Capítulo 83:
Sexta-feira
O desespero
tomou conta de mim.
Nenhuma
notícia. Nenhum telefonema. Nada.
Não
sei absolutamente nada sobre ele. E isso me faz concluir que de fato fui seu brinquedinho
durante alguns dias, e tudo o que quero agora é esquecê-lo.
Minha
chefe é um saco. Hoje fez uma ceninha na frente de vários colegas. Não a mandei
à merda porque o desemprego está alto, senão... ela ia saber quem é Lua Maria
Blanco.
À
tarde, minha amiga Azu me liga e marcamos um cinema. Vamos ver o filme Tengo ganas
de ti e eu choro... Me acabo de tanto chorar. É lindo e triste ao mesmo tempo.
Me sinto como Ginebra, uma guerreira lutadora e incompreendida, e totalmente
apaixonada por um homem cheio de segredos.
Na
saída, uns amigos que nos esperam riem de mim. Ninguém entende por que eu choro
com os filmes, e sugerem que a gente vá beliscar alguma coisa nos bares da
Plaza Mayor. A sugestão me deixa contente.
Entre
uma bebidinha mais forte e outra, tomamos muitas cervejas e por fim consigo sorrir.
Depois emendamos em outro bar e, às quatro da manhã, finalmente volto a ser eu mesma!
Rio, me divirto e danço como uma louca, ainda que para isso eu tenha bebido o estoque
de rum com Coca-Cola de toda a Madri.
Na
manhã seguinte, o barulho da porta me acorda.
Tapo
a cabeça com o travesseiro, mas o barulho continua e continua... Irritada, me levanto
e atendo o interfone.
—
Quem é?
— Oi,
tia. Sou eu e a mamãe.
Era o
que me faltava.
Minha
irmã!
Abro
a porta para elas com má vontade. Começar o dia aturando o pessimismo da minha
irmã me deixa desesperada, mas não tenho escapatória. Minha pequena sobrinha se
atira em meus braços assim que me vê, e minha irmã, ao reparar em meu estado, passa
batido e liga logo a tevê. Procura o canal infantil e, quando Bob Esponja
aparece na tela, minha sobrinha desaparece do nosso lado. Como gosta desses
desenhos ridículos...
Entro
na cozinha, feito um zumbi, preparo um café e minha irmã me segue. Sua expressão
é séria, e eu já imagino que ela vai me encher de perguntas. Vejo como está tensa.
—
Primeiro, me devolve a cópia das chaves da tua casa.
Com
vontade de matar Raquel, vou até o aparador, pego as chaves e ponho na sua mão.
—
Segundo — continua —, você é uma péssima irmã. Te liguei milhões de vezes nos últimos
dias e nada de você ligar de volta. E se tivesse acontecido alguma coisa grave comigo?
Não
responde. Ela tem razão. Às vezes sou muito avoada e admito que dessa vez exagerei.
— E
terceiro: que diabos aconteceu para você estar com essa cara péssima?
—
Raquel, ontem à noite eu saí com uns amigos e só fui dormir às sete da manhã.
Estou
destruída.
Minha
irmã se serve de outro café e senta na minha frente.
—
Bom, a noite deve ter sido maravilhosa. Sua cara diz tudo.
—
Foi, sim — murmuro, enquanto pego uma aspirina. Estou precisando.
— Foi
com aquele gato com quem você está saindo?
—
Não.
Faz
cara de deceção, e eu mais ainda ao pensar em Arthur.
Minha
irmã não gosta de Azu e meus amigos. Acha coisa de marginal usarem piercing na
sobrancelha e terem tatuagens. Está muito enganada, mas, como já tentei
explicar várias vezes e não deu em nada, deixo pra lá. Que ela pense o que
quiser.
—
Manaaaa... não me diga que a saída de ontem foi com aqueles seus amigos, porque
senão vou ficar irritada.
Dou
de ombros e respondo:
—
Então pode ficar irritada. Assim você terá dois trabalhos: se irritar e se
“desirritar”.
