Mini web: "O pai da minha amiga"

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POV LUA

Sempre tive aquela atracão física por homens mais velhos. Se fosse pra namorar com crianças, eu chegava numa escola primária e pegava o primeiro mais bonitinho. 
Já tive namoros sérios com caras que tinham mais oito anos que eu, mais dez anos que eu e o meu máximo foi até doze anos. Namoro com caras assim porque eles são decididos, sabem o que querem e não brincam com sentimentos. Apesar de o meu ex-namorado ter terminado comigo por uma simples cena de ciúmes. Enfim! Existem excepções.

Luísa, minha fiel seguidora, é que nem eu. Caras mais velhos é com ela. Ama tudo o que seja carne da boa, se é que me entendem. Pega qualquer um, seja velho ou novo. Basta o cara ser de olhos claros, que para ela é o homem ideal.
Além de fiel seguidora, a considero como minha irmã. Fazemos tudo juntos! Dormimos, comemos, vamos pró colégio, pegamos caras, vamos pra balada, fazemos compras, TUDO JUNTAS! Somos inseparáveis.

- Lu, eu já te falei que eu não gostava de sorvete de limão. A minha vida já está amarga de mais.
- Por que diz isso? Pela nota ruim a matemática? Relaxa! Eu tive menos um valor que você
- Nem é por isso. Pouco me importo pra nota de matemática. Quero é que o professor se… - a dona da loja de sorvetes encarou ela – Você sabe! Mas eu não estava falando disso. Estava falando do meu pai e da minha mãe
- O que tem eles?
- Toda a hora discutem. – suspirou – Ontem até por um copo de água discutiram. Mas eu não entendo eles…
- Por que diz isso?
- Na semana passada ouvi uns barulhos estranhos vindos lá do quarto. Você sabe né? – ela fez bico, me dando a entender o significado dos “barulhos”
- Quer dizer que eles transam, mais discutem de mais?
- Exatamente! Qualquer dia se divorciam. Eu não queria
- Ainda se podem encontrar pra transar
- Ahh, por favor Lua. Estamos falando dos meus pais
- Que seja. Olha, você vai ver que eles vão ficar juntos. Mudemos de assunto, a tal festa de aniversário da sua prima, quem vai?
- Não é da minha prima. É da filha, da amiga da minha tia, que é amiga da minha prima. Ela é rica. Vai dar uma mega festa. Todo o mundo vai lá, incluindo gente famosa
- Quem de famoso vai?
- Isso é surpresa. A festa vai ser de arromba. Temos de ir todos de branco, estilo havaianos. 
- E será que eu posso entrar?
- Lógico! Você vai comigo e nós vamos com a minha prima. Tudo certo! – ela riu

Adorava a Luísa por isso. Eu nem sabia direito quem era a garota, mas se é festa, eu vou. Ainda por cima, ela é rica. Deve ter conhecimentos, GRANDES CONHECIMENTOS, e possa ser que esteja lá pessoas interessantes.

Me preparei bem para aquela festa. Eu não sabia quem podia encontrar lá, mas pelo sim ou pelo não, me produzi bem. Caprichei na roupa, na simples maquilhagem e uma trança no cabelo. 

- E o presente? – encarei a Luísa
- Droga! Esqueci de comprar – rimos – Mas pode ser que a minha prima leve. 
- Tomara!

Conclusão, eu pensei que a Luísa ia levar o presente, mas ela não levou. E ela pensava que a prima dela ia levar, mas a garota pensou a que a Luísa ia levar. Ou seja, ninguém trouxe presente.

- O que raio vamos oferecer a ela? – perguntou a prima da Luísa
- A nossa presença uê! – entrei desfilando lá dentro

A casa dela era enorme. Dois andares, bem grande. Um enorme jardim e com piscina incluído. A música se ouvia a metros de distância da casa dela. No jardim, haviam divertimentos para os convidados incluindo DJ. Quem quisesse mergulhar na piscina, estava à vontade, assim como relaxar no jacuzzi e transar nos quartos vagos da casa. 

