthur disse convencido. – Eu sei que seria um ótimo ator. –Finalizou.
- Ai, que convencido! – Falei e rir, Arthur me deu um leve empurrãozinho para o lado.
- Você não teria ciúmes de mim com as lindas atrizes de Hollywood? – Arthur me perguntou e eu o olhei, ele não falava sério, isso era só para implicar comigo. 
- Claro que não... Lá também tem lindos atores, é uma fábrica de homens lindos, um sonho de consumo de quase toda mulher.
- Uhm... Sei... Eu faria parte, se quisesse. – Ele levantou o dedo indicador em sinal de "se eu resolvesse fazer parte". – dessa "fábrica". Mas não quero, seria muito assédio. – Ele disse sério, quem não o conhecia, acharia que ele falava sério mesmo.
- Devia tentar quem sabe você consegue. Você tem uma humildade, que... Comove. – Ele riu quando eu terminei de falar.
- Você não respondeu minha pergunta. 
- Qual?
- Sobre o seu ciúme. 
- Aaah... Pensei que quando se tornasse famoso, não quisesse mais namorar comigo, já que você teria as lindas atrizes de Hollywood, como você mesmo diz. – Respondi.
- Pensou errado... Eu não deixaria você nem por todas as atrizes de Hollywood, quem eu quero para sempre está aqui ao meu lado. Você é importante pra mim. – Ele me abraçou. – Eu amo você coisa chata. – Ele riu e me deu um beijo no rosto.
- Você ainda não acredita?
- Eu acredito amor... – Eu o beijei. – E eu tô me sentindo mega importante agora. – Rir. – Eu sou mais linda que todas as atrizes de Hollywood?
- Pra mim é... – Agora foi a vez dele me beijar.
- E importante também?
- Você sempre foi importante, e vai continuar sendo. – Ele me disse e eu senti meus olhos marejados. Arthur passou a mão em meu rosto. 
- Não chore...
- Eu te amo tanto... – Sussurrei sentindo seus lábios tocarem os meus.
(...)
Voltamos a arrumar a árvore, ela estava ficando linda e dona Laura já tinha vindo ver como andava tudo, e me elogiou bastante, deixando Arthur com ciúmes.

- Eu não sei que presente colocar embaixo da árvore pra você. É difícil comprar um presente pra você, essa é a verdade. – Arthur disse quando terminamos de arrumar tudo. A árvore estava maravilhosa e perfeitamente enfeitada. – O que você quer ganhar?
- Eu sei de uma coisa...
- Me fala! – Arthur me olhou atentamente. Parecia interessado em ouvir minhas palavras.
- Você...
- Aah, amor, isso você já tem. Não vale. – Ele sorriu e me abraçou de lado e eu envolvi uma das mãos em sua cintura, a outra eu acariciava seu peitoral coberto pela camiseta que ele usava. Fazia frio, a neve cobria quase tudo, mas Arthur estava tão quentinho.
- Eu não me importo com qual presente vou ganhar Arthur, você sabe. Eu preciso de você, você nem imagina o quanto e sabe também que: All I Want For Christmas Is You – Sussurrei contra seus lábios antes de toca-los delicadamente o nome da música da Miley Cyrus, era tudo o que eu queria dizer naquele momento e era tudo que eu queria para sempre.

I don't want a lot for Christmas
There's just one thing I need
I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree
I don't need to hang my stocking
There upon the fireplace
Santa Claus won't make me happy
With a toy on Christmas day
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas is you
You baby
Eu não quero muito nesse Natal
Há somente uma coisa que eu preciso
Eu não ligo para os presentes
Em baixo da árvore de Natal
Eu não preciso pendurar minha meia
Lá, acima da lareira
Papai Noel não me fará feliz
Com um brinquedo no Natal
Eu somente quero você para mim
Mais do que você nunca pôde imaginar
Faça meu desejo se realizar
Tudo que eu quero de Natal é você
Você baby

- Lua! – Ouvir Arthur me chamar. Eu estava na cozinha com a mãe dele, e Arthur descia as escadas. 
- Tô aqui na cozinha. – Respondi e o vi adentrar o local. Ele estava apenas de bermuda, e irresistível como sempre. 
- Vamos sair hoje? Ainda tá cedo, podemos dar uma volta. A cidade está linda. –Eu tinha que concordar, a noite estava convidativa, a lua estava perfeita, e a cidade enfeitada com pisca-pisca de todos os tipos e outros variados enfeites natalinos e as ruas e árvores cobertas por neve, faziam a gente "esquecer" o quão frio estava lá fora. 
- Por que não? – Perguntei. Sair ia ser ótimo. 
- Porque seus pais me deixaram responsável por você mocinha. – Ouvimos Laura dizer.

Meus pais tinham viajado com a pequena Claire, minha irmã. Eles passariam o natal na casa de minha vó, Maira em Cambridge. Que por sinal, ficou chateada porque eu não vou passar o natal com eles. E então, eles deixaram dona Laura "cuidando" de mim, a chave da casa ficou comigo, caso eu precise de alguma coisa eu posso ir até lá. Meus pais passaram três horas falando e falando de como eu deveria me comportar na ausência deles e blá blá blá, parece até que eu sou uma menina de dez anos. Eu só concordava com tudo, fingindo estar prestando atenção em tudo o que eles falavam. E agora, Laura não quer me deixar sair? Gente, minha mãe ia deixar.

- Mãe! – Arthur exclamou. – Isso é sério?
- Muito sério, seu Arthur! 
- Mãe, a gente só vai sair. S-a-i-r – Ele soletrou. – Você nunca implicou com isso, porque hoje resolveu implicar? O que a senhora pensa que vamos fazer? – Ele perguntou indignado. Eu preferi ficar calada, já pensou se eu falo e eles me mandam ficar calada? É melhor não arriscar. 
- O que eu deveria pensar afinal? – Laura nos encarou. 
- Que nós apenas vamos sair mamãe! – Arthur a olhou irônico.
- Esqueceu que eu já tive a idade de vocês? E que eu também "apenas saia" com o seu pai? – Ela nos disse.
- Mãe!
- Arthur, não venha se fingir de desentendido. Eu sei que vocês querem ficar sozinhos, e que a velha chata sempre aparece né? – Ela perguntou. 
- Não é nada disso, dona Laura. – Falei antes que Arthur resolvesse responder com a primeira frase idiota que viesse em sua mente. 
- É mãe, não é nada disso! E vai, deixa a gente ir. Prometo cuidar da Luh, nós não vamos voltar tarde. – Arthur explicou. 
- Eu sei que você vai cuidar dela meu filho. Eu sei...
- Então, deixa a gente ir? – Laura soltou uma risada divertida. Então, olhou para o relógio em seu pulso.
- Contando que voltem antes das onze horas, não vejo problemas. – Ela sorriu. 
- Obrigado mãe sua linda!
- Menos Arthur, menos...
- Obrigado, Laura. – Sorri.

Arthur saiu da sala indo para o quarto trocar de roupa e eu o segui, não para o quarto dele e sim para o quarto de hóspedes, que agora era meu. Mas Arthur puxou meu braço quando passei pela porta do quarto dele. Soltei um "ai" já que me assustei.

- Desculpa! – Ele disse e me deu um beijo. – A gente podia ir para sua casa, não tem ninguém lá. – Ele sugeriu. E eu entrei em seu quarto, sentando em uma poltrona que ficava próxima ao criado mudo. 
- Eu sabia! – Falei e Arthur corou. – Sua mãe mata a gente se descobrir que mentimos. – Completei.
- Ela só vai descobrir se você contar. E aah, nós ainda podemos dar uma volta antes.
- Eu vou me arrumar... – Falei me levantando.
- Você não respondeu. – Ele disse e eu apenas o beijei. – Isso é um sim?
- É um, eu amo você! – Falei e sai.

Trinta minutos depois, eu e Arthur descemos as escadas, eu estava com uma calça jeans colada ao corpo, uma baby look branca, um moletom rosa por cima e uma sapatilha preta. Arthur estava de calça jeans preta, uma blusa branca, um moletom azul marinho e um all star. O meu cabelo estava preso, e eu usava apenas um batom rosa. Arthur estava com os cabelos levemente bagunçados.

- Mãe?! Nós já vamos! – Arthur avisou. Laura estava na sala assistindo jornal. Arthur foi até a mulher e lhe deu um beijo rápido na testa. – Não se esqueçam de voltar antes das onze, ok?! – Laura avisou. Era mais uma ordem. 
- Ok! – Eu e Arthur respondemos juntos. Laura nós olhou sorrindo.
- Vocês estão lindos! – Ela nos disse. Sussurrei um "Obrigada" e Arthur abraçou a mãe e lhe disse algo também. Logo depois, saímos de casa.

(...)

