Certezas - 2ª Temporada - 14º Capítulo

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POV’s Arthur Aguiar

   Por momento pensei que Lua ia pedir à minha mãe que arranja-se quartos separados para eu e ela dormirmos e ainda inventar uma razão qualquer. Mas não. a minha mãe arrumou o quarto e nos indicou em qual dormir. Era um quarto com condições razoáveis para uma grande vista para o jardim.
   Nos tempos livres, o meu pai se dedica aos jardins da casa e coloca aquilo do jeito que a minha mãe sempre sonhou. Na nossa antiga casa, em Londres, não havia espaço para jardins, visto que era escolher entre o jardim e a garagem e é claro que o meu pai preferiu a segunda opção.

   Depois do jantar, eu e Lua fomos para o quarto. Ela teve hoje o seu primeiro enjoo e chegou ao quarto muito pálida. Quis apenas se deitar, sem conversar mais nada. Estávamos os dois deitados na cama, mas eu estava sem o mínimo sono para já dormir.
   Antes, quando eu me encontrava sem sono, Lua costumava me colocar sobre o peito dela e mexer nos meus cabelos até eu finalmente adormecer. Hoje não é assim. Se eu não tenho sono, devo contar carneirinhos, contar até mil ou outra estratégia qualquer. Nada é como antes. Nada!

   Ela se mexeu, colocando os pés encostados aos meus. Percebi que ainda estava acordada. Resolvi me virar para o seu lado e fazer conchinha como antes dormia. Mas será que uma mulher grávida ainda gosta disso?

- Não consegue dormir?
- Não – ela respondeu
- Nem eu. – me aconcheguei mais no ombro dela, puxando os seus cabelos para o lado. Dei um cheiro neles. Adorava aquela sensação. – Cheira tão bem…
- Um shampoo novo.
- É muito bom.

   Ela suspirou e virou o seu corpo para mim. Se aninhou no meu peito e brincou nele com algo imaginário entre os seus dedos. Eu coloquei os meus braços de volta do seu corpo, colocando um deles mais inclinado e mexendo em seus cabelos macios.

- Você está tão dengosa.
- Acho que estou carente
- Carente? Precisa de amor? – eu ri fraco
- Sempre precisamos.
- Eu estou aqui.
- Queria que estivesse aqui cem por cento!
- Eu estou. – garanti para ela – Pode não parecer, mas a cada dia que passa eu estou mais apaixonado por você. Eu vou fazer esses dias os melhores da sua vida. Eu vou ser aquele namorado comportado, respeitador, carinhoso e apaixonado, como de antes.
- Mas eu não quero que seja só nestes dias que estamos aqui com os seus pais. Eu quero que seja sempre. Eu quero que você seja dedicado, eu quero que me ame… quero que nos ame! – ela suspirou novamente – Mas é claro que isso seria pedir de mais…
- Eu vou falar com o meu pai. Vou lhe pedir conselhos e você verá que eu serei ainda o melhor pai do mundo.
- Eu não vejo qual é o problema de entender isso. Eu juro que já tentei me colocar no seu lugar e não entendo o problema de ser pai.
- Eu tenho medo que ele atrapalhe a gente
- É claro que não vamos ter tantos momentos sozinhos. Mas teremos mais momentos felizes, em família. Vamos ter um ser entre nós que será metade meu, metade seu. Terá uma parte sua e uma parte minha. Vai ter os nossos defeitos e qualidade. Pensa nisso Arthur. Como não amar uma coisa dessas?
- Eu vou tentar… - dei um beijo no topo da cabeça dela e adormecemos assim.

   No dia seguinte, acordei mais cedo para tratar de uns negócios da empresa, via email, e depois fui tomar o café da manhã com o meu pai. Ele não ia trabalhar nesses dois dias que nos restam aqui. Ele disse que queria matar saudades minhas, como nos velhos tempos.

