"Certezas" - 15º Capítulo

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POV LUA

No capítulo anterior…

Suspirei novamente e deitei no colo da minha mãe, que passou as mãos pelos meus cabelos e me fez adormecer.

Acordei com um salto. Um pesadelo ruim me atormentou o meu sono. O meu coração estava a mil e o sonho foi apagado da minha memoria. Mas eu sei que era ruim, porque se não fosse, eu não acordava desse jeito.
Sentei no sofá, onde havia adormecido antes, e coloquei a mão no peito. O meu coração ia saltar dali a qualquer momento.

- Mãe… - a chamei, mas ela não respondeu – Estrela. – a minha irmã também parecia não estar em casa – Droga! – bati o pé no chão e me levantei

Ao me levantar de repente, senti uma pequena tontura novamente que me fez voltar a sentar no sofá, mas tentei novamente me levantar, desta vez mais devagar e fui até a cozinha beber água e molhar um pouco o rosto.
Ainda eram 5horas da tarde. Eu havia dormido pouco. A minha mãe chegou na cozinha às gargalhadas com a minha irmã, tinham ido tomar café perto de casa.

- Filha, que bom que acordou.
- A mamãe vai fazer um bolo hoje – minha irmã estava animada
- Mãe, você ligou para o hospital? Como está o Matheus?
- Eu não liguei minha filha…
- Poxa mãe, você falou que ia ligar! – bati o pé no chão novamente
- Calma, eu ligo já… - ela foi buscar o celular
- Mas porque está tão interessada nele hein? – minha irmã veio com um sorrisinho idiota no rosto, safada
- Deixa de ser besta! – falei séria – Ele desmaiou e está no hospital, ok? Ele tem câncer e pode… - parei de falar de repente. Não queria dizer tal palavra.
- Boa tarde, posso pedir uma informação? – minha mãe já estava falando com alguém do hospital – Bom, queria saber informações sobre o paciente que entrou no hospital esta tarde. Ele se chama Matheus, tinha câncer e chegou ao hospital desacordado. – do outro lado da linha falaram, falaram, falaram e a minha mãe só concordava com a cabeça – Entendo. Mas ele está recebendo visitas? – minha mãe olhou para mim – Muito bem, obrigada. Boa tarde, com licença.
- Então mãe, como ele está? Posso ir ver ele? O que disseram? – quase implorei
- Eles não me disseram nada sobre ele. Disseram que os pais pediram silêncio. Mas ele está recebendo visitas.
- Mãe, me deixa ir lá – juntei as mãos em forma de imploração
- Nem pensar Lua. aquilo não é ambiente para você. É um momento de família agora.
- Mas mãe, um amigo sempre ajuda. Ele vai melhorar se tiver o meu apoio. Eu sempre estive ao lado dele. Mãe, por favor.
- Não Lua. você pode se sentir mal lá.
- Eu me recuso a comer se eu não for lá! – sentei na beira da mesa da cozinha e cruzei os braços – Não pense que isto é criancice, que não é! Eu só quero estar ao lado dele.
- Lua, eu já disse que não!


“Se conhece bem a sua filha, sabe que ela não desiste fácil. Fui ver o Matheus, ele precisa de mim. Não se preocupe comigo. Beijo, Lua.”

Foi esta a mensagem que deixei na porta da geladeira. Aproveitei que a minha mãe tinha ido comprar ovos ao mercado, para o bolo que ia fazer, e saí de casa correndo para que não me visse.
Mesmo apanhando dois onibus, ainda tive de andar um pouco até chegar ao hospital em que o Matheus estava. A minha mãe tinha razão. Aquilo não era um ambiente para mim. Ouvi gritos de desespero; vi gente chorando; vi inclusive duas pessoas de mãos dadas orando… é, muitas vezes, assim que se arranja esperança.

Na recepção, pedi que me indicassem o andar e o quarto do Matheus. Assim foi. Entrei no elevador e corri todos os quartos em busca do 516. Os pais dele estava fora da sala, o que me fez estranhar, visto que eles são médicos.
O pai dele andava de um lado para o outro e a mãe estava de cabeça baixa. Quando eu cheguei, o pai dele veio até mim e a mãe logo se levantou.

- Você não devia estar aqui, é perigoso para você
- Eu sei… mas eu tinha de ver ele. – olhei para a porta do quarto do Matheus – Eu posso ver ele? – a mãe dele teve uma crise de choro no momento
- Não… ele… ele não está nada bem. ele ainda não acordou e… bom, suspeitamos que ele tenha tomado os medicamentos de forma errada e isso o possa levar à morte.
- Não! – gritei. – Não podemos pensar assim… - sem mesmo eu querer, comecei a chorar.

Não queria chorar em frente a pessoas que eu mal conhecia, mas não tive como evitar. Às vezes, as lágrimas são mais fortes que nós. por muito que respiremos fundo e pensemos que tudo vai dar certo, de um jeito ou de outro, acabamos por chorar.
Me sentei na cadeira, ao lado da mãe do Matheus, juntei as mãos e comecei a orar. A esperança é a última que morre. A mãe do Matheus se juntou a mim.
As pessoas que por lá passavam viam o sofrimento transcrito nas nossas testas. Uma das que lá passou, me mandou um sorriso de força, que logo retribuí.

As pessoas andarem de um lado pra o outro me fazia desesperar ainda mais. Pior ainda foi quando entrou uns três médicos para dentro do quarto do Matheus. Nisto, o pai dele se desesperou e entrou junto. Logo depois, foi a mãe. Eu fiquei ali sem saber o que estava a acontecer.