- Quantos anos ela vai fazer mesmo?
- Dezassete. 
- Faz dezassete anos, com corpo de vinte e cinco e inteligência de dois. – disse eu – Por que ela falou pra vir estilo havaiano, se tudo o que ela tem naquele corpo vestido é tudo menos havaiano? – disse puta da vida
- Ela tem de ser diferente Lua
- Ahh, diferente ela já é. Ninguém tem olhos daquela cor
- São lentes
- Exatamente. Por isso mesmo ela já se destaca. – peguei um copo de vodka-cola e dei um gole, admirando à minha volta
- Droga! – reclamou Luísa enquanto olhava pró celular – A minha mãe está ordenando que eu vá para casa. Deve ter discutido de novo com o meu pai. Eu já não aguento mais aqueles dois
- Se divorciem de uma vez! – reclamei também
- Lua! – ela me repreendeu – Eu amo ver eles juntos, são os meus pais. – ela se levantou – Vou embora.
- Eu vou com você então. – disse a prima dela
- Vão me deixar na mão? Eu não quero ir embora. A noite acabou de começar.
- Fica com elas lá – apontou para umas colegas da nossa turma que também tinham vindo
- Jura?
- Ou isso, ou fique sozinha
- Cuidado com o mau humor, ele mata as pessoas – disse irónica pra ela
- Não enche! Tchau. – disse Luísa, toda chateada, sendo seguida pela prima

Otimo! Eu estava sozinha agora. O único remédio era mesmo eu ir com as minhas colegas de turma. Não gosto delas. Érica e Natacha, são sem noção, histéricas e desesperadas. Mas é com elas que eu vou ter de ficar até arranjar companhia de volta.

- Mas ele falou que queria ficar comigo e depois beija a outra? Por favor! Eu vou matar ela – disse histérica, a Érica
- Você fala de mais! – disse pra garota, colega de turma
- Quer ver? – ela se levantou – Eu acabo com ela!
- Nem quero! – segurei ela pra não fazer besteira 
- Olha lá Lua. – Natacha disse, apontando – Não é o seu ex?
- Ricardo? Droga! O que ele faz aqui?
- Não sei. Mas quem é a loira? – perguntou Érica
- Ahh, não. É a nova namorada? - perguntei
- Perai, namorada ou mãe dele?
- Desde quando ele gosta de mulheres mais velhas?
- Desde agora! – respondi – Ele está vindo nesta direção, disfarcem.
- E eu disse que lhe amava. – disse uma delas. Boa! Disfarçou bem

Ricardo passou por mim, me olhando, mas não parou para conversar. Estava de cabeça bem levantada, de mãos dadas com a mãe dele. Ups, namorada!

- Ridículo! – disse irritada, cruzando os braços – A Luísa devia estar cá. Íamos acabar com ele em dois tempos
-  Eu acho que eles ficam bem – comentou a infeliz da Érica
- Eu acho é que você devia ficar calada.

O DJ colocou musicas feitas por ele, com vários trechos de músicas inglesas e fez a malta se divertir de mais. Começaram todos a dançar, enquanto bebiam cocktails e ainda outros pulavam na piscina.
Ricardo se coloca à minha frente, onde eu dançava, e quando “engole” a mulher com quem ele namora. Eles não se beijavam. ELES SE ENGOLIAM!

- Merda! – reclamei – Não quero ficar vendo isso. – disse à Natacha. Olhei em volta – Quem são? – apontei discretamente
- O pai da garota da festa. 
- E os outros?
- Devem ser amigos, não sei. Não me diga que ficou interessada?
- Por acaso… não é da sua conta!

Deixei elas de uma vez e fui fazer o meu trabalho. Peguei num outro cocktail com álcool e fui dançar pra perto dos caras. Me fazia de desentendida e aos poucos eu ia chegando mais perto. 
Haviam três: o pai da garota, o cara musculado e o baixinho. O pai da garota era gordo, eu não gostava. O musculado era muito atraente mas… pouco depois chegou a namorada dele. Então, sobrou o baixinho. Ele não era dos melhores, mas eu não ia desperdiçar tal coisa.
Aproveitei que ele foi para dentro de casa e o segui. 

- Me desculpe, sabe onde é o banheiro?
- Eu também procuro – disse ele. Sorrimos um pró outro

Apesar de baixinho, tem um sorriso encantador. Ele foi na frente, percorrendo a casa em busca de um banheiro. Eu o seguia, apreciado literalmente o bumbum dele. E que bunda, minha nossa senhora!

