Seu comentário é, um pouco, ofensivo para mim, que sou a cantora
loira. Ah... e uma menina!
Observo como Arthur o confronta e penso em Caty Thomson. É a primeira
vez que e ouço falar dela, mas estou segura de que não será a última.
Tata também se mete na discussão e, quando não posso mais, me coloco
na frente do homem desagradável que me olha amargamente e digo:
— Acho que é muito rude o que você está fazendo. Tenho 26 anos, sim, e
eu sou loira e cantora, mas isso não quer dizer estúpida, nem aproveitadora. E
quanto a investigar sobre mim ou minha família como se fossemos criminosos, me
incomoda, me irrita e me faz querer trazer o pior em mim.
— Se te incomoda ou irrita, não importa nenhum pouco.
É um bastardo, o sujeito!
— Querida, não se incomode...
— Oh, bendito Deus. – sussurra Tata.
— Tenho uma família trabalhadora e descente, – prossigo, ignorando as
palavras de Arthur — que nunca ofenderam ninguém como você está fazendo. E
quanto a minha voz, eu...
— Não me conte histórias, loira. – ele me interrompe — Dinheiro e fama
são muito apetecíveis para muitas mulheres. Eu simplesmente vejo pelo bem do
meu filho.
Olho a mesa e me contenho para não pegar uma faca e laçar-me sobre
ele.
— Meta seu fodido dinheiro onde lhe caiba. – grunho, perdendo os
papéis.
— Lua! – Arthur grita.
— Devolverei a Arthur o anel de sua mãe. – continuo furiosa — Não
preciso de
nenhuma joia para amar o seu filho. Amava-lhe sem este anel eu ainda
posso amá-lo sem ele.
Com gesto raivoso, tiro o anel e o jogo sobre a pasta onde
supostamente minha vida está escrita em algumas folhas. Arthur me olha incrédulo
e então seu pai solta:
— E ainda por cima respondona?
Com vontade de estrangular esse antipático, me volto com toda minha
fúria espanhola e respondo, enquanto contenho minha raiva:
— Respondona com as pessoas que o merecem. E você merece.
Olho para Arthur, seu rosto está tão descomposto quanto o meu, e digo:
— Vou embora daqui.
Saio quase correndo da sala, mas antes de chegar à porta, seus braços
me rodeiam e me param. Sussurra maravilhosas palavras de amor. É o que eu
necessito. Ficamos assim algum tempo e em seguida me beija na cabeça e se
desculpa:
— Sinto muito, querida. Eu sabia que seria difícil, mas...
— Eu quero ir embora daqui. – o corto, prestes a chorar.
— Shhh... Amor. Calma.
Respiro com dificuldade e sinto que estou me afogando, mas os mimos
que Arthur me dá me tranquilizam. Eu nunca me senti tão mal com ninguém. Se
passaram apenas dez minutos, mas foram o suficiente para saber que esse homem
me odeia... Por ser jovem, cantora e loira.
Tenho vontade de chorar, mas eu não vou fazer. De repente, vejo seu
pai atrás de nós e me assusto.
— A comida está esfriando. – ele nos diz — Vamos, entrem.
Arthur e eu o olhamos. O homem, de novo sentado na cadeira de rodas,
nos olha com semblante impassível. A raiva me corrói por dentro quando vejo qua
dá a volta e desaparece no corredor.
Arthur, ofuscado e se importar com nada, pega a minha mão e me puxa
para a porta da rua. Saímos e o ar fresco me bate no rosto. Respiro aliviada. E
nesse instante Tony chega, que sobe os degraus de dois em dois e pergunta:
— O que ocorre?
— Vamos embora. – responde Arthur.
Seu irmão o agarra pelo braço e pergunta:
— Não será pelo que imagino...
Arthur assente e ouço Tony soltar um palavrão e toca o cabelo escuro.
Olha para a direita, bufa, e depois, olhando seu irmão, diz:
— Já o conhece. O que esperava que fizesse?
Ele não responde e eu, incapaz de me calar, pergunto, me soltando de
sua mão:
— Por que me trouxe aqui sabendo o que ia acontecer?
Vejo os irmãos se olharem. A dor atravessa seus rostos e Arthur
responde:
— Porque ele é meu pai e ele tinha que conhecê-la mais cedo ou mais
tarde.
O olho espantada. Agora eu entendo a paciência que Tata me pediu que
tivesse.
Começo a rir, e Tony que conhece o motivo desta, diz:
— Isso é o que meu pai precisa. Rir dele. Mostre-lhe que você também
tem caráter e assim o ganhará. Se deixar que te vença, nunca te respeitará,
como nunca respeitou as mulheres de Omar.
— Tony, – murmura Arthur, desconfortável — tenhamos a festa em paz.
Tem sido bastante inconveniente e tudo para...
— Permite que ria dele? – o corto de repente.
— Não... Foda. Não quero que ria do meu pai.
