Certezas - 2ª Temporada - 3º Capítulo

|





POV’s Arthur Aguiar

   Depois dos cinco dias em casa, devido à morte do Jonathan, voltei ao trabalho. A empresa paralisou completamente. Nem empresários, nem editores e funcionários trabalharam e agora tínhamos um monte de encomendas e coisas a fazer.
   A parte da manhã foi muito exaustiva. Trabalhei para caramba sem descansar e quase sem almoçar. Fui almoçar às 3horas da tarde, sendo que a minha hora de almoço começa à 1h. Tudo bem, nem estava morrendo de fome assim.

- Sr Aguiar, tem aqui um senhor que quer falar com você.
- Quem é? – perguntei à secretária.
- Ele diz que é o Joseph. Vem da parte do tribunal.
- Do tribunal? – me levantei meio tenso – Porque razão?
- Ele pediu para entrar. Posso ceder?
- Sim. Claro, mande ele entrar. – disse eu à Ellie.

   Ellie saiu e mandou o homem entrar. Ele era alto, forte e moreno. Aparentava ter uns 40 anos. Seu rosto era sério e nem me deu um sorriso assim que entrou. Bom, eu também não queria sorrisinhos da parte dele, eu sou macho! Ele vinha de fato castanho-escuro e com uma mala preta debaixo do braço. Depois de darmos um aperto de mãos amigável, ele se sentou na cadeira à frente da minha secretária e começamos a falar.

(…)

   Cheguei tenso em casa. Não sabia como encarar tal coisa. Não estava mesmo à espera.
   Lua provavelmente já tinha chegado a casa. Eu conseguia ouvir o barulho do duche, então fui até ao quarto esperar ela. Ela chegou uns 10 minutos, depois de mim, apenas de toalha em volta do corpo.

- Oi amor.
- Oi anjo… - sorri e dei a ela um selinho.
- Pensei que ia entrar no banho comigo. – ela sentou na cama e pegou um creme hidratante para passar na pele.
- Eu até entrava… mas hoje não.
- Porque? – ela me perguntou
- Um cara do tribunal foi lá hoje à empresa…
- Do tribunal? O que queriam? – Lua tapou o frasco do creme e me deu mais atenção.
- Nada de mal… quero dizer…
- Desembucha! – ela pediu
- Ele levou um monte de papeladas para lá e eu confesso que ao inicio eu não estava entendendo nada do que ele estava dizendo. Eram muitos números de processos, muitas datas e eu estava confuso. Envolvia o nome do meu padrinho. Quero dizer, é por culpa dele que o homem foi lá
- Adianta Arthur, eu não estou entendendo.
- O meu padrinho colocou tudo em meu nome Lua… tudo. – dizia eu espantando ainda, sem conseguir acreditar – Ele colocou as duas empresas e a fábrica… tudo em meu nome. Tudo aquilo é meu. Tudo.
- O que-que? – Lua gaguejou.

   Tive de repetir imensas vezes para que Lua entendesse que agora estávamos ricos. Não tinha nem razão para ela continuar a trabalhar, mas Lua disse que trabalhar é tudo o que ela mais ama fazer. Então, para que ela não me chamasse de machista, eu falei para ela continuar no seu trabalho. Apesar de reforçar a ideia de que ela não precisa!

- Eu estou muito orgulhosa de você. – ela se levantou e veio se sentar no meu colo, colocando as mãos à minha volta. – Você merece tudo o que te está acontecendo.
- Obrigado, Lu. – beijei ela – Eu sinto que a minha vida está se completando aos poucos, sabe? Eu acho que lutei muito para ter o que tenho e que realmente este foi um presente e uma grande ajuda do meu padrinho.
- Você tem de o agradecer. Eu aposto que, lá em cima, ele está vendo você. – ela sorriu para mim


   Não imaginei que tivesse tantos problemas agora. Eu estava com duas empresas aos meus pés e uma fábrica também. eu tinha de contratar novo pessoal para trabalhar, tinha de tratar de tudo: importações, exportações, nível de fabrico e até novos horários e regras.