- PAAAAAARA ARTHUR! – Eu gritava, minha respiração estava ofegante e Arthur ainda corria atrás de mim. – EU VOU CA... – E eu cair, Arthur correu até mim, rindo.
- Você se machucou? – Ele perguntou estendendo a mão em minha direção, mas continuou rindo.
- Não, rir droga! – Falei emburrada e o encarei séria, ele parou de ri e me puxou.
- Desculpa! Você se machucou? – Ele perguntou novamente. 
- Acho que não. – Fiquei de pé, e passei a mão no bumbum para tirar a neve. –Meu bumbum está frio. – Eu disse rindo e Arthur me abraçou.
- Você não sabe correr, Luh! – Ele prendeu o riso. 
- Eu sei sim, só tropecei seu idiota! – Lhe dei um soco no braço ao terminar de falar. 
- Uma boa desculpa... – Ele me puxou para atravessar a rua.
- Não é desculpa!
- Tá bom meu anjo... – Ele passou um dos braços em volta do meu pescoço e eu o abracei pela cintura. – A fila tá grande.
- Não vejo nenhum problema em ficar esperando. – Falei e o olhei. – Algum problema para você? – Perguntei. 
- Nenhum!

Quarenta e cinco minutos depois nós pisamos em uma das cabines da London Eye, era incrível, cada minuto de espera valia a pena quando você via a linda vista que a mesma lhe proporcionava. Você podia sempre estar ali, mas cada dia era diferente, era como se cada dia fosse a primeira vez. A cidade era linda, mas nessa época do ano ficava -incrível, espetacular, perfeita- ainda mais linda, as luzes e os enfeites que sem querer avisavam que o natal estava chegando, faziam a gente se encantar cada vez mais. A neve, aquela coisinha branca que parece ser mágica dar mais brilho em tudo. Londres no natal ou em qualquer época do ano é linda, ainda mais se você estiver acompanhada da pessoa que ama.

- Luh? 
- Oi! – Sorri ao encara-lo. 
- Tá tão calada...
- Tô observando a vista. – Respondi.
- Eu também. – Arthur riu. – Eu amo você, pequena. – Ele tocou meus lábios com as pontas dos dedos e me deu um beijo demorado na testa. Nós estávamos abraçados, um de frente para o outro.
- Amo você, seu chato! – Falei e Arthur soltou um riso. Fiquei na ponta dos pés para beija-lo.
- Você é realmente a minha... Pequena! – Ele tirou meus pés do chão ao me beijar.
- Você nem é tão alto. – Bufei ao segurar sua mão. Já íamos sair da cabine.
- Você tem razão, mas eu ainda sou maior que você. – Ele apertou meu nariz.
- Pouca coisa... – Retruquei. – Tô com fome. – Falei quando nos aproximamos de uma Starbucks.
- O que você quer comer? – Arthur me perguntou.
- Muffins com gotas de chocolate e chocolate quente. – Respondi e Arthur segurou minha mão caminhando até a entrada do estabelecimento.
- Você vai comer o quê? – Perguntei quando sentamos em uma cadeira e Arthur chamou o atendente.
- Eu não estou com fome. – Ele me respondeu e eu segurei seu braço fazendo ele me lançar um olhar confuso. – O que foi?
- Eu não vou comer sozinha. – Falei revirando os olhos. Arthur olhou em volta e fez um gesto exagerado com a mão.
- Você não vai comer sozinha! – Ele segurou o riso e eu bufei.
- Você me entendeu... – Arthur me deu um beijo no rosto e o meu pedido chegou. 
- Come Luh... Você anda com muita vontade de comer ultimamente. – Ele completou.
- E daí? Eu sempre comi ué. – Dei de ombros. – Arthur? Isso foi uma maneira educada de você falar que eu tô gorda? Eu tô gorda? Achei isso tão indireta do tipo "Para de comer, desse jeito vai engordar mais". – Me olhei e Arthur soltou um riso balançando a cabeça.
- Não é nada disso, que exagero. Só falei que você tá com mais fome que o normal. – Arthur explicou e eu o encarei confusa.
- Hã?
- Hoje você tá tãããããão lerdinha.
- Eu não entendi. – Falei dando um gole no meu chocolate quente. Olhei para o lado tentando entender o que Arthur dizia nas entrelinhas. – ARTHUR? – Eu praticamente gritei. Eu gritei na verdade.
- Luh, pelo amor de Deus, seja mais discreta. – Arthur colocou as mãos no rosto. E eu corei, todo mundo ficou me olhando. – Todo mundo tá olhando... – Arthur falou. 
- Ops! – Foi só o que eu disse. 
- O que fez você gritar meu nome?
- Você acha que eu posso está grávida? É isso? – O encarei séria. 
- Tem possibilidade de isso ser verdade? – Arthur me respondeu com outra pergunta. 
- Óbvio que não! Não! – Era claro que não tinha possibilidade, pensei.  
- Se você tem tanta certeza... – Ele respondeu dando de ombros. – Esquece o assunto.
- Arthur? Você acha que sim?
- Quem tem que saber é você. – Ele respondeu no mesmo tom de voz que eu. –Agora come!
- Aah, até passou a fome. – Respondi encostando minha cabeça em seu ombro. - Eu não tenho tanta certeza, eu só acredito que não. A gente toma tanto cuidado para que isso não aconteça. – Falei e Arthur segurou minha mão.
- Esquece Luh, foi besteira pensar nisso. Agora você vai ficar toda estranha. – Ele me disse.
- Eu não tô toda estranha, só pensativa. – Disse.
- E isso é estranho! – Ele brincou e eu dei um leve empurrãozinho nele, rindo logo em seguida. 
- E se eu tivesse?
- Grávida?
- Sim, Arthur! – Falei e continuei na mesma posição – com a cabeça encostada no ombro dele – e o ouvir respirar fundo.
- E se você tivesse grávida? – Era um pergunta, agora para mim.
- Eu ia ficar desesperada. – Falei e ele riu baixinho. – É verdade. 
-  Por que? 
- Arthur, a gente só tem 18 anos. Dependemos dos nossos pais para tudo, tirando isso, meu pai ia me matar, minha mãe ia ficar decepcionada, sua mãe ia falar o quanto nós tínhamos sido irresponsáveis, nós ainda nem terminamos os estudos, nem passamos na universidade. Um filho agora não está nos meus planos. – Expliquei e Arthur me olhava atentamente.
- Eu não podia namorar uma menina melhor. – Arthur me abraçou e eu sorri.
- Mas você não respondeu. – Falei e ele sorriu discretamente.
- Primeiro: seu pai não ia te matar, ele ia me matar. – Ele enfatizou. – Por ter engravidado a linda filha dele. – riu me fazendo rir também.
- Você tá me zoando, para! – Falei ainda rindo.
- Jamais! – Ele respondeu. – Aaah se ele soubesse...
- Deixa de ser chato Arthur! – Eu corei.
- Você fica tão fofa envergonhada. – Ele me abraçou e eu escondi meu rosto em seu peito. – Dá vontade de te beijar, sabia?
- Não. – Mordi os lábios ao encarar seus olhos e ele me beijou. 
- Eu ia amar ter um filho com você. – Arthur falou após o beijo.
- Agora?
- Agora não, por motivos óbvios! – Ele riu. 
- Idiota! 
- Boba!
- Chato!
- Linda!
- Irritante!
- Pequena!
- Para, assim não vale...
- Vale sim. Agora vamos? Temos que aproveitar o resto do tempo. – Arthur segurou minha mão e nós levantamos da cadeira. Ele pagou a conta e nós saímos.
- Pra onde nós vamos? – Perguntei.
- Não sei... Para onde você quer ir? – Agora foi a vez dele me perguntar.  
- Pra onde você disse que íamos mesmo? – Fingir pensar e Arthur soltou um riso abafado. 
- Para sua casa!
- Mudou de ideia? – Lhe perguntei.
- Não. Mas você não me respondeu. Eu não ia insisti. Não vai dar tempo de ir, já são dez e vinte e cinco. – Ele falou rapidamente. – Lembra que temos que estar em casa antes das onze?
- Sim. – Revirei os olhos, entediada. – Vamos pegar um táxi?
- Vamos!

Era quinze para as onze quando chegamos em frente à casa do Arthur. Desci do táxi e Arthur pagou o mesmo. Andei devagar pelo caminho de pedrinhas com lindas rosas que dava acesso a entrada da casa. Senti os braços de Arthur envolver minha cintura, ele me abraçava por trás.

