Amor de Tribunal - Capítulo 3

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Capítulo 3 :


 Na manhã seguinte, Lua acordou tarde, todas as quartas-feiras ela tirava o dia pra ela; não trabalhava, nem se quer entrava no escritório, apenas descansava da audiência do dia anterior

Lua= Mal acordo e você já esta tocando? – olhando para o telefone, que tocava insistentemente. – Eu não estou com a mínima vontade de te atender. Tudo bem, já percebi que você não vai parar. – atendendo. – Alô?
Arthur= Lua? – estranhando a voz. – É o Arthur, lembra de mim?
Lua= Arthur? – franziu um pouco o cenho. – Ah, sim, eu lembro. Tudo bem?
Arthur= Tudo sim, eu queria saber se posso passar ai hoje. – disse, um pouco receoso. – Ontem não deu tempo de falar tudo.
Lua= Bem, eu não trabalho dia de quarta feira, mas como seu caso é novo, acho que seria boa ideia você vir. – andando pelo quarto, a procura de sua agenda. – Qual horário é mais conveniente pra você?
Arthur= Tanto faz. – caminhando pela casa. – Quatro horas, pode ser?
Lua= Perfeito. – escrevendo na agenda. – Você tem o endereço, né?
Arthur= Tenho, no cartão. – sorriu. – Te vejo as quatro.
Lua= Até mais. – despediu-se, desligou e caiu na cama. – E eu achando que ia passar o dia todo sem fazer nada. – preguiçosa.

Às três horas, a campainha tocou. Lua olhou bem para o relógio, e olhou na agenda, havia marcado às quatro; estranhando, foi abrir a porta.

Davi= Moranguinho! – exclamou bem alto, e abriu os braços, pedindo um abraço.
Lua= Meu Bebê! – pegando o garoto no colo. – Coisinha mais linda da minha vida. Tudo bem?
Davi= Sim. – assentindo. – Eu posso ficar aqui com você hoje? A mamãe tá com o tio chato. – referindo-se ao advogado de Gláucia.
Lua= Claro que você pode ficar. – fechando a porta, e entrando com ele. – Podemos brincar até as quatro, depois eu tenho um cliente.
Davi= Você tem? – estranhou. – Hoje não é dia de brincar?
Lua= É, mas esse moço está muito desesperado, tive que abrir uma espacinho pra ele. – rindo, enquanto subia com o menino para o quarto. – Mas enquanto isso, podemos nos divertir.
Davi= Eu quero brincar de carrinho. – descendo do colo dela, assim que chegou ao quarto. – Vamos? – pegando os brinquedos.
Lua= Eu quero o vermelho. – disse antes, e deitou-se na cama do garoto.
Davi= Eu quero o azul. – escolhendo os carrinhos.
Brincaram até às quatro horas, quando, pontualmente, Arthur chegou.
Lua= Eu já volto, Meu Amor. – levantando-se.
Davi= Deixa eu atender junto? – sorrindo.
Lua= Vem. – correu. – Vamos ver quem chega primeiro.
Davi= Eu! – riu, e saiu correndo na frente dela. – Ganhei! – ele gritou, assim que parou na porta da sala.
Lua= Eu deixei você ganhar. – gargalhando. – Vai atender?
Davi= Vou. – abrindo a porta. – Com quem quer falar? – ele perguntou rindo, sem nem olhar quem era.
Arthur= Filho? – arregalou os olhos.
Davi= PAI! – sorriu contente.
Lua= Filho? – arregalou os olhos. – Pai? Que?
Davi= Papai! – ele pulava, estendendo os braços para o homem, que o pegou no colo. – Que saudades de você.
Arthur= Ô, Campeão. – apertou o garoto nos braços.
Davi= De onde você conhece a minha Moranguinho? – apontando para Lua.
Arthur= Ela que é a sua… – espantado.
Davi= É! – feliz. – Luinha, esse é o meu papai.
Lua= É seu… pai? – confusa. – É melhor vocês dois entrarem logo. – vendo que os dois estavam parados na porta.
Davi= Que legal que você está aqui, Papai! – todo animado. – Nós três podemos brincar de carrinho, vai ser muito legal.
Lua= Davi, porque você não vai subindo e arrumando os seus brinquedos? – sem jeito. – Enquanto isso, eu vou conversando com o seu…
Davi= Meu Papai. – alegre. – Tá bom, mas não demorem pra subir, viu? – dando um beijo no rosto do pai, e depois saindo para o quarto.
Arthur= Vai lá, Luiz. – coçando a nuca.
Lua= Bem… – perdida. – Senta aí. – dando espaço para ele.
Arthur= Obrigado. – sentou-se no sofá. – Dá onde conhece meu filho? – achando graça.
Lua= Não sabia que era seu filho. – ela respondeu, um pouco desconsertada. – Aliás, eu nunca imaginei que pudesse ser. Você disse que era Luiz, então…
Arthur= Luiz Davi. – explicou. – Eu só o chamo de Luiz.
Lua= Eu só de Davi. – sorriu de lado. – Então você é o ex-marido da Gláucia, não é?
Arthur= Vocês são amigas? – espantado.
Lua= Há dois anos, desde que ela se mudou pra cá. – explicou.
Arthur= Foi quando nos separamos. – Lua assentiu.
Lua= Ela sempre deixava o Davi aqui, aí fui criando um carinho por ele, e enfim… - sem saber explicar. – Eu fiz um quarto pra ele aqui em casa, ele fica mais aqui do que lá.
Arthur= Ele não gosta de lá, não é? – encarando-a.
Lua= Não. – suspirou. – A Gláucia está bebendo muito, não tem tempo pra ele. E ele sente muita falta disso.
Arthur=Está vendo só? – animado. – É por isso que eu quero a guarda dele, até você sabe que ela é alcoólatra.
Lua= Calma. – riu. – Eu, como amiga, sei. – explicou. – Como sua advogada, eu não sei de nada disso.
Arthur= Mas… – tentou interromper.
Lua= Não posso misturar as coisas. – explicando. – O que nós temos que fazer, é arranjar um jeito de provar tudo isso que sabemos.
Arthur= Acha que conseguimos? – ela assentiu, e o silêncio se fez entre eles. – Engraçado… – disse, depois de algum tempo quieto.
Lua= O que? – curiosa.
Arthur= O Luiz sempre me falou da tal moranguinho, e quando eu acho uma advogada, descubro que ela é a moranguinho do meu filho. – gargalhou.
Lua= Eu tenho que confessar que levei um susto. – disse, rindo com ele. – Quando o Davi falou “pai”, eu não entendi nada.
Arthur= Foi muito bom encontrá-lo. – alegre. – Até quando você não quer, acaba me ajudando.
Lua= Foi coincidência. – disse, mas depois pensou bem se era realmente aquilo.
Davi= Vocês não vão subir? – parado na escada.
Lua= Você já arrumou seu quarto? – olhando para ele. – Não vai poder levar seu pai se estiver tudo bagunçado, imagina que feio seria.

Davi= Eu só não arrumei a cama, porque foi você que fez bagunça nela. – ele riu ao final.



Espero que gostem.

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