- É familiar da garota que faz a festa?
- Não. Sou amigo do pai dela. E você, é amiga dela?
- Mais ou menos. – sorrimos de novo

Subimos as escadas e entramos por um corredor meio escuro. Aproveitei aquilo pra me apegar a ele, segurei a sua mão.

- Desculpe. Eu e os escuros não nos damos bem.
- Tudo bem. Não tem problema. Vamos em busca do banheiro e das luzes então – rimos de novo
- Você é muito simpático
- Obrigado. – sorriu de volta

Logo demos por conta do banheiro. Na outra de entrar, ficamos no “ahh, vai você”, “não, vai você”, “primeiro as senhoras”. Mas na hora de entrar, entramos os dois. GENTE! Ele tem uns olhos que hipnotiza qualquer uma. Não, não são olhos claros como a Luísa gosta, mas são olhos castanhos que… te levam pra longe. 
Grudei a minha boca na dele, pouco me importante que tivesse namorada ou não. O certo é que ele correspondeu àquele beijo. Entramos no banheiro, apressados, desesperados. Ele alisou várias vezes as laterais do meu corpo enquanto eu levava os meus cabelos para os seus braços, pescoço e cabelo, o bagunçando. Eu adorava fazer aquilo.
Ele inverteu as posições. Ele se sentou na privada, me colocando no colo dele e de seguida subindo o meu vestido. Íamos transar, é isso?

(…)

Acabamos praticando uma rapidinha na tampa da privada. Foi diferente. Eu nunca tinha passado por isso antes. Saímos do banheiro sem nem ao menos saber dos nomes um do outro, mas antes de voltarmos para a festa, ele segurou a minha mão.

- Não queria que as coisas tivessem sido assim tão rápidas. Agente nem se conhece. Fique com o meu número, nos vemos por ai. – disse ele, me entregando um cartão.

Fui para casa entre sorrisos. Estava encantada com o garoto. Garoto, homem, tanto faz. Ele me deu um prazer descomunal. Do outro mundo mesmo.

LIGAÇÃO ON

- Estou falando. Agente transou no banheiro!
- Você não existe. Muito vaca você. Nem conseguiu o contacto do cara de olhos claros para mim
- Ele tinha namorada. Eu não ia pedir o numero dele. Mas você sabe, que caso ele fosse solteiro, eu pegava o numero
- Mas fala como ele é? Como se chama?
- Ele é assim uma coisa perfeita. Baixinho, meio moreno, cabelos e olhos castanhos. Mas os olhos são uma coisa do outro mundo. Lindos mesmo! – dizia encantada
- Tudo muito bonito, mas tenho de desligar. O meu pai chegou. Ele saiu depois de discutir com a minha mãe e parece só ter chegado agora. Vai haver mais briga – previa ela
- Força ai. Beijo!
- Beijo!

LIGAÇÃO OFF

Ela ficava de rastos quando os pais discutiam, mas o pior é que têm discutido compulsivamente. 

(…)

Inesperadamente, numa sexta à noite, recebo uma mensagem dele. Arthur, é o seu nome. Queria me fazer um convite para jantar. Aceitei, sem pensar duas vezes. Teria apenas de pensar na roupa apropriada para aquilo, combinando com sapatos e bolsa. 

- Pensei que iria recusar o meu convite – disse, enquanto caminhávamos do carro ao restaurante. Ele ia com as mãos nos bolsos, enquanto eu segurava a minha bolsa, entre sorrisos
- Confesso que nem pensei nisso. Te achei muito atraente… digo, interessante. – rimos
- Eu posso dizer o mesmo. – ele riu, olhando para mim – Está muito linda.
- Não me trate como se eu tivesse 50 anos, por favor
- Só se você fizer o mesmo comigo
- Combinado. – ele apertou, delicadamente, a minha mão – Bom, vamos aproveitar esse jantar para nos conhecermos melhor?
- Boa ideia. Pergunta, resposta? – rimos – Sei que é um pouco infantil, mas é uma bela forma de começar.
- Tudo bem. Aceito. 