- Não vejo a hora da gente casar! -Ele sussurrou em meu ouvido. 
- Casar? – Perguntei. Nunca tínhamos tocado nesse assunto.
- Sim, eu quero casar com você, ou você acha que vamos namorar para sempre sem nenhum compromisso mais sério? – Ele beijou minha bochecha ao terminar a pergunta. 
- Você nunca tocou nesse assunto.
- Tô tocando agora! – Eu rir baixinho sentindo ele me apertar cada vez mais contra seu corpo.
- Tá aí, adorei a ideia! – Entrelacei nossos dedos. – Eu quero casar com você, ter dois filhos, uma menina e um menino, uma casa na praia, Brighton, e uma casa aqui mesmo, e ser feliz, muito, muito feliz com você. – Arthur me virou me fazendo ficar de frente para ele. 
- A casa em Brighton já temos. – Arthur tinha uma casa em Brighton. – Nós podemos comprar uma casa aqui. A gente casa, e os filhos, serão um prazer fazer. – Ele me imprensou contra a porta da casa. Mordeu levemente meu lábio inferior fazendo com que eu soltasse um gemido abafado. – E nós vamos ser felizes, eu não tenho dúvidas! – Ele tirou meus pés do chão e me beijou. Coloquei minhas pernas em volta da cintura dele. – Amo você!
- Amo você! – Repeti e nós entramos em casa, a sala estava escura e Arthur me colocou de volta ao chão.
- Será que minha mãe já foi dormir?
- Uhm... Não sei... Provavelmente sim ou não. – Eu ri quando Arthur me olhou com uma cara de "Como você descobriu isso?".
- Não me diga?!
- Digo sim. Arthur?
- Eu!
- Você acredita se eu falar que estou com fome de novo? – Perguntei indo para a cozinha e ele me seguiu.
- Por que não acreditaria? Você come mais que eu. – Ele disse e sentou-se na cadeira.
- Perdi a fome depois dessa. – Cruzei os braços em frente à mesa da cozinha e fiz bico. – É a segunda vez que você educadamente me chama de gorda! Na primeira você também pensou na hipótese de eu estar grávida.
- Você disse que não tem possibilidade de estar grávida agora. E eu não te chamei de gorda! – Ele levantou e caminhou até mim. Tirou algumas mechas de cabelo que estavam em meu rosto. – Desculpa, por isso! – Ele sorriu sem jeito e eu o abracei.
- Não tô brava com você.  – Eu sei... Só um pouquinho! – Ele sorriu novamente.
- Desculpado então. Sabe o que eu queria fazer agora?
- Comer? – Ele fechou os olhos.
- Também, mas agora, agora, agora eu quero você. – O beijei.

Nós subimos as escadas rapidamente, dando graças a Deus, a mãe de Arthur estar dormindo, fomos direto para o quarto dele, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Arthur fechou a porta rápido sem partir o beijo. Deitei na cama lentamente, puxando a blusa de Arthur, o moletom já estava no chão, e em poucos segundos a blusa também estaria no mesmo lugar. Ele fez o mesmo com a minha blusa e sem cerimônia a tirou junto com o moletom. Senti o corpo dele quente sobre o meu, me arrepiar, eu parecia estar congelando. Mas não estava frio, eu só tinha medo de que a mãe de Arthur resolvesse aparecer, já que eu não estava no quarto em que deveria estar.

- Arthur? – Sussurrei enquanto ele beijava meu pescoço e uma de suas mãos tentava abrir o botão e o zíper de minha calça jeans. 
- O que foi? – Ele parou rapidamente e me olhou confuso.
- E se sua mãe aparecer? – Perguntei e Arthur colou nossos lábios num beijo quente e excitante.
- Ela não vai aparecer meu anjo, pode ficar calma e relaxar. – Eu estava realmente apreensiva com isso e Arthur percebeu. – Se você quiser se acalmar primeiro. – Ele beijou meu pescoço novamente e apertou minha coxa. Como ele queria que eu me acalmasse desse jeito? – A gente pode ficar só deitado aqui.
- Não é isso. – Me virei e o encarei. Uma de suas mãos estava em minha cintura. - Eu só não quero que ela apareça aqui. E se ela for ao meu quarto e não me achar? Ela vai vim aqui!
- Ela tá dormindo, e acho melhor a gente aproveitar. – Ele me puxou para ficarmos mais próximos e me beijou. – Relaxa linda... – Agora ele estava sobre mim novamente. – Tudo bem? – Eu fiz que "sim" com a cabeça e Arthur desabotoou minha calça e a tirou logo em seguida, fazendo o mesmo com a calça jeans que ele também vestia. Agora nós estávamos apenas de roupas íntimas, que em poucos minutos já não iam mais estar ali. No dia seguinte, nós íamos fazer cinco anos de namoro, hoje merecíamos comemorar. Uma de suas mãos estava prestes a abrir meu sutiã, enquanto a outra acariciava minha cintura, já uma de minhas mãos estava em sua nuca, à outra estava no cós de sua box preta.
- Você sabe que dia é amanhã? – O ouvi sussurrar ofegante em meu ouvido. 
- Sei...

Foi só o que deu tempo de dizer antes de Arthur colar nossos lábios novamente, sentir ele apertar minha coxa novamente, eu tinha certeza de que no dia seguinte ali ficariam “certas marcas” e pressionava cada vez mais o corpo dele contra o meu, parecia querer colar os dois corpos. Não consegui enviar um gemido alto que Arthur tentou abafar me beijando de novo. As últimas roupas que ainda estava em nossos corpos, foram tiradas. Cada toque era como se meu corpo estivesse sendo eletrizado, pode se dizer isso. Mas não um choque que doía, era prazeroso. Em poucos segundos nos tornamos um só, sentindo o prazer invadir nossos corpos.

(...)

Eu fazia desenhos aleatórios em seu peitoral, enquanto sentia Arthur acariciar minhas costas, eu estava virada de frente para ele, mas nós não estávamos olhando um para o outro. A cada 3 minutos eu sentia Arthur beijar minha cabeça.

- Acho melhor eu ir para o meu quarto. – Falei do nada e levantei a cabeça para olhar o rosto de Arthur.
- Acho melhor não. – Ele sorriu.
- Mas sua mãe pode desconfiar!
- Ela não vai desconfiar. Você pode trancar a porta do quarto e trazer a chave pra cá. Ela vai pensar que você tá dormindo. – Arthur me falou. Até que não era uma má ideia.
- Pode ser. – Falei me levantando e tentando achar minhas roupas.
- Eei... – Senti Arthur me puxar.
- O que foi?
- Onde você pensa que vai? Hein? – Ele me abraçava por trás.
- Trancar a porta do quarto e trazer a chave pra cá.
- Mas precisa ser agora?
- Precisa Arthur! Já volto.

Me soltei dele e desistir de procurar minha roupa. Vesti apenas uma camiseta do Arthur que encontrei perto da poltrona e sai do quarto. Tentei fazer o mínimo de barulho possível ao abrir a porta e fecha-la novamente, depois voltei para o quarto e Arthur estava de peito pra cima -já de cueca- e encarava o teto, respirei aliviada ao chegar ao quarto de novo e fechar a porta.

- Rápida! – Ele disse quando percebeu minha presença.
- Sempre! – Falei me jogando em cima dele. Ele resmungou logo em seguida.
- Você precisa parar com isso. – Ele disse. – Ou pelo menos avisar quando for se jogar.
- Você reclama muito! Parece um velho... – Reclamei e deitei direito na cama. 
- Luh?
- O que foi?
- Eu tô com fome...
- E eu tenho cara de comida? – Perguntei, mas eu não o olhava, mas sabia que ele estava me olhando. Ele deu um riso abafado e eu revirei os olhos.
- Outro tipo de comida! – Ele respondeu. – Vem comigo! – Ele me puxou da cama e eu gritei. – Não grita! – Ele sussurrou perto do meu ouvido enquanto sua mão tapava a minha boca.
- Me solta! – Eu pedi, mas Arthur continuou caminhando comigo até a cozinha sem me soltar. 
- Pronto! – Ele me sentou em uma das cadeiras. – O que você quer? 
- Sanduíche de queijo e suco.
- Ok! – Ele disse e saiu indo fazer nossos sanduíches, e depois o suco. Arthur seria um ótimo marido, chato às vezes, mas e quem não é? Né verdade?
- Uhm, você vai ser um ótimo marido! – Falei ao abraça-lo por trás e lhe depositar um beijo na nuca.
- Só por que eu faço sanduíches? – Ele riu.
- Também... – Respondi e ele se virou, agora ele me olhava. – E outras coisas também. – Falei mordendo os lábios e ele sorriu maroto.
- Eu sei... – Ele envolveu seus braços em minha cintura e depois me puxou para mais perto. Me fazendo ficar na ponta dos pés. Eu estava apenas com a camiseta dele e ele apenas de cueca box. Ele me levou até o sofá.
- Aqui não Arthur... Sua mãe pode aparecer... É perigoso... – Tentei falar enquanto ele beijava meu pescoço.
- Esquece a minha mãe Luh, ela está dormindo e achando que nós estamos fazendo o mesmo também. -Ele mordeu minha bochecha.
- Nós deveríamos estar dormindo mesmo, já vai dar duas horas. – Falei.
- Você quer ir dormir?
- Nããão...
- Eu sei que não. – Arthur ficou no meio de minhas pernas. – Agora, fica calma e esquece que a minha mãe pode aparecer.
- É meio impossível esquecer isso!
- Tenta, eu sei como fazer isso. – Ele pressionou seu corpo contra o meu.
- Você disse que estava com fome. – Falei sentindo a mão dele por baixo da camiseta, enquanto eu acariciava sua nuca. 
- Eer... melhor a gente parar. – Ele disse me encarando, ele falava sério. – Você tem razão, minha mãe pode aparecer.
- E você tá com medo?
- Dela? Não!  Só que filho... – Sua mão acariciava minha coxa. – Não está nos seus planos agora. – Ele me deu um selinho e eu entendi o que ele quis dizer. Arthur se sentou direito no sofá e eu me ajeitei também ao lado dele. 
- É... – Dei um sorriso de lado. – Quero logo casar com você. – Sorri sem graça, eu me senti idiota falando isso. – Aah esquece, é idiotice. – Abaixei a cabeça.
- Claro que não. Eu também quero casar com você, quando terminarmos o colegial, e formos para a universidade, nós podemos casar. – Ele tocou o meu queixo com as pontas dos dedos. – Levanta a cabeça. – Ele sorriu me fazendo sorrir também.
I won't ask for much this Christmas
I don't even wis for snow
I'm just gonna keep on waiting
Underneath the mistletoe