— E Arthur?
Esse é o nome dele, né?
— É.
—
Você continua com ele?
—
Não.
— Por
que não?
— O
que você tem a ver com isso, Raquel?
— Poxa, Lua, ele parecia
um homem com H maiúsculo. Como você deixou escapar?Capítulo 84:
Esse é um comentário típico do meu pai, mas, não satisfeita e apesar de eu olhar para ela com minha expressão de “Cala a boca senão te dou um tapa!”, ela continua:
— Eu
realmente não te entendo, Lua. Fernando é louco por você, e você não está nem
aí pra ele, e agora você ainda perde aquele homem interessante, decente e com cara
de sério que te dá a maior bola.
— Que
saco... quer calar a boca?
Minha
irmã balança a cabeça, me reprovando. Mau sinal.
—
Não. Não vou calar a boca. Fico dias sem te ver e quando ligo você não atende.
E hoje eu venho te ver e te encontro feito um trapo por ter saído com seus
amiguinhos. E ainda por cima não está mais com Arthur.
Solto
o ar bufando. Bufando e bufando.
E,
quando acho que já esgotei todos os meus suspiros e paciência, olho para a
chata da minha irmã.
—
Olha só, Raquel, não quero falar sobre Arthur, nem sobre meus amigos, nem sobre Fernando,
nem sobre nada. Não estou nem aí pra nada disso! Estou tendo uma semana infernal
no trabalho e ontem saí porque precisava me divertir e esquecer todas as coisas
que estão me estressando. E agora vem você e fica gritando como uma louca, sem querer
entender que minha cabeça está explodindo... E, como você não cala a boca, juro
que sou capaz de fazer uma coisa horrível.
Minha
irmã mexe o café, toma um gole e, fazendo cara de coitadinha, começa a chorar.
Ótimo...!
Era o que me faltava!
Por
fim, abandono a cadeira e vou abraçá-la.
—
Ah... desculpa, Raquel. Desculpa por ter gritado desse jeito. Mas você já sabe que
não suporto que você se meta na minha vida e...
—
Preciso te contar uma coisa e não sei como, maninha.
A
mudança de assunto me desconcerta.
—
Deixa eu ver... outra vez a história do José estar enganando você?
Minha
irmã enxuga os olhos. Levanta-se. Observa minha sobrinha de longe e, aproximando-se
de novo de mim, murmura:
— Lua.
Te liguei mil vezes pra te contar.
Fico
concordando com a cabeça. Vi suas chamadas perdidas, mas decidi ignorar. Me sinto
péssima.
—
Eu... eu não sei por onde começar — cochicha. — É tudo tão... tão... Isso me
deixa nervosa, e meu pescoço começa a coçar. Será verdade que o idiota do meu
cunhado está traindo minha irmã? Convencida de que dessa vez o assunto é sério,
pego as mãos dela.
— Tão
o quê?
Minha
irmã tapa o rosto com as mãos e quero morrer de angústia. Pobrezinha. Sou pior
que uma bruxa. Conheço ela e sei que está sofrendo.
— É
que tenho vergonha.
—
Deixa disso. Sou sua irmã.
Raquel
fica vermelha como um tomate. Leva a mão ao pescoço, abaixa a voz e cochicha:
—
José e eu conversamos seriamente na semana passada, quando ele voltou de viagem.
— Balanço a cabeça e faço cara de compreensão. Esse é um bom começo. — Me disse
que não tem amante nenhuma e que gosta de mim, mas...
—
Mas?
— No
dia seguinte, quarta-feira da semana passada, quando Luz foi dormir, ele fechou
a porta da sala e... e... colocou um filme de mulher vadia.
— Um
filme pornô?
—
Sim. Ai, meu Deus...! Você não imagina as coisas que vi!
Solto
uma risada. Não consigo evitar.
— Ah,
Raquel, não seja careta. Pessoas transando.
— ...
E trios e orgias e...