Foi assim que fomos nos conhecendo aos poucos. Não perguntamos nada que prejudicasse a nossa vida pessoal. Apenas coisas simples. Estava na cara a nossa diferença de idades, mas isso não foi assunto do jantar
No jantar, num belo restaurante romântico, continuávamos a conversar sobre coisas que provavelmente tínhamos em comum e ainda assuntos do dia à dia. Confesso, estava a ser um pouco chato. Ele falava de coisas que eram sérias de mais para a minha idade. 

Conversávamos quando o celular dele tocou. Ele pegou o celular, bufou e colocou de novo o celular na mesa. Colocou os cotovelos sobre a mesa e colocou a testa sobre as mãos, respirando fundo e voltando ao jantar. 
Olhei para o celular discretamente e vi um nome de uma mulher. Era ela que ligava sem parar.

- O que se passa? – perguntei – Porque você não atende?
- Não é importante…
- Não me parece. Se não, você não reagia dessa forma. – ele voltou a respirar fundo 
- Eu tenho de ser claro com você… - ele respirou fundo pela milésima vez
- Aii meu deus, o que vem ai?
- Eu sou casado!
- O quê? – olhei para a sua mão, mas não vi anel nenhum. 
- Eu não tenho a aliança agora porque eu tirei quando te fui buscar – ele reparou que eu tinha olhado para a sua mão – Mas olha, pra te ser sincero, você é bem mais importante que a minha mulher. Estou farto dela, sabe? O que me prende a ela é apenas a minha filha!
- Você tem uma filha? – perguntei incrédula – Como assim? Você que idade tem afinal?
- O que importa isso? – ele me perguntou, quase me encarando – O que importa aqui é… - ele se viu atrapalhado – O que importa aqui é… é nada! Nada importa. Você não tem nada a ver.  – ele se tornou arrogante
- É melhor eu ir embora. – passei o guardanapo pelos lábios e peguei a minha bolsa
- Não, por favor. – ele segurou a minha mão – Eu te explico tudo, mas não vai embora.
- Tudo o quê, exatamente?
- Eu tenho uma mulher. 
- Ai eu já entendi
- Mas eu não amo ela. Já amei, mas é passado. Todas as cenas de ciúmes, todos os disparates de dinheiro gastos em coisas desnecessários e as discussões derivadas disso me fizeram perceber que… aquela não é a mulher certa para mim. 
- Se você não ama ela, se separe. Simples.
- Era simples, se eu não tivesse uma filha. A minha filha é da sua idade. Ela ama agente. Me ama, mas ama muito a mãe. Eu amo muito ela. Caso agente se separe, tenho medo que ela se afaste de mim e que sofra com tudo, entende?
- Por um lado sim… eu tenho uma amiga que está passando pela mesma situação. 
- E como a garota está?
- Transtornada. Os pais vivem discutindo. Ainda esta semana, depois de discutir, ele chegou bem tarde a casa. Mas o engraçado é que eles não se amam, apenas querem se comer um ao outro
- Como assim?
- Ela ouviu uns barulhos vindos do quarto. Eles estavam… você sabe. – dei a entender
- Eu entendi. – assentiu ele

Acabamos aquela noite num motel. Para além de fazermos amor, conversamos muito também. 
No outro dia seguinte, acordamos com, novamente, o celular dele tocando.

