Como se fosse a primeira vez.. - Parte 1

|




Pov Arthur.

Meu nome é Arthur Aguiar, tenho 19 anos. Sou do "interior" Rio de Janeiro e estou fazendo faculdade de veterinária. Eu não sou rico, mas também não falta nada na minha casa. Meu pai morreu quando eu ainda era um bebê, minha mãe mora em São Paulo, com meu irmão, Lucas. Que é o filho preferido dela..
Minha rotina é quase sempre a mesma: Acordo cedo, vou a faculdade, umas 18h saio de lá e vou direto a uma lanchonete, aonde tomo café da tarde, depois vou para casa para me preparar ou não para ir a balada. 
É, não tenho namorada.. Tenho muitas "amigas" para me distrair enquanto não consigo o que eu quero. Eu sou afim de uma loirinha que eu vejo todos os dias na lanchonete, mas nunca tive a coragem de perguntar se quer se ela aceita um pouco de açúcar. Sei que o nome dela é Lua e que tem 19 anos, somente porque meu amigo, bom, melhor amigo Guga, trabalha na lanchonete e como ela frequenta lá a muito mais tempo do que eu, me contou. Eu sei que tem algum segredo atras daquela maravilhosa menina dos cabelos cacheados, e o Guga sabe. Mas ele nunca me contou. 

- Por favor, me diz o que ela esconde! Você sabe que eu sou louquinho por ela.. 
- Eu sei, mas eu não posso te contar.. Nem ela sabe! É um segredo da família.
- Você promete que um dia me conta?
- Prometo, se..
- É claro, tem que ter um "se".
- Se você conversar com ela.. 
- Ela nunca vai me dar bola! - olhei para mesa atras de mim. Encontrei uma Lua concentrada em montar uma casinha com waffles. Ela tentava encaixar uma "porta" de um modo que abrisse e fechasse. 
- Por que não daria? Você é um gatão! - Mel chegou. Minha irmãzinha de consideração, fazia faculdade junto comigo e trabalhava como garçonete aqui na lanchonete nas horas vagas.
- Eu sei que sou! - dei um beijo em sua bochecha. 
- Eu acho que você devia tentar Thur..
- Quer saber? Eu vou lá! O que pode acontecer?- levantei, ajeitei o topete, e peguei um palito de dente e fui na mesa dela. - Tenta assim.. - enfiei o palito na porta e funcionou como uma dobradiça. 
- Obrigado, mas você costuma por a mão na comida das pessoas? - droga, levei um fora. 
- Desculpa, mas eu vi que você tentava colocar de algum jeito.. - apontei para a cadeira. - Posso? 
- Ok, senta ai! - falou risonha e pegou um waffle. Tão linda.. 
- Prazer, Arthur! - estendi a mão. Ela colocou o waffle na boca, para depois de boca cheia dizer: 
- Lua! - apertou a mesma.
- Isso eu já sabia. 
- Como? - perguntou surpresa. 
- Vamos dizer que eu sou um homem observador. 
- Você não é um assassino né? - eu ri.
- Você nunca vai saber.. - falei ameaçador.
- Não mesmo! - sorriu e pegou um pedaço de waffles. 
- Você é sempre assim? 
- Assim como? - comeu. 
- Sempre risonha. 
- Eu vejo graça na vida!
- Eu adoro isso em você. - deixei escapar. 
- Você está me assustando. Quem é você?
- Um cara que gosta mesmo de você.. - ela sorriu e abaixou a cabeça envergonhada.
- Desejam alguma coisa? - Guga veio até nós prendendo o riso. 
- Tem alguma coisa de errada com você Gu? - Lua perguntou. Gu? Como assim Gu? O nome dele já é Gustavo, apelido Gu. E ela coloca um apelido no apelido? Aff..
- Nada! 
- Eu quero a conta amigo. Preciso ir embora! - ela falou
- Já volto.
- Já vai por quê?
- Eu tenho um.. Compromisso. 
- A gente se vê amanhã aqui? 
- Sem falta! 
- Aqui! - Guga trouxe a conta e eu peguei de sua mão. 
- Hey! - disse Lu.
- Eu pago! - entreguei o dinheiro a Guga..
- Bom, obrigado! - levantou. 
- Eu já vou também! - Fui andando até a porta com ela. Quando estava saindo, olhei para traz e Mel e Guga faziam uma dança estranha. Ri e acompanhei Lua. 
- Obrigado! Por que você está me tratando assim? Eu nem conheço você! 
- Mas eu te conheço, e muito mais do que você imagina. 
- Quanto? 
- Ao ponto de saber que amanhã as 18:15h em ponto você vai passar por essa porta de novo. 
- Eu já disse que você é um homem assustador né? - ri.
- Já! 
- Tchau! 
- Tchau! 