Ouvi apenas gritos…


A dor de perder alguém querido é enorme. É inexplicável. Deveria ser proibida.
Ficamos agora com aquela sensação de que ele vai voltar, mas não vai. Queremos fazer de tudo para que ele volte, mas é impossível.
Muitos dizem que quando uma pessoa morre, ela vai para um lugar bem melhor que esse, para o céu talvez, mas depois de entrarem lá, nunca ninguém voltou para nos certificar disso.
E agora o que sobra? Sobra saudade. Dor. E um certo arrependimento por ter falado de mais ou de menos.

“Meu querido diário, chegou o dia que eu não esperava que chegasse. Sabe, ele era bom garoto. Tinha os seus sonhos, as suas manias e o seu único defeito era ser teimoso. Agora muita coisa fica por dizer.
Todos os dias em que eu voltar àquela clínica, que nós íamos, vou me lembrar daquele garotinho de cabelo rapado, mas com um sorriso enorme. Mas, quando eu quiser falar com ele ou lhe abraçar, como é que eu faço?
“Estaremos sempre juntos”, foi a ultima frase que ele me disse. E agora? Como lidar com isso? Estaremos mesmo sempre juntos? Bom, eu não sei ele… mas para mim, sempre terá um bocadinho dele no meu coração. Ele foi especial para mim. Foi um amigo. Um verdadeiro amigo. Descansa em paz, Matheus.”

FLASH BACK ON

- Vai você. Eu sei que você quer muito andar de cavalo.
- Mas eu queria que fosse com você
- Pensa que estamos juntos.
- E estamos?
- Claro. – ele sorriu forçado

FLASH BACK OFF


- Mãe, ele não podia ter morrido. E agora mãe? Que razões tenho eu agora para viver? Ele era tão jovem. Ele lutou quase sozinho contra este maldito câncer. Os médicos falavam que estava no inicio, mas porque razão ele foi embora tão cedo mãe? Não é possível, não pode ser. Ele era forte, eu sei que ele era… mãe, eu quero que ele volte.
- Minha filha, acredite, ele está num lugar melhor. Ele vai olhar por você e te mandar forças do além. Acredite.
- Eu não quero forças mãe. Pra quê que eu vou arranjar forças? Pra morrer? – as lágrimas caiam pelo meu rosto, fazia tempo – Este mundo é tão cruel.
- Estamos cá de passagem, minha filha…

Nisto, a campainha toca. A minha irmã, que já não me aguentava ver mais chorar, foi abrir a campainha e trouxe com ela, depois, o Arthur. Ele chegou com um sorrisão, mas logo desfez ao me ver chorar.

- O que aconteceu? Porque está chorando? – ele veio até mim. Eu estava deitada no sofá, com a cabeça no colo da minha mãe. Ele veio e se baixou um pouco, podendo me olhar nos olhos e passar a mão pelo meu rosto, limpando as lágrimas
- Eu vou deixar vocês a sós. Vem Estrela. – a minha mãe e a minha irmã se retiraram.
- Nada que seja do seu interesse. – tentei me fazer de forte, mas o que eu queria mais agora era um abraço. Sentei no sofá e limpei as lágrimas, mas de nada adiantava, porque elas sempre voltavam a cair.
- Lua, pelo amor… você tá chorando. Fala comigo. – ele pegou a minha mão, mas eu tirei logo
- Você desaparece e pensa que é se fazendo de preocupado que volta a ter a minha confiança? Acha mesmo? Não, não é e nunca será! – quis deixar claro
- Eu não desapareci… - ele baixou o rosto – E se me ausentei um pouco de você, foi por sua causa.
- AGORA A CULPA É MINHA? – gritei com ele
- Lua, você se lembra da nossa ultima conversa? Você sabe o que me pediu?
- Culpa sua! Se eu pedi que a minha primeira vez fosse com você, é porque você disse que eu podia contar com você para tudo. Tudo mesmo. Mas eu entendo. Você não quer transar com uma garota virgem, doente e insegura. Eu entendo. Você prefere vadias que mal conhece e já namora.
- A Bruna não é vadia! – ele se referia à namorada – Ela é legal.
- Uau, legal! Olha, pois eu te achava bem mais que isso. Achava, do verbo não acho mais. Você foi uma desilusão para mim. Você… você… - levei a mão ao peito.

Que nota dão de 0-10? Foi legal o capítulo? 
Hoje eu posto mais um!

14 comentários:

  1. muito legall....ameiii.... lembrei do livro a culpa e das estrelas com esse capitulo eu amo esse livro e amei o capitulo....<3

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  2. É uma pena ele ter morrido, o capítulo foi perfeito! Nota 10!

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  3. Chorei :cccc Nota 1000000! Posta mais, pfvr

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  4. ameeeeeeeeeeeeeeeeeeei
    ass Sofia

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  5. emocionante, nota 1000

    Ana

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  6. Ameeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeeeeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf
    Nota 100000000000000000

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  7. ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  8. Nota 1000000,,,Amo Essa Web Posta Mais

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  9. Não queria que o Matheus tivesse morrido :'( mas mesmo assim a web ta diva nota máxima :3 posta mais

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  10. Chorei, juro, ele não poderia ter morrido! Ah, no! ;(

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  11. Quero o Matheus de volta, por favor. Ah. ;(

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