- É uma mulher… - vi o nome no celular e passei pra ele
- Minha filha. Droga! – ele sentou na cama, colocando a lençol por cima das suas partes intimas e atendeu a ligação – Sim filha, bom dia (…) Eu sei, o pai teve uma reunião que demorou até mais tarde. Ficou longe de casa, por isso fiquei num hotel (…) Sim, eu volto para almoçar (…) Fala pra ela não se preocupar (…) Sim, tenho certeza que está tudo bem (…) Beijo. – ele suspirou e colocou o celular de lado. Me deu um beijo na testa e olhou para mim – Bom dia.
- Bom dia. – dei um beijo nele – Sua filha? Ela deve estar preocupada. É melhor você ir pra casa…
- Eu vou. Mas só depois de ficar um pouco com você. – ele me abraçou e deitou a cabeça sobre o meu peito – Acho que me apeguei a você.
- Depois de tudo o que eu sei de você… já não sei nada.
- Como assim?
- Não sei se me devo sentir apegada ou não. Afinal, sou sua amante
- Eu tenho de pensar alguma coisa sobre o meu casamento. Isso não pode continuar assim. Mas enquanto isso, prefiro me apegar. – sorriu 
- E se o casamento terminar, você faz o quê?
- Não sei… depende. 
- Depende de…?
- De como eu estiver com você. 
- Olha um inicio de cantada – eu ri
- Não é isso. – ele riu – É claro que se eu me apaixonar por você, eu vou ficar com você. Isso se você quiser, claro. 
- É cedo para dizer isso. – passei as minhas mãos sobre o cabelo dele – Além disso, deve ser estranho. Você está comigo, sabendo que eu tenho a idade da sua filha. Não parece que está na cama com a sua filha?
- Nada haver. Apesar da sua idade, você parece mais velha. É tão decidida.
- Pior que sou – rimos – Mas bom, não quero te atrapalhar mais. É melhor agente ir embora
- Posso reservar esse Motel para mais tarde? – perguntou, safado
- Pode. – concordei, sorrindo de lado

(…)

Quando a Luísa me telefona chorando, pedindo para passar na minha casa, entendo logo a razão: os pais discutiram. Dessa vez, o cara até ficou uma noite fora de casa.

- E o pior é que eu e a minha mãe sabemos que ele está a mentir porque a minha mãe ligou para onde ele trabalha. 
- Você acha que ele tem uma amante?
- Só acho. Deve saiu ontem por volta das 8h da noite. Depois ficou a noite fora e voltou hoje por volta das 11horas. Às 10h, eu liguei a ele e ele me parecia assustado e com medo de algo… não sei explicar. – chorava – Eu tenho a certeza que ele tem outra. O meu pai ficou a tarde toda trocando mensagens com alguém no celular e falou que hoje ia ter outra reunião. Eu não queria que as coisas fossem assim. Não queria mesmo! – dizia chorosa – Eu não quero que os meus pais se divorciem. Eu não quero ter uma madrasta, Lua.

Entrei em depressão. Comecei a pensar em tudo. Primeiro, o facto de ele ser casado e não amar a mulher. Segundo, o facto da filha dele também se chamar Luísa. E para concluir, a garota me diz isso. Será que eu ando com o pai dela?

Em caminho para o Motel, fiquei a pensar em tudo. Se tudo batesse certo, eu era uma das razões da causa de sofrimento da Luísa. Eu era uma das causadoras da destruição de uma família. Tudo bem, desta vez, o lance com um homem mais velho deu para o torno. 
Eu devia ter deixado o Arthur quando eu descobri que ele era casado.

- Arthur, espera. – pedi, enquanto entravamos no quarto do Motel. Desde a recepção que ele beijava o meu pescoço e apertava a minha bunda, colocando até a mão por baixo da minha saia, indo até às minhas partes intimas. – CHEGA! – gritei. Ele me olhou assustado. Já estávamos no quarto, quando ele chegou a porta. Eu o olhei e de seguida comecei a chorar – Arthur, me mostra uma foto da sua filha. Por favor. 
- Mas porquê?
- Por favor Arthur! – disse, enquanto as lágrimas caiam sobre o meu rosto

Ele me mostrou uma foto dela. Lá estava. Cabelos claros, lisos, baixinha, magrinha. Era ela. A minha fiel companheira. A minha considerada irmã. 
De seguida, peguei o meu celular e peguei uma foto onde estou eu e a Luísa, numa ultima festa que fomos. Mostrei ao Arthur.

- Você conhece ela?
- Eu sou amiga dela! Ela é a minha best… eu não acredito nisso! – sentei na cama e comecei a chorar. Ele sentou ao meu lado e colocou as mãos nas costas
- Você não precisa de ficar assim!
- COMO NÃO? – gritei, ainda chorando – Como não Arthur? A garota tá sofrendo de mais por minha causa. Ela foi na minha casa, ela sabe que você mentiu porque a sua mulher ligou para onde você trabalha e descobriu tudo. Elas sabem que você têm uma amante. A amante sou eu… eu! A amiga da sua filha…
- Droga!

