Ela não é quem eu pensava - 1º Capítulo - "Uma prostituta à maneira"

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Numa tarde bem fria, para não variar, estava Arthur em casa entretido com o seu novo jogo de vídeo game quando alguém bate na porta e pede desesperadamente para entrar. Ele ao inicio até pensou que fosse um caso de vida ou de morte, mas como viu que era Micael, um dos seus melhores amigos, resolveu nem ter pressas de se levantar.
Deixou o comando do jogo de lado, pegou na sua latinha de cerveja e colocou em cima da mesa e, sem presas, foi até à porta do seu apê, abrindo-a e se encostando nela.

- Micael, quantas vezes eu já lhe disse para ser educado com as pessoas? Desde quando eu te ensinei a bater em casa das pessoas assim meu filho? Já imaginou se eu estivesse aqui com as minhas “amigas” – ele fez aspas com os dedos – brincando de médico?
- Vai se foder! – o amigo entrou em casa de Arthur super irritado, porém triste. O seu rosto não era o mesmo. Estava diferente e algo estava acontecendo, realmente. – Ela me pediu o divórcio! O divórcio! E quer saber da pior? – Micael estava já na sala de Arthur. Olhou para a mesa pequena, ao centro, toda bagunçada, pegou a cerveja e deu um gole
- Força. É tudo seu! – Arthur ainda estava na porta especado para o amigo
- Ela transou com o advogado. Pode isso? Pode? O cara é mais velho, careca e usa óculos! Desde quando ela se interessa por gente assim? É totalmente o aposto de mim! Ele é um filho da puta, pedófilo que quer só sexo e…
- Calma Micael, calma! – Arthur pediu, fazendo um gesto com as mãos – Você está solteiro, finalmente?
- Finalmente? Como assim cara? Eu estava casado! Casado! Sabe o que isso significa?
- Não! Nunca me casei. Alias, não quero casar. Só demasiado perfeito.
- Perfeito o caralho! Você não sabe o que é amor.
- Você é que não sabe o que é diversão. Desde quando é que um cara gostosão como você, de 25 anos e, além disso, médico, está casado? Você é novo de mais para se meter numa relação! Novo de mais, entende?
- Vai tomar no cu, ok? Você não sabe o que é amor, não sabe.
- Sempre me disseram que amar dói. E sabe o que me dói também?
- O quê? – Micael perguntou
- Os ouvidos! Não aguento te aturar sozinho. Isto é uma emergência e eu preciso do Chay para me ajudar nestas coisas.
- Isso suou muito gay. – Micael se sentou no sofá como se estivesse realmente em sua casa e bebeu o resto da cerveja de Arthur
- Você já conhecia esse meu lado.

Enquanto Micael ficou no sofá, caído pensando na sua mulher, ou ex, Arthur pegou o celular e ligou para Chay com a intenção de pedir ajuda. 
Desde a faculdade que os três se haviam tornado amigos e quando um se metia em uma alhada, o outro ia junto. Um não fazia nada sem o outro. Nenhum dos três tinha segredos para os outros. Contavam tudo e falavam de tudo sem a mínima vergonha. 

Chay chegou, atrasado, à casa de Arthur pronto para a balada. Mas mesmo assim, ainda havia um problema em mãos.

- Vocês não entendem, né? – perguntou Micael, que estava sentado no sofá enquanto Chay e Arthur estavam em pé, à sua frente – Eu não quero sair.
- Mas não é uma questão de querer ou não, meu filho! Você vai e pronto. – disse Chay
- A gente vai para a balada, toma tudo o que tiver de mais forte, pega umas gatas, dá umas voltas com elas e depois vamos para casa de novo. Simples! Amanhã recuperamos a ressaca com qualquer remédio e pronto! Simples e fácil e rápido e…
- A gente percebeu! – Chay interrompeu Arthur – Vamos cara! Se você não levantar a bunda daí em menos de cinco segundos, você é gay!
- Eu até te mostrava o gay. Mas ele está mais morto que sei lá o quê
- Há quanto tempo você não tem sexo? – Micael se levantou e os amigos colocaram um braço de cada lado nos ombros dele, ficando assim um de cada lado de Micael. Os dois o encararam. Micael olhava para um e para o outro com medo de responder.
- Um mês! – disse muito rápido
- Late mais alto filho. Não escutei!
- Um mês! – disse ele mais lato deixando os amigos caídos no sofá, rindo feito retardados
- Mentira? – Chay perguntou
- Cara, isso ainda funciona? – Arthur tomou no “saco” de Micael com o dedo indicador
- Funciona muito bem! – Micael se afastou
- Vamos ver então! – disse Chay
- Você hoje tem de ir para a balada, pegar a garota mais interessante que lá tiver, trazer para aqui pra casa e ter uma noite de sexo com ela! Sem só nem piedade. Você tem de mostrar quem manda realmente.
- Eu não posso cara. Eu vou trair a…
- E? Ela também não te traiu? Não é ela que quer o divórcio? – Micael assentiu – Então, ela que se dane! Você vai curtir a sua vida! Ou melhor, nós vamos curtir todos a nossa vida como nos bons velhos tempos.
- Hoje eu pego todas cara! – disse Chay esfregando as mãos, uma na outra
- Nós todos vamos pegar todas! – disse Arthur do mesmo jeito
- Já sei! – disse Chay – O que o Micael precisa é de uma prostituta à maneira. Daquelas à séria mesmo.
- Que usam botas de bano alto pretas e um monte de camisinhas no quarto?
- Sim! – respondeu Chay – E também tem montes de dinheiro espalhados pela casa e revistas pornográficas. Você precisa de uma dessas Micael. Ouvi dizer que fazem os melhores b…
- Chega! – disse Micael
- Chega nada. Você é médico, ganha bem e vai ter de agarrar esse seu dinheiro e pagar a ela. Porque ouvi dizer que são caras. 
- Seus veados de um caralho, fiquem calados! – pediu Micael, fazendo Arthur e Chay rirem descontroladamente