Ok, eu entendo. Eu tampouco iria querer que rissem do meu, mas
insisto:
— E esta batalha?
Arthur bufa. Não sei o que dizer e finalmente responde:
— Ouça, querida, já o conheceu. Podemos ir daqui e não tem que vê-lo
novamente até o dia do casamento. Não pretendo que entre em seu jogo absurdo,
desnecessário. Eu sei que você me ama e você sabe que eu te amo, não preciso de
mais nada!
Furiosa com o que esse velho fodido é capaz de fazer para incomodar os
que têm por perto, ergo o queixo e, olhando o homem maravilhoso que está ao meu
lado, proponho:
— Vamos voltar para a sala de jantar.
— O que?!
Tony sorri, se aproxima de mim e me dá um beijo na bochecha. E antes
de entrar na casa, me anima:
— Dê ao velho o que ele merece, Lua!
Quando se vai nos deixando sozinhos, tomo ar e, olhando para Arthur
com segurança, digo:
— Não suporto ter investigado minha família e quero que você saiba que
nem ele nem ninguém pode comigo. Prometo-te que irei controlar todas as minhas
respostas e não cairei na grosseria ou vulgaridade. Seu pai acabou de encontrar
de frente quem desejava. Ele vai saber como são as espanholas loiras, se você
me permite.
Minhas palavras o desconcerta, mas finalmente sorri e responde:
— Permito se você me disser algo carinhoso.
Ao entender o que se refere, reviro os olhos e murmuro:
— Eu te amo, querido.
Arthur sorri e, me beijando, concorda:
— Vamos, Caprichosa, vamos mostrar ao Ogro como é minha linda esposa.
Tomando ar e contendo as lágrimas, o beijo, o agarro com força pela
mão e deixo que me leve de novo a sala de jantar.
Tata, Tony e o pai de Arthur nos esperam. Sobre a mesa segue a pasta
com as informações sobre mim, e também o anel. Tony pisca para mim. Tata, ao
passar do meu lado, aperta minha mão por um momento para me incentivar e me
sinaliza uma cadeira ao seu lado.
Corajosamente, eu pego a pasta e o anel. O Ogro me olha e eu olho
também, desafiador, enquanto coloco o anel lentamente. Então eu volto para
Arthur, que me observa, e lhe entregando a pasta, digo:
— Aqui, querido, depois o lemos juntos. Certifique-se de descobrir
coisas sobre mim que nem eu sabia.
O Ogro franze o cenho. Certo. Eu gosto disso.
Arthur sorri e me aproximo de Tony, o abraço por trás e, depois de dar
um beijo na bochecha, lhe digo no ouvido:
— Você é o amigo mais maravilhoso que eu conheço e se eu não tivesse
me apaixonado por seu irmão, eu teria me apaixonado por você.
Depois me aproximo da cadeira que está à direita de seu pai e nela
está Pulgas. Sem socos, tiro o cão com um tapa e o animal rosna. Uma vez a cadeira
livre, eu sento, olho o dono do bicho e, depois de piscar, digo:
— Tenho uma fome terrível, com o que vou me deliciar, senhor?
Anselmo Aguiar me olha intrigado. Ele não esperava essa reação de mim
e não
responde nada.
Momentos depois, umas mulheres do serviço entram na sala e me olham
estranhas ao me verem sentada ao lado de seu senhor. Eu sorrio. Colocam pratos
distintos sobre a mesa.
Observo a comida encantada. Saladas, frango, ovos com maionese,
vegetais. Tudo parece bom e me sirvo.
Comemos em silêncio. As refeições em minha casa são puro caos e uma
oportunidade para conversarmos. Eu acho que eu nunca estive em uma refeição
onde todos estão em silêncio. Mas nesta casa se calam e comem e eu decido fazer
o mesmo.
Dissimulando, observo como o pai de Arthur me olhar comer. O tenho
hipnotizado.
Embora ter o estomago cerrado pelos nervos por causa da situação,
devoro como uma possuída até que o ouço dizer:
— Tem um bom apetite.
Isso me faz olhar para ele e, sorrindo, respondo:
— Quando me desafiam me da fome, à você não?
Meu comentário não sei se o incomoda ou gosta, porque não sorri. Mas
ao ver seus olhos, sei que achou graça e afirma:
— Não costumo me equivocar.
— E se o faz pede desculpas?
— Depende. Talvez por algumas coisas.
O olho, sorrio e, com um dos meus olhares, sentencio, antes de meter
um pedaço de carne na boca:
— Comigo o fará por todas.
Com o canto do olho, vejo que, finalmente, os cantos de seus lábios se
curvam ligeiramente, enquanto come um pouco de salada.
Já sei com quem Arthur se parece. É esculpido pelo mesmo padrão de seu
pai.
Gostei em Luh! Mais
ResponderExcluirCredo velho chato! posta mais
ResponderExcluirvelho chato cachorro rabugento kkkk bora Lua manda esse velho pastar kkk ansiosa por mais
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