POV ARTHUR

Passamos dias afastados, o que me causou muita saudade. Eu tenho o defeito de me agarrar muito às pessoas e depois eu é que acabo sofrendo. O que eu sinto pela Lua pode ainda não ser considerado amor, mas eu sei que é forte.
O que complica ainda mais a situação, é o facto de eu querer uma garota que tem idade pra ser minha filha. 

Encarar o rosto triste da Luísa, não tem sido fácil. Mas continuar casado com uma pessoa que eu não amo, é pior ainda.

- Por isso eu cheguei a uma conclusão.
- Que conclusão? – disse a minha futura ex-mulher
- Eu quero o divórcio.
- Não é só você querer. Está louco? Você não pode fazer isso, não pode! As coisas não se fazem do dia para a noite
- Eu tenho motivos suficientes para me separar de você. E eu vou me separar de você. O meu advogado vai tratar de tudo. Trate de arranjar um bom advogado, mas não conte com o meu dinheiro
- E tudo isso por causa do dinheiro?
- O quê mais? Você só vive às custas do que é meu. Você tem um problema grave com o dinheiro e não entende isso. Compra tudo e mais alguma coisa sem precisar e depois, quando eu me farto disso, arranja a desculpa de eu ter uma amante
- Vai dizer que é mentira?
- Não, não vou dizer. Pelo contrário, eu assumo. Eu tenho uma amante sim! Sabe porque? Porque eu tenho falta de amor, carinho e alguém que fique ao meu lado. – suspirei – Trate de ir para a casa da sua mãe. Mas que fique claro, que a Luísa fica comigo.
- Não, não fico! – ela estava ali, ouvindo tudo o tempo tudo
- Filha…
- Pai, você me desiludiu. Me fala, quem é ela? É do seu trabalho? É a puta da secretária? Ou é a outra advogada? Quem é pai? Quem é?
- Você não conhece… - disse, quase tremendo
- Eu vou com a mãe!

(…)

Quando voltei ao Motel com a Lua, não consegui não chorar. A minha vida estava um caos e o facto de eu não ter ela por perto, o tempo todo, estava complicando a situação. 

- Eu vou me divorciar dela e vou assumir algo serio com você
- Eu não quero. 
- O quê?
- Eu quero… mas eu não quero quebrar a amizade com a Luísa. Ela sabe que eu tenho alguém, mas não sabe quem é. Eu não quero que ela saiba que eu namoro com o pai dela. Eu não quero.
- Lua, se vocês são amigas, ela vai entender.
- Não, não vai. Eu sei como ela é.

POV NARRADOR

Enquanto isso, a mulher de Arthur conversava com o seu advogado, na casa da mãe, pra tentar sacar o máximo de bens do Arthur. 

- Faça o que for preciso. Roube, mate, mas me deixe rica! Eu e o meu namorado não podemos ficar sem dinheiro.

Luísa, mais uma vez, escutou tudo e percebeu que a mãe também tinha um amante. Afinal, por que raio ela não queria se divorciar do Arthur, se ela tem um amante? Simples! Ela queria o dinheiro dele.
A garota estava sem chão. Ela ia desabafar com Lua e a loira ficava sem saber o que dizer. Ficava envergonhada e se sentia mal por estar a mentir à amiga.

- Mas e agora?
- Eu não sei Lua, eu não sei. Eu descubro que o meu pai é um mostro por ter uma amante, mas a minha mãe é bem pior. Ela quer roubar o meu pai para sustentar o namoradinho. A minha mãe não tem sentimentos. Só pensa no dinheiro do meu pai… eu estou confusa! Afinal, quem está certo?
- Você ama o seu pai?
- Muito!
- Então… se ele tem outra, é porque não gostava da sua mãe. Se ele tem mesmo essa outra pessoa, é que gosta dela. Você não quer ele feliz?
- Quero… mas será difícil
- Mas você aceita o facto de ter uma madrasta?
- Eu… eu não sei. – ela chorava

Passaram-se dois meses e depois de muito lutar, o divórcio saiu. Como a Luísa tem mais de 18 anos, ela pode escolher entre ficar com o pai e a mãe. Ela escolheu ficar uma semana com cada um.

- Eu fico feliz por escolher ficar a primeira semana comigo
- Eu sei pai – sorriu 
- Quer fazer o quê hoje? Você escolhe!
- Eu queria… conhecer a sua namorada. Eu posso conhece-la?
- Bom, na verdade, ela ainda não é minha namorada. Nós estamos saindo muito juntos, estamos no conhecendo bem e ela tem me apoiado muito.
- Você ainda não pediu ela em namoro?
- Não…
- Pai, que erro grave! Pede já, agora! – Luísa ria, fazendo o pai rir também

Arthur pensou direitinho sobre o assunto e organizou uma coisa rápida para o pedido de namoro. Iria ser na hora do lanche, no parque. 
Depois, quem sabe ao jantar, Luísa fosse conhecer de verdade a sua nova madrasta.

- E vamos comer o quê?
- Umas coisas ai… - Arthur tirou do casaco dois ovos kinder
- Jura? Eu não posso comer chocolate, vou engordar
- Vai ficar uma gorda linda!
- Eca, que chaveco!
- Tudo é chaveco pra você?
- Mais ou menos – ela riu – Mas vamos, me dá logo esse chocolate

Arthur entregou para ela. Ele não tirava os olhos da sua loura. Garotinha, por causa da idade, mas mulher devido às suas ações. Lua tem sido muito forte no que toca a ter uma relação com o pai da sua melhor amiga, mesmo sem a garota saber. 

Estavam no parque, sentados na grama, encostados no grande carvalho (árvore). Arthur um ovo kinder à Lua e escolheu outro para ele. Ele sabia perfeitamente o truque e esperava a reação da Lua.
A garota tirou o papel de volta e quando foi abrir, viu os anéis caírem sobre o seu colo

- Mas o que é isso? – seus olhos brilhavam. Ela pegou os anéis, colocou nas pontas dos dedos e olhou para os olhos de Arthur.



- Pra você. – ele abraçou ela se a puxou pra perto de si, deixando-a entre as pernas dele – Deixa eu colocar. – ele colocou e enquanto isso, disse as palavrinhas mágicas – Lua, namora comigo?
- Bobo! – disse com lágrimas nos olhos – Namoro!

(…)

A mesa estava posta e o jantar estava no forno. Arthur estava nervoso, não parava de andar de um lado para o outro. Luísa também estava nervosa e bem ansiosa. 
Lua, por sua vez, parou diante da porta da casa do Arthur uns cinco minutos e pensou em desistir. A partir de agora, a sua amizade com Luísa irá acabar, porque foi graças a essa relação, entre Lua e Arthur, que o casamento entre os pais da Luísa terminou. 
Arthur estava assustado. Lua parecia nunca chegar. Ele abriu a porta de casa e viu Lua lá, quase indo embora.

- Ei, vem. – ele a puxou pra dentro
- Não Arthur, eu não quero. Me deixa ir embora. Vamos terminar tudo, por favor. Eu não quero perder a Luísa como amiga, eu não quero.
- Mas Lu…
- Lua? – Luísa chegou na porta e viu Arthur e Lua de mãos dadas. A garota olhou prós dois e de seguida para as mãos dadas dele. Depois, voltou a repetir o olhar – Pai… a sua namorada é a Lua? – ela estava seria e chocada
- Filha, eu…
- Luísa, eu posso explicar. A culpa foi minha. Você sabe que eu sou louca por homens mais velhos, mas eu não sabia que o Arthur era seu pai. Você sabe que eu nunca venho na sua casa, a sua mãe odiava vizinhas e…
- Chega! – pediu ela.

Luísa foi para o sofá, se sentou e baixou o rosto. Lua começou a chorar de mais, mas Arthur a puxou para dentro e começou a dizer um monte de coisas à filha.

- Eu amo a Lua filha, me entende. Eu sei que é difícil entender uma coisa dessas, eu sei que você está decepcionada comigo e…
- Pai chega! – ela se levantou. Estava virada para a janela e não para eles, o que deixava pior a situação. De repente, ela se vira e abraça os dois – Obrigada pai por ter escolhido esta periguete e não outra qualquer. – ela riu, deixando os dois sem entender – Tudo bem, é estranho ver vocês juntos como… casal. Mas a Lua é a minha amiga, minha melhor amiga e… poxa, você é o cara que eu mais amo nesse mundo. Eu adorei pai!
- AHHHHHH – Lua gritou, ainda em choro – Eu pensei que você ia pedir para me matarem. Pensei que você não ia mais falar comigo, nunca mais. Eu estava propondo terminar tudo com ele para ficar com a sua amizade. Poxa Luísa, obrigada!
- Porque não me contou antes sua louca? 
- Eu estava com medo Luísa… 
- Eu sei perfeitamente que antes de você, o meu pai já teve outras amantes e sei que o motivo do termino do casamento não foi só essas traições mas sim o dinheiro que a minha mãe deseja do meu pai. Eu entendo tudo. Se o meu pai está feliz, eu estou feliz por ele. – Luísa olhou para os dois – Vocês até que nem ficam mal juntos. O meu pai é gato né? Eu sempre falei que ele nem parecia meu pai.
- É o que dá ter filhos tão cedo. Eu era adolescente e…
- Sim pai, agente já sabe! – Luísa interrompeu – Quando o meu pai começa a falar, ele nunca se cala. – Luísa pegou o braço de Lua e foram para a cozinha – O jantar foi eu que fiz. Fique sabendo que o meu pai é péssimo na cozinha. É verdade, vai começar a morar aqui? Seria legal, porque assim agente vai pra escola juntas. – Luísa estava tão animada, que deixou Arthur MEGA FELIZ!

(…)

Luísa fez de propósito e foi passar a noite de sábado à casa da mãe, com a desculpa de que o pai ia para um jantar de negócios. A ex-mulher de Arthur não precisava de saber que o ex-marido estava feliz, ao lado de alguém que ama.

Lua e Arthur ficaram sozinhos na casa dele. Jantaram, ainda na companhia da filha dele, depois viram um filme só os dois e Lua se levantou pra ir pra casa.

- Estou mega feliz. Você não tem noção. Mas tem uma coisa que me deixou mais intrigada… - enquanto conversava, ela se dirigia até à porta de saida
- O quê? – ele se encostou na porta de saída, enquanto ela já estava do lado de fora, com a mão dada a ele
- Você disse à Luísa que me amava…
- Se eu disse, é porque amo mesmo você.
- Me ama?
- Amo! Muito! – garantiu e deu um selinho bem demorado a ela
- Obrigada por tudo isso! – Lua deu um beijo em Arthur. Se entusiasmou tanto com o beijo que colocou a mão de volta dos ombros dele, enquanto uma bagunçava o cabelo dele. 
- Fica essa noite aqui
- Não posso. Eu disse à minha mãe que não demorava
- Fala que você fica com a Luísa
- Tá bom – se deixou convencer

Lua mandou uma mensagem à mãe e enquanto isso era beijava por Arthur que insistia em colocar a garota contra a parede, beija-la e levar a mão para de baixo da sua saia. 
Depois de Lua largar o celular, pulou para a cintura de Arthur e o garoto pegou ela pela bunda, a levando logo para o quarto. O beijo deles era cheio de desejo, como sempre é. Estavam desejosos de se verem nus um para o outro e se amarem nas próximas horas.
Chegando ao quarto, Arthur colocou Lua no chão e, sozinha, a garota já foi tirando a sua roupa, assim como Arthur. Eles não queria perder tempo. Queriam se meter na cama e se amarem de uma vez.
Lua chegou Arthur na cama, o provocou o máximo que conseguiu e depois, por iniciativa própria, tirou a cueca boxer dele. Arthur fez o mesmo com ela, tirou a roupa interior dela, jogou longe e beijou tudo o que conseguiu.
Quando ele investia nela, a pequena arranhava as costas dele o máximo que conseguia pra demonstrar tal prazer que estava sentindo naquele momento. Ambos gemeram, quando se amava, se beijaram e não pararam até o dia clarear.

Que seja sempre assim. 

Boa noite gente! Obrigada a quem me deu os parabéns ontem <3
Vim postar esta mini web que escrevi hoje, para compensar estes dias.
A partir de terça, tem web nova!!

Gostaram desta mini web? Rola muitoooooooos comentários?

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