“Tudo por uma promessa” - 60º Capitulo

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POV NARRADOR

 

Choro, trocar de fralda, dormir e comer era a vida do Rodrigo.

Apesar de já se ter passado uma semana desde que ele chegou a casa, Arthur ainda não se acostumou a não dormir uma noite inteira, mas confessa que já foi bem pior que agora.

O pior é que o cansaço dos pais se acumula e se torna chato ter sempre a mesma rotina o que origina as discussões em casa e o mau humor de ambas as partes.

Mas sempre que Lua e Arthur discutiam, um dos dois tentava dar a volta à situação e a noite acabava mais tranquila.

Enfim, eles tinham de se entender um com o outro e não deixar que qualquer coisa afecte a relação deles.

 

Arthur: mas o que é que ela disse ao certo?

Lua: a Anne falou que vinha hoje por volta da hora do almoço falar com agente

Arthur: será que aconteceu alguma coisa grave?

Lua: Arthur, pensa comigo… ela está 4 dias sem vir trabalhar aqui, voce acha mesmo que está tudo bem?

Arthur: sei lá, pode ser que… - ele tentou pensar em alguma coisa – Ahh, sei lá! – ele deitou no sofá

Lua: eu estou preocupada… - dizia, enquanto batia nas costas do Rodrigo para ele poder arrotar

Arthur: - ele suspira – O que vamos fazer hoje?

Lua: não sei… ficar em casa, para não variar.

Arthur: estou farto da mesma rotina

Lua: não é só voce

Arthur: voce não acha que agente já merecia umas férias?

Lua: mas o Rodrigo ainda é pequeno para agente ir viajar

Arthur: tá mas… sei lá, acho que estamos precisando de ferias. Agente só viajou na nossa lua-de-mel que já tem algum tempo

Lua: quanto exatamente? – encarou o marido

Arthur: então… - ele começou a pensar – Algum tempo, uê!

Lua: jura que voce nem se lembra da data do nosso casamento? – continuou encarando o Arthur, mas agora zangada

Arthur ri: amor, voce sabe que eu não sou bom de datas.

Lua: espero então que não se esqueça da data de nascimento do seu lindo que presumo que para voce seja importante. Já que o nosso casamento não é, ao menos a data de nascimento do seu filho deve ser…

 

Lua subiu as escadas irritada com o Arthur, por ele não se lembrar de quanto tempo ao certo tem o casamento deles.

Ela leva aquela data presente na sua memorias todos os dias as sua vida e diz que é das coisas mais importantes que tem na vida dela.

Chegando ao quarto, Lua colocou o Rodrigo no berço que está no quarto do casal agora, e se sentou na cama dela, pegando antes uma foto da sua mãe, dona Cláudia. Uma das pessoas que lhe faz mais falta na vida, é ela!

Agarrada à foto, Lua começou a chorar e pensar na quanta falta a dona Cláudia lhe faz:

 

“Poxa mãe, porque você tinha de me deixar nesse momento tão difícil da minha vida? Já reparou como eu me sinto sozinha aqui? Já reparou na quanta falta você me faz? Queria tanto que voce estivesse aqui comigo para poder viver, comigo e com o Arthur, o crescimento do Rodrigo. Apesar de só ter passado uma semana, ele tem uma diferença enorme quanto ao crescimento. Felizmente, é um garoto saudável. Te amo mãe!”

 

A garota chorava mesmo muito… ela passava o dedo na foto, nomeadamente no rosto da mãe e parecia que só daquele jeito é que elas estavam mais próximas.

Infelizmente, algumas pessoas importantes que temos na nossa vida, partem para um mundo melhor, ou não. não sabemos como é o outro mundo, que tantas pessoas falam, mas esperemos que essas pessoas que nos fazem falta estejam lá bem e a olhar por nós, nos dando força para continuar a lutar pelos nossos sonhos e objetivos e nunca nos deixarem desistir.

É difícil ver uma pessoa que amamos partir, mas não é desistir dos nossos sonhos que vamos trazer ela de volta.

 

(…)

 

Arthur passou a tarde inteira no seu computador falando com uns amigos da faculdade. Já tinha mais de um ano que não falava com eles, apesar de na altura da faculdade eles não se descolarem por um momento que fosse.

 

#ViaFacebook

 

Xx: porque não vamos sair? Eu chamo a galera e assim matamos as saudades. Que tal essa noite?

Arthur: ahaha, cara, não dá! Eu tenho família, esqueceu?

Xx: não. Mas e voce esqueceu que tem amigos é?

Arthur: claro que não. nunca esqueci vocês

Xx: então vem com agente. Trás a tua namorada e o bebé

Arthur: mulher cara, minha mulher! Eu tenho de falar com ela

Xx: quer dizer que voce para além de ter deixado a vida que tinha, teve um filho e casou? Rapaz, que vida loca é essa?

Arthur: kkkkkkkk vida loca não! É uma experiencia incrível. Uma das melhores, digo.

Xx: se voce diz… me passa o teu numero de celular, vamos falando por mensagens

Arthur: claro!

 

Arthur trocou o número com um dos seus grandes amigos de faculdade, o Alexandre, mais conhecido por Alex. Os dois foram trocando mensagens e combinando algo para hoje à noite.

Por volta das 4horas, Lua desceu. A garotinha tinha o rosto inchado, provavelmente de tanto chorar, e Arthur nem reparou, pois estava mais focado no celular.

 

Arthur: Lua, vamos sair hoje? – perguntou sem tirar o olho do celular

Lua: vai voce – disse a garota sem a mínima disposição para festas

Arthur: você não se importa se eu for? – perguntou de novo

 

Mas desta vez, Arthur nem teve resposta.

Lua se sentia cansada e triste. O seu astral não estava nos bons dias e parece que Arthur não percebia isso.

Lua queria ser bem tratada, ser amada e ser chamada de apelidos fofos sem ter que pedir para o Arthur, mas ultimamente, Arthur tem esquecido isso.

A loirinha foi para a cozinha e depois do Arthur ter se apercebido que ficou sozinho na sala, se levantou do sofá e foi procurar a mulher.

 

Arthur: me deixou falando sozinho… eu perguntei se voce queria ir sair hoje… eu quero encontrar uns amigos da faculdade.

Lua: eu respondi a isso! – disse sem olhar ele, enquanto preparava um lanche para comer

Arthur: voce disse que eu podia ir… mas eu queria que fosse nós dois.

Lua: eu não quero sair

Arthur: então quer dizer que voce não vai e que eu posso ir?

Lua: vai se quiser… eu não mando em voce!

 

Lua finalmente o olhou, com aquele rosto triste, mas logo desviou o olhar para a geladeira, onde foi lá pegar o leite.

 

Arthur: você tá bem?

Lua: acha que eu estou bem? – encarou ele

Arthur: eu acho que não…

Lua: mas eu tenho mesmo a certeza que não! – ela quase jogou o leite na mesa – Você não entende que eu preciso de ajuda?

Arthur: quer ajuda com o lanche?

Lua: não adianta mesmo! – ela continuou fazendo o seu lanche, ainda mais irritada do que antes

Arthur: não entendi… - ele nem teve resposta – Agora a culpa do seu mau humor é minha, é isso?

Lua: entende como voce quiser!

Arthur: não consigo entender – ele pegou o braço dela, puxando-a para mais perto ele – Fala comigo, o que houve?

Lua: - ela suspirou, baixou o rosto e começou a chorar – Como voce pode pensar que sair numa altura dessas é a melhor coisa a fazer? Voce não entende que eu preciso de ajuda com essa vida de casa, com o Rodrigo? Será que voce so consegue pensar em se divertir? Será que não consegue pensar em outra coisa? O Rodrigo é pequeno, ele não pode apanhar frio ou muito sol… mas parece que na sua mente de criança, isso não entra.

Arthur: mente de criança? – ele a encarou – É isso mesmo que voce pensa que eu tenho? Lua, eu tenho 22 anos, estou casado, tenho um filho e estou recuperando ainda de um acidente. Não saiu mais com os meus amigos, não tenho mais a vida loca que eu tinha e voce ainda me chama de criança? – ele falava tudo muito depressa, muito irritado

Lua: olha, eu nem sei mais o que pensar… - ela tentava conter o choro, porém, não sucesso – Faz o que voce quiser! Quer sair? Quer matar as saudades dos teus amigos? Então vai meu amor, vai!

 

Lua pegou o seu lanche e subiu para o quarto, deixando Arthur sem saber o que pensar.

Ver Lua chorar, tocou forte no coraçao dele e o fez pensar muito. Ele queria sair, queria matar as saudades dos seus amigos que vão vê a muito tempo, mas realmente deixar a Lua numa altura dessas não é a melhor escolha a fazer.

Os seus pensamentos pararam de rodar quando a campainha tocou. Ele saiu da cozinha para abrir a porta e ver quem era.

 

Arthur: oi Anne, pode entrar…

Anne: oi Arthur! – ela entrou – a Lua, onde está?

Arthur: está lá em cima… acho que ela não está muito bem hoje.

Anne: ahh, que pena. É que eu preciso urgentemente de falar com vocês

Arthur: me diga do que se trata – os dois sentaram no sofá

Anne: eu vou embora!


Oi, oi, oi! Estou de volta ;)

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