- Cansa ser chefe, sabe? – disse ao Mark. Apesar de tudo, eu não me tornei assim tão superior e a nossa relação de amizade continuou a mesma.
- O quê? – Mark riu – Você não faz nada além de estar sentado.
- Isso é o que você pensa. – o encarei – Amanhã começam novas pessoas a trabalhar. Uma delas vem para cá. Se chama Yasmin e vai ser a nossa consultora de moda.
- Você terá de tratar dos desfiles de moda em que apresentam os sapatos e as roupas produzidas por nós?
- Sim. – suspirei – É muito trabalho cara. Muito mesmo.
- Tenho pena de você! – respondeu irónico – Mas e essa Yasmin… é gata? – rimos

(…)

   Outro dos problemas era a concorrência. Eu já tinha recebido várias propostas de trocas de vendas, mas sendo o advogado, são todas falsas e apenas me querendo enganar, enquanto pensam que eu sou jovem e que não entendo nada do que estou fazendo.
   Enquanto tratava dos detalhes do próximo desfile de moda, alguém me apareceu na minha sala de trabalho. Ele entrou sem bater nem à porta. Conor, filho do Jonathan, apareceu na minha sala como um mal-educado. Nós éramos primos, na verdade, mas não chegamos, porque Conor sempre foi aquele primo mais velho e muito convencido, além de rebelde e independente. Porém, não vivia sem o dinheiro do pai. Ele estava nos EUA, mas assim que soube da morte do pai, regressou a Londres para ver o que lhe tinha “sobrado”. Assim que soube, veio guerrear comigo.

- Esse não é o seu lugar, seu filho da… - ele entrou batendo com a porta
- OLHA COMO FALA! – me levantei e gritei com ele – Quem você pensa que é para entrar aqui assim? Sabe que eu tenho seguranças? Eles vão te colocar na rua.
- Eu estou pouco me lixando para os seguranças. Eu quero o que me pertence.
- E desde quando o que te pertence está aqui?
- Desde que essa porra toda era do meu pai logo…
- Logo…? – o encarei – Não vi nada escrito no testamento que parte daqui fosse dado para você.
- Você quem é para falar assim comigo?
- Sou dono do chão que você está pisando agora! – o encarei novamente – Me faz um favor? Vai embora Conor. Estou com pouca paciência para tolices e tenho muito que faça.
- Isso não vai ficar assim – eu ri na cara dele
- Por favor Conor, olha o que você está dizendo. Que poder você tem? Você não tem nada! Nada! – gritei
- Você terá muito menos, escreva o que eu lhe digo! – ele apontou o dedo para mim e saiu da minha sala batendo com a porta novamente.

   Depois de ele fechar a porta, não demorou muito tempo para ela se abrir novamente. Eu já me tinha sentado novamente, mas me levantei, pensando que fosse ele de novo.

- Quem era o babaca? – perguntou Mark
- Filho do Jonathan. Pelo que entendi… ele não gostou muito de saber que agora tudo isso era meu.

(…)

   Depois do jantar, eu fui tomar um banho e voltei ao quarto de box vestida, deitando de seguida ao lado de Lua. Pensei que ela estivesse já dormindo, mas a manhosa se chegou para perto de mim e deitou a cabeça no meu peito, entrelaçando de seguida as nossas mãos por baixo do lençol.

- Olha essas mãos… - quase ri quando senti Lua colocar uma das mãos dela na barra minha box
- Não está a fim? – ela perguntou toda maliciosa
- Até estaria… mas são tantos problemas.
- Não quer me contar? Faz bem desabafar. – ela sentou na cama e olhou para mim
- Não quero
- Fala comigo. Eu sei que se pas…
- Não quero! – voltei a repetir e a calei.
- Tudo bem… - ela voltou a deitar, ficando de barriga para cima e não me dizendo mais nada.
- Conor foi lá hoje na empresa. Me cheira que ainda vou ter muitos problemas por causa daquele babaca.
- Estou aqui para tudo. – ela voltou a deitar e beijou o meu ombro


E aí? Quem será esse Conor? E a Mia? 

4 comentários:

  1. Aii meu deeuus! Será que Lua e Arthur brigaram por conta dessa Mia e desse Conor? Ansiosa para o próximo capitulo! Amando a Weeb! Bjss Sua Perfeitaa!

    ResponderExcluir