Na segunda as oito da manhã chegaram ao aeroporto Luis Muñoz Marín de
Porto Rico e Anselmo diz:
— Terá que voltar rápido. Esta visita foi curta.
Arthur sorri e eu, encantada pois como tudo mudou, respondo:
— Prometo, Anselmo. Tenho que te desafiar para um duelo de
“chichaítos”.
Ele ri e me abraça. Tifany, que está ao nosso lado, nos observa. Ela
não fala com ele. Nem sequer se aproxima. Deixa claro que não quer nada com o
velho e eu a respeito. Tal como Anselmo a ignora para não querer nada com ele.
Preciosa sorri nos braços de Omar e ouço que ele lhe explica:
— Papai tem que ir trabalhar, porém na sexta voltarei para te ver.
Certo?
— Sim. – Ela assente.
Sorrio encantada ao ver a cena. Sem dúvida alguma, Omar levou a sério
ser papai e Preciosa soube se adaptar a sua nova vida com facilidade. Está
claro que as crianças nos vencem quanto às adaptações. Porém, quando olho para
Tifany, sei que para Omar as coisas não serão fáceis.
Uma vez que nos despedimos de Anselmo, Tony, Preciosa e Tata. Omar,
Tifany, Arthur e eu embarcamos rumo a Los Angeles.
O voo é direto. Como sou das que enjoam no avião, tomo um remédio e,
como
sempre, durmo. Arthur, ao meu lado, sorri e pede para a aeromoça uma
manta para mim, me beija e murmura:
— Dorme bem, querida.
Oh, sim. Não há necessidade de me dizer isso. Antes de decolar, já
estou totalmente apagada.
Noto que alguém me beija com doçura no rosto e escuto o que fala:
— Acorda, caprichosa. Estamos a ponto de chegar.
Abro os olhos surpresa. Já?!
Uma vez que desembarcamos e pegamos nossas malas, nos despedimos de Omar
e Tifany. Porém essa se empenha em ficar para jantar essa noite em um lugar badalado.
Insiste tanto que no final Arthur e eu aceitamos. As oito num lugar chamado Open.
Já no táxi, depois de dar o endereço ao taxista, Arthur me abraça.
Somos felizes e isso ninguém vai nos tirar. Encantada, olho tudo com
curiosidade, enquanto meu amor explica por onde estamos passando. Tudo é
alucinante. Estou em Los
Angeles! Olho entusiasmada pela janela como uma criança com sapatos
novos, e dou um pulo e grito como uma adolescente quando vejo nas montanhas a
placa de Hollywood.
Arthur sorri.
Meia hora mais tarde, chegamos a uma rua chamada Devon Avenue.
Percebese
que é uma zona cara e quando o taxista para numa cerca branca,
entendemos que chegamos ao nosso destino. Depois, de tirar as malas e Arthur
pagar, o homem vai embora e meu amor me olha, me abraça pela cintura e sorrindo
diz:
— Bem vinda a sua casa.
Sorrio emocionada. Arthur aperta um controle que tira do bolso e a
cerca branca abre. Observo com curiosidade a casa de aspeto minimalista que
aparece na nossa frente. Não tem nada a ver com a de Anselmo em Porto Rico.
Essa é um
edifício branco como dois cubos unidos. Tem grandes janelas e,
sinceramente, mais feia não poderia ser! Moderna demais para o que eu considero
um lar. Porém não digo nada.
Quando entramos, Arthur tecla uns números no painel da entrada.
Imagino que esteja desativando o alarme e no mesmo momento, todas as persianas
começam a subir e as luzes acendem. Olho para ele alucinada, ele me esclarece:
— É uma casa moderna, querida.
Assenti e olhei ao redor, na entrada. Tudo está niquelado (coberto com
um banho de níquel para ter resistência), limpo e em seu lugar. O lugar
perfeito para que, em quatro dias, se não for cuidadosa, para ele serei uma
bagunceira.
— Estou há mais de 2 anos sem vir aqui.
— Sério? – Arthur assente e comenta: — Tony disse que se hospedou aqui
quando veio a Los Angeles por assuntos de trabalho e meu pai algumas vezes também
ficou por aqui. Espero que Wilma tenha cuidado bem da casa.
— Quem é Wilma?
— A mulher que vem limpar. Está comigo há uns anos e é um encanto. Já
irá conhecê-la.