Foi bem melhor do que pensei! Ela só me deu o fora inicial, mas depois até que foi legal! O que eu estou dizendo? Esse foi o melhor dia de sempre! Ela conversou comigo, ela sabe quem eu sou! Já estou ansioso para amanhã.. 

No dia seguinte.. 

Hoje, como ia ver a Lua de novo, me arrumei bem mais do que o normal. Passei o meu perfume irresistível e levei uma flor. Quando estacionava o carro, vi um monte de cachos loiros saindo do carro ao lado, sorri. Lua.. Saí sem ela me perceber e tampei seus olhos e recebi uma bolsada na cara..

- Hey, sou eu Lua! - falei com a mão no olho.
- Eu te conheço? 
- Como assim? 
- Como você sabe meu nome? 
- Luaaa!! Helo, sou eu Arthur! 
- Eu não me lembro de você! É da onde? Sei lá, você cortou o cabelo, ou emagreceu? Eu não lembro mesmo.. - colocou o dedo no queixo.
- A gente se conheceu ontem Lu..
- Olha só, menino bonito que eu não conheço.. - ela me acha bonito? - Mesmo eu te achando um gato, não gosto de falar com estranhos, e eu não te conheço. Então, se você for um estuprador é melhor sair daqui, antes que eu lhe dê uns tapas..
- Ok ok! Você não lembra de mim.. - me chateei. - Vamos fazer assim, eu quero apenas tomar um café. Vamos comigo?
- Eu não vou sentar na mesma mesa de alguém que eu não conheça.. - saiu andando. 

Como? COMO ELA NÃO LEMBRA DE MIM? Droga! 

- Ela não lembra de mim porr*! - falei com Guga e Mel, eles haviam acabado de me ver chegar e vieram na minha mesa. 
- Eu sei.. 
- Como você sabe? 
- Guga, conta pra ele! É melhor.. - disse Mel.
- Contar? Você vai me contar o segredo dela? 
- Vou.. Tá preparado? - o olhei sério. - Ok! Bom, a uns 3 anos, o pai dela estava indo para o centro da cidade de carro com ela, só que por estar engarrafado, ele pegou um atalho. Lá havia uma estrada ao lado de uma fazenda, sem que ele percebesse um cavalo atravessou a pista e para desviar do animal ele acabou caindo de uma ribanceira.- abaixei a cabeça.- O pai quebrou uma perna e teve uma fratura na costela. Já Lua, não saiu tão bem assim. Ela teve um corte na parte superior da cabeça, o que afetou a uma veia no cérebro dela, fazendo com que ela entrasse em coma. De um ano pra cá ela acordou e os médicos descobriram que a parte afetada do cérebro dela tinha sido a memória. Ou seja, ela sofre de falta de memória de curto prazo. Tudo que acontece durante o dia, quando ela dorme, esquece.. Simples, ela lembra de tudo que aconteceu antes do acidente ela lembra. Por isso, os pais compraram todos os jornais existentes do dia do acidente e colocassem nos lugares que ela frequentava antes de acontecer o acidente, como a lanchonete. Ela vive o dia 5 de março todo dia. Todo dia é o aniversário dela.

Me veio essa ideia na cabeça e eu comecei a escrever agora, querem que eu poste as outras partes? 

5 comentários: