A Promessa - Capitulo 22 Parte 4

|

Capitulo 22 Parte 4



-          Não quero que isso termine – falei. Olhei Arthur nos olhos. – Nunca.
Ele me fitava com vivacidade e tristeza.
-          Nem eu – disse. E então, comentou com brandura; - Como amar o riacho e não amar a nascente?
Olhei-o, intrigada.
-          O que?
-          Nada. – ergueu a mão que estava sob o coberto e deslizou o dedo sobre minha bochecha, meu maxilar e meu. E então, delicadamente, segurou o meu queixo e o puxou um pouco para frente enquanto se inclinava, e nos beijamos. Se antes achava estar no paraíso, agora eu tinha certeza, absorvida em um delicioso golpe de ironia; forte e delicado, apaixonado e sutil, palpitante e pacífico, feminilidade e masculinidade. O beijo foi tudo que esperava de nosso primeiro beijo. Quando me recostei, confesso que me senti um pouco atordoada, do modo como nos sentimos quando um passeio na montanha-russa termina.
Nosso trenó deslizou para o portão nos fundos do centro e freou abruptamente. Roger se virou.
-          Quero agradecer a todos por estarem conosco. Espero que tenham tido uma noite agradável e tenho certeza de que vão querer voltar muito em breve.
-          Venha – falei, tomando a mão de Arthur. – vamos. Retornamos ao carro. Arthur abriu a porta para mim, mas fechei-a.
-          Vamos para trás – falei. Abri a porta traseira e entrei, coloquei a certa de piquenique no banco da frente, e estendi minha mão até ele. Ele simplesmente permaneceu parado,  parecendo levemente nervoso.
-          Vamos – falei.
Ele assentiu levemente, entrou no carro e fechou a porta atrás de si. Inclinei-me sobre ele, pressionando meu corpo e meus lábios contra os dele. Ele não resistiu, mas tampouco estava inteiramente presente. Um minuto depois, recuei, magoada e com um pouco de raiva.
-          Qual é o problema?
Ele balançou a cabeça.
-          Desculpe...
-          Por que não me beija? Não sente atração por mim?
Olhou-me no fundo de meus olhos.
-          É claro que sinto. Você é maravilhosa. – suspirou. – Desculpe. Acho que simplesmente não estou pronto para um relacionamento físico. Sinto que a estou traindo.
-          Você não acha que ela quer que você seja feliz?
Ele não respondeu. Parecia mais do que triste, perecia atormentado. Minha mágoa se dissipou, substituída pela compaixão.
-          Desculpe. Isso não foi justo. Acho que isso é algo novo para mim. Meu marido ia atrás de toda mulher que via, e você ainda é fiel á sua esposa depois que ela partiu. – olhei nos olhos. – isso é realmente bonito. Você tem uma alma bonita. Está tudo bem. Esperarei até que esteja ponto, não importa quanto isso demore.
-          Obrigado.
-          Você poderia me abraçar?
Assentiu.
-          Eu gostaria disso.
Voltei-me e fiquei de costa para ele. Ele colocou seus braços fortes e quentes ao meu redor. Eu amava esse homem. Para falar a verdade, a antecipação apenas fortalecia meus sentimentos por ele.
-          Não sabia que existiam homens como você.
Ele não disse nada.
Estendi a mão e acariciei sua cabeça, meus dedos deslizando debaixo de suas orelhas, e dos cabelos de sua nuca.
-          O que há em você? Existe algo em você que eu simplesmente não consigo atingir. Algo...
Balancei a cabeça.
-          Não sei. Curiosidade, apenas.
-          Curiosidade?
-          Como quando perguntei em que ano você se formou na escola, e você teve de pensar. Ou o modo como você diagnosticou Luana sem ao menos vê-la. O que há em você que não quer me contar?
-          O que acha que estou escondendo?
-          Não faço ideia. Quem é você, senhor Arthur?
-          Agora, eis a questão. – ele me apertou contra si com ainda mais força. – Acredite, você não vai querer saber.           

                                                                            CONTINUA....

Um comentário: