Capitulo 5
Por que adiamos as mudanças que nos trarão felicidade? É como finalmente reformar a casa uma semana antes de vendê-la.
Diário de Lua Maria Blanco
Naquela noite,Fernando ligou por volta das sete horas para falar com Luana. Pela primeira vez desde que o mandara embora, eu fiquei contente por ouvir sua voz. falando francamente, sentia mais do que a mera exaustão por ter enfrentado tudo aquilo sozinha. sentia falta de nossa família. E, por mais profunda que tenha sido a minha ferida, eu sentia falta dele. mas eu não estava pronta para dizer isso a ele.
- Oi, Lua - Fernando disse. - como vc está?
- Fale com a Luana- eu disse, entregando a ela o telefone. como de costume, Luana ficou feliz de ouvir a voz do pai, e em poucos minutos ela estava rindo, Enquanto a observava, sabia quanto ela precisava de Fernando. Depois de conversarem um pouco, falei para Luana se despedir e me devolver o telefone. Eu o coloquei de volta na orelha.
- Fernando, preciso falar com vc.
- Está bem - disse -, estou ouvindo.
- Preciso falar no quarto. ligue-me de volta em dois minutos.
- Tudo bem.
Desliguei, dei um beijo de boa-noite em Luana, e fui para o meu quarto. O telefone tocou quando eu entrei. Atendi-o e me sentei na cama.
- Alo.
- É o Fernando.
- Escute, não quero que interprete isso errado. Estou tão furiosa e ferida quanto há alguns dias. Talvez mais, até. mas este não é o momento de pensar em nós. Nossa garotinha está doente, e precisa de vc. E preciso de sua ajuda. Não posso fazer isso sozinha. falei tanto ao trabalho, recentemente, que posso perder meu emprego.
- Vc quer que eu volte para casa? - perguntou.
- Eu não quero. Mas imagino que, com as coisas do jeito em que estão, seria melhor para Luana.
ficou em silencio por um momento.
- Quando posso volta?
- Amanhã á tarde. Assim, poderei trabalhar no segundo turno.
- Chegarei na hora do almoço.
- Quero que fique bem claro, Fernando. vc não pode tocar em mim, e não vai dormir na minha cama. vc pode dormir no sofá da sala. Entendido?
- É pela Luana - disse ele. - Sem contato.
- É pela Luana- repeti.
- Entendido.
ficamos em silencio por um tempo, então ele disse:
- Vai ser bom ver vc.
- A gente se vê amanhã.
- Tchau - falou.
Quando desliguei, meus olhos estavam cheios de lagrimas. por trás da camada de raiva, eu era mole. Parte de mim, uma parte minha que eu desprezava naquele momento, que-ria se aninhar em seus braços e chorar. Eu odiava ser tão dependente. Eu odiava querer me curar com o homem que me infligira a dor.
Na manhã seguinte, Fernando chegou ao meio-dia, carregando um pacote do McDonald´s. Quando entrou em casa, achei que parecia um pouco mais magro, o que era com apreensível, tendo em vista o golpe emocional pelo qual passávamos.
- Trouxe o almoço de Fernando.
- Eu já fiz um sanduíche para ela, mas obrigada. Quando vc viaja de novo?
- Daqui a três semanas.
- Falei para Dean que poderia mudar meu território, como ele queria. isso irá nos custar algumas comissões, mas não precisarei ficar longe por tanto tempo.
Não podia acreditar nas mudanças que Fernando estava fazendo.
- Isso será bom - falei.
- Espere. Tenho algo para vc.
Retirou uma caixa comprida e estreita do bolso e a pousou ao meu lado, sobre a mesa da cozinha.
- É um... - de repente, demonstrou estar constrangido.
- Abra, apenas.
Ergui a tampa do estojo. Dentro, havia um belo cordão de pérolas. Eu sempre quis ter pérolas.
- Para que isso? - perguntei.
- É um presente atrasado de Dia dos Namorados.
E então, mais delicadamente, disse:
- É uma prova do meu amor.
Fechei o estojo. Em outra ocasião, eu teria gritado de prazer. teria abraçado Fernando, grata por um presente tão fabuloso. Mas as coisas tinham mudado. eu sabia que aquelas pérolas não eram uma prova de amor, eram uma prova do que havia feito. Sabia que jamais poderia usar aquele colar - isso só me faria me lembrar dela.
- Obrigada - falei, triste. Tirei o estojo da mesa e fui trabalhar.
Continua...
Hanna, o arthur só vai aparecer no capitulo 9 ainda tem muita coisa pra rolar.
ah, obrigada pela explicaçao e continuuuuuuuuuuua
ResponderExcluir