O tempo cura tudo - 12º Capítulo

|



POV NARRADOR

Arthur havia caído na tentação. Voltou de novo a beber. Aquele pouco dinheiro que Lua lhe deu, caso ele precisasse, serviu perfeitamente para aquelas duas garrafas de álcool do forte e ainda para os cigarros. Ele passava pelas ruas desnorteado, bêbado e nem o passo ele conseguia acertar. Ele chocava contra as pessoas e pouco se importava. Seus olhos estavam entre abertos, mal conseguia abrir.
O pior, foi quando passou por um parque de estacionamento e viu um carro que lhe parecia familiar. Olhou de novo. Era o mesmo que estava hoje à beira da sua casa. Viu um homem, todo engravatado, falando e rindo com as pessoas. Arthur fechou os punhos de raiva. O tal homem se despediu das pessoas com quem falava e foi para o carro. Mas mesmo antes de entrar, levou com uma garrafa de vidro na cabeça, acabando por cair no chão. Ele se virou, ainda acordado e viu que tinha sangue na cabeça. Arthur olhou ele e se certificou de que era mesmo o cara. Começou a chutar a barriga dele bem forte, começou a socar o rosto dele e a xingar ele.

- SUA FILHO DA PUT*! SUA DESGRAÇA! PUT* QUE PARIU! – Arthur socava o homem sem parar – ELA ERA MINHA! PORQUE PORR* VOCÊ PEGOU ELA? SÓ SABE PEGAR O QUE NÃO É SEU? É? FILHO DA MÃE! – Arthur chutou ele todo. O homem não se conseguia defender a acabou por ficar desacordado, cheio de sangue.

Arthur levantou a mão dele e se assustou quando viu que o braço caiu no chão, sem movimento algum. Teria morto ele?

(…)

Voltou para casa quando pouco restava 5 minutos das 3horas da manhã. Era tardíssimo. Ele já não estava tao bêbado e se lembrava bem do que tinha acontecido. Entrou em casa batendo com as portas e quando chegou na sala viu roupas de bebés espalhadas pelo sofá. Ele se emocionou.
 Foi à cozinha e viu jantar posto na mesa. Ao lado, tinha um bilhete.

“Fiz o jantar, como vi que você nunca chegava. Eu estava cansada e fui dormir cedo. Antes de vir dormir, passa na sala por favor. Olha tudo o que eu comprei. Eu sei que não podemos gastar dinheiro, mas eu não resisti em todos aqueles fatinhos e sapatinhos de bebé. Espero que goste. Te amo! Ass: LuaB.”

Ele se emocionou de novo. Antes de ver tudo isso, a vontade dele era de espancar Lua. Era de cometer de novo todos aqueles erros que um dia já cometeu, mas agora ele não conseguia. Algo lhe impedia.
Lua transportava naquela barriga um filho seu. Se algo acontecesse a Lua, ele não se iria desculpar. Fez-se luz na cabeça do Arthur. Ele começou a chorar. Que droga havia ele feito? E se aquilo não era amante nenhum de Lua? E se aquilo afinal era algum colega de trabalho que a ajudou a vir para casa? Ou talvez o seu chefe? E se Lua descobrisse que ele bebeu? O que ela ia fazer? Ia lhe perdoar? Ia lhe abandonar?

- O que é que eu fiz à minha vida? - Arthur caiu no chão da cozinha chorando e acabou por adormecer lá

Pior ainda foi no dia seguinte, logo pela manha, quando Lua acordou cedo para ir trabalhar. Ela não viu Arthur na cama e começou a entrar em pânico. Começou a chorar e a procurar ele pela casa. Quando chegou à cozinha, viu ele no chão. Ele estava com as roupas sujas e um cheiro a álcool pairava naquela cozinha.

- Eu não acredito… - ela chorava, com uma mão na cintura e outra no rosto – Eu não acredito nisso. Depois de tudo… como ele foi capaz? Como?

Ela começou a chutar devagar os pés de Arthur. Ele começou a reclamar, parecia irritado. Supostamente por causa da ressaca. Ele se levantou, se apoiando na pia da cozinha. Seus olhos estavam vermelhos e o seu rosto estava todo inchado.

- Arthur… porquê? Porquê isso? Precisava dessa porcaria toda? Você quer me ver morta né? Morta de preocupação, de medo, de pânico? Quer o quê? Me matar de desgosto? – ela gritava com ele

Ele sabia perfeitamente que ela ia brigar com ele. Então, decidiu inverter o jogo.

- TUDO POR SUA CAUSA! – ele gritou e Lua se encolheu com medo. Pensava que ia ser espancada de novo. Mas dessa vez, ela estava gravida e o seu medo era maior ainda – SUA E DO SEU AMANTE!
- De novo isso Arthur? Porquê? Eu não tenho amante nenhum… - ela chorava, quase implorando que ele acreditasse
- EU VI O CARA TE TRAZER ONTEM EM CASA! NÃO MINTA! – ele levantou a mão, querendo lhe bater, e ela caiu de joelhos no chão, se encolhendo toda, com medo. Aquilo tocou no coração dele. Ele começou a chorar, vendo a forma de como ela estava
- Eu não tenho amante nenhum. Ele é o meu psicólogo… ele me ajudava quando você me batia. Eu dispensei ele. Mas pelos vistos estou a precisar dos seus conselhos de novo. – Ela chorava. Mal conseguia falar. Soluçava muito – Eu não acredito que depois de tudo você ainda ache que eu era capaz de te trocar por alguém. Eu não acredito que você duvida do meu amor por você… - Arthur se ajoelhou no chão, chorando – Eu que devia ter razoes para desconfiar do seu amor por mim. Você prometeu que ia parar de beber e mais uma vez deitou tudo a perder. Bebeu, chegou bêbado em casa e ainda quer me bater…
- Eu não te vou bater Lua, não vou… - ele queria segurar a mão dela, mas ela não deixou
- Eu comprei roupas para o nosso filho, eu fiz o jantar para você. Eu arrumei a casa e ainda fui trabalhar. E é dessa forma que você me paga…
- Desculpa Lua, me desculpa! Por favor! – ele abraçou ela à força – Eu fiquei em pânico quando vi aquele cara no carro com você. Eu fiquei desolado. Ele tinha um carro de luxo, enorme, como sempre sonhou. Eu nunca te poderia dar aquele carro, nem nos meus melhores sonhos. Ele parece ser rico, enquanto eu não tenho onde cair morto. Eu senti ciúmes, pensei que você tinha se deixado levar. Eu só queria tirar aquele cara das nossas vidas. Eu estava sem chão e bebi… confesso, eu bebi.
- E você por acaso acha que eu era capaz de te trocar por alguém? Eu prefiro mil vezes um homem como você pobre, do que um rico armado. Arthur, eu te amo!
- Eu também te amo Lua, eu também te amo!

Ambos choravam abraçados ali no chão. O coração de Lua batia a mil à hora. Ela estava com um misto de sensações, desgostos e um pouco de raiva. Nada daquilo fazia bem para si e para a sua criança. Ela acabou por desmaiar nos braços de Arthur. Ele viu a sua vida andar para trás. Ficou totalmente desesperado.

- Lua acorda, ACORDA LUA, ACORDA! – ele gritava, abanando ela de um lado para o outro e dando tapas leves em seu rosto – LUA PELO AMOR DE DEUS, ACORDA! – ele sentiu o pulso dela. Deixou ela no chão e foi chamar uma ambulância.

Arthur pegou ela ao colo e a levou para o sofá. Enquanto isso, foi tomar um banho super rápido e trocou de roupa. A ambulância demorou a chegar e enquanto isso, Arthur foi molhando o rosto dela, enquanto ela tinha a cabeça no colo dele. Arthur chorava, chorava muito. A culpa era toda dele.

(…)

No hospital, Arthur andava de um lado para o outro. Chorava a toda a hora e não queria comer. Se algo acontecesse a Lua, a culpa seria toda dele. Ele nunca se iria desculpar. Nunca mesmo.
Passadas 3horas, o médico veio falar com Arthur.

- Então doutor? Que demora? A Lua, como esta?
- A Lua está internada!
- O QUÊ? – Arthur gritou
- A pressão dela, na ambulância, era de 14. Agora passou para 16 e não para de ficar alterada. Já lhe demos um remedio pra pressão, mas continua alta. Ela não pode sair daqui enquanto a pressão estiver assim.
- Mas ela está acordada? E o bebé? Como está?
- O bebé pode correr o risco de morrer ou então nascer prematuro. Me diga, a sua mulher fazia consultas?
- Sim, ela estava fazendo o pré-natal com um especialista.
- E a tensão ela como estava?
- Sempre boa… mas aconteceram umas coisas em casa e deve ter sido por isso que…
- Bom, agora é tarde de mais. Ela terá de ficar internada aqui, aqui não sabemos até quando. – ele se retirou

Arthur chorou até não poder mais. Toda aquela culpa era dele.
Passou os dias em alta depressão. Ele não lhe conseguia desculpar.
Lua havia acordado, estava bem, mas não sabia o que estava acontecendo com ela e o seu bebé. O Médico disse que era melhor não lhe contar nada, para ela não se preocupar e a sua pressão não subir mais. Passou 10 dias internada. O liquido de placenta estava pouco devido a pressão.

- Eu não vou ter um bebé normal… eu posso nem chegar a tentar um filho! Eu quero desaparecer daqui. Quero morrer. O mundo não me merece. A Lua não me merece. Ela merece melhor…

Arthur estava quase desesperado. Andou até à cozinha e pegou uma faca. Ele nunca havia pensado no suicídio. Mas estava tao desesperado que não sabia mais o que fazer. Ele pegou a faca, encostou aos pulsos. Fechou os olhos e se preparou para fazer força contra eles.

Eu pensei que o meu pc vinha hoje e afinal não vem. Tenho mais um capitulo desta web para postar. Agora vou para um jantar de familia e volto tarde. Acho que consigo chegar e escrever outro de "Não foi um erro". Seu eu nao conseguir, eu posto amanhã ;)

6 comentários:

  1. faz a lua chegar na hora e impedir ele de fazer essa besteira posta hoje!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Que capítulo heein, uoool. Não é possiveeel, o Thur ñ pode se mataar!

    ResponderExcluir
  3. capitulo emocionante e surprendente, ameeeeeeeeeeeeeeeei
    tou com tanta dó do arthur e da lua. nao deixa ele fazer essa besteira pf

    Ana

    ResponderExcluir
  4. a cada capitulo me emociono sempre mais, fico imaginando e vendo a cena real em minha cabeça e fico assim sem palavras para descrever o que sinto a cada capitulo que vc escreve. amo demais esta web, parabens a vc de dar vida a esta maravilhosa web
    ass Sophia

    ResponderExcluir