—
Caraca... pelo visto o Zezinho te deixou bem informada.
Ambas
caímos na gargalhada.
—
Reconheço que isso fez minha libido ir a mil e... bem... — sussura. — Uma coisa
levou à outra e fizemos amor na sala. No chão!
— Não
acredito!
—
Exatamente isso que você ouviu.
Achando
graça no fato de que, para minha irmã, fazer sexo no chão é algo proibido, digo:
—
Bom... e que tal?
Ela
sorri. Morre de vergonha e murmura sem olhar para mim:
— Ah,
Lua...! Foi como na época em que éramos namorados. Paixão em estado puro.
Pego
suas mãos e a faço olhar nos meus olhos.
—
Isso é maravilhoso. Não é o que você queria? Paixão?
—
Sim.
—
Então qual é o problema? Por que me olha com essa cara?
—
Porque a história não termina aí. No sábado eu quis lhe fazer uma surpresa.
Falei com a mãe de Alicia e levei Luz para dormir na casa dela. Preparei um
jantarzinho, fui ao cabeleireiro e... e...
— E?
— Ai,
querida, tenho até vergonha de falar.
Faço
cara de impaciência e solto um longo suspiro.
— Tá
bom, se você vai me dizer que assistiu a outro filme pornô com seu marido e que
vocês transaram encostados na porta, o que há de errado?
Minha
irmã põe a mão no peito.
— Lua...
é que não só fizemos no sofá e no chão, mas também em cima da máquina de lavar
e no corredor.
— O
José tá que tá... Que garanhão você tem em casa, hein?
Por
fim minha irmã solta uma gargalhada.
— Ele
me comprou uma lingerie vermelha muito sexy e me fez vestir.
— Que
máximo, Raquel...
— E
depois... quando eu menos esperava, me deu outro presente e...
— E?
Raquel
bebe um gole de seu café. Pega seu leque, se abana e acrescenta, vermelha como
um tomate:
— Me
deu um... um... um... vibrador. Pronto, falei! Disse que quer que a gente
brinque na cama, que nossa relação precisa disso e que devemos realizar
fantasias.
Solto
uma risada outra vez. Não consigo me conter!
Minha
irmã olha para mim e, chateada, murmura:
— Não sei qual é a
graça. Estou te dizendo que...Lindas é uma doença sim, mas ainda não vamos nos preocupar. Não posso falar mais
Hellen Lima- Mulher posso te garantir que não é linda :)
Sarah Ribeiro- Logo logo ele volta, também não consegue ficar muito tempo longe dela amor <3
Raquel nem imagina que a Lu ja fez isso td kkkk.Posta mais,to preocupada com o arthur.
ResponderExcluirGabs❤️
Se a Raquel descobrir o que a Lua já fez..kkkkkk.Ainda bem que o Arthur não vai demorar a voltar.Poxa,nem pra responder os e-mails Aguiar?Maaaais por favor
ResponderExcluirMas ah doecia eh grave ele vai sair dessa ? Amo ah web ...
ResponderExcluirAi meu Deus !! Arthur doente ? Socorro
ResponderExcluirPosta +++++++++
Ameeii *-*
Mds! Arthur Doente ? Continuaaaaaaa
ResponderExcluirA doença é grave,?ele pode morrer?? Posta mais
ResponderExcluirMeu Deus Arthur é tão estranho esse sumiço dele assuta, tadinha de Lua...
ResponderExcluirahaha ri litros Raquel entrando pro mundo dos vibradores ahahahaha sabe de nada inocente Lua ja é expert no assunto kkkkkk
adoreiii Jess *--*
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVC é burra ou oq? O nome da web é o mesmo do livro. Menina feia
ExcluirVc gosta de deixa a gente curiosa né ? ! Haha perfeita ❤️
ResponderExcluiro Arthur (Eric) tem glaucoma, herdou a doe
ResponderExcluircom um tempo a doença pode se agravar
deixando cego.
eles se casam O:-)
Mais hoje!!!
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