MINI WEB: Mas mãe! Eu amo ele! - 5º Capítulo

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POV LUA

Com tanta porcaria que eu já havia feito na minha vida, estava na altura de acertar algum passo. E por que não pensar antes de agir? Eu acho que o meu problema é exatamente isso: agir sem pensar.
Tenho aprendido tanta coisa nessa vida. Pensar antes de agir é apenas mais uma. Afinal, é com os erros que se aprendem. Mas a minha mãe, nem com os erros se entende o que está certo ou o que está errado.

- Eu já sei qual era a sua próxima vitima. E te garanto que agora não há escapatória
- E quem é? – perguntei
- O Luan Santana! – minha mãe veio com passos largos para o pé de mim, com um sorrisão no rosto. Com ela, vinha junto dos bilhetes, supostamente para um show dele – Você vai amanhã no show dele e vai…
- Nem pensar! – recusei de imediato – Eu não vou botar a minha cara pra levar tapa de novo. Mãe, o Luan Santana é o ídolo de mais de metade deste país. Eu ia ser morta pelas fãs dele se eu fizesse alguma coisa com ele. Além do mais, nem é por ser ele. É mesmo porque eu cansei.
- Cansou do quê? De correr pra ser feliz? Olha que parada você não vai a lugar nenhum! – minha mãe se mostrou ofendida
- Andando por ai, indo para a cama de uns e outros, também não
- Então é mesmo pobre que você quer ser?
- Se eu trabalhar, lutar porque aquilo que eu quero, eu não vou ser pobre. Não pobre de alma.
- Não me venha com filosofias. Todas nós sabemos que o que importa aqui é o dinheiro
- Não! O que importa é o amor. É o que eu sinto, é o que eu quero pra ser feliz. Eu não quero ter filhos de caras que eu nem conheço. Isso seria um erro. Eu quero ser feliz ao lado de um cara que me ame, igual ou mais do que eu amo ele. Seja ele pobre ou rico. Tanto faz. – me levantei – Vou lutar por aquilo que eu quero e não por aquilo que você quer. Cansei de fazer tudo o que você manda. Cansei de correr atrás daquilo que eu pensava ser o melhor para mim.

Saí de casa deixando a minha mãe de boca aberta. Ela talvez pensava que eu nunca seria capaz de fazer o que eu fiz agora. Ela talvez pensava que eu ia ser sempre aquela menina bonitinha e piriguete que se interessava por ricos.
Tudo bem, admito que fui idiota ao ponto de querer fazer um filho por interesse, mas teve alguém que me chamou a atenção antes que eu desse outro passo em falso.

- Não, ele não está! – respondeu a mãe do Arthur – Ele foi fazer uma prova da faculdade e depois vai trabalhar, coisa que você também podia fazer, mas está mais entretida a sacar gente rica, não é mesmo? Mas olhe aqui! – ela apontou o dedo na minha cara – O meu filho não é rico. Tudo o que ele tem, se deve ao esforço dele e nem você nem ninguém se irá aproveitar dele, entendeu? Por isso aconselho a que você largue o meu filho de uma vez e desapareça da vida dele. Eu não quero que ele seja conhecido por andar com a maior piriguete desse planeta.

Aquelas palavras, parecendo que não, me deitaram a baixo. Eu não tive mais como me defender. Fui embora, chorando pelas ruas todas. Andei sem noção, pensando em cada palavra que a mãe dele me disse.
Talvez ela tenha razão. Talvez eu não sirva para nada mesmo. Talvez eu não passe de uma simples vadia que se aproveita das pessoas.
Mas uma coisa é certa: eu quero mudar.

POV ARTHUR

Passei anos da minha vida me dedicando a uma coisa que a minha mãe sempre desejou que eu fosse: médico. Medicina foi sem dúvida uma área que eu dominei. Foram horas de estudo, dedicação, muito empenho. Chego mesmo a dizer que recusei vários convites para sair porque, no dia seguinte, eu tinha uma prova pra fazer ou uma simples apresentação de trabalho.
Agora o importante é que o diploma de médico é meu. No mês seguinte, serei conhecido como Dr. Arthur Aguiar. Irei trabalhar no hospital, como médico normal. Farei consultas, passarei receitas de medicamentos, mas o mais importante de tudo é que deixarei a minha mãe orgulhosa.

