Peça-me o que quiser (Adaptada)- Capítulos 45, 46 e 47

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Eu sei eu sei, vocês devem querer me matar.
Desculpem meninas, de verdade eu nao postei ontem porque na segunda feira eu fiquei doente ha tarde, tava no trabalho e tive que voltar para casa porque estava mesmo muito mal, e ontem nem sequer consegui levantar da cama. E nem tive tempo de vir avisar.
Peço desculpa de todo o coração ;(

Bom vamos lá aos nossos capítulos :)




Capítulo 45:


Às sete da noite, estou sentada no sofá da casa da minha irmã.
Meu celular toca. Meus amigos me chamam para ir à praça Cibeles comemorar o título da Eurocopa. Mas não estou em clima de festa. Desligo o celular. Não quero saber de nada nem de ninguém. Estou triste, muito triste. Meu melhor amigo, com quem eu dividia todas as minhas tristezas e alegrias, me abandonou.
Choro... choro e choro.
Minha irmã me abraça, mas, inexplicavelmente, sinto que preciso do abraço de certo cara atrevido. Por quê?
Deixamos minha sobrinha na casa de uma vizinha. Não queremos que ela nos veja assim. Já foi bem difícil lhe explicar que o Trampo foi para o céu dos gatos, e não seria nada bom que ela agora nos visse aos prantos. Meu cunhado José chega e também fica triste. Nós três choramos. E, quando ligo para o meu pai e dou a notícia, já somos quatro.
Isso tudo é muito triste!
Às nove da noite, ligo o celular e recebo uma ligação de Fernando. Minha irmã tinha telefonado para ele, e agora ele está se oferecendo para vir a Madri me consolar. Rejeito a oferta e, após falar com ele por alguns minutos, encerro a ligação e desligo. Janto qualquer coisa e decido voltar para casa. Preciso enfrentá-la: a ela e à solidão.
Mas, quando entro, uma emoção estranha toma conta de mim. Tenho a sensação de que a qualquer momento Trampo, meu Trampinho, vai surgir em algum canto da casa e ronronar para mim. Fecho a porta e
me apoio nela. Meus olhos se enchem de lágrimas e não me contenho mais.
Choro, choro e choro, e desta vez sozinha, que me cai melhor.
Com os olhos inchados e sem conseguir me controlar, ando até a cozinha. Observo a tigela de comida de Trampo e me abaixo para pegá-la. Abro a lixeira e jogo fora os restos de comida que havia ali. Coloco a tigela na pia e a lavo. Após enxugá-la, olho para ela sem saber o que fazer com isso. Deixo-a em cima da bancada. Depois pego o pacote de ração e os remédios. Junto tudo e volto a chorar como uma boba.
Alguns segundos depois, escuto a porta da rua sendo aberta. É minha irmã. Ela vem e me abraça.
— Eu sabia que você estaria assim, maninha. Vamos, por favor, pare de chorar.
Tento dizer que não consigo. Que não quero. Que me recuso a acreditar que Trampo não voltará, mas o choro me impede de dizer qualquer coisa. Meia hora mais tarde, eu a convenço a ir embora. Escondo suas chaves para que não leve com ela e não volte a me incomodar. Preciso ficar sozinha.
Quando ando até o banheiro para lavar o rosto, vejo a caixa de areia de Trampo e caio no choro outra vez. Sento no vaso, disposta a chorar por horas e horas, quando ouço batidas na porta. Convencida de que minha irmã se deu conta de que não está com as chaves e resolveu voltar, abro a porta, mas é o senhor Aguiar quem aparece na minha frente, com cara de poucos amigos.
O que ele está fazendo aqui?
Me olha surpreso. Sua expressão muda por completo e, sem se mexer, pergunta:
— O que houve, Lu?
Não consigo responder. Meu rosto se contrai e eu começo a chorar outra vez.
Fica paralisado e então eu me aproximo dele, de seu peito, e ele me abraça. Preciso desse abraço. Ouço a porta se fechando e choro mais ainda.
Não sei por quanto tempo ficamos assim, até que de repente percebo que sua camisa está encharcada de lágrimas. Finalmente me afasto dele.



