"Certezas" - 16º Capítulo

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POV LUA

No capítulo anterior…

- A Bruna não é vadia! – ele se referia à namorada – Ela é legal. 
- Uau, legal! Olha, pois eu te achava bem mais que isso. Achava, do verbo não acho mais. Você foi uma desilusão para mim. Você… você… - levei a mão ao peito. 

POV ARTHUR

É terrível passar pelo momento em que você vê uma pessoa, importante pra você, desacordada e sentir que ela está assim por sua causa. O pior, é que você não pode fazer nada para voltar atrás ou pra fazer ela melhorar. Você se sente um desgraçado, sem futuro nenhum. Você sente que o que fez foi tão grave, que nem com milhões de desculpas, presentes e surpresas, se irá obter de novo a confiança de tal pessoa.

Assim que cheguei na casa da Lua vi que ela não estava bem. Ela estava chorando. Ninguém chora daquele jeito quando está feliz. Ninguém. Eu sei que a Lua não é todo o mundo, mas acontece que eu conheço ela.
Discutimos feio e ela ficou irritada e nervosa. Tudo o que ela disse era verdade. Eu havia me afastado dela para que ela esquecesse a ideia de que eu era o homem certo para ela ter a sua primeira vez. Talvez eu tenha feito a opção errada. Talvez eu fosse mesmo o homem certo para ela, mas depois do que aconteceu, não sei se ela ainda quer alguma coisa comigo.

Estávamos discutindo feio, até que ela pára e leva a mão ao peito, enquanto se apoia com a outra na mesa pequena da sala. Desesperei ao ver o seu rosto de dor. Ela mordeu os lábios, apertou os olhos e, de repente, caiu no chão. 
Eu me desesperei em dobro quando me ajoelhei perante ela, no chão, a abanei e ela não dizia nada. Nem chamei pela sua mãe. A primeira coisa que fiz foi ligar para a ambulância.
Peguei nela ao colo e pousei no sofá. Passei as mãos pela sua testa e pedi a deus que isto não passasse de um susto. Susto, foi o que a mãe dela apanhou quando viu a ambulância chegar à porta de casa. Eu pedi imensas desculpas, mas ela nem me ouviu e desatou a chorar. A irmã dela, Estrela, me olhou com cara feia. Acho que agora estou na lista negra da família.

Uma coisa leva à outra sempre. Não que bata certo, mas simplesmente acontece e é quase impossível fazermos com que não aconteça.
A hipertensão arterial pode afectar órgãos como o coração, os rins e até o cérebro. Esta maldita doença crónica tem tendência a que o doente sinta dores no peito, tonturas e fraqueza, que foi exactamente o que aconteceu à Lua. 

- A Lua sofre de insuficiência cardíaca. – disse o médico – Ela não pode ficar irritada. Ela não se deve cansar com exercícios físicos, porém deve andar muita, mas com precaução. O esforço físico causa a exaustão do coração. 
- E agora? Como ela está?
- Está sobre o efeito de medicamentos
- Podemos ve-la?
- Daqui a pouco. 
- Quando ela terá alta?
- Dois dias. – o médico, que estava apressado, foi embora e deixou a mãe da Lua mais calma. Ela fez perguntas atrás de perguntas e nem me deixou abrir a boca.

Quando a mãe da Lua e a irmã puderam entrar pra ver a Lua, pediram que eu não entrasse e que fosse para casa. Elas queriam que a Lua descansasse e com a minha presença naquele quarto de hospital, provavelmente ia ser impossível.

Nem a minha namorada me conseguiu animar perante estes dias. Eu andava destroçado, fez fome, sem ânimo e sem sono. Só queria a Lua. Só queria saber se ela me desculpava perante tudo o que aconteceu. 
Na faculdade, eu andava perdido nos corredores. Passava as aulas com a cabeça em todo o lado menos na matéria que o professor passava. Eu não estava mais em mim. 

Foi então que decidi ir à casa da Lua. eu tinha de a visitar, caso contrário, eu ia dar em louco. Mas antes, passei numa florista, comprei a flor preferida dela e ainda um chocolate preto como ela adora, já que não é tão doce.

- Oi… posso entrar? – a irmã da Lua é que me abriu a porta.
- Oi Arthur. Bom… - ela olhou para dentro – Pode. A minha mãe não está em casa.
- Ela ainda está chateada comigo?
- Bom… eu já lhe disse que você não teve culpa do que aconteceu.
- É claro que eu tive… - entrei em casa e fui direto para a sala. Olhei em volta e não vi a Lua. Estrela disse para eu me sentar no sofá e assim o fiz. Ela se sentou ao meu lado e continuamos a conversar. – Ela falou de mim, desde que chegou ao hospital?
- Não. Nós também não conversamos sobre isso. Tentamos fazer com que ela se distraísse e não pensasse em coisas…
- Coisas que lhe fazem mal, né? – senti a Estrela evitar, de propósito, dizer algo. Eu sei bem o que era – Eu só lhe faço mal.
- Não é isso Arthur…
- Claro que é. – eu me levantei – Eu vou embora. Acho melhor ela nem me ver. Entrega isso a ela, por favor. – deixei a flor e o chocolate em cima da mesa da sala e me encaminhei para a porta – Tchau Estrela.
- Arthur… espera. – Lua desceu as escadas e veio ao meu encontro. Ela parecia ter ouvido toda a nossa conversa. 
- Lua… - não sei, mas tenho a certeza que os meus olhos brilharam. 