- Você é o meu motivo de orgulho. – dizia a minha mãe com lágrimas nos olhos enquanto me abraçava
- Obrigado mãe. Eu devo muito à senhora, que sempre me apoiou.
- Que nada. Tudo valeu a pena. Você é o meu orgulho!
- Obrigado mãe! – nos abraçamos mais uma vez

Naquela noite, eu pretendia sair com os meus colegas. Íamos todos para um resturante, beber uns quantos copos, festejar e a próxima paragem seria na balada.
Eu vinha para casa quando vi Lua entrar na casa dela. Ultimamente temos andado afastados. Ela está diferente. Não pára em casa e sempre que lhe vejo na sua varanda, me parece cansada.
Apressei o meu passo para lhe acompanhar até à porta de casa. Ela me viu, mas não disse nada, desviando o olhar.

- Não me vai dar os parabéns? – meti conversa antes que ela fechasse a porta de casa
- É verdade. – ela sorriu – Eu sabia que hoje era mesmo um dia especial. Mas não queria te incomodar.
- E desde quando você incomoda?
- Desde sempre. A sua mãe mesma falou
- O quê?
- Nada não. Bom Arthur, eu preciso de ir descansar.
- Não. Vamos falar, por favor. É só um instante.
- Tudo bem. Só se for rápido, estou cansada mesmo.

Ela voltou a sair de casa, deixando os seus sacos lá. Andamos até à fonte da vila. Fomos até lá em silêncio. Um silêncio bem constrangedor.

- A que se deve tanto cansaço?
- Trabalho, como é claro.
- Trabalho? Você está trabalhando? Desde quando?
- Faz duas semanas. Faço limpezas na casa de uns idosos.
- Mas… - eu estava confuso – Porquê?
- Porquê o quê? Porque é que lutei por aquilo que eu queria? – ela sorriu – Você mesmo me disse que eu deveria lutar por aquilo que eu quero. Se é dinheiro que eu quero, a única forma de eu ter ele, é trabalhando. Está certo ou não? – eu não disse nada. – Ao menos agora as pessoas não me olham como uma piriguete oferecida.
- Fico feliz que tenha mudado a sua noção de ver as coisas. Mas trabalhar na casa de idosos não é propriamente a sua cara.
- Mas era a única coisa a fazer. Eu não tenho estudos, como você sabe. Não podia ser professora, médica ou juíza.
- Você me deixa orgulhoso – sorri, sincero. Ela olhou para mim e sorriu envergonhada também
- Não sei porquê. Aqui o único motivo de orgulho é você, mais ninguém.
- Mas você mudou. Mudou radicalmente. Isso me deixa feliz. Afinal os meus conselhos serviram para alguma coisa.
- Foi graças a você que eu mudei. Te vejo muito. – ela deu um beijo no meu rosto, sem eu esperar e de seguida me abraçou bem forte. Eu retribui o abraço e na hora de retribuir o beijo, acabei aproveitando mais, roubando a ela um selinho.

Nos olhamos de novo envergonhados. O relógio da igreja bateu nove badaladas. 9horas da noite já. Era suposto eu estar pronto para sair com os meus colegas, mas sinceramente ficar com a Lua estava sendo melhor.
Notei a sua aflição ao ver as horas. Ela parecia querer ir embora, mas eu segurei a mão dela e a puxei para um beijo. Colei os meus lábios nos dela enquanto colocava a minha mãe no rosto dela, para nos aproximarmos mais. Quando desenrolei o beijo, pedi passagem para a minha língua e ela cedeu. Parecia mentira. Estaria eu mesmo beijando a Lua Blanco, a maior ex-piriguete das redondezas?
Quem eu beijava não era mais piriguete. Era uma lutadora. Alguém que abriu os olhos para enxergar o que era obvio. Se você quer algo na vida, tem de trabalhar para ter, pois o dinheiro ainda não cai do céu.