Eu não pedirei muito nesse Natal
Eu nem mesmo desejo neve
Eu só vou continuar esperando
Debaixo da árvore

Londres, 20 de Dezembro de 2015.
Hoje, amanheceu completamente escuro. Parecia nem ter amanhecido ainda, o sol provavelmente não apareceria.  Acordei umas nove horas e pensei que ainda era de madrugada. A neve não parava de cair, a chuva tinha cessado um pouco. Eu estava congelando, peguei meu moletom vermelho e vesti, eu calçava pantufas de coelhinho também. Resolvi sair do quarto, Arthur já devia ter acordado, assim como Laura também. Achei estranho ele não ter ido ao meu quarto.

- Bom dia! – Falei ao descer as escadas e chegar à cozinha, os dois estavam lá e me olharam dos pés à cabeça. 
- Tudo isso é um frio, meu amor? – Arthur se levantou e veio até mim, ele parecia sentir calor, já que estava apenas de bermuda. Dona Laura até estava agasalhada, vestia uma saia longa, uma blusa e um suéter vinho. – Bom dia! – Ele disse ao me abraçar.
- Bom dia! – Ouvi dona Laura dizer também. E logo ela saiu da cozinha.
- Você não está com frio? Eu tô congelando! – Me encolhi mais ainda nos braços dele.
- Eu não estou com frio... O dia tá lindo, a gente até podia sair! – Ele disse.
- Jura? – O empurrei. Ele riu alto.
- Achei tão fofa a sua pantufa de coelhinho. – Ele comentou prendendo o riso. –Sua irmã ia amar uma dessas!
- Eu sei... Mas eu vi primeiro. Qual seu preconceito com pantufas de coelhinho?
- Nenhum! Só acho que você já tá bem grandinha para usar isso. – Ele me olhou e eu virei o rosto para um ponto qualquer. 
- Eu gosto, não vejo problemas. Acho que você tem que rever seus conceitos sobre mim, talvez eu não seja a sua garota do para sempre. – Dei ênfase ao falar o ‘para sempre’. 
- Seria melhor... – Ele completou. Me levantei e fui em direção a sala. – Luh? Volta aqui, eu estava brincando! – Ouvir ele dizer.

(...)

- Meus amores? – Laura apareceu na sala. – Ué, cadê o Arthur?
- Acho que tá no quarto. – Respondi.
- Vocês andaram brigando? – Ela me perguntou e veio em minha cabeça dizer: "Não, brigamos sentados mesmo", mas ia soar ignorante e idiota de minha parte. Então, eu apenas balancei a cabeça em sinal de negação. – É o que parece.
- Estamos bem... – Sorri sem vontade. 
- Tudo bem! – Ela se deu por vencida e me olhou com um visível sorriso nos lábios. – Vou sair. Vou comprar os presentes, depois passarei na casa de Kate, e de outros parentes. Irei também ao supermercado fazer as compras para o natal. Não me esperem para o almoço, talvez volte só à noite. Vou almoçar com Vivian. – Ela me disse. – Eu ia perguntar o que ele gostaria de ganhar de presente. Mas ele não está aqui. – Ela passou as mãos no cabelo. – Você poderia me ajudar com os presentes, me dizendo o que quer ganhar? – Ela terminou. 
- Ooh, não se preocupe, a gente não escolhe os presentes. Não me importo com isso, o que vale é a intenção. Com certeza vou amar o que a senhora me der. – Eu já amo, pensei. Ela de certa forma, me dera Arthur de presente.
- Mas eu iria gostar de saber que acertei na escolha do presente.
- Aah, eu vou gostar... A senhora tem bom gosto, confio nisso. – Sorri.
- E se eu errar?
- Impossível! – Sorri novamente, já estava envergonhada. – E se isso acontecer, não importa. Eu espero até o próximo natal para ganhar o que eu quero. 
- Você é tão... 
- Lerda? – Gargalhei.
- Eu jamais diria isso Luh, você é a nora que eu pedi a Deus. Arthur tem sorte, todos nós temos sorte de ter conhecido você. E eu diria incrível, uma garota incrível.
- Obrigada! – Agradeci dando um abraço em Laura. – Você também é a melhor sogra, e toda essa história de que sogra e tudo igual é mentira. Você é diferente delas. – Sorri sem mostrar os dentes, arrancando uma risada de Laura.

Minutos depois ela tinha saído. Eram dez horas ainda, o dia ia se arrastando quando eu queria que voasse. Talvez eu quisesse só estar junto da minha família, passar o natal com eles. Nunca passei mais de quatro dias longe da mamãe, e já eram quase três semanas longe dela, do papai e da pequena Claire.
Dei um suspiro longo, de repente me deu uma enorme vontade de chorar, chorar, chorar muito até ficar sem ar, eu só não sabia o porquê. Nunca tinha sentido isso antes. Era como se eu estivesse com medo. Algo me incomodava, eu precisava falar com a mamãe.

Ligação ON

- Mãe?
- Luh, meu anjo. Pensei que não sentiria saudades nossa. – Ouvi a voz calma dela e a minha vontade de chorar só aumentou. A risada de Claire foi ouvida ao fundo. – Claire mandou beijos, disse que está com saudades de você implicando com ela. – Sorri ao lembrar de algumas cenas. 
- Diz pra ela que eu também estou com saudades. Eu tô com saudade de você e do papai, pede desculpas novamente para a vovó e diz que no ano novo eu irei. - Meus pais ficariam em Cambridge até dia 05 de janeiro de 2015. – Eu... Mãe... Não sei o que está acontecendo... – De repente, comecei a chorar. 
- Lua? O que aconteceu? Filha? Tá acontecendo alguma coisa? Onde você está? Está com Arthur? Onde está Laura? – Minha mãe jogou várias perguntas de uma só vez. Me fazendo ficar confusa.
- Eu tô bem, Arthur está no quarto, Laura saiu, foi comprar os presentes para o natal. E não aconteceu nada. – Expliquei. Não queria deixa-la preocupada.
- Como não? A gente não chora do nada. Você brigou com Arthur? – Minha mãe insistiu. 
- Não mãe, está tudo bem... De verdade. 
- Luh, se você estiver com algum problema ou sentindo alguma coisa, me liga! Ouviu? Eu volto para casa no mesmo dia. Não me esconda nada.
- Eu não estou escondendo. Daqui a dois dias é a festa da escola. Se eu não me sentir bem, irei para Cambridge atrás de vocês. Eu prometo mãe! Não se preocupe... Beijos. – Me despedi.
- Beijos Luh, se cuida, qualquer coisa, me liga!

Ligação OF

- Você vai para Cambridge depois da festa da escola? Você não me disse que ia, o combinado era passarmos o natal juntos. – Arthur apareceu na sala, provavelmente tinha escutado toda a conversa, ou só o final. – Você estava chorando? O que aconteceu?
- Não aconteceu nada, eu só estava falando com a mamãe e me deu vontade de chorar. E eu disse se eu não estiver me sentindo bem, eu irei para Cambridge e não que depois da festa eu vou. – Respondi dando ênfase no 'se' e enxugando as lágrimas.
- Eu não quero que você vá... – Arthur sentou-se ao meu lado. – E sobre hoje de manhã, que você disse para eu rever os conceitos sobre você e eu dei aquela resposta idiota, eu estava só brincando, não tem nada para rever. Eu amo você e amo muito. E você é sim a minha garota do para sempre. – Ele deu um sorriso que eu julguei, fofo. E eu o abracei, por mais que eu estivesse chateado com ele, por Arthur ter me chamado nas entrelinhas de criança por eu estar usando pantufas de coelhinho, eu não conseguia ficar muito tempo sem falar com ele.
- Tudo bem...
- Aah, amor, me desculpa. Me diz que você não estava chorando por isso? – Ele me abraçou.
- Eu não sei... Não sei o motivo. Só me deu vontade de chorar e uma vontade absurda de ligar para a mamãe, daí eu liguei e acabei chorando. – Expliquei. Arthur me apertou mais forte.
- Luh? A gente não chora assim do nada... Sempre tem um motivo. – Ele disse.
- Arthur, tenho medo de que aconteça alguma coisa.
- Não vai acontecer nada... Vamos mudar de assunto, odeio te ver assim. – Ele me olhou sorrindo. – E pra onde dona Laura foi? Já fui ao quarto dela e não a encontrei. 
- Aah, esqueci... Ela foi comprar os presentes e fazer as compras para o natal, ela ia passar na casa de Kate e iria almoçar com sua tia Vivian. Vai vim só à noite. – Dei o recado. – E ela queria saber o que você queria ganhar de presente. Falando nisso, temos que ir ao Shopping comprar os presentes para o amigo oculto da escola e daqui da sua casa. A festa é depois de amanhã.
- Você fala muito garota, fiquei na parte que você disse: Aah. – Arthur deu ênfase eu bufei o empurrando para o lado.
- Você é um chatooo! – Ele riu. 
- Vamos logo, ainda quero almoçar. – Ele me puxou junto.
- Calma! Preciso trocar de roupa. – Falei indo em direção a escada.
- Não demora!
- Só o tempo necessário...
- QUEM É SEU AMIGO OCULTO? – Ele gritou ao ver que eu já tinha ido para o quarto. Eu não iria dizer quem era, eu tinha tirado Arthur, e na escola, Mark.
- DIZ VOCÊ PRIMEIRO! – Gritei de volta.

Tudo pareceu silencioso, pensei que Arthur não tinha escutado. Então, tirei a roupa ficando apenas de lingerie, enquanto procurava uma bermuda, uma camiseta e um moletom.

- Tirei Lize. – Ele me olhou dos pés à cabeça ao adentrar o quarto. Lize era a priminha de Arthur, a garotinha tinha apenas 4 aninhos.
- Não te ensinaram a bater na porta não? – Perguntei. Arthur revirou os olhos e se jogou na minha cama.
- Não. Só bater a porta. – Ele deu enfatizou. – E não há nada que eu já não tenha visto antes. – Ele me encarou. – Certo?
- Errado! – Falei. – Deixa eu me vestir.
- Eu não estou te agarrando. O que é uma pena... – Ele me olhou outra vez. – A gente podia ficar por aqui mesmo, o que você acha?
- Acho que não! – Respondi e voltei a minha atenção para o guarda-roupa.
- E voltando ao assunto, eu tirei o Lucca, na escola. Você vai me ajudar com um presente para a Lize, não sei comprar coisas pra crianças. Sou um desastre nisso.
- O que eu não faço por você? Hein? E você tem que aprender a comprar coisas para crianças, e quando tivermos nossos filhos? Você não vai saber escolher nada para eles? – Perguntei. Depois sorri sem graça ao perceber que Arthur me olhava com um pequeno sorriso nos lábios.
- Quer dizer que vamos ter filhos? – Ele me perguntou.
- Não sei... – Sorri sem graça outra vez.
- Mas você me parecia tão certa disso!
- Você quer ter filhos?
- Casar e ser feliz também! – Ele completou.
- Então, nós vamos ter filhos. – Respondi. – Mas agora, nós só vamos ao Shopping. – Vesti meu moletom e nós saímos.

(...)

- Tá congelando aqui! – Cruzei os braços e senti Arthur me abraçar por trás.

Nós estávamos atravessando a rua, não tinha mais vaga no estacionamento do Shopping e nós tivemos que deixar o carro em outro lugar. A neve caia, e as crianças pareciam se divertir fazendo bonecos de neve e bolinhas para jogarem umas nas outras.

- Você tá é doente, Blanco! – Ele sussurrou em meu ouvido, fazendo eu me arrepiar mais ainda. Ouvir uma risadinha abafada em meu pescoço, seguida de um beijo, no mesmo local.
- Não me vem dizer que está com calor? – Perguntei irônica. Calor era a última coisa que Arthur deveria sentir com um tempo desses.
- Não. Eu só não estou congelando. – Ele enfatizou a última palavra.
- Sorte sua! – Chegamos ao Shopping, estava lotado. – Vamos começar por onde?
- Pelo presente de Lize... – Arthur respondeu e me guiou até uma loja de brinquedos para crianças. Lize adorava piano, eu já tinha até comentado com Louise, a mãe da menina, de que quando ela crescesse, iria se tornar uma pianista. – O que a gente compra? Tem tanta coisa. – Arthur perguntou. Eu tinha acabado de ver um pequeno piano, ele não era tão pequeno assim, nem o preço era tão pequeno assim. Ele era rosa clarinho com branco, tinha um banquinho fofo. Qualquer menina adoraria ganhar um presente daquele.
- Amei esse piano! Ele é lindo, Lize vai amar também. O que você acha? – Lhe perguntei ao pararmos em frente ao brinquedo.
- Realmente é lindo! – Arthur concordou. – E Lize iria adorar. Acho que podemos levar! – Ele chamou uma das vendedoras. – Aah, vou comprar o presente de Claire, ela me pediu um urso cor de rosa. – Arthur comentou. Não acredito que Claire tinha pedido isso a ele.
- Não acredito que ela pediu. É sério?
- O que tem de mais nisso?
- Você não precisa comprar. – Falei.
- É natal, Luh... Crianças amam ganhar brinquedos! É Claire é uma fofa. Quando ela chegar de viagem, eu entrego o presente!
- Não vou fazer você mudar de ideia mesmo. – Desistir.

Fomos até a seção de roupas e eu comprei um vestido florido lindo para Claire, e uma sapatilha também. Saímos da loja com o piano, o urso cor de rosa e a roupa que eu havia comprado.

- Agora vamos comprar o presente para o Lucca, tenho que comprar o presente da minha mãe, e o seu também! E você?
- Tenho que comprar para o meu pai, mãe, sogra, para os meus amigos ocultos, para um namorado chatooo e para Annie. – Falei e Arthur fez careta quando falei "Namorado chatooo".
- Mas a Annie está em Nova York. – Arthur falou. Annie era minha amiga.
- Mas ela vai voltar. E deixa de ser chato! Já sabe o que vai comprar para Lucca? – Perguntei.
- Luh?
- Oi!
- Quem você tirou?
- Mark, por quê?
- E na minha casa?
- Não vou falar. Vai perder a graça!
- Eu?
- Não!
- Aaah... – Ele fez bico e nós continuamos andando. – Mark tem uma coleção de relógios, ele gosta disso. Vou comprar mais um pra ele.
- Boa ideia. Ele ama relógios, literalmente! – Chegamos à outra loja. E Arthur foi ver os relógios.
- Gostei desse prata com detalhes azul, é diferente... Mas esse prata com preto está perfeito. Mas vou levar o primeiro. – Ele disse para a atendente. – Se eu tivesse visto antes. Iria escolher esse relógio como presente. – Ele riu. – Vamos comprar o presente da minha mãe depois, vou comprar por último o seu. Não quero que você veja. 
- Quanto mistério! – Saímos da loja e eu comprei o segundo relógio para o Arthur. Passaria depois para pegar. Fomos comprar um presente para dona Laura.
- O que você achou desse cordão? Ele é de ouro e tem um pequeno diamante azul. Achei lindo.
- É perfeito, sua mãe vai amar! – Aquele era 'O Presente' assim como o anel de diamante que tinha na vitrine ao lado. Fiquei admirando por vários minutos aquela joia. Arthur pagou o presente e nós saímos. – Vamos comprar agora os meus presentes ok?
- Ok! Por onde você vai começar?
- Pela minha mãe!

Entramos em uma loja de roupas. Comprei um vestido lindo para mamãe, um sapato alto na cor preta para dona Laura, ela amava esses sapatos. Saímos da loja e fomos para outra de roupas masculinas. Arthur escolheu uma camisa preta manga comprida, e um sapato preto também. Escolhi uma blusa preta social para o papai. E comprei uma blusa branca para Arthur, ela tinha detalhes cinza na manga e na gola. Ele mesmo a achou bonita – comprei sem ele saber.

Comprei uma bermuda para dar a Mark, ele só andava de bermudas. Faltava o de Annie. 

- Vou comprar o seu presente, te encontro em meia hora nesse mesmo local, tá bom?
- Aham... – O beijei. Saímos para lados opostos, entrei em um loja de bolsas de grife e comprei uma para Annie.

*

Arthur voltou para a loja onde havia comprado o presente de sua mãe. Escolheu conjunto com colar, brincos e pulseira, seus pingentes de diamantes eram pequenos, mas extremamente lindos. Lua tinha dito que achara tal coisa 'Perfeita'.

I won't make a list and send it
To the North Pole for Saint Nick
I won't even stay awake to
Hear those magic reindeers click
'Cause I just want you here tonight
Holding on to me so tight
What more can I do
Baby all I want for Christmas is you
Ooh baby
All the lights are shining
So brightly everywhere
And the sound of children's
Laughter fills the air
And everyone is singing
I hear those sleigh bells ringing
Santa won't you bring me the one I really need
Won't you please bring my baby to me...

Eu não farei uma lista e nem a enviarei
Ao pólo norte para ele
Eu nem mesmo ficarei acordada para
Ouvir aquelas renas mágicas
Porque eu somente quero você aqui esta noite
Abraçando-me bem apertado
O que mais posso fazer?
Baby tudo o que eu quero de Natal é você
Ooh baby
Todas as luzes estão brilhando
Tão brilhantes em todos os lugares
E o som das risadas das crianças
Completam o ar
E todo mundo está cantando
Eu escuto aqueles sininhos de trenó batendo
Papai Noel, você não trará pra mim quem
realmente preciso?
Você não traria por favor meu "amor" para
mim?...

- Enfim, chegamos! – Falei girando ao entrar “em casa” e deixar as sacolas de presentes no sofá. Arthur me olhou sorrindo. Eram três horas da tarde, provavelmente minha sogra ainda não havia chegado.
- Acho que minha mãe ainda não chegou. – Arthur comentou e sentou-se no sofá. – Eu estou cansado.
- Eu também, mas vou tomar um banho. E como um bom namorado que você é, obviamente irá levar os presentes lá em cima, beeeeeeeijos! – Falei subindo as escadas, não antes de jogar um beijinho no ar.
- NADA DISSO LUH! VOCÊ VAI ME AJUDAR ESPERTINHA! – Ouvir os passos de Arthur apressados e corri.
- Nãããããão! – Gritei ao sentir os braços fortes dele me envolverem. – Não amor, seja bonzinho. – Eu ri.
- Mas do que já sou? – Senti ele me imprensar contra a parede, fazendo meu corpo se “encaixar” ao dele.
- Arthur seu pervertido! – Exclamei dando um tapa em seu braço. – Me deixa sair!
- É claro que eu deixo... – Ele mordeu meu lábio inferior e depois beijou meu pescoço.
- Arthur... – Arfei ao sentir sua mão em minha cintura com mais intensidade.
- Odeio jogar desse jeito! – Ele se afastou. Eu sentia meu rosto queimando. Arthur sorriu maroto, ele ama me provocar.
- Aah claro! – Sorri sem mostrar os dentes e entrei em “meu” quarto.

Londres, 22 de Dezembro de 2015.

- ARTHUR?! – Gritei. Já estávamos mais que atrasados. E ele ainda nem havia vestido a calça comprida, que dirá uma blusa. Argh! Detesto me arrumar e ficar esperando alguém. – Aah não, não acredito que você ainda está assim? – Fiz uma voz irritada ao olhar para o traje de Arthur, apenas uma cueca.
- Que foi? Eu poderia ir assim, não poderia? – Ele me provocou indo até o guarda-roupa.
- Aaah, claro que podia, assim você não passava do portão da escola. Você quer chegar só na festa de ano novo? – Reclamei pela demora. – Você sabe que eu odeio esperar! – Finalizei e me sentei na cama.
- Por isso que eu demoro, só porque você odeia, baby! – Ele me jogou um beijo.
- Não é um casamento amor e você não é a noiva, portanto, anda looogo!
Que blusa eu levo? Verde ou Azul? – Arthur me perguntou.
- Vinho! – Falei irritada.
- Não tenho dessa cor... – Ele sorriu irritantemente.
- É sério, não demora! – Falei calmamente.
- Tá bom.

*

- Mãe? Já vamos! – Arthur avisou ao pegar as chaves do carro.
- Cuidado! As ruas estão um perigo com esse tempo. – O que era verdade, as ruas estavam tomadas pela neve.
- Tá mãe... Beijos! – Arthur jogou um beijo no ar e Laura riu.
- Cuidado Luh, e nada de bebidas. Vocês jovens só acham que diversão é desse jeito.
- Tudo bem... Beijo! A gente não vai demorar, prometo! – Sorri e nós saímos de casa. A porta atrás de mim foi fechada e um frio enorme correu pelo meu corpo. Andei até Arthur.
- Ué, não era você que estava reclamando que eu estava demorando muito? Agora fica aí, parada! – Arthur falou irônico e pela primeira vez na vida eu não o mandei calar a boca e nem o chamei de chato.
- Vamos logo Arthur! – Falei entrando no carro e Arthur fez o mesmo. Fomos o caminho todo em silêncio, exceto pelas músicas que tocavam na rádio. ‘'Cause I just want you here tonight. Holding on to me so tight. What more can I do
Baby all I want for Christmas is you. Ooh baby’
o trecho da música da Miley Cyrus foi ouvido e Arthur me olhou.
- Eu já ouvi uma frase dessa música... – Comentou.
- Eu que disse quando você me perguntou sobre que presente eu queria ganhar: All I Want For Christmas Is You. – Sussurrei outra vez. Arthur sorriu.
- Eu não sabia que era uma música, achei que fosse uma frase apenas. – Ele disse.
- Você não esqueceu os presentes né? – Perguntei.
- Claro que não, estão no banco de traz. – Ele apontou para o banco ao pararmos no sinal. O transito estava lento e nós estávamos atrasados a 30min.

Fim do Flashback

- LUA! – O garoto gritou desesperado o nome da namorada, ao perceber que a mesma acabara de atravessar a rua sem olhar para os lados.

Ele tinha acabado de estacionar o carro na rua em frente à escola onde ambos estudavam. Foi tudo tão rápido, a frase: “Tudo aconteceu num piscar de olhos”, se encaixa perfeitamente no momento. Então, a menina olhou para onde o namorado estava e logo depois olhou bruscamente para o lado ao ouvir a buzina de um caminhão que se aproximava. Não deu tempo se quer de Lua pensar em sair correndo, o desespero e o medo tomaram conta da menina que olhou assustada para o namorado, que no momento não conseguiu dar um passo em direção a ela. O caminhão a atingiu em cheio, fazendo a garota literalmente “voar” a metros de distância. Seu corpo se chocou com o chão, sua pele branca, agora abrigava marcas de cortes e ferimentos, ela sangrava muito.

Arthur fechou os olhos desejando que tudo aquilo não passasse de um pesadelo, e que quando ele abrisse os olhos, sua garota iria está em frente à escola – sã e salva – com um lindo sorriso no rosto, esperando por ele e reclamando que ele demorava muito para estacionar o carro e que as sacolas estavam pesadas demais e que da próxima vez, ela não ia esperar por ele. Então, ele ia abraça-la e falar o quanto ela era chata e iria lhe dar um beijo logo em seguida.          Mas quando ele abriu os olhos, tudo era realidade, uma dolorosa verdade. Sua garota estava realmente em frente à escola, só que não estava com um lindo sorriso no rosto, e nem reclamaria pela demora dele. Ela estava caída, ferida, sangrando, ela estava praticamente... Morta!

Arthur saiu correndo, a rua já estava tomada por pessoas, ele não sabia o que fazer, lagrimas escorriam pelo seu rosto. Ele empurrava as pessoas tentando achar um caminho até chegar a sua namorada, seu peito doía, ele se assustou com o som do soluço que ouvira de si próprio. Ele nunca sentiu um medo absurdo de perder alguém, como sentia naquele momento ao ver o estado de Lua. Ela não podia morrer, e os planos que fizeram juntos? Como ficariam? E o casamento? E os filhos? E a casa que iriam comprar? E a festa de formatura? E o baile? E a viagem que fariam quando terminassem os estudos? Como tudo isso ia ficar? Incompleto? Inacabado? Interrompido bruscamente? Apenas um sonho na memória dele? Já que ela não estaria mais ali. Não! Não! Não! Ele queria Lua de volta e viva. Viva! Ao se aproximar da menina, sentiu sua cabeça girar e suas lagrimas aumentarem. Arthur queria abraça-la com força, mas tinha medo de machuca-la, ainda mais. Lua estava imóvel, parecia sem vida, o que deixou o garoto mais triste ainda. ‘Já ligaram para a ambulância, eles já estão a caminho’, ele ouviu alguém dizer.

- Você é o que pra ela? – Arthur não tinha forças para responder, ele apenas chorava.
- Namorado. Ele é namorado dela! – Então, ele sentiu uma mão tocar seu ombro, era Chay, seu melhor amigo. Ele o olhava com pena. Pena era o único sentimento que os olhos daquelas pessoas estampavam no momento. Pena do garoto chorando sem parar em uma calçada, ao lado da namorada praticamente morta. – Não toque nela, Arthur. – Ele ouviu o amigo lhe dizer. – Os médicos já estão chegando.
- É a Lua... Chay. A minha... Lua! – Ele sussurrou aos prantos.
- Vai ficar tudo bem. Temos que ligar para os pais dela, e para a sua mãe também. Onde tá o celular dela?
- No carro... Ela deixou no carro. – Ele suspirou.
- Me dá o seu celular. Preciso avisar os pais dela, você tá sem condições de fazer isso. – Chay falou e Arthur lhe entregou o celular. Os paramédicos chegaram, trouxeram uma maca, afastaram as pessoas e começaram a ajeitar a garota para colocá-la na ambulância.
- Você é o que para ela? – Um dos paramédicos perguntou ao ver o estado em que o garoto se encontrava.
- Na... Namorado. – Ele segurou a mão de Lua.
- Bom, não recomendo você a acompanhar a vítima, você está muito nervoso. Precisa se acalmar! – O homem lhe disse.
- Mas eu vou! Preciso saber como ela vai ficar. – Arthur queria gritar com aquele homem. Quem ele pensava que era para dizer: “Não recomendo você a acompanhar a vitima”. Vá à merda! Lua é namorada dele. Mas só conseguia sussurrar.
- Arthur, é melhor você vim comigo. Eu levo você ao hospital. Os pais de Lua já estão saindo de Cambridge, e sua mãe vai encontrar a gente no hospital. – Chay disse ao colocar o braço ao redor do pescoço do amigo. E Arthur concordou silenciosamente. – Então, vem comigo. – Chay disse ajudando o amigo a se levantar.

*

Todos chegaram ao hospital, quase ao mesmo tempo, Laura chegou uns quinze minutos depois. Foi abraçada desesperadamente pelo filho que chorava feito uma criança com medo do escuro. E repetia a dolorosa frase: Não deixa ela morrer. Não deixa ela morrer. Não deixa ela morrer. Laura não tinha palavras para consolar o filho, apenas o abraçava forte e sussurrava: Se acalma meu amor, ela vai ficar bem. Mas ela não tinha certeza, pelo olhar de desespero de todos, o estado da menina era complicado demais. Como eles iriam explicar isso para a mãe e o pai da garota? Era triste só pensar no fato, imagina contar os detalhes.

- Mãe? – Mais calmo, mas ainda com a voz chorosa uma hora depois Arthur chamou a mãe.
- Oi, meu amor... – A mulher com um olhar de pena olhou para o filho. Ela não queria o olhar daquele jeito, mas era só olhar para ele, aquele sentimento logo surgia, não tinha como sorrir numa situação dessas.
- Por que ninguém fala nada? Eu não aguento mais ficar aqui sem notícias. – Ele perguntou baixo.
- Temos que esperar meu filho, desculpa, mas eu não tenho como te dar essa resposta. – Ela falou deixando algumas lágrimas caírem.
- Mãe, por que tinha que acontecer isso com ela? – Ele choramingou ao pensar no acidente.
- Arthur meu filho, se acalme... Lua vai sair dessa! – Laura o abraçou.

Os minutos pareciam não passar. Arthur ainda chorava, era difícil para Laura ver o filho daquele jeito. Doía, doía só poder ver a dor dele. Se ela ao menos pudesse pegar essa dor e sentir sozinha. Ela sabia o quanto o filho amava aquela garota. E agora? Será que ele ficaria sem ela? Será que todos ficariam sem Lua?


Oh I don't want a lot for Christmas
This is all I'm asking for
I just want to see my baby
Standing right outside my door
Oh I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
Baby all I want for Christmas is... 
You
Oh eu não quero muito nesse Natal
Isso é tudo que estou pedindo
Eu somente quero ver meu "amor"
Parado bem ali fora na minha porta
Oh eu só quero você para mim
Mais do que você nunca pôde imaginar
Faça meu desejo se realizar
Tudo que eu quero de Natal é...
Você

Se Arthur pudesse fazer um último pedido, seu pedido sem dúvidas seria ter Lua de volta.  Ele ficaria mais aliviado se algum médico pelo menos aparecesse naquela sala e lhe desse notícias da sua garota.  Mas nem isso acontecia, será que seu desejo estava tão longe assim de ser realizado? Talvez não, era obvio que não. As pessoas dizem que: A esperança é a última que morrer. A esperança dele não podia morrer antes de Lua, se ela ainda estava lá lutando, ele tinha que ficar ali, pedindo, pedindo e pedindo para que Deus não levasse sua namorada, futura esposa e mãe de seus filhos, eles ainda tinham tantos sonhos para realizar.

- Cadê a Lua? – A voz de desespero da mãe da menina foi ouvida e logo em seguida o pai da mesma disse um: “Calma, Clara”, tão triste que parecia querer desabar ali mesmo. Luciano queria parecer forte, talvez só para não deixar sua família mais desapontada do que já estava.
- Clara. – Foi só o que Laura conseguiu dizer ao ver a mulher com um olhar desesperado a procura da filha. – Eu sinto muito...
- O que aconteceu? Como aconteceu isso? – O pai da garota perguntou passando as mãos pelo cabelo e Arthur se viu obrigado a detalhar a cena novamente, só que agora, ele tinha que falar. Mas Chay ao ver a cara que o amigo fez, passando as mãos desesperadamente pelo cabelo, se manifestou.
- Deixa que eu falo, Arthur! – Chay disse e Arthur assentiu aliviado.

Pelo menos não ia ter que descrever mais o acidente. Só estar ali, já era difícil.

Viver aquele dia estava sendo a pior coisa do mundo. Tudo tinha se desfeito tão rápido.  Eles iriam para a festa da escola, iam se divertir bastante e Arthur não iria beber, ele tinha prometido isso a ela, antes de saírem do carro. Depois eles iriam voltar para casa, tinham planejado assistir a filme antes de irem dormir e tudo isso agora parecia estar tão distante... Parecia ser impossível de acontecer tão cedo. Arthur balançou a cabeça tentando se livrar daqueles pensamentos. Tudo isso era mentira e Lua ia ficar bem logo. Claro que ia.

No Dia Seguinte

Não teve quem fizesse Arthur sair daquele hospital, Laura e Chay tentaram de tudo, mas a frase: ‘EU NÃO VOU DEIXAR ELA SOZINHA AGORA!’. Ecoou pelo hospital como um grito desesperado. Então a mãe do garoto se deu por vencida e permitiu que ele ficasse no local, não ia adiantar de nada mesmo leva-lo para casa se lá a presença da menina era mais forte, foi lá que ela havia passado as ultimas semanas. Foi de lá que ela saiu feliz para ir a festa da escola, antes de acontecer o acidente. Laura estava preocupada com o filho, sentia que a qualquer momento o mesmo, poderia fazer alguma besteira com si próprio. Ela rezava para que a Lua saísse bem dessa tragédia toda. Era horrível ver todo mundo lamentando e chorando o tempo todo.

Arthur conseguiu pregar o olho por umas duas horas, nada mais que isso, nem comer ele queria. O médico mais cedo havia passado para avisar a família sobre o estado de Lua, a menina estava em coma, podia acordar a qualquer momento ou não. Teve algumas escoriações pelo corpo, mas não quebrou nada, ela bateu a cabeça fortemente. A notícia deixou a família “mais” aliviada, pelo menos ela estava viva e a qualquer momento poderia acordar. O médico permitiu que todos vissem Lua, um de cada vez é claro. A mãe foi a primeira a ir ver a filha, depois foi à vez de Luciano, Laura e por último Arthur. Claire tinha ficado em Cambridge com a vó, era melhor assim. Se tinha sido horrível mentir para a menina, seria mais difícil ainda lhe contar a verdade sobre a irmã.

- Luh... – Se a menina estivesse dormindo em casa e na sua cama, jamais ela acordaria com a voz de Arthur inaudível daquele jeito. Ele tinha medo de toca-la. Ela estava tão pálida e fria. Ele queria vê-la sorrindo, como todos os dias ele via. – Você vai voltar quando hein? – Ele sussurrou e passou a mão pelos cabelos da menina. – Não demora viu? Eu sei que pode parecer egoísmo, mas você lembra que prometeu passar o natal comigo? Eu não quero te ver nessa cama de hospital Luh... Dói tanto te ver assim meu anjo. – Ele lhe deu um beijo na testa. – Eu não posso ficar o dia todo aqui... Infelizmente, os médicos não deixam, é horrível ficar longe de você assim. Nunca senti tanto medo de te perder, nem quando a gente brigava e você me mandava ir embora e nunca mais te procurar, e eu sempre voltava, voltava e ficava tocando a campainha da sua casa, até você aparecer e me chamar de chaaato. A gente fazia as pazes e tudo acabava bem de novo. Mas agora é diferente, você tá aqui, imóvel, talvez nem esteja escutando o que eu tô falando. Meu amor, por favor, não demore a acordar. Eu vou te esperar tá? – Ele tocou os lábios da namora e lhe deu um rápido selinho. Como ele sentia falta daquela... Pequena.

