Exchanged For a Game: Capítulo 6

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P.O.V ‘s Lua Blanco
  Aquilo era assustador, eu estava vendo meus momentos com Julie e minha mãe passarem como um filme diante dos meus olhos, eu estava vendo minha vida passar para um verdadeiro inferno, e eu pensava que ela já era o verdadeiro inferno, aquilo tudo que eu passei depois que minha mãe foi embora era apenas uma encenação para o que estava vindo a seguir, o meu abismo.
  Arthur ainda se encontrava em minha frente enquanto eu esboçava minha reação de medo. Eu tremia dos meus pés até meu último fio de cabelo, eu estava assustada, porque sabia que o pior estava por vir, eu sentia isso.
-É uma pena que você não está destinada á ser uma das alunas riquinhas de Harvard e sim uma prostituta, tem dias que estamos no topo e então desabamos e nos encontramos no fundo do poço, mas eu sei que você nunca havia sentido isso não é docinho? –ele perguntou sarcástico e eu não esboçava nenhuma reação, eu estava paralisada, não havia palavras, não havia lágrimas.
-Estou falando com você docinho. –ele começou a alisar minha bochecha aonde ele havia deixado marca de seu tapa segundos atrás.
-E-eu nunca havia sentido se-senhor Aguiar. –falei com minha tentativa inútil de parecer firme.
-Então agora você tem essa oportunidade docinho, a partir de hoje sua vida vai ser completamente diferente, sem mordomias e as coisas que você está acostumada. Agora Lua vai ser tudo do meu jeito, tudo bem pra você não é mesmo? –ele falou perto do meu ouvido quando eu estava pronta pra berrar e protestar, mas aquilo fez os pelos do meu corpo se arrepiarem por completo, que poder era esse que ele tinha sobre mim? Aquilo era desconhecido, confidencial.
-Tud-o bem senhor Aguiar. –falei com a voz falha, o fazendo dar um risinho próximo do meu pescoço e depois dar um beijo no mesmo finalizando nossa conversa.
  Ele caminhou até a porta de madeira branca, e o mesmo segurança que havia me trazido até aqui, estava parado na frente da sala com uma postura séria.
-Gavin, peça para Pérola fazer uma visita no quarto de Lua e lhe explicar como funciona as coisas. –ele falou para o suposto Gavin e prosseguiu. –O que você ainda está fazendo colada nessa parede? Saia! –ele falou indiferente me tirando de meu transe.
  Caminhei até aquela porta e o tal Gavin, dessa vez prendeu minhas mãos com algemas, aquilo era completamente desnecessário.
  Assim que cheguei naquela gaiola, sentei na pequena cama e encostei minha cabeça no travesseiro, eu apenas queria as mãos finas da minha mãe passeando em meus cabelos e dizendo que tudo vai ficar bem. Eu queria Julie deitada em meu colo e me pedindo para contar histórias ou cantar para ela, eu apenas queria minha baixinha aqui. Eu sempre quero tudo que não posso ter. O problema era que agora eu não tinha um refúgio, eu não tinha ninguém. Eu me encontrava mais afundada que uma âncora em meio á um oceano, só que dessa vez eu estava afundada em meio minhas próprias lágrimas.
  Escutei a porta sendo aberta e rapidamente sequei minhas lágrimas.
-Hóspede nova? –uma morena com cabelos curtos entrou no quarto, tirando-me de meus pensamentos.
-Que eu saiba isso aqui não é um hotel ou uma pousada. –falei com ironia.
-Você está péssima. Com esse rosto de morta, ninguém vai querer comer você. –ela falou e foi direto para o armário encostado na parede a minha esquerda.
-Ótimo, essa é a intenção. –falei simples não deixando transparecer a minha tristeza.
-Sério? E você sabe o que acontece com as vadias que não conseguem algum programa? –Neguei com a cabeça. –Ás vezes os chefe dá alguns castigos dolorosos. Como eu falei, é apenas ás vezes, então sugiro que não se arrisque. –ela falou e voltou sua atenção para o guarda-roupa e colocou um corselet de renda preto e na parte do decote era transparente, havia apenas um coração escuro de cada lado para tapar a aréola e os bicos dos seios e em seguida colocou um short minúsculo de couro preto sobre a cama e uma calcinha de renda preta.
-Você vai usar isso hoje á noite. Ah, esqueci de uma coisa. –ela disse e procurou algo no armário. –Isso. –ela mostrou uma bota preta de cano alto e com salto.
-Eu não vou usar isso. Não tem algo mais descente dentro desse armário? –perguntei levantando da cama pronta pra procurar algo naquele armário.
-Quem dita as regras sou eu, você apenas as obedece. –ela falou superior e rodou a chave do guarda-roupa em seu dedo indicador.
-O corpo é meu, acho quem usará algo desse armário sou eu, então você com gentileza pode me deixar escolher uma roupa descente e não uma roupa de puta mal vestida? –perguntei me colocando em sua frente.
-Querida qual parte do quem dita as regras sou eu e você apenas as obedece você não entendeu? –ela perguntou com uma de suas sobrancelhas arqueadas e com um sorriso cínico.
-A parte em que eu te obedeço, porque até aonde eu sei apenas uma pessoa tem algum poder sobre mim aqui dentro, e essa pessoa está lá em cima sentado em uma cadeira e mandando nessa boate toda, então acho que apenas essa pessoa dita alguma regra aqui dentro, e agora devolva a chave,
-Então a novata chega achando que manda em tudo, é isso? Querida Lua, é esse seu nome novata? –ela perguntou e percebeu que eu não iria responder e então prosseguiu. -Você não manda em nada, eu estou aqui á mais tempo, e isso me dá o direito de ditar alguma regra tanto para você quanto para outras garotas, eu sou a queridinha do patrão. E sabe aquele que cara que você falou agora á pouco? Aquele que está naquela cadeira mandando nessa porra toda, então, aquele homem me deseja e me tem todos os dias na cama dele, ele me deseja como ele nunca desejou outra mulher, porque eu sou a melhor, e isso me dá o direito de comandar alguma coisa nessa boate.
-Você é apenas uma prostituta barata, eu duvido que ele não tenha deitado com melhores.
-Lua, eu sou a garota do Aguiar. Então, acho melhor você me respeitar, não quero ter que pedir pro meu homem lhe dar uma surra e estragar esse seus rostinho lindo.
-Você já escolheu minha roupa, acho que já pode se retirar do quarto. –falei tentando me controlar para não voar nela.
-Aprendeu direitinho, nos vemos por ai Lua. –ela disse com aquele sorriso cínico e em seguida saiu do quarto avisando ao segurança que já poderia trancar.
  Bufei irritada e me joguei na cama. Acho que minha vida não pode ficar pior. O que pode ser pior, á ponto de você ultrapassar o fundo de um poço? 

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