Os três saíram de carro até à balada mais movimentada da cidade. Bom, a verdade é que não era bem uma balada. Era mais um bar nocturno que tinha musica alta toda a noite e um enorme balcão de ponta a ponta. Uma quantidade bem variada de bebidas e gatinhas de toda a espécie. 
Os garotos entraram matando, soltando suspiros das garotas mais desesperadas. Arthur ia à frente endireitando a gola da camisa, Chay ia logo atrás passando a mãos nos cabelos e atrás vinha Micael com o seu ar sério. 

- Você vem para uma noite de gajos ou para um cortejo fúnebre?
- Cortejo fúnebre! – respondeu ele
- Quem morreu mesmo? – perguntou Chay
- A minha felicidade! – Micael respondeu

Arthur balançou a cabeça negativamente. Micael estava pior que estragado. Era por estas e por outras que pretendia nunca se envolver a sério com alguém. Desde cedo que pensa isso e por isso mesmo nunca namorou sério com nenhuma garota. Agarra um número de celular de uma, beija outra, provoca X, transa com K e manda beijos à Y. Nunca se envolve com a mesma, à excepção de alguns casos. 

Chega uma garota alta, de cabelos compridos, morena, com um vestido enorme até ao chão que capta logo a atenção de Chay. Ela tinha uns chamativos, um sorriso largo e um olhar penetrante. Ele se sente enfeitiçado. Resolve logo ir meter conversa com ela. 
Ele bagunça o cabelo para o lado, fecha um pouco a camisa e caminha devagar até ela, esbarrando-a propositadamente.

- Desculpa. – disse ele me modo tímido – Não te vi. Peço mil desculpas.
- Tudo bem, não tem problema. Isso aqui está escuro mesmo – a gargalhada dela era totalmente gostosa 
- Mas eu insisto mesmo assim. Eu sinto o dever de te pagar pelo menos uma bebida.
- Não posso agora. Vou atuar já, já.
- Sério? Vai cantar?
- Sim. Cantar e tocar piano.
- Piano? Que legal!
- Toca também?
- Não, mas… quero dizer, toco. Quero dizer, já toquei. Mas não tenho muito jeito.
- É difícil mesmo, mas com o tempo se aprende.
- Você toca e depois vem ter comigo? Quero mesmo me desculpar.
- Claro. Volto daqui a pouco.

Ela parecia ser daquele tipo de garotas que adora um cara envergonhado, tímido e com pouca experiência. Chay era totalmente o contrário disso. Mas como queria ficar com ela esta noite, ia se fazer de nerd nos primeiros momentos até “caçar a presa”!

Arthur falou com duas garotas no inicio, dançou com elas e ainda sacou o numero das duas. Depois de uma mão boba, ele voltou ao bar pois viu que elas eram demasiado fáceis. Ele estava sentado ao lado de Micael nas cadeiras grandes que rodam. Ambos tinham um copo da bebida mais forte do bar. Micael estava numa de se embebedar, mas Arthur ainda estava à espera de uma garota que fizesse valer a noite. 
Voltou a atenção para o bar e do outro lado viu “a tal”. Ela era loira, tinha os cabelos presos, um vestido preto simples colado ao corpo e bem curto. O seu sorriso era extremamente cativante. Ela parecia estar sozinha, apenas acompanhada de um copo de bebida. 
Ele olha para ela e espera ela olhar para ele. Dentro de pouco tempo, ela olha para ele e sorri. Ele sorri de volta. Continuam se olhando, mordendo os lábios e se provocando à distância.
Na hora que ele decide atacar, um cara chega perto dela e ela sorri envergonhada. O coração de Arthur se parte em mil bocados, mas não se deixa ficar. Senta perto deles e continua provocando ela. 

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