- Lembra de quando a gente acordava a sua mãe cedo e colocamos-lhe sobre a cama o café da manhã?
- Lembro. – eu ri – Normalmente você roubava uma flor do jardim da vizinha para dar à mãe.
- Verdade. Grandes tempos em Londres. Eu tenho saudades.
- Eu também. o tempo passou rápido de mais, né?
- Sim. Foi num abrir e fechar de olhos que você se tornou hoje no homem que é. E qualquer dia será pai.
- Pois é… - suspirei e baixei um pouco o rosto, olhando para as minhas mãos – Quando eu recebi a noticia… eu não queria. Eu queria rejeitar aquele filho, sabe?
- O quê? – meu pai se levantou da mesa incrédulo – Arthur, é você meu filho?
- Pai… - eu me levantei também – Eu desesperei. Os tempos passaram rápido. Hoje tenho 23 anos e tenho de lidar já com tanta coisa. Estou à menos de um ano com duas empresas nas minhas mãos e uma fábrica com uma data de funcionários e tenho ainda de me preocupar com um filho?
- Arthur, se você não tivesse essa idade, eu te daria um tapa, meu filho! – meu pai estava muito irritado – Um filho é uma bênção de deus, sabia?
- Sim, pai. Eu sei disso. Eu sei que muitos casais querem ter filhos e não podem e que sem eu pedir, deus me deu essa bênção. Mas eu quero medo que ele atrapalhe o casamento com a Lua ou o meu trabalho.
- Nada importa quando temos um filho nos braços. Meu deus. – meu pai colocou as mãos na cabeça – Eu não estou acreditando em tudo isso que estou ouvindo. Sabe que quando você era pequeno, eu implorava ao meu patrão para me dar férias adiantas para ficar com você em casa, com a sua mãe? Eu só queria te pegar no colo. Eu adorava escutar o seu chorinho durante a noite. Eu adorava te dar a mamadeira e te colocar a chupeta. O meu dia se alegrava assim que eu escutava a sua gargalhada de bebé logo pela manhã, sabia? – os olhos do meu pai brilhavam
- Quando você soube a noticia, como reagiu?
- Foi sem dúvida o melhor dia da minha vida. Eu e a sua mãe éramos novos e nenhum de nós tinha trabalho. Mas não foi por isso que desistimos. Eu trabalhava dia e noite e ainda arranjava tempo para passar o momento de gravidez com ela. É sem dúvida uma fase linda. É incrível como você vê a barriga da sua mulher crescer mês após mês. Com seis e sete meses, eu colocava a rádio onde passava a minha música preferida dos Beathles. A sua mãe dizia que você chutava muito nessa altura.
- Por isso é que hoje em dia eu ainda escuto. – sorri – Eu quero amar muito esse filho. Mas eu não sei como.
- Antes de olhar para o seu filho, você tem de olhar para a sua mulher. Você ama a Lua?
- Amo, amo muito ela.
- Então. Aquele bebé está dentro dela. Já imaginou um bebé com várias características dela? Então… - meu pai suspirou – Tenta tocar na barriga dela, meu filho. Isso é uma maneira de você se sentir mais próximo do bebé, entende?
- Entendo. Eu vou pensar em tudo o que você me disse… - sorri – Obrigado pai.
- De nada meu filho. E tira essa ideia louca, de que um bebé só vem para atrapalhar, da cabeça.
- Tá bom pai – nós rimos.


   O almoço foi feito na churrasqueira. A Lua estava com desejos de queijo fresco e eu saí para comprar. Ela se admirou quando eu me ofereci para ir comprar.

- Trouxe o que eu pedi?
- Sim. – disse eu com a sacola branca na mão – E trouxe chocolate também.
- Ai, que delicia. – ela pegou a sacola com tudo o que eu havia trazido – Come comigo?
- Queijo fresco? – fiz careta – Então… eu ia agora ajudar o meu pai… - cocei a cabeça
- Tá bom. – ela riu – Vai lá.
- Quando você chegar na parte do chocolate, aí sim você me chama. Tá?
- Tá. – disse ela, abrindo o frasco do queijo.

   Antes de ir com o meu pai para o churrasco, dei outro beijo na testa dela, colocando ao mesmo tempo as mãos em suas coxas e subindo um pouco até ao inicio do seu ventre. Com os polegares, passei sobre o seu umbigo. Por baixo daquela blusa larga, realmente eu conseguia perceber uma leve diferença.

- Eu te amo. – disse eu
- Eu também te amo. – respondeu ela

 
   Depois do almoço, fomos dar uma volta, só nós dois, por Manchester. Andávamos de mãos dadas como dois jovens apaixonados. Passamos por “Castlefield Urban Heritage Park”, um local agradável bem longe do tráfego de carros. Fizemos uma pequena caminhada por lá.
    Passamos por cima de uma ponte, observamos um sistema de canal enorme. Ao longo de todo o caminho sossegado vimos canais, rios, estradas, ferrovias, pontes, apartamentos e armazéns se cruzando. É maravilhoso.

- É como se a gente voltasse uns 100 anos para trás, né? – perguntei pra Lua
- É. É uma história de industria fascinante. Você adora isso, né?
- Adoro mesmo. Deveríamos viver aqui para sempre.
- Quem sabe um dia – Lua riu

   Mais à frente, nos restaurantes, vi Lua olhando para as ementas do dia. Logo ela passou a língua sobre os lábios e olhou para mim, feito criança.

- Quer entrar?
- Quero. – ela sorriu envergonhada

   Entramos num pub chamando “The Wharf”, no centro. À entrada, nos ofereceram bebidas e de seguida o cardápio. Aproveitávamos já para jantar cá.

- O que te apetece?
- Não sei. Vou escolher algo diferente. Mas tenho medo de não gostar.
- Eu vou escolher algo diferente também. – respondi – Se você não gostar do seu, troca com o meu.
- Vamos pedir então. – ela sorriu.

   Lua estava com um brilho especial e diferente em seus olhos. parecia estar a gostar muito de cá estar. E eu estava feliz por ela assim o estar também.
   Pedimos os nosso pratos e esperamos o garçon nos entregar. Enquanto isso, falávamos dos meus pais.

