O tempo cura tudo - 26º Capítulo

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POV NARRADOR

Lua chegou em casa, tarde, depois do seu jantar com o Lucas, dono da empresa em que ela trabalha e se assustou quando viu uma mulher desconhecida pegar o seu filho ao colo.

- Quem é você? – ela entrou rápido em casa e tirou do braço da mulher o seu filho – O que faz com ele ao colo? Ou melhor, o que faz na minha casa, com o meu telefone? – ela tirou o telefone da mão da mulher e desligou a ligação – Arthur, Arthur! – chamou, gritou
- Ele saiu senhora… - a mulher se mostrada tímida e insegura quanto à situação – Eu sou a Maria e sou babá. O seu marido me pediu que eu ficasse tomando conta do Guilherme e que desse um jeito nesta casa. Ele depois disse que pagava, claro. Ele saiu.
- Ele pediu pra você tomar conta do meu filho e não para andar a fazer ligações. – Lua foi ver o registo de chamadas – 48Minutos numa ligação? – ficou incrédula ao olhar para o ecrã do telefone – Você acha que eu sou o que? Uma maquina de dinheiro?
- Me desculpe senhora… eu saiu já! – ela pegou na sua bolsa que estava na cozinha e saiu porta fora, sem nem deixar o contacto para mais tarde pagar o serviço que ela fez
- Mas o seu pai é um grande filho da… - ela segurou a palavra que tanto cria dizer, para que Guilherme, futuramente, não seguisse maus exemplos – Eu pai não presta mesmo! Mas ele que não pense que as coisas vão ficar assim. Ele vai ver o que lhe vai acontecer…

Realmente a casa tinha ficado arrumada, mas 48minutos só em uma chamada não se justificam. Mas isso nem era importante agora.
Lua estava com raiva do Arthur. Algo podia ter acontecido ao pequeno Guilherme. Aquela mulher podia não ser de confiança, podia ter sequestrado o menino e levado ele para a Austrália ou… tudo bem, Lua às vezes viaja de mais. Mas mãe que é mãe, se preocupa deste jeito com os seus filhos.
Para descarregar as raivas, Lua colocou o Guilherme para dormir. Ficou passando as mãos no cabelo do pequeno para que ele adormecesse enquanto brincava com o cabelo dela entre seus dedinhos.

- Como eu pude me apaixonar por alguém como o seu pai? Me explique? Tudo nem… naquela fase que deixamos os nossos pais no Brasil e viemos para Inglaterra, nós éramos jovens, vidas loucas que só queria descobrir o mundo. Inglaterra sempre foi um sonho meu. Sonhava morar aqui, trabalhar aqui e construir família, só não pensei que fosse desse jeito. – suspirou Lua enquanto desabafava “sozinha” – Eu amava o seu pai. Mas do jeito que ele está agora, não amo mais. E sabe que mais? Vou seguir a minha vida em frente. Este Lucas não me parece má pessoa. Mas só tenho pena de você pequeno… - passou as mãos sobre o cabelo dele – Você um dia mais tarde irá sofrer com a nossa separação.
- FLAMENGOOOOOOO, VIVA AO FLAMENGOOOOOOOOOO! OLÉ, OLÉ, OLÉ, FALMENGO É QUE É! OLÉ… - Arthur entrou neste estado em casa, batendo com a porta. Os nervos tomaram conta de Lua, que saiu do quarto do Guilherme fechando a porta devagar para ele não acordar e depois foi pra sala cuidar do “louco”
- ENDOIDOU FOI? FICOU LOUCO? BEBEU? – Lua gritou com ele que se mostrava feliz, bem animado com a vida. Ele continuava com os seus gritos e Lua o empurrou contra a parede, acalmando ele
- LUAAAA – ele gritou rindo – O FLAMENGO É CAMPEAO, ELE GANHOU ESSA PORRA TODA! – gritava e ria
- E O SEU FILHO? – gritou – CADÊ O SEU FILHO? – ela colocou a mão da cintura
- Ele… - Arthur olhou em volta de si. Olhou para a sala, para a cozinha… - Ele ficou com aquela garota, cadê ela? – seu rosto começou a ficar mais pálido
- VOCÊ É UM TRASTE SABIA? UM TRASTE! – Lua gritou – Você deixou o seu filho com uma desgraçada qualquer para ir comemorar a porcaria do futebol com os seus amigos? Que raio de pai é você?
- Porque me joga isso na cara? Que eu saiba você também saiu pra ir sei lá onde e com quem…
- ISSO É DA MINHA CONTA!
- E QUE EU SAIBA, O FUTEBOL É TAMBÉM DA MINHA CONTA! – gritou de volta
- É diferente droga! – Lua teimou – Eu pedi para você ficar com ele e você fez exactamente o contrário. Você deixou o Guilherme com uma qualquer. Você sabia que se eu dissesse isto no tribunal você poderia ficar sem o seu filho? Poderia ficar sem vê-lo PRA SEMPRE? – gritou as ultimas palavras – Pense bem nas asneiras que você faz, seu desgraça!

E o resto da semana eles não se falaram mais. Arthur se mostrava arrependido do que tinha feito e com razão. Ele agora sentia uma certa “culpa” por algo que não aconteceu. Ou melhor, podia ter acontecido algo com o seu filho e ele ter sido mesmo o culpado. E é por essas razões que Arthur não larga mais o seu filho, por motivo algum.

- Porque agora vai tão arranjada pró trabalho? – Arthur entrou pelo quarto de Lua com Guilherme no colo. Hoje era o dia de folga de Arthur. Lua se maquiava pra ir trabalhar
- Primeiro, já colocou ele pra arrotar? – apontou para Guilherme – Segundo, quem te mandou entrar no meu quarto? Terceiro, desde quando eu te devo explicações?
- Sei que errei daquela vez, mas escusa de falar assim comigo. Só acho não? E outra… você é minha… - ele parou de falar – Você é mãe do meu filho, não tem o porquê de sair assim de casa.
- Tem sim!
- Tem? E é o quê então? Vai com outro é? É porque ter jantares de trabalho todos os dias é meio estranho, não acha?
- Tem duvida é?
- Não… não duvido. Quer dizer, um pouco. Esse seu chefe com certeza que quer algo mais do que trabalho
- Pois quer mesmo! – ela terminou de passar o batom – Ele quer que eu seja gerente da empresa, e que tal Aguiar?
- É otimo… você aceitou?
- O que você acha? Não sou tão burra assim pra negar uma proposta destas
- Eu sei que você não é… - sorriu – Tinha saudades de te ver assim com essas roupas. Me faz lembrar os tempos em que namorávamos e…
- Sim, sim Arthur, a mim também me faz lembrar muita coisa, mas prefiro esquecer.
- Prefere esquecer? Porque?
- Cucu… - disse Guilherme, fazendo Lua rir
- Estou atrasada. – ela deu um beijo na testa do Guilherme – Cuide bem dele Arthur. Até logo meu amor – disse para Guilherme


Hey, capitulos eu acho que só posto sexta :( Semana de trabalhos e afins

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