Milagres do Amor - Cap. 24º

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Milagres do Amor
Apenas Respire | Parte 2

Pov Narrador

 – Amor, já chegamos. – disse calmamente em seu ouvido.

Lua se levantou e estava se sentindo um pouco tonta, sua visão um pouco turva.

– Tudo bem? – a voz tão conhecida lhe perguntou preocupada.
– Estou só um pouco tonta.

Arthur a guiou para fora do barco e pagou o homem, sobre protestos do mesmo, não queria aceitar o dinheiro por não ter os levado até o lugar prometido, mas Arthur insistiu e ele aceitou.

Chegaram a casa rapidamente, com ele praticamente carregando-a.

– Lua, você deve ficar em repouso. Vou buscar um remédio para dor de cabeça, que sem duvidas você está sentindo. – afirmou Ricardo entrando pegando sua maleta e indo para a cozinha, pegar um copo de água para Lua.

Voltando em seguida com o comprimido e a água e lhe entregou.

– Bom, você pode sentir náuseas, vômito, mal estar, cansaço, dores musculares, mas é tudo normal. É só você ficar em repouso que passara rapidamente, se caso não melhorar me chame.
– Tudo bem, obrigada Ricardo.
– Por nada querida.
– Lua quer que eu te ajude em alguma coisa? – perguntou Mel solidária.
– Não. Obrigada. – disse Lua educadamente.
– Se precisar é só chamar – disse abraçando-a.
– Claro.

Arthur subiu com ela, com muito cuidado, e a levou para o quarto, deixando-a na cama. Ele se abaixou e colocou as mãos em seus joelhos.

– Você está bem mesmo? – pergunta preocupado.
– Aham.
– Eu vou preparar a banheira pra você tomar um banho quente, me espere aqui. – disse se afastando.

Lua permaneceu no mesmo lugar que Arthur a deixou, enquanto ele enchia a banheira e colocava sais de banho para perfumar. Por fim o cansaço a venceu e se deitou, as dores em seu corpo estava ficando insuportáveis, que se concentrava principalmente em seu tórax e em sua cabeça.

– Dormiu? – a voz de Arthur ecoou pelo quarto silencioso.

Lua apenas abriu os olhos e sorriu minimamente pra ele.

– Amor, você está muito esgotada para fazer tudo sozinha. – deu um olhar terno pra ela.
– Eu sei – respirou e continuou – Por isso que você vai me ajudar. Você apenas vai ver o que é seu e sempre será.

Por incrível que pareça ela não corou nesse momento, ela já estava decidida.

Arthur ficou surpreso e não se moveu, não esperava isso por parte dela, mas ficou feliz que finalmente ela estava confiando verdadeiramente nele, finalmente se rendendo, se entregando.

Lua levantou os braços e envolveu o pescoço de Arthur, ele a pegou no colo e caminhou com ela até o banheiro.

A colocou na bancada da pia, ela olhou pra o espelho ao seu lado e refletiu sobre a sua própria imagem.

– Eu estou horrível – disse observando as marcas roxas de baixo dos olhos, sua pele branca demais agora parecia um fantasma de tão pálida, sua boca não estava na cor normal, estava com um arroxeado fraco, seu cabelo, enorme, estava desgrenhado e molhado. – Estou parecendo um fantasma.
– Não exagera, você acabou de se afogar, mais do que normal seu estado. – disse com um sorriso.

Lua levantou os braços sem dizer nada e continuou o encarando.

Arthur foi sem hesitar, colocou suas grades e grossas mãos nos quadris dela, fazendo com que Lua desse um sorriso pelo calor que perpassou por todo seu corpo com o toque quente de suas mãos em sua pele fria. Ele passou a blusa por sua cabeça, colocando-a do outro lado da bancada.

Sem nunca desviar o olhar, um momento se quer, ele a ergue pelo quadril a mantendo de pé, desceu o olhar para seu short e olhou novamente pra ela, um sinal claro, pedindo permissão, Lua apenas sorriu ,estava cansada demais para corar.

Era o que Arthur precisava, desceu a mão até o botão do short jeans e o abriu, deslizou o zíper e deixou cair pelas pernas dela, que apoiou em seu braço, para acabar de tirar com os pés.

Virou-se e tirou os cabelos de seu pescoço, permitindo assim que Arthur desamarrasse o biquíni que ela usava, e assim ele o fez, suavemente, tanto na parte de cima como na de baixo.

Ela virou novamente sem pudor algum, mas isso não impediu que suas bochechas esquentassem, ele finalmente pode contemplar o objeto de seus desejos, seus seios firmes e intumescidos, levemente rosados em seus bicos, nem grandes de mais e nem pequenos de mais, na medida certa, convidativos.

É claro que seu lado canalha falou mais alto e pensamentos libidinosos começaram a encher sua mente. A vontade era de tocá-los, sentir sua maciez, sem dúvidas com suas mãos grandes eles iriam caber perfeitamente, queria cair de boca e prová-los com volúpia.

Porém seu outro lado falou mais alto, lado do qual ele não sabia que tinha até conhecer Lua, o lado irrevogavelmente apaixonado e protetor que aflorava. Ele sabia que ela estava extremamente cansada e debilitada pelo recente afogamento. Então a única coisa que fez, foi tirar sua atenção de seus seios e olhar em seus olhos e sorrir abertamente pra ela.

Ela pegou suas mãos, com uma coragem que nem ela mesma sabia que tinha, e as levou para a lateral de seu quadril, onde ficava o laço de seu biquíni.

Arthur os desamarrou calmamente, acompanhando a última parte do biquíni de Lua cair aos seus pés e ela o colocar de lado com o pé.

Ele subiu com o olhar rapidamente, pois ele sabia que se observasse muito ficaria excitado, e isso era a única coisa que ele não queria agora. O momento não era par isso. Parou o olhar nos olhos mais incrível e brilhante que ele já viu, que exalava confiança e amor.

Ele pegou em sua mão e a guiou para a banheira, onde e ergueu e a depositou com carinho no fundo e desligou a água.

Lua gemeu baixinho de prazer, quando seu corpo encostou-se à água quente e cheirosa, relaxando quase que imediatamente seus músculos doloridos.

– A temperatura está boa? – pergunta Arthur amoroso, ela apenas assentiu.

Arthur estava sentado nos degraus da banheira, pegou a esponja verde ao seu lado e começou a passar pelo corpo de Lua, esfregando com cuidado e amor. Quando terminou, ficou ali passando observando-a e fazendo-lhe um carinho em seu couro cabeludo.

Passaram minutos ou horas, quando Arthur percebeu que a água da banheira estava ficando fria. Chamou Lua que havia adormecido. Ele pegou uma toalha felpuda azul e envolveu seu copo sonolento até a cama.

– O que você quer vestir? – perguntou após deixá-la deitada na cama.

Ela abriu os olhos e deu de ombros.

– Qualquer coisa – disse fracamente.

Arthur assentiu e foi até sua mala, pegou uma calcinha branca e um vestido solto. Levantou-a calmamente tirou a toalha e a vestiu, ela apenas o ajudou colocando a calcinha e deixou o resto pra ele, que fez tudo sem reclamar. Passou o vestido por sua cabeça, tomando cuidado pra não tocar em seus seios expostos e a sentou na cama.

– Quer comer algo? – perguntou enquanto pegava o pente e creme para pentear seus cabelos.

Ela negou. Ele sentou na cama e começou a pentear e secar seus cabelos.

– Sabe que quando acordar você terá que comer – disse firme, ela assentiu.

Após alguns minutos ele finalmente terminou. A deitou na cama, ajeitando seu travesseiro e a cobriu. Pegou o controle do ar-condicionado e o diminuiu.

– Agora você está quentinha e pronta para dormir. – disse alisando seu rosto.
– Não – disse coma voz esganiçada e com um meio sorriso par ele.
– Não? O que falta? Está sentindo muita dor? Frio? – perguntou preocupado.

Apesar da queimação em seu tórax e as dores que ainda permaneciam em seu corpo, não era isso que ela se referia.

– Você. – disse tentando manter os olhos abertos.

Arthur riu e beijou sua testa.

– Eu vou tomar um banho rápido, logo eu volto pra você está bem? – disse batendo de leve com seu dedo indicador na ponta de sue nariz arrebitado.
– Eu não vou conseguir me manter acordada até lá – faz um bico gigante. – Ah já sei, deixa-me vestir uma blusa sua? – pergunta manhosa encarando-o.
– Claro. Qual que você quer? – pergunto indo para sua mala.
– Verde de frio e de preferência que você vestiu há pouco tempo. Tem? – disse ainda deitada.
– Tem sim, que exigente! – riu pegando seu moletom.

Ela se senta na cama e coça os olhos. Arthur tira seu vestido e coloca sua blusa no lugar, que ficou enorme.

Lua cheira e da um sorriso de orelha a orelha, se acomodando novamente nos travesseiros e no cobertor.

Arthur sorriu e lhe deu um selinho rápido.

– Volto já.

Afastou-se e foi tomar seu banho, acabou rapidamente como prometido, vestiu uma bermuda de velcro preta e uma camisa leve. Saiu do banheiro e se deitou ao lado de Lua, que se virou e enfiou a cabeça em seu pescoço e os braços em sua cintura, já adormecida, ele a apertou mais contra si e permitiu-se relaxar, esperando o sono lhe alcançar.

Mas por incrível que pareça o sono não chegou. Arthur que nunca teve nenhum problema para dormir, sempre que deitava em uma cama com esse objetivo, logo era carregado para o mundo dos sonhos e pesadelos.

Mas algo naquele fatídico dia estava dando errado, ele sabia bem a causa disso.

A dor… O medo… Sim, a dor e o medo que ele sentiu quando percebeu que estava perdendo o motivo pelo seu mundo girar, seu sol nascer, a lua brilhar…

A dor e o medo, da qual não existem palavras, gestos ou pensamentos que possa explicar o que ele sentiu naquele momento.

Foi tão profundo cortando-o lhe a alma e o coração com esmero desmedido, lento e dolorosamente com o lado mais afiado de uma faca.

Sentiu seu coração chorar, contorcer, berrar, geme em lamentos surdos em seu próprio peito. A dor pela qual não tem som ou voz, mas tem uma força incrível que invade o corpo fazendo-o adoecer e fraquejar.

Quando pegou em seus braços o ser mais importante de seu mundo fria e roxa, apenas com o coração batendo vagarosamente quase imperceptível para seus ouvidos fracos. Sentiu seu coração perder várias batidas massacrando-o, a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo.

Tudo perder o significado, a cor, o brilho, a vida… Seu mundo ruiu ali, imagens passaram como flashes rápidos diante de seus olhos.

Enquanto suas mãos trabalhavam firme e incansavelmente no corpo de Lua, sua mente, seu ar, seu coração estavam sumindo com a vida que ele tentava salvar, sua vida.

Seus olhos nada viam além da mulher em sua frente, seus ouvidos nada escutavam, somente uma voz insistente em sua cabeça, dizendo para salva-la acima de tudo, suas mãos nada sentiam além do coração que batia vagarosamente enquanto era comprimido para voltar a bater como antes, rápido e forte.

Arthur podia sentir o sangue em sua boca, causado pelo coração que jorrava, falecia e se afundava em sua própria tristeza e desgosto.

Faz busca a morte e o fim de tudo… Inclusive de si próprio para calar os sentimentos amargos e cruéis que lhe afundavam, afogavam, esfaqueava aos poucos.

Os sentimentos que ele sentiu jamais poderiam se carregados sozinho.

Quando Lua conseguiu sair do buraco que estava mergulhada, Arthur só faltou chorar, mas qualquer homem acha isso um sinal de fraqueza, e ele, mas do que nunca é igual a eles, nunca falará a ninguém o que sentiu ou quase chorou seu orgulho sempre vai estar impregnado em sua alma.

Foi como um pedaço que lhe devolveram para seu coração, seu ser, quando a abraçou já respirando e com vida, foi como o sol depois de uma tempestade, quente, reconfortante e desejado. Como um pássaro em seu primeiro voou, livre, feliz, encantado. Como a dádiva de uma mãe gerando seu filho, resplandecente, ilimitado, um amor incondicional e avassalador que nunca ninguém será capaz de arrancá-lo do peito.

Um amor sem medidas e valoroso para todos os seres da terra.

Tudo o que sentiu jamais será esquecido, apenas relembrado várias e várias vezes como um filme antigo em sua mente.

Arthur ficou imerso aos seus pensamentos por horas a fio, sem conseguir pregar os olhos um segundo se quer, velando o sono de Lua, lhe acariciando os cabelos sedosos, cheirando a pele macia e cheirosa que tanto amava.

Em sua cabeça ainda tinha o peso de ter que deixá-la pelo seu trabalho, na qual ele queria muito não ir, mas sabia que muitas pessoas precisavam dele. Porém se Lua falasse uma palavra pedindo pra ele ficar, tinha certeza que ficaria, nada era mais importante que ela. Nada mais era importante. Percebeu isso claramente hoje quando a dor da perda ameaçou lhe engalfinhar.

Continua...


Próximo capitulo, só depois da prova. Aí eu volto a atualizar a web normalmente.

Comente sobre o capitulo.

Beijos... e até breve!

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