Capítulo 19 - Sensations‏

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Arthur largou seu celular na cama sem se despedir de Chay que esperava por resposta do outro lado da linha. Lua recuperou-se do susto momentâneo e envolveu seu corpo por completo no lençol branco, e em poucos minutos caiu no sono. Ali naquela cama, naquele quarto de jogos.
  Aguiar pegou a primeira calça que viu jogada em uma das prateleiras de seu closet, e uma camisa branca de mangas curtas, de uma cor tão clara que se molhasse qualquer pessoa seria capaz de enxergar seus músculos rijos e apetitosos do abdômen. Calçou o par de Supra vermelho que enxergou ao lado da cama e pegou a chave de seu Fisker Karma que estava em cima da mesinha de cabeceira.
 O carro branco e blindado estava quase atingindo á velocidade máxima pelas ruas Los Angeles, e Aguiar amaldiçoou á si mesmo ao perceber que havia esquecido seu celular no quarto, e com tamanha raiva fez com que o carro derrapasse para o lado esquerdo da pista, porém se conteve e apenas apertou com força o volante. Ele não sabia qual era o hospital que seus amigos estavam, mas sabia exatamente o hospital mais caro da cidade e o qual já fez inúmeras visitas, só podia ser lá.
  Saiu do carro, bateu a porta com força e adentrou o local cheio de paredes e jalecos brancos, aquilo o enjoava.
-QUAL É O QUARTO DE MICAEL BORGES? –gritou com a recepcionista fazendo com que o coração da mesma batesse mais rápido, quase rasgando seu peito.
-O Sr. precisa se acalmar, está assustando ás pessoas e não poderá visitar o pa...
-EU NÃO QUERO SABER, VAGABUNDA, E NÃO ESTOU A FIM DE REPETIR A PERGUNTA.
-Algum problema por aqui? –perguntou um negão vestido em um terno preto e seu crachá dizia que ele era segurança do hospital.
  Aguiar engoliu em seco.
-Esse Sr. está muito exaltado. –murmurou a loira do outro lado do balcão com medo da reação de Arthur.  
-Não pode ofender os funcionários deste hospital dessa forma, e se ocorrer novamente será obrigado á se retirar do hospital. – Arthur assentiu.
  Ele até enfrentaria aquele segurança em outras ocasiões, mas naquele momento estava muito preocupado com a vida de seu amigo.
-Qual o número do quarto de Micael Borges? –perguntou apertando firmemente seus punhos para não ter que acertar o rosto liso da loira que lhe olhava com um sorriso de deboche e vitória.
-569, Sr. –Ele assentiu e deu ás costas para ela. –Mas não pode ir agora, há muitas pessoas em seu quarto.
  Aguiar virou-se lentamente e se aproximou do balcão, com o maxilar travado e os olhos escuros. Ela estremeceu.
-Se me repreender novamente, eu não terei pena nem dó em acertar uma bala no meio da sua testa e na frente de todas essas pessoas. –Levantou sua camiseta para mostrar a pistola posicionada em sua cintura.
  Ela engoliu em seco e assentiu, permitindo a entrada dele no quarto de Micael.
-Pensei que não iria vir. –murmurou Micael com a voz fraca assim que Arthur invadiu o quarto.
-Você atrapalhou um segundo round, seu puto. –resmungou Arthur e bateu na cabeça do amigo.
-Quem era a felizarda?
-Lua Blanco. –disse com um pequeno sorriso de canto, e ao pensar no corpo dela e em seus deliciosos múrmuros, ele se esqueceu da quantidade de dinheiro que perdeu comprando por todas aquelas armas, e o dinheiro que ganharia vendendo elas pelo triplo ou quádruplo do preço.
-Caralho, tá surdo? –Micael acertou um tapa no rosto de Arthur, tirando seus pensamentos da morena dos olhos esverdeados.
-Filho da puta. –Arthur murmurou e fez menção de acertar um soco no rosto do amigo, o fazendo se encolher, mas abaixou a mão assim que escutou seus amigos entrando no quarto na maior algazarra.
-Vai esburacar a gente agora ou nos matar lentamente em uma sala de tortura? –Fábio perguntou.
-Vou esburacar é o cu do filho da puta que colocou a bomba naquele galpão, vai ficar mais arrombado que buceta de puta.
-O tempo pra bomba explodir deve ter sido de 10 segundos, e Micael já estava quase perto do caminhão. –analisou Chay.
-Precisamos assaltar algum banco essa semana para recuperar o dinheiro perdido, e tirar uma casquinha. –Arthur disse e sorriu malicioso.
-Roubar banco? Olhe o meu estado e veja se estou em condições. –Micael resmungou.
  Arthur analisou o amigo deitado na maca. Ele estava com um braço enfaixado, o lado direito de seu rosto estava arranhado por causa do impacto que teve com o chão, não só o rosto, e sim a lateral direita do corpo inteiro.
-Está. –disse simples e Micael bufou.
-Eu merecia uma folga, olhe meu estado.
-Corta essa.
-Hoje á noite terá aquela exposição dos novos carros que estão no mercado. Só vai ter gente rica do nariz em pé, e uma boa parte dos traficantes. –Chay mudou de assunto.
-Dê um jeito de colocar nossos nomes na lista. –Aguiar ordenou.
-Vou arrumar umas vadias bem gostosas pra me acompanharem, e no fim da noite foderem comigo até o dia seguinte. –exclamou Fábio.
-Cara, você é nojento. –resmungou Micael.
-Tá virando viado, porra?
-Só não te mostro o viado, porque sou apaixonado por buceta, então não foi dessa vez.
-Parem de viadagem! –Arthur os cortou. –No estado que você está, acho que não poderá nos acompanhar, pequeno Micael.
-Irão me ajudar a meter o pé daqui, não é mesmo?
-Não sei. –Micael colocou sua mão no queixo e ficou pensativo por alguns segundos, deixando Micael nervoso.
-Levanta esse rabo daí e vai trocar de roupa. –Arthur disse depois de rir da expressão irritada do amigo que ansiava por resposta.
  Colocaram o moreno em uma cadeira de rodas que estava no canto do quarto, e vestiram-se de enfermeiros, enquanto Arthur os aguardariam no carro. Alguns enfermeiros os olhavam desconfiados por nunca terem visto amigos de trabalho com corpos naquele poste ou por não terem os cumprimentado. Desceram á sós no elevador e saíram pela porta de vidros do fundo do hospital. Jogaram Micael no banco trás do carro de Justin, abandonaram a cadeira de rodas e cada um seguiu para o seu carro.
  Depois de ter deixado Micael em sua mansão, Aguiar seguiu para a sua. Assim que estacionou o carro na garagem, ele olhou para o relógio que marcava 5:07 a.m
  O corredor estava aceso, e por um momento pensou em ir direto para o seu quarto, mas suas pernas foram teimosas e ele seguiu para o último quarto do lado esquerdo do corredor.
  Lua dormia profundamente, nua e encolhida pelo frio que invadia o quarto através da grande porta de vidro que se encontrava aberta e dava passagem para a sacada. Andou até lá e a fechou, e ligou o ar-condicionado. Guardou as algemas e o cinto de couro no armário e o trancou, e então percebeu que seu celular estava ao lado da morena.
  “Ela não teria a ousadia de mexer.” pensou.
  A bateria continuava a mesma e lembrou-se que foi ele mesmo que o esqueceu ali. Tirou suas roupas, ficando somente de boxer e deitou atrás de Lua, de conchinha e os embrulhou com o edredom confortável. Naquela posição que ele percebeu que amava a sensação de poder sentir a bunda dela colada nele, e o cheiro que a nuca e o cabelo dela exalavam, eram mais como uma droga que o viciou do dia para a noite, mas ao mesmo ele odiava os fios bagunçados pinicando em seu nariz. Perdido nos perfeitos e poucos cachos, ele adormeceu
A Alice me mandou outro capítulo!

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