“Tudo por uma promessa” - 61º Capitulo

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POV NARRADOR

 

Apesar de ontem Arthur e Lua mal se terem falado o resto do dia, hoje o garoto tentou se desculpar, pelo que fez e também pelo que não fez.

Ele começou por cuidar do Rodrigo pela manha, trocando a fralda dele, assim como a roupa e deixou que Lua dormisse mais um pouco. Por volta das 10:30 da manha, ele serviu à Lua o café da manhã.

 

Lua: fala logo o que voce quer! – dizia sentada na cama, tomando o café que o maridinho lindo fez pra ela

Arthur: não entendi…

Lua: você tem a memória lenta né?

Arthur: e você tem um prazer enorme de me zuar, né?

Lua: nem tenho…

Arthur: então porque pergunta o que eu quero?

Lua: voce fez o café da manhã, pelos vistos, ficou com o Rodrigo desde que ele acordou e depois fala que não quer nada em troca? Isso é no mínimo, muito estranho!

Arthur: eu não faço as coisas para ter algo em troca – ele ficou meio ofendido – Eu faço as coisas porque sei que assim é certo

Lua: se voce diz… - ela deu de ombros e continuou a comer

Arthur: alem do mais, eu não quero ficar chateado assim com voce. custa de mais durante a noite não poder te tocar e custa ainda mais adormecer e acordar sem o seu beijo

Lua: custa é? Bem feita! Pra mim também me custa muita coisa

Arthur: tipo?

Lua: tipo não receber mais carinhos de vocês. E eu não estou a dizer que não recebo, pelo contrário, até recebo. Mas não é todos os dias, é apenas quando voce se lembra e eu não quero isso! eu quero receber carinhos, abraços, beijos e palavras lindas todos os dias. Quero me sentir amada a toda a hora e não só quando voce precisa…

Arthur: e desde quando é que eu não digo que te amo?

Lua: mas não é só isso que eu sinto falta… às vezes não é preciso palavras. Basta só um gesto de voce para o meu dia ficar bem. Ontem eu só precisava de um abraço, de uma ajuda ou que voce me fizesse dar uma gargalhada das boas para que o meu dia melhorasse, mas nem isso voce entendeu.

Arthur: voce só ficou assim porque eu não me lembrei da data do nosso casamento

Lua: eu nem me lembrei mais disso à tarde. Ontem eu fiquei chorando quase a tarde inteira e quando desci a única coisa que voce disse foi “vamos sair? Quero encontrar uns amigos da faculdade”… cara, o que é mais importante, eles ou eu?

Arthur: porque é que voce chorou?

Lua: agora não interessa! Passado é passado!

Arthur: voce sabe que é a coisa mais importante da minha vida, voce e o Rodrigo.

Lua: tem dias que não parece

Arthur: não duvida nunca do que eu sinto por voce…

 

E na hora em que o casal se beijava e “vivam todos felizes para sempre” o Rodrigo estraga o mesmo com os seus choros habituais.

É assim… desde que ele perceba a voz da mãe, ele chora para que ela o possa pegar ao colo e o mime com os beijos de mãe.

 

Lua: fala meu bebé – disse pegando ele ao colo – Tava com saudade minha, é? – beijou a testa dele – Vem, vamos comer.

 

Lua deitou na cama e ficou com ele ao lado, a amamenta-lo.

Arthur ficou com o queixo por cima do ombro de Lua, enquanto passava a mão pelo braço da garota, fazendo-a, por vezes, a arrepiar.

Os dois, Lua e Arthur, ficaram na mesma posição, tipo conchinha, vendo o filho mamar e de seguida adormecer.

 

Arthur: já falei que ele parece um anjo dormindo?

Lua: muitas vezes… - ela sorriu

Arthur: Lua, agente tem de falar sobre outra coisa

Lua: tipo o que?

Arthur: a Anne

Lua: o que tem ela?

Arthur: vamos para baixo e conversamos melhor.

 

Arthur levantou da cama, com cuidado para o seu filho não acordar, e Lua pegou o tabuleiro que Arthur trouxe com o café. Os dois saíram do quarto e foram para a sala conversar, um sobre o colo do outro.

 

Arthur: a Anne ontem veio aqui, enquanto você estava no quarto e falou que ia embora.

Lua: embora? Porque?

Arthur: ela recebeu uma carta da família da Alemanha. Eles estão passando por momentos difíceis e precisam da ajuda dela. Ela vai pra lá com a família hoje à noite.

Lua: meu deus! – pronunciou, chocada – Nunca imaginei que pudesse ser assim uma coisa tão má. Ela podia ter falado com agente. Agente dava um jeito de ajudar.

Arthur: ela disse que não sabe se volta ainda ao Brasil, e que não vinha mais trabalhar cá, apesar de ter adorado estar aqui com agente.

Lua: estou até agora de boca aberta…

Arthur: eu também fiquei desse jeito.

Lua: tenho de lhe ligar e me despedir dela. Lhe agradecer por toda a paciência que ela teve para ficar com agente.

Arthur: tá, depois agente faz isso…

 

(…)

 

Depois do almoço, enquanto Arthur estava no jardim da sua casa, deitado ao sol, lendo uma revista, Lua lavava a louça e assim que ouviu o Rodrigo chorar, foi buscar ele.

Arthur estava no jardim, como eu já tinha dito, e viu as visitas chegarem ao portão da sua casa. Por um lado ficou feliz, por outro lado, ficou espantado.

 

Mica: lá está o malandro tomando sol – riu

Arthur ri: não esperava vocês aqui – riu, abrindo o portão de casa

Chay: viemos fazer uma visita aos papais – riu

Arthur ri: claro, entrem!

Sophia: onde está a Lua?

Arthur: ela estava na cozinha, à pouco.

Mel: oi Arthur! – falou meia seca

Arthur: olá Mel. – respondeu do mesmo jeito

 

Tinha já perto de 2 semanas que Mel não falava nem com a Lua, nem com o Arthur. se bem se lembram daquela discussão que Lua passou mal, Mel teve uma certa culpa disso. Ela falou mal com os “papais” como diz o Chay e até hoje não tinha pedido desculpa. O contrario de Sophia, que no dia que Rodrigo nasceu, foi até ao hospital com Lua e pediu desculpa ao casal.

Os 5 entraram em casa e Lua se surpreendeu ao ver todos lá, inclusive Mel e Sophia. Com a Sophia, já estava tudo mais ou menos, apesar de Arthur ainda estar de pé atrás com ela. Mas a Mel é um caso diferente, pois ela leva o seu orgulho até ao fim.

Assim que Mel viu o bebé ao colo de Lua, os seus olhos brilharam. Ela sentia que o seu afilhado era o bebé mais lindo desse mundo. Ela nunca o tinha visto, e o ver agora foi uma sensação diferente.

 

Sophia: oii Lua – cumprimentou a amiga – Oi lindo! – beijou a testa do Rodrigo – Ele cresceu meu deus, está tão diferente!

Chay ri: meu afilhado tá gostoso que nem o padrinho! Fala aê bebé – pegou a mãozinha dele – Caraio, olha como ele é pequeno – ficou espantando

Lua ri: não me diga que voce queria um bebé com o seu tamanho já…

Chay ri: bicho, dá até medo de tocar, vai que ele parte ou assim

Arthur ri: idiota!

Lua: quer pegar?

Chay: naooo, tenho medo!

Lua ri: Chay, eu ajudo

Chay: não, não! vai que ele chora e … é melhor não!

Mica ri: oi Lua – cumprimentou – Como voce tá?

Lua: to bem – sorriu

Mica: e voce grandalhão, quando vem comigo jogar futebol, hein? – brincou com a mãozinha do bebé

 

Enquanto Mica e Sophia brincavam com as mãozinhas do Rodrigo, que ainda estava no colo de Lua, Chay encarava a Mel que tinha apenas dado mais uns quatro passos depois de ter entrado pela porta da sala. Ela tinha uns sacos na mão, de lojas de bebés. Com certeza eram presentes para o seu afilhado. Mas os seus pés não conseguiam dar um passo. Ela própria não sabia como reagir com Lua, depois da discussão feia que tiveram. Depois desse dia, elas nunca mais se falaram e ia ser difícil terem uma conversa agora.

 

Sophia: eu trouxe presentes para o Rodrigo

Lua ri: não precisava Sophia

Sophia ri: claro que precisava. O meu sobrinho merece o mundo

Arthur ri: sobrinho é?

Sophia: não posso tratar ele assim?

Lua ri: claro que pode.

Chay: Mel… - chamou ele, baixinho – Vai lá!

Mel: eu não consigo… - ela falou baixo

Chay: VAI! – ele a pressionou de novo

 

Mel respirou fundo e foi até Lua. Ela olhava para a loirinha com um rosto diferente. não era com um sorriso como das outras vezes, era com um rosto sem graça, sem jeito…

 

Mel: oi Lua!

Lua: oi Mel…

Mel: o Rodrigo é lindo…

Lua: obrigada – sorriu

Sophia: Mica, Chay, vamos lá fora ver o jardim?

Mica: mas eu já vi quando entrei

Sophia: mas tem lá uma coisa que eu quero te mostrar

Mica: um cão?

Sophia ri: quem sabe!

 

Os três saíram e Arthur percebeu perfeitamente que Sophia fez de propósito para deixar ele, Lua e Mel a sós.

 

Arthur: estou surpreendido pela tua visita

Mel: o Chay insistiu que eu viesse

Lua: quer dizer que voce não queria vir aqui? Nem para ver o seu afilhado!

Mel: eu queria… mas encarar vocês agora não está sendo fácil.

Arthur: não tem que encarar agente… tem é de encarar os problemas que voce própria causou

Mel: naquele dia eu estava de cabeça quente. Mas eu disse coisas que ninguém teve ainda coragem de vos dizer. O que eu falei, não é mentira! Mas também não é totalmente verdade. É apenas a minha opinião

Lua: eu não me importo com o que voce disse… eu me importo apenas com o tom que voce falou para mim. Nem numa discussão com o Arthur, ele falou comigo da jeito. Nunca ninguém me tinha falado assim. Voce, que foi a minha primeira amiga verdadeira, e voce sabe que isto é verdade, é que foi a primeira a me tratar como se eu fosse lixo. Voce não tem noção do que eu passei para voce ter me dito aquele monte de coisas

Mel: mas eu pensei que eramos amigas e amigas, que eu sabia, são para todas as ocasiões.

Lua: logico que eu também sei disso. Mas não dava para contar

Arthur: Lua, voce não vai estar repetindo sempre o mesmo. As pessoas já sabem o que aconteceu. Se acreditam ou não, o problema é delas! – encarou Mel – Eu realmente estou também desiludido com voce Mel

Mel: imagino… mas bem, estou aqui por causa do meu afilhado. Se é que ainda sou madrinha dele, né?!

Lua: claro que é…

Arthur: apesar de eu agora pensar que o meu filho merece muito melhor

Mel: porque não escolhe melhor então?

Lua: Mel… - chamou à atenção a morena – O que deu em voce? cade a Mel atenciosa de sempre?

Mel: está aqui! Vocês é que não veem

Arthur: é que nem a Sophia falava nessa arrogância… Ao contrario de voce, a Sophia veio ao hospital ver a Lua quando ela passou mal e quando ela teve o bebé.

Mel: a Sophia fala de mais e faz de menos! – disparou

Arthur ri: serio, voce pirou! – disse incrédulo

Lua: bom, vamos mudar de assunto! Voce quer pegar nele?

Mel: quero, claro.

 

Mel pegou no Rodrigo, sentando antes no sofá e ficou mimando ele. Ela parecia realmente apaixonada por ele. O problema, é que as pessoas próximas da Mel percebem que ela mudou de mais. Ela não é mais a Mel que à uns tempos atras conhecíamos. Ela mudou, ninguém pode negar.

Pouco depois, os três “admiradores do jardim” entraram de novo em casa e perceberam que as coisas não tinha ficado bem esclarecidas.


Para que o ambiente não ficasse tao pesado, Lua foi fazer um lanche para todos. Aos poucos, eles se iam falando, mas as coisas com Mel, ainda não estão muito bem. 


Mais tarde tem surpresa ;)

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