Ele, como eu, olha para a menina, tão pequenina, tão indefesa, correr sozinha
pela areia e volto a cobrar:
— Como você pode ser tão duro com ela? Que culpa tem do que sua mãe
fez no passado?
Ninguém responde, eu mesma notei que Tifany não pergunta por que intui
do que falo e olhando para Arthur, prossigo:
— Ela só tem quatro anos.
— Você está certa, querida. – Arthur responde — Mas é melhor que deixemos
assim.
Furiosa com a situação olho para a menina, que continua correndo distante
e, incapaz de deixá-la ir assim, dou um puxão e solto a mão de Arthur me
levanto e grito:
— Preciosa, espere!
Mas ela não me ouve. Corro atrás dela. Vejo que vai a direita na
estrada.
Fico angustiada e volto a gritar, enquanto acelero o passo como posso.
— Preciosa, pare! Pare! Não atravesse a estrada.
Ela me ignora e só posso ver que cada passo está cada vez mais perto da
estrada e eu serei incapaz de chegar para pará-la.
De repente, os três irmãos Aguiar se adiantam a passos largos. Eles também
viram o que vai acontecer. A menina vai atravessar sem olhar e vêm vários
carros. A angústia cresce, enquanto grito e ouço Arthur, Tony e Omar gritarem
para que pare.
O som de uma freada seca me deixa sem ar.
Não... Não... Não... Não pode ter acontecido!
Não vejo o que acontece e quando chego e passo entre as pessoas, ela chora
nos braços de Arthur. Omar a pega e a abraça, mas ela ao me ver, estende suas
mãozinhas. Seguro-a, enquanto Arthur, sem fôlego, murmura me tranquilizando:
— Nós a pegamos a tempo. Ela está assustada.
Agradeço-o com o olhar e depois beijo com carinho a cabeça da menina, enquanto
ela, assustada, chora e o motorista do veículo dá graças a Deus por não ter a
atropelado.
Sento-me no acostamento a embalando enquanto minha respiração se normaliza
e Tony fala com o motorista. Omar nos olha ainda ofegante. Não digo nada. Só
quero que Preciosa pare de tremer e de chorar e aproximando minha boca de seu
ouvido, canto.
Não chore mais, minha preciosa.
Não chore mais que acende minha pena.
Não chore mais, minha preciosa,
Não chore mais, que o tempo se esgota entre lágrimas quebradas pela solidão.
A menina fica em silêncio. Pisca e me escuta. Não está acostumada que alguém
a embale. Que alguém cante ou dê carinho. Arthur me olha e logo vejo que Omar e
Tony também. Os três ficam parados ouvindo. Sem deixar de balançar continuo
cantando e quando sorri e seus tremores se acalmam, beijo sua bochecha e
pergunto:
— Você gostou da música?
— Sim.
— Onde você fez o dodói?
A menina sinaliza o joelho. Tem um pequeno arranhão, sem importância e
faço o que costumava fazer quando trabalhava na creche e uma criança caía.
Passo a mãos sobre o machucado, sem tocar e cantando:
Sara, sara, se não curar hoje curará de manhãzinha.
Depois dou um beijo no joelho e sorrio. Preciosa faz o mesmo.
Nesse momento, saem Tata e Elsa pelo portão da propriedade. Alguém as
avisou o que ocorreu e Tata grita nervosa:
— A menina... Ah, bendito seja Deus, a menina está bem?
Omar ao vê-la tranquiliza.
— Está bem, Tata. Não se preocupe, Preciosa está bem.
— Graças a Deus... Graças a Deus... – diz a mulher olhando para mim.
Elsa, com cara feia, se aproxima de mim e grita:
— Vou ter que fechar as janelas com chave também. – Quando vou responder,
sussurra — Só me dá problemas e desgostos esta inútil.
Mas quando vê os irmãos Aguiar a observando, suaviza o semblante e diz:
— Vem com a tita, Preciosa.
A pequena se agarra a meu pescoço. Não quer ir com ela. Começa a tremer
de novo e eu, sem deixar que a toque, digo bem claro:
— Olha, Elsa, não sei como são as leis neste país no que se refere às crianças,
mas garanto que se você se atrever a tocar na menina ou tratá-la mal, vou
colocar em prática minha própria lei e eu juro por meu pai que vai se arrepender.
Ela dá um passo para trás, enquanto eu me levanto do meio-fio do acostamento.
Tata se aproxima, estende os braços para a menina e diz ao ver como olho
para Elsa:
— Fique tranquila, Lua. Ela estará comigo. Prestarei atenção.
Quando vão andar, agarro o braço de Elsa e sussurro:
— Estou avisando, se você tocar na menina, eu te mato.
— Wepa... Que gênio, cunhada. – comenta Tony quando elas se vão.
Levanto uma sobrancelha, coloco os braços em jarras nos quadris e olhando
para os três irmãos, digo muito séria:
— Entendo que vocês estão zangados com a mãe dessa menina pelo que
quis fazer. Mas façam o favor de serem adultos e pensar que essa menina não tem
que pagar pelo que a desmiolada de sua mãe fez e mais se ainda a abandonou com
a bruxa má de sua tia.
— Você que sabe, Lua? – protesta Omar.
Aproximando-se dele respondo:
— Na verdade, não sei nada. Mas o que sei é o que vejo e o que vejo é uma
pequena abandonada por sua mãe, assustada e intimidada por sua tia.
Vejo também que três gigantes como vocês, não fazem nada por ela.
Acaso tem que ter sobrenome Aguiar para que estendam a mão?
— Sua mãe...
— Tony, – o interrompo — sua mãe não é ela, assim como você não é o seu
pai. Quando é que vai se dar conta? Até quando vai deixar que inocentes paguem
pela culpa de outros?
Faz-se um silêncio, e logo, Omar murmura:
— Eu fiz o teste de paternidade.
Ao ouvir isso, Tony e Arthur olham para seu irmão. Eu também.
Queremos que continue e finalmente diz:
— Cada mês, passo a Elsa uma quantidade para que cuide. É tudo o que
posso fazer por ela.
Arthur pisca incrédulo e pergunta:
— É sua filha?
Omar assente com a cabeça.
— Os resultados dos testes confirmaram.
Mdssss que revelação... Quero só vê a reação de Lua!!! Anciosa posta maiss!!!
ResponderExcluirOWG o que deu nessas webs para pararem na melhor parte ;( Posttaaa maiiis....
ResponderExcluirPosta maiss
ResponderExcluirPoxa preciosa e filha dele e ainda é maltratada desse jeito tou passada bichinha Lua toda fofa mais é braba kkk
ResponderExcluirA Preciosa é filha dele e ele só pode dar dinheiro cadê o amor pela filha? Ainda bem q a Lua gosta dela e dar carinho!
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