Capítulo 46:
— Trampo, meu gato, morreu — consigo murmurar.
É a primeira vez que digo essa palavra terrível. Eu a odeio!
Minha cara se contorce de novo e eu caio em prantos outra vez. Ele me puxa para si e me leva até o sofá. Tento falar, mas os soluços de tristeza não me permitem. Só consigo articular palavras entrecortadas, enquanto meu corpo se contrai involuntariamente e eu vejo que Arthur está desconcertado. Não sabe o que fazer. Por fim se levanta, pega um copo e o enche de água. Coloca nas minhas mãos e me obriga a beber. Cinco minutos depois, estou um pouco mais calma.
— Sinto muito, Lu. Sinto muitíssimo.
Faço que sim com a cabeça, enquanto aperto meus lábios e engulo a enxurrada de emoções que novamente imploram para sair de dentro de mim. Abraçada a ele, apoio minha cabeça em seu peito e sinto
minhas lágrimas rolando descontroladas. Desta vez não estou soluçando, e o simples fato de sentir sua mão acariciando meu cabelo e meu braço me reconforta.
Por volta da meia-noite, a tristeza ainda me domina, mas já sou capaz de controlar meu corpo e minhas palavras, então me afasto um pouco e olho para ele.
— Obrigada — digo.
Sinto que se comove; seus olhos revelam isso. Aproxima sua testa da minha e sussurra:
— Lu... Lu... Por que você não me disse? Eu teria te acompanhado e...
— Eu não estava sozinha. Minha irmã ficou comigo o tempo todo.
Arthur balança a cabeça, compreensivo, e passa seus polegares por baixo dos meus olhos para retirar as lágrimas.
— Você precisa descansar. Está exausta e sua mente tem que relaxar.
Faço que sim com a cabeça. Mas então me dou conta de que seu rosto está contraído.
— Você está bem? — pergunto.
Surpreso com a pergunta, ele olha para mim.
— Sim. Só estou com um pouco de dor de cabeça.
— Se você quiser, tenho aspirina no armário do banheiro.
Vejo que ele sorri. Em seguida me dá um beijo no alto da cabeça.
— Não se preocupe. Vai passar.
Preciso dormir, mas não quero que ele vá embora, então seguro sua camisa para tentar impedi-lo de sair.
— Gostaria que você ficasse aqui comigo, apesar de saber que não dá.
— Por que não dá?
— Não quero sexo — murmuro, com uma sinceridade esmagadora.
Arthur ergue a mão e toca meu rosto com uma ternura que nunca havia demonstrado antes.
— Vou ficar aqui contigo e não tentarei nada até você me pedir.
Isso me surpreende.
Levanta-se e me estende a mão. Eu a pego e ele me leva até o quarto. Assustada, vejo-o tirando os sapatos. Eu faço o mesmo. Depois tira a calça. Eu o imito. Deixa a camisa em cima de uma cadeira e fica vestido apenas com uma cueca boxer preta. Sexy!
Levante as cobertas e se enfia nelas. Sem esquecer o que lhe pedi, tiro a blusa e o sutiã, e pego embaixo do travesseiro minha camiseta de alcinha e o short de dormir. É do Taz, do desenho animado. Vejo que ele sorri e faço cara de emburrada.
Depois de vestir o pijama, abro uma caixinha redonda, retiro um comprimido e o tomo.
— O que é isso?
— Meu anticoncepcional — explico.
Instantes depois, me deito ao seu lado, e ele enfia o braço embaixo do meu pescoço.
Chego mais perto e ele me beija na ponta do nariz.
— Dorme, Lu... dorme e descansa.
Sua proximidade e sua voz me relaxam, e, abraçada a ele, acabo adormecendo.