Ver ela passados tantos dias é como uma luz ao fundo do túnel. 
Ela tinha um sorriso envergonhado no rosto, mas ao mesmo tempo, senti que algo na sua voz não estava bem. Ela veio até mim e me abraçou forte. Pediu que eu não fosse embora. Não tive como não retribuir aquele abraço com o dobro da força. Levantei ela do chão, inclusive.

- Você está bem? Que bom te ver! – eu já sentia que podia respirar de alivio, ao menos por agora
- Eu estou bem… agora estou.
- Me deu um susto. – apertei os olhos para não chorar. Emoção, medo de perder… eu não sei ao certo. – A culpa foi toda minha.
- Não foi!
- Foi sim! – eu sou mais teimoso – Eu te menti. Eu te menti e me arrependo muito quanto a isso… eu quis mentir a mim mesmo, sabe? E achei que mentindo a você seria mais fácil. Mas não. – eu olhei para a Estrela e ela para mim. Queria que ela nos deixasse a sós. – Tem como a gente se encontrar amanhã?
- A Lua não pode sair de casa… não nos primeiros dias. – disse a irmã dela – Vocês querem conversar? – eu assenti – Eu vos deixo a sós. – ela se retirou e Lua olhou para mim
- Vamos para o meu quarto. – ela me puxou pela mão
- E a sua mãe? – parei
- Ela chega daqui a… - ela olhou para o seu relógio de pulso – Daqui a muito tempo ainda. – ela sorriu e me puxou para as escadas a cima

Fazia tempo que eu não entrava no quarto dela. estava sempre igual: limpo e bem arrumado. Sentamos na sua cama feita e ela me contou coisas que têm acontecido, nomeadamente a ida à fazenda do seu amigo Matheus, que entretanto morreu. 
A maneira dela falar desse tal Matheus, me fez sentir ciúmes. Parece que ele fazia de tudo para a agradar. Mas bom, com ele não preciso de me preocupar pois já não está entre nós.

- Ele foi importante. Em tão pouco tempo eu consegui sentir algo por ele
- Sentir algo por ele? Como assim?
- Ele foi… legal. Eu tentei te esquecer, sabe? Afinal, você tem namorada e…
- Lua. – a interrompi – Você entendeu o que eu te disse lá em baixo? Eu estava tentando lutar contra aquilo que eu sinto. Você é a minha melhor amiga, sabe disso e devia me conhecer bem. Desde quando eu namoro com uma garota que eu mal conheço? 
- O facto é que você está!
- Mas não é de coração… eu não amo a Bruna!
- Ama quem então?
- Você, uê. – sorri, envergonhado 
- Então porque disse que não me queria beijar? Porque disse que não queria ser a pessoa especial com quem eu terei a minha primeira noite de amor? – Lua apertou os olhos para não chorar – Arthur, dentro de pouco tempo eu posso morrer, sabia?
- Não, você é forte! – segurei as mãos dela bem forte – Você é forte. Eu estou aqui para o que você quiser. Nunca mais te irei abandonar. Eu juro!
- E a Bruna? – Lua cruzou os braços e fez bico, olhando para o lado
- Ela é… é um problema que eu tenho que resolver.
- Vai terminar com ela e ficar comigo? – respirei fundo. Ainda não tinha pensado nessa possibilidade
- Eu gosto dela, sabe? Ela é legal. Mas gostar é diferente de amar. Eu não sei se vou terminar com ela para ficar com você. Eu não sei se você me quer como namorado mesmo ou como cara que satisfaz os seus caprichos
- Caprichos? – ela me encarou – Arthur, você é que…
- Lua, desculpa. – a interrompi – É uma maneira de dizer.
- É claro que eu te quero como bem mais que cara que “satisfaz caprichos” – ela fez aspas com os dedos – Eu quero você pra sempre na minha vida. E mesmo depois de todos estes problemas que passamos juntos, eu te desculpo de tudo e mais alguma coisa. Querendo ou não, eu sempre te vou amar. 
- É bom saber isso. – eu peguei a mão dela e beijei – Eu te amo!
- Eu também te amo. 

Estávamos tão perto um do outro que eu não sabia mais se a beijava e a deitava naquela cama ou então fugia correndo dali para não fazer nenhuma besteira. Estávamos mesmo tão próximos que eu conseguia ouvir a respiração dela e sentir aquele ar quente vindo dela. 
Coloquei as mãos no rosto da Lua e afastei os seus cabelos. Eu desejava tanto um beijo dela, mas sinto que é melhor esperar para a altura certa. Quando vi que ela se aproximava ainda mais mim, já de olhos fechados, eu apenas beijei a sua bochecha. Um beijo bem demorado, como ela gostava. Dei um abraço forte dela que logo foi recompensado.

- Eu pensei que…
- Amanhã podemos nos encontrar? – sorri pra ela
- Podemos…
- Mas e a sua mãe?
- Ela não vai saber.
- Não quero te colocar em risco. Não outra vez. – balancei a cabeça e afastei de novo os cabelos do rosto dela
- Eu não vou ficar com risco. Se eu estiver com você, eu fico sempre bem.
- Tem a certeza?
- Tenho! – ela me deu um beijo no rosto que me fez tranquilizar

Mil desculpas pela demora!!
Amanhã tem mais!

6 comentários:

  1. Amei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta o mais rápido que conseguir!

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  2. Ameeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeeeeeeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

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  3. Arthur também não se decide ¬¬ kkkkkkkkk posta maaaaaaais

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