"Certezas" - 37º Capítulo

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POV NARRADOR

A notícia de que Lua tinha sido internada e que estava à espera de um doador de rins, tinha sido espalhada. Alias, quantos mais souberem, melhor! Os amigos dela, da clínica e da universidade, se juntaram e formaram campanhas em busca de um doador compatível com ela. 

A mãe de Lua fez as análises e ela era compatível, porém, não podia doar os rins, segundo o médico, porque as defesas dela não estava em alta. Estrela não era compatível com Lua. 

Enquanto Lua estava na clínica, Arthur, Estrela e Dona Blanco pensavam em um possível doador. 

- Será que eu sou compatível com ela?
- Eu não sei… - Dona Blanco abanou a cabeça negativamente – De qualquer maneira, você não pode fazer nada. Não é maior de idade e os seus pais não têm conhecimento de nada. Se lembre Arthur, ficar sem um rim é muito perigoso. Muito mesmo! – Dona Blanco se sentou no sofá e levou as mãos à cabeça – Eu queria muito que o doador da Lua já não estivesse entre nós – ela olhou para Arthur – Eu não quero me sentir culpada de nada.
- Mas não acha que a Lua se vai sentir mal por receber um rim de uma pessoa que já morreu?
- Se já morreu ou não… isso não interessa. Eu quero é que a minha pequena fique bem. Quem me dera estar no lugar dela. é tão difícil ver ela passar por tudo isso.

Arthur falou com os seus pais. Ele chorou, inclusive, pedindo que eles deixassem o rapaz fazer o exame e ver se era compatível com Lua, mas os pais dele não deixaram. Arthur jurou para si mesmo que quando fizesse os 18 anos, e caso ainda Lua não tivesse encontrado o doador, que ia fazer o exame e salvar a namorada!

Para que o tempo passasse mais rápido, Lua dava uma volta pelo clínica, mesmo tendo fios e tubos pelo seu corpo. Ela adorava ir à parte das crianças que, infelizmente, também com tão pouca idade já sofriam de doenças crónicas. Muitas vezes Lua brincava com elas e sorria ao vê-las sorrir.

- Coitadas. – pensava Lua – Elas são tão pequenas e não sabem de nada do que se passa à volta delas. Maldito câncer!

Lua simpatizou muito com um menino pequeno, uns cinco anos mais ou menos, que estava com câncer num fase terminal mesmo. Ele estava carequinha. Não tinha nem pestanas nem sobrancelhas. Ele estava sempre deitado na cama com montes de fios ligados ao seu corpo. A mãe dele estava dia após dia ao lado dele.
Certo dia, quando Lua foi novamente ao quarto do garoto, viu que a mãe não estava, por isso se aproximou dele.

- Oi… - disse ela com um sorrio nos lábios passando a mão pela cabeça dele – Tudo bem? – o garotinho não respondeu nada – Eu sou a Lua. Como é o seu nome?
- Mi. Miguel.
- Você é lindo, sabia Mi? – o pequeno sorriu envergonhado. Logo de seguia chegou a mãe dele
- Desculpe, mas o que faz aqui?
- Desculpe… - disse Lua – Eu estava só conversando com ele.
- Tudo bem… - ela suspirou – Meu filho está mesmo precisando de companhia e de alguém com quem se divertir nestes… nestes últimos tempos de vida dele. – a mãe do pequeno começou a chorar
- Calma, tudo vai dar certo! – Lua pousou a mão nas costas da mulher – Ele é tão bebé ainda, vai conseguir viver muito mais. Eu vou orar por ele.
- Obrigada. – a mulher soltou um pequeno sorriso

Lua passava pelos corredores e ouvia gritos de desespero ou de felicidade, dependendo do acontecimento. O coração dela apertava toda a vez que via uma criança cheia de tubos e filtrações. É de partir o coração.

Toda a vez que Arthur ia à clínica ver Lua, ele levava uma flor de cor diferente. A enfermeira se encantava com o amor dos dois e foi flagrada muitas vezes à porta do quarto de Lua, vendo como Arthur e Lua se davam tão bem. 

- Seu namorado ainda não veio hoje? – a enfermeira foi ao quarto de Lua, depois do almoço, e suspeitou ver as mesmas flores do dia anterior
- Não… - Lua suspirou. Hoje ela não tinha acordado muito bem. – Eu estive pensando…
- Em quê? – a enfermeira via o estado dos fios de Lua
- Em mim… e no meu futuro. Será que eu vou viver por muito mais tempo?
- Claro que vai! – a enfermeira sorriu para ela – Você é tão jovem e tão bonita. Seus cabelos são lindos.
- Já foram mais… - Lua soltou um sorriso forçado – Agora estão um pouco fracos.
- São lindos mesmo assim
- Você não acha melhor a gente se desapegar antes que seja tarde de mais?
- Depende do caso… porque diz isso?
- Por nada… - Lua respondeu – Estou com saudades do meu diário. – ela suspirou

A enfermeira saiu do quarto e Lua voltou a respirar nos seguintes minutos. Ela estava cansada de estar naquele hospital que só lhe trazia tristeza. Sua mãe trabalhava durante todo o dia e só à tarde lhe vinha visitar. Estrela era a mesma coisa. Só Arthur é que passava o dia inteiro colado à beira da cama de Lua. porém, hoje era uma excepção.

- Será que ele se cansou de mim? – Lua pensava – Bom… caso eu morrer agora, ele não terá então com que se preocupar. – Lua deixou uma lágrima cair

Amanhã tem mais!

4 comentários:

  1. Aiiii meu pai 😯 a Lua não Pode morrer!!! Ansiosa pelo proximo cap ❤️

    Ghabbyh

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  2. Ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeeeeeeeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf
    A Lu não pode morrer!!!!

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