08/07/2019

Little Anie - Cap. 83 | 4ª Parte


Little Anie | 4ª Parte 

Não é um jogo: é medo. De perder, de ficar só. De deixar escapar por entre os dedos alguém que a faz feliz. Assim é ela. Cabeça e coração se confundem. Um amor de pessoa, mas que às vezes é um pé no saco. Ela sabe disso e ela ama quando alguém a entende e aceita sendo exatamente assim: Loucamente apaixonada.
– Felipe Sandrin

Pov Arthur

Londres | Sábado, 28 de novembro de 2015 Oito e vinte da manhã.

Acordei com uma dor de cabeça chata, meus olhos estavam pesados demais. Passei as mãos pelo rosto e tentei abrir vagarosamente os meus olhos, ainda devia ser muito cedo. Anie ainda não tinha vindo nos acordar e pelo que conheço da Lua, ela vai querer dormir até tarde, ainda mais depois da noite que tivemos... que falando nisso, eu nem me lembro exatamente de como a terminamos, embora eu tenha uma ideia notando o estado em que eu me encontro, sem roupa.

Me virei para o lado e vi que Lua dormia e isso nem me surpreendia. Se eu não a acordasse, ela permaneceria assim até a Anie ou alguém vim acordá-la. Tentei encontrar minha cueca sobre a cama, mas nem vi sinal dela por ali. Lua dormia virada para mim, com um braço embaixo do travesseiro e uma mão embaixo da bochecha. Peguei as pontas do cabelo dela e comecei a passar sobre o nariz dela. Lua passou a mão pelo nariz e eu fiquei quieto. Ela não acordou e eu continuei a passar as pontas do cabelo pelo rosto dela.

– Que saco! – Lua resmungou e eu comecei a rir. – Para, Arthur! – Exclamou e abriu os olhos.
– Bom dia, meu amor.
– Bom dia. O que deu em você para acordar... que horas é isso? – Indagou meio confusa e totalmente sonolenta.
– Sei lá... deve ser umas oito e pouco. – Respondi.
– Eu não acredito nisso! Eu estou com uma dor de cabeça insuportável... eu nem consigo te ver direito. – Confessou. – Por que você não dorme também? – Me perguntou e eu ri.
– Parece que você ainda está bêbada. – Comentei divertido e Lua tentou me bater, mas acabou errando. – Eu estou dizendo... – Impliquei.
– Nooossa... você tá muito chato, Arthur. – Lua retrucou.
– Deixa eu te falar uma coisa...
– Fala... Fala... você vai falar mesmo se eu não quiser. – Respondeu.
– Você lembra do que nós fizemos ontem? – Perguntei.
– A gente jantou e saiu para encontrar com os meus colegas do trabalho... nós encontramos também a vadia da tua amiga, na verdade ela que te encontrou, a gente bebeu muito... pelo meu estado a gente bebeu mesmo... nós discutimos também, e bebemos mais. Foi isso, querido... você não lembra? – Lua se mexeu na cama e voltou a me encarar.
– É o que eu lembro e lembro também que pedi para você parar de dizer que a Kate é minha amiga. – Falei e Lua riu. – Lembro que você dançou e que eu tive que te tirar de lá porque tinha um cara que queria uma mina... – Ri e Lua me deu um tapa.
– Para de graça, você já está inventando isso.
– É sério... quando é com você, você não lembra. – Pontuei e Lua me mostrou língua.
– Pelo menos não era nenhum ex-namorado meu. – Deu de ombro e eu revirei os olhos.
– Acho que a gente transou. – Comentei baixo.
– A gente quem, Arthur? Você tá doido? Como é que você tem coragem de transar com ela e ainda está aqui deitado comigo? – Lua perguntou confusa e irritada. Acabou se sentando na cama e colocou a mão na cabeça. Eu fiquei um pouco chocado com esse rápido e completamente equivocado raciocínio dela.
– Doida tá você. – Falei rindo.
– Você tá rindo de mim seu filho da mãe! – Lua exclamou me jogando o travesseiro.
– Para! Que coisa... – Segurei o travesseiro. – A gente quem, Lua? Que pergunta! – Exclamei. – Eu e você, ora. – Expliquei e ela me encarou ainda meio perdida e depois se olhou e depois voltou a me olhar.
– Mas você se controla mais do que eu quando estamos assim. – Lua comentou baixo tentando segurar o riso e voltou a se deitar colocando uma das mãos sobre o peito. – Nossa, eu ia te matar se fosse com a Kate. Sério mesmo. – Completou.
– Meu Deus, Lua. Eu nem sei de onde você tira essas suas conclusões. – Falei me sentando na cama.
– Como é que você diz que a gente transou, sendo que você sempre me diz que, só quando eu estiver sóbria que é pra lembrar? – Me indagou.
– Você que me seduziu, só pode. – Respondi e Lua riu alto.
– A tá, Arthur. A tá...
– Não lembro de nada, Lua. Sério mesmo. – Admiti e me deitei novamente. Lua virou-se de lado e ficou me olhando.
– Nem eu. – Ela afirmou. – A gente tomou banho? Porque o travesseiro parece molhado. Ou será que é xixi? – Me perguntou fazendo careta e eu franzi o cenho, mas não consegui evitar uma risada.
– Se for xixi, com certeza não é meu. – Respondi divertido.
– A tá, lindo. – Lua retrucou irônica. – Tô falando sério, Arthur.
– Eu também... o travesseiro molhado bem é meu.
– Eu acho que eu dormir com o cabelo molhado... – Ela tentou se lembrar. – Por que estamos falando disso? Eu quero dormir, Arthur.
–  Está tudo bem? – Perguntei baixo e Lua continuou me encarando.
– Tirando o sono e a dor de cabeça da ressaca, eu estou bem. – Lua garantiu.
– Tipo... – Me aproximei mais um pouco dela. – Tudo bem mesmo? – Enfatizei.
– Tá. Por que você acha que transamos? – Me perguntou. – Eu as vezes durmo sem roupa, você sabe... e ontem eu estava bêbada...
– Você dorme, mas eu não. – Respondi acariciando seu rosto.
Aaah tá. – Lua me olhou e depois sorriu. – A gente deve ter perdido o controle... um pouco, eu acho. – Me disse.
– Um pouco é? Eu acho que foi muito...
– Eu sei que você não gosta. – Observou. E eu não gostava mesmo de não lembrar das coisas que eu faço, ainda mais quando é com ela. – Mas eu estou me sentindo bem, neném. – Lua afirmou. – Aposto que você tentou se controlar. – Acrescentou.
– Eu nem faço ideia, loira. – Puxei Lua para perto de mim e ela colocou um dos braços em volta do meu pescoço. – É que eu sei como você é.
– Rápida. – Ela pontou.
– Muito