Uma vez que Arthur entra com nossas malas, segura minha mão e diz:
— Vem, te mostrarei a casa.
A casa é dividida em dois andares.
Está claro que ali vive um homem solteiro. O lugar grita isso.
A cozinha é incrível. Preta e vermelha. Armários até o teto.
Eletrodomésticos integrados e uma impressionante ilha central com uma bonita
bancada de ao menos 3 metros em quartzo vermelho. Porém, vejo algo na geladeira
que me irrita, mas não digo nada.
Me mostra a sala, com uma enorme televisão e um impressionante equipamento
de música. Mesas de cristais, cadeiras negras. Um par de poltronas mega
modernas de cor cáqui, e um grande puff negro. Minimalista. Linhas simples e puras,
mas ao olhar para o aparador, vejo umas fotos que me deixam irritada. Mas não digo
nada.
Minha visita prossegue pelos três cômodos dessa curiosa casa. É a mais
moderna. Vermelha. Verde. Azul. Camas grandes. Poucos móveis e decorada com bom
gosto, isso não vou negar.
Arthur comenta que comprou a casa de uma estrela de Hollywood faz uns
anos.
Eu assenti. Parece como as típicas da revista. Mostra-me também uma
bonita sauna, uma academia e, em um dos incríveis banheiros, vejo um body azul
com brilhos pretos ali, pendurado. Não digo nada.
Voltamos pro primeiro andar e ele me mostra seu escritório. A
diferença do resto da casa, é que nesse a decoração é clássica. Isso me chama
atenção, porém me chama mais atenção ainda uns desenhos eróticos, que me
lembram do que fizemos uns dias. Isso me tira do sério, mas ainda não falo
nada.
A casa é bonita e perfeita. Tão bonita e perfeita que já que não
poderei ajudá-lo.
Calo-me. E sigo sem falar nada.
Arthur, encantado, me leva até seu quarto. É espaçoso e tem uma cama enorme
que olho com suspeita. Igual ao seu banheiro. Imaginar todas as mulheres que já
passaram por aqui está me matando. Porém não digo nada.
Quantas estiveram aqui montando no meu garotão!
Quando abre a porta de correr do terraço, vejo algo tampado com uma
lona e ao seu lado uma jacuzzi rodeada de madeira de teca (um tipo de madeira)
escura. Dou um silvo de aprovação e ele diz:
— Por fim algo que você gosta!
Seu comentário me chama atenção.
— Por que diz isso? – Pergunto.
— Ele se aproxima me abraça e responde dengoso:
— Te conheço, caprichosa, e quando você não diz nada isso não é um bom
sinal. Vamos, me diz o que acontece.
Com um sobrancelha levantada estilo Cruella de Vil (personagem do
desenho animado 101 dálmatas), pergunto:
— Tem certeza que quer saber?
Arthur assente e eu suspiro. Aqui vão minhas reprovações. Afastando-me
dele, vou até um móvel e pego o porta retrato e saio do quarto. Arthur me
segue. Vou ao banheiro, pego o body e ele murmura:
— Querida...
Não escuto e prossigo. Do escritório pego os desenhos eróticos, da
cozinha a foto da geladeira e ao chegar à sala, eu jogo tudo sobre a mesa, pego
as fotos e, quando tenho tudo junto, olho para Arthur e o recrimino:
— Se eu tivesse te levado alguma vez a minha própria casa e tivesse
estas coisas nela, eu teria tido a delicadeza de tirá-las para evitar
problemas. Sabe bem o que sofri na casa dos seus pais ao ouvir falar da encantadora
Caty, e agora tenho que suportar ver as fotos de vocês abraçados e sorridentes
por todas as partes.
Ele observa as coisas que eu falo e assente. Logo se aproxima de mim,
mas eu não permito. Afasto-me. Ele levanta as sobrancelhas. Eu também. Ele não
gostou.
Dou um passo para trás. Ele dá um para mim. Volto a dar um outro passo
para trás, E ele volta a dar um para mim.
— Não, Arthur, não me toque. Estou irritada.
— Tudo tem sua explicação.
Quero saber essa explicação também
ResponderExcluirEu tbem quero.
ResponderExcluirQue cara d pau boy
Pegou mal hein gato!
ResponderExcluirMaais
Pisou na bola baby agora aguenta ;)
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