- Sua mãe está com um ar tão rejuvenescente. Realmente Manchester faz maravilhas.
- Em Londres eles não tinham trabalho. Aqui eles têm uma vida bem melhor.
- Verdade. – ela assentiu – Sua mãe teve me mostrando fotos duas de quando você era bebé. Me mostrou uma, inclusive, em que você tomava banho.
- Lá está a minha mãe sempre me envergonhando – rimos
- O seu cabelo era tão diferente. Eu não diria que você e aquele bebé eram a mesma pessoa – rimos – Eu já tinha visto aquelas fotos, mas já nem me lembrava delas. Tinha outras em que você estava disfarçado, no carnaval, de índio e até de marinheiro. Foi muito engraçado.
- Eu tenho que encontrar essas fotos e me livrar delas – rimos novamente.

   Os nossos pratos chegaram e ambos gostamos do de cada um. Lua pediu para provar o meu e depois eu provei o dela. Os empregados do restaurante nos chamaram para tirar uma foto e de seguida nos ofereceram ela.
   Na hora da sobremesa, Lua já tinha a sua escolhida.

- Eu quero o Brownie de chocolate – pediu ela
- São dois. – disse eu. O garçon apontou e foi buscar os pedidos – Falei com o meu pai sobre o bebé, também. Ele me deu algumas dicas…
- Tipo o quê? – perguntou Lua interessada
- Ah, depois você vê. – fiquei envergonhado – Eu juro que farei de tudo para vos agradar.
- “Vos agradar”? – ela sorriu
- Sim. Você e o bebé.
- Já pensou se será menino ou menina?
- Não… mas eu queria menina.
- A sua mãe diz que é menina.
- É? Como ela sabe?
- Não sei. Ela diz que a barriga dela não estava do jeito que a minha está. Por isso, é uma menina.
- Quem me dera que fosse como você. – peguei a mão dela.


   Voltamos para casa passando um pouco das 22horas da noite. Lua tinha pedido, pelo caminho, um doce qualquer que tinha visto na montra e eu lhe fiz a vontade de comprar.
   Tomamos um banho rápido juntos e depois voltamos para a cama. Lua cochilou rápido. Ela tinha os cobertores sobre suas pernas apenas. Estava vestindo um pijama normal, em tons de rosa, e eu puxei ligeiramente a sua blusa para cima.
   Não tinha como negar. A barriga de grávida é a melhor. Eu estava meio receoso, mas beijei a sua barriga ao leve. Senti ela se arrepiar. Droga, ela está acordada!

- Lindo. – ela me abraçou, me beijou e dormimos assim.

E aí, será que Arthur aceita de uma vez essa gravidez?
Sinto falta dos vossos comentários :( 
Gente, vamos fazer comentários mais construtivos? em vez de "posta ++++" ou "mais!". 
Pow, algo que dê animo. pode ser?

14 comentários:

  1. own que fofinho o Arthur está ^.^
    tomara que ele continue assim

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  2. Adorei esse negócio de o Arthur ir se apaixonando pelo bebê aos poucos, vai ser tão lindo quando ele for um papai babão 😍❤

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  3. eu acho que ele devia recua mais um pouco tipo demorar um pouco mais pra ele acertar a web quando fica muito love fica chata

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  4. tá incrível essa ideia de ele se apaixonar aos poucos pelo bebê #adorando

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  5. Ta lindaa a web, foi show o que o pai de Arthur disse pra ele acho que agr a ficha dele caiu que o filho não é como ele pensava. Só não vale Arthur mudar seus modos com Lua depois dessa viagem.
    Adorandooo <3

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  6. ta otima a web continua assim que ta lindo , marailhoso vc e ummassimo pra escrever, e acho que esse capitulo foi o melhor , continua postando capitulos assimadoreiiiii e posta maisss por favo eu fico desesperada pra ver o procimo e muita ansiedade porque a web e muito boa !!!!!!!!!!!

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  7. Sua web é sempre surpreendente e linda Cris, parabéns! :)

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  8. E ai a menina (no caso eu) se encontra Carente, e entra no blog, começa a ler a web "certezas-2 temporada cap 14, e do nada começa a chorar de emoção :') Cris sua diva de web Perfeitas, esse foi o cap mais cute q eu li ate agora *-* e aí pra piorar a ceno no final :') Meu deus, o Thur me sopreendeu😊 Nem preciso falar q Amei e q vc é fodaa, neh?!? Cris sua diva posta mais, pelo amor do nosso santo deus 🙏 necessito de maiss 😍❤️😍 #one_Love_LuAr ❤️

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  9. Tão perfeita . Acho que ele deve continuar assim ♥ parabéns Cris, suas webs são as melhores .
    As webs que você está postando pelas outras meninas que saíram, tem um novo capítulo? Beijo Cris .

    Érika

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  10. Acho q de todas a suas webs q eu ja li, essa é a minha segunda favorita. Ta otima cris, e espero q o.arthur continue fofinho desse jeito... Em outra web coloque a lua pra ter gemeos, acho q nunca teve na suas webs. Parabens, vc é uma otima escritora

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  11. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  12. Essa web é a minha favorita ♥

    Mandy S.

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  13. Sou nova aqui, li toda a web em um dia, hj mesmo!!! tô amando, ja chorei tanto rsrs

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