Londres, 24 de Dezembro de 2015.

Fazia exatamente dois dias que Lua estava internada, mas esses dias pareciam anos. Nunca dois dias passou tão devagar como estes passaram. Arthur tinha ido para casa no dia 23, mas no meio da noite voltou para o hospital, queria estar lá quando Lua acordasse. Para ele, a menina não ia demorar a abrir seus lindos olhos e sorrir ao vê-lo. Dali a algumas horas era natal, faltava exatamente oito horas para o natal na verdade. Ele passaria o natal ao lado de Lua, não importava o lugar. Era com ela que ele queria estar. Que presente era ele que a deixaria ali sozinha na noite de natal? Presente, ele se lembrou da garota, e ela dizendo: All I Want For Christmas Is You. Parecia engraçado relembrar isso, já que agora tudo o que ele queria de natal era Lua.

- Bom dia! – A enfermeira disse a Arthur.
- Bom dia... Er, você sabe me dizer se ela melhorou? – Ele perguntou e a mulher lhe olhou.
- Ela vai ficar bem, é só ter paciência. – Ela sorriu tentando conformar o garoto. – Eu sei que é mais fácil falar. Mas a melhor coisa é esperar. Ela ainda é jovem, vai se recuperar logo. – Ela assentiu com a cabeça e saiu do quarto. Antes mesmo de Arthur lhe falar algo. Ele então voltou toda a sua atenção para a namorada. Como vinha fazendo nos últimos dias quando entrava naquele quarto sem cor.
- Oi Luh, voltei de novo... – Ele se permitiu rir, por tá sendo tão idiota, a garota mesmo o chamaria de idiota se estivesse ouvindo isso. – Eu quero que você acorde Luh, não só eu como toda a sua família. – Ele segurou uma das mãos da menina e a beijou. Suspirando logo depois. – Amanhã é natal, eu vou sentir falta de um abraço seu, de um beijo, de um feliz natal seu chato... – Ele riu. – Mas mesmo assim eu tô feliz em saber que você tá viva, mas eu queria ouvir da sua boca se você está bem. Eu me sentiria mais aliviado. – Ele observou mais uma vez o semblante da menina e tocou seu rosto. – Eu amo você sabia? Amo muito! Sinto tanto a sua falta e me sinto tão culpado por ter te chamado aquele dia. Talvez se eu não tivesse feito isso, você estaria bem. De natal eu só quero você amor. Só quero te ver bem e sorrindo de novo. Eu quero você aqui mais que tudo Luh. Por favor, não me deixe, eu te amo tanto.

Quarto Nº 225, Segundo Andar – 25 de Dezembro de 2015.

Tinha acabado de dar meia noite, era natal no mundo todo, muitos sorrindo se abraçando e chorando de felicidade, trocando presentes e tirando fotos, desejando Merry Christmas para a família, amigos, vizinhos. Tomando vinho, comendo doces e outras comidas típicas do natal. Mas Arthur estava num quarto de hospital, com a cabeça baixa e ainda segurando a mão da namorada, podia ouvir os fogos de artificio. Com certeza o espetáculo no céu era lindo, Lua amava olhar para o céu e ver as estrelas tão longe brilhando, na noite de natal ela amava olhar para o céu e ver fogos colorindo o mesmo. Ela parecia uma criança no seu primeiro natal. Uma adolescente quando brigava com os pais, uma mulher quando estava com o namorado, uma velha quando decidia reclamar de tudo. Mas acima de tudo, ela era Lua, a única garota por quem Arthur deixava o vídeo game, chegava em casa mais cedo, prometia que não ia beber quando saia com os amigos e cumpria a promessa, desistia do filme de ação ou de terror, para assistir um filme de drama ou romance. Perdia qualquer jogo só para deixar Lua ganhar. Ouvia piadas sem graça e ria só para a menina rir junto e achar que era uma comediante.

Pode se dizer que foi um milagre, o presente de natal que Arthur tanto queria, o seu desejo agora realizado... Seu amor. Ele com toda a certeza, sentiu a mão dela apertar a sua, não podia ter sido só um sonho, era muito real. Ele levantou a cabeça rapidamente e encarou a garota, seus olhos agora abertos fizeram Arthur se assustar. Como ele queria aquilo, e agora ele tinha.

- Luh? – Ele disse ainda assustado.
- Ar... Arthur... – Ela sussurrou. – Eu tô cansada. O que aconteceu?
- Você não se lembra de nada?
- De um caminhão... – A voz da menina estava voltando ao normal.
- Eu vou odiar ter que te contar tudo... – Arthur falou segurando firme a mão da garota.
- Então, não conta... Vou odiar ouvir a história que quase me deixou longe de você. – Lua disse Arthur levantou da cadeira em que estava sentado.
- Eu tive tanto medo de te perder. – Ele disse passando a mão nos cabelos da menina. – Eu quero tanto te abraçar, você não tem ideia do quanto eu quero. – Ele sorriu sem graça.
- É só abraçar... Com cuidado, eu tô dolorida. – Ela soltou um riso. – Arthur, por quanto tempo eu dormir?
- Dois dias... – Ele disse ao se aproximar dos lábios da namorada. – Mas eu te beijava todos os dias. – Ele corou, o que era raro de acontecer. Lua sorriu.
- Você parece cansado. – Ela tocou o rosto do namorado.
- Eu tô bem, e aliviado por saber que você acordou. – Ele a beijou, o beijo permaneceu calmo até acabar em selinhos. Ele a abraçou cuidadosamente.
- É natal?
- Sim... Sua mãe tá lá fora com o seu pai e minha mãe, Annie chega amanhã. – Arthur disse.
- Que meus pais não escutem, mas eu tô feliz em ter aberto os olhos e ter visto primeiro você. – Ela sorriu segurando a mão do namorado.
- Eu tô feliz em ter você de volta. – Ele sorriu ao falar.
- Vocês iriam passar o natal aqui se eu não tivesse cordado?
- Luh, a gente não saiu daqui, ontem eu voltei de madrugada, não conseguir ficar em casa, queria está ao seu lado o tempo todo. Seus pais não saíram daqui também.
- E Claire?
- Ela não sabe... Seus pais acharam melhor não dizer nada.
- Aah...
- Eu vou chamar os médicos e avisar os seus pais, e minha mãe também.
- Espera... – Por mais que ela quisesse ver sua família, era com Arthur que queria ficar o tempo todo.
- O que foi?
- Fica só mais um pouco. – Ela sorriu, parecia ser um pedido impossível, mas ela sabia que seria aceito por ele.
- Eu quero muito te beijar... – Ele caminhou até a namorada de novo.
- Seu safado.... Eu acabei de sair do coma. – Ela brincou.
- Sua pervertida! – Ele riu. – Luh, a gente já tá até rindo.
- Que bom... – Sorriu outra vez. – Você deve ter ficado desesperado, pelo menos eu acho.
- Desesperado? Eu parecia uma criança chorando. Acho que eu nunca chorei tanto. Garota nunca mais faz isso, ouviu? – Ele lhe deu um beijo na testa.
- Aah... Claro, porque eu gostei de ter sido atropelada por um caminhão, idiota. – Lua revirou os olhos.
- Tá vendo? Você já tá ótima, já tá até me chamando de idiota. – Ele riu irônico.
- Desculpa... Eu te amo tá?
- É claro que ama! – Ele disse convencido e beijou a garota. – Vou avisar seus pais.
- Arthur?
- Oi... – Ele parou na porta do quarto e olhou para a garota deitada. Agora ele a tinha de volta. O que mais ele podia pedir de natal? Ele já tinha o melhor presente.
- All I Want For Christmas Is You. Lembra? – Ela sorriu, seus olhos brilhavam e ele apenas assentiu e sussurrou um Merry Christmas.


FIM.


(N/A: Oi? Espero que estejam bem! Bom, essa songfic de natal, eu escrevi no natal passado, tive que atualiza-la e trocar o ano, pra 2015 (só isso). E ela é meu amorzinho (emoji de coração) Eu acho essa música linda, e como um puft, ela apareceu no meu playlist, e eu simplesmente tive que escrever uma fanfic com ela.

Obrigado a todos que leram.

Geeeeente, não se esqueçam de Comentar. Cada comentário é importante. Eu quero saber o que vocês acharam da fic, ué. Mais uma vez, Obrigado e um Super Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, cheio de paz, saúde, alegria, felicidade, amor e dim dim haha e que Deus nos proteja e Jesus nos ilumine sempre).

E ah! Ainda não acabou não hein?! Ainda tenho duas fics de natal para postar aqui, então, comentem aí. Estão curiosos para ler?

Beeijos...

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