- Arthur… - ela parou o beijo. Balançou a cabeça e tirou a minha mão do rosto dela
- Que foi? Foi ruim?
- Não, não é isso. É que… eu não quero.
- Não quer? Então porque é que me beijou dessa maneira?
- Eu quero, mas não posso.
- Não pode me beijar?
- As pessoas vão pensar que eu estou me aproveitando de você. Afinal, você agora é medico. Eu não quero que pensem isso de mim
- O que importa é o que você sente, não o que as pessoas pensam
- Não insiste. É melhor assim. – ela se levantou
- É melhor lutar contra aquilo que você quer?
- E acha mesmo que eu quero beijar você?
- Não quer? – a encarei. Me levantei e peguei a mão dela – Não vai embora.
- Eu preciso ir.
- Promete que este beijo vai se repetir
- Não é você que vai depois ouvir as indiretas das pessoas. Não é a você que vão chamar de vadia e aproveitadora.
- Eu acredito em você. Sei que não vai estar comigo por o dinheiro que eu possa vir a ter e sim porque gosta de mim.
- Não viaja.
- Não estou viajando. – coloquei a minha mão sobre a cintura dela e a trouxe para perto. Ela colocou um braço de volta do meu pescoço e deitou a cabeça no meu ombro – Eu sei que você gostou desse beijo. Eu sei que está louca por repeti-lo, assim como eu estou. Se você quer o mesmo que eu, é porque sente o mesmo que eu. Se eu gosto de você, você gosta de mim
- Como pode ter tanta certeza? – ela riu e olhou nos meus olhos
- Eu te conheço. – sorri, passando com o dedo na ponta do nariz dela, fazendo sorrir de novo
- É difícil pensar que eu já te desprezei tanto, em águas passadas e que agora nós estejamos assim, nos pegando.
- Quem diz pegando, diz namorando.
- Namorando?
- Você não quer?
- É cedo pra dizer isso.
- Eu sei. Vamos deixar a poeira baixar. Mas me promete uma coisa. – segurei as duas mãos dela
- O quê?
- Não se afasta de mim. Fica comigo. Ignora o que as pessoas dizem, tá? Se for preciso, vamos lutar contra tudo e todos. Mas vamos ficar juntos. Promete?
- Eu não sei… é difícil. Eu não quero mais ser apontada na rua, enquanto passo
- É fácil. Vamos viver para outro lugar. Longe de tudo e todos.
- Mas eu não quero que você um dia se arrependa
- Você vai fazer eu me arrepender?
- Não, nunca.
- Então… promete?
- Prometo! – selamos o nosso acordo com um beijo

POV LUA

Mais difícil do que mudar radicalmente, é assumir que você gosta de alguém. Pelo menos para mim. Eu nunca na vida pensei em me apaixonar. Vida de piriguete não é tão complicada assim. Temos um caso aqui, outro ali. Nunca nada serio. Zero por cento de relações ou afectos.
Depois de assumir que gosto mesmo do Arthur, o passo mais difícil foi dizer tudo para a minha mãe.

- O quê? Você vai andar com um cara que não tem onde cair morto? Você é burra Lua? – ela começava a me ofender, como sempre – Você vai deixar que um emplastro vire assim a sua cabeça?
- Ele tem estudos, ele não é…
- Uau, tem estudos! – ela me interrompeu – Mas e daí? O passo mais difícil é arranjar trabalho. Este Brasil está perdido. Onde é que ele vai arranjar trabalho? NUNCA LUA, NUNCA! – ela gritou comigo – Ele é apenas mais um desgraçado que tem estudos mas não tem trabalho. Acorda para a vida minha filha. Se mete com um cara rico. Quem te avisa, teu amigo é! Vai por mim.
- Não mãe. Está decidido. Eu estou com o Arthur, eu gosto dele! – encarei bem ela para que entendesse de uma vez
- Você não sabe o que diz! – abanou a cabeça negativamente – Largue esse emplastro! – gritou comigo – Largue! Pobre você já é. Não se meta com mais uma desgraça. Ele não presta pra você. Você merece melhor.
- Realmente mereço. Mereço uma mãe melhor, que me ensine a lutar pelas coisas que eu mais quero na vida e não que se aproveite das pessoas.
- Esteja calada! Eu é que te criei
- Criou mal! Foi preciso um cara me abrir os olhos. Me fazer acreditar que eu era capaz de lutar por aquilo que eu queria. Quem devia ter feito isso era você e não ele! Estou farta mãe, farta! Eu vou sair de casa! – gritei, entre lágrimas e desespero

Bom, como vocês sabem é uma MINI web mesmo. No proximo capítulo, ela acaba.
O que querem que aconteça? A Lua deve ou não ficar com o Arthur? 

6 comentários:

  1. Lógico que ela tem que ficar com o Arthur !!
    Posta +++++++++++++++
    Ameeii *-*

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  2. ISSO AI , NAO MECHE COM LUAN SANTANA NAO PO***
    E a lua deve fica com o Arthur

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  3. Deixa o luan no canto dele
    E siíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm a lua e o arthur tem qe ficar juntos e irem morar juntos e em outros lugares e faz o arthur ajudar a lua a pelo menos ter um ensino basico pra ela conseguir trabalhar

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  4. Ameeeeeeiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!
    Posta Mais hojeeeeeeee pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

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