Capítulo 47:
O despertador toca. Olho a hora: sete e meia.
Estico o braço e o desligo. Espreguiço na cama e minha cabeça desperta rapidamente.
Olho à minha direita e vejo que Arthur não está. Minha mente recupera a consciência do que aconteceu e eu me sento na cama quando ouço uma voz:
— Bom dia.
Olho na direção da porta e ali está ele, vestido. Vejo sua roupa e me surpreendo ao perceber que o terno e a camisa que ele está usando não são os mesmos da véspera. Ele se dá conta e responde:
— Tomás me trouxe essa roupa há uma hora.
— E a dor de cabeça? Passou? — pergunto.
— Passou, sim, Lu. Obrigado por perguntar.
Respondo com um sorriso triste. Levanto da cama sem ter consciência da minha cara péssima, toda despenteada, cheia de remela e com o pijama do Taz. Chego perto dele, fico na ponta dos pés e lhe dou um beijo na bochecha enquanto murmuro um ainda sonolento “bom dia”.
Vou à cozinha para dar o remédio de Trampo, até que vejo suas coisas em cima da bancada. Paro de repente e sinto Arthur atrás de mim. Nem me deixa pensar. Me segura pela cintura e me vira.
— Já para o chuveiro! — ordena.
Quando saio do banheiro e entro no quarto para me vestir, Arthur não está mais ali.
Então me apresso a pegar uma calcinha e um sutiã da gaveta e os coloco. Depois abro o armário e me visto. Quando já estou vestida e apresentável, vou para a sala e o vejo lendo o jornal.
— Tem café fresco — diz ao olhar para mim. — Come alguma coisa.
Ele dobra o jornal, se levanta, vem beijar o alto da minha cabeça.
— Hoje você vai me acompanhar a Guadalajara. Tenho que visitar as sucursais de lá.
Não se preocupe com nada. No escritório já estão todos avisados.
Concordo com um gesto, sem ânimo para falar ou contestar. Tomo o café e, quando deixo a xícara na pia, sinto que Arthur se aproxima por trás, mas desta vez não encosta em mim.
— Está melhor? — me pergunta.
Faço um gesto afirmativo, sem olhar para ele. Estou com vontade de chorar de novo, mas respiro fundo e consigo controlar o impulso. Tenho certeza de que Trampo se aborreceria se eu continuasse me comportando como uma fraca. Com meu melhor sorriso, me viro, tirando os fios de cabelo que caem sobre meus olhos.
— Quando quiser, podemos ir.
Ele faz que sim. Não me toca.
Não se aproxima de mim mais do que o estritamente necessário. Descemos até a rua e lá está Tomás, nos esperando com o carro. Entramos e a viagem começa. Durante o trajeto de uma hora, Arthur e eu folheamos vários papéis. Sou a encarregada de manter atualizadas as sucursais da Müller, então conheço quase todos os chefes. Arthur me explica que quer saber em primeira mão absolutamente tudo de cada sucursal: produtividade, número de funcionários que trabalham nas fábricas e o rendimento de todos eles.
Isso me deixa nervosa. Com a taxa de desemprego tão alta hoje em dia, tenho medo de que comece a demitir a torto e a direito. Mas em seguida me esclarece que seu objetivo não é esse, mas sim o contrário: tentar fazer com que seus produtos sejam mais competitivos e dar início à expansão.
Às dez e meia chegamos a Guadalajara. Não me espanto quando noto que Enrique Matías não se surpreende ao me ver. Cordial, nos cumprimenta e entramos todos juntos em sua sala. Arthur e ele conversam sobre produtividade, deficiências da empresa e uma série de outras coisas. E eu, sentada num discreto segundo plano, tomo nota de tudo. À uma e meia, quando deixamos a sala, saio feliz ao ver que eles se entenderam.
Recebo um torpedo de Fernando. Respondo que estou bem, mas no íntimo me sinto culpada. Receber suas mensagens e estar com Arthur faz com que eu me sinta mal. Mas por quê? Não tenho nada sério com nenhum dos dois.
No caminho de volta a Madri, Arthur sugere que a gente pare e almoce em alguma cidadezinha. Gosto da ideia e digo que por mim tudo bem. Tomás para em Azuqueca de Henares e comemos um cordeiro delicioso. Durante o almoço, ele recebe várias mensagens. Lê todas elas com as sobrancelhas franzidas e não responde. Às quatro da tarde seguimos viagem e, quando chegamos ao hotel Villa Magna, começo a ficar tensa.
Arthur percebe e segura minha mão.
— Não se preocupe. Só quero trocar de roupa pra passar a tarde contigo. Você tem algum plano?


Aqui está lindas. Mais logo há mais para compensar ;)

10 comentários:

  1. Aii que divoso !!
    Melhoras pra você flor ! :)
    Posta ++++++
    Ameeii *-*

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  2. ameiii a web, perfeita como sempre.
    ass:allana almeida

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  3. Melhoras, amei esse capítulo ����

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  4. Capitulo perfeito... Arthur super fofo com pua ameii!! Posta maisss!!

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  5. Perfeito como sempre,esperando que nem uma louca o próximo capítulo *-*

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  6. Melhoras.., super fod's esse capítulo, AMEI TA 🔝🔝.. Hahahah

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  7. Owm minha linda melhoras pra vc ♡
    Arthur é um homem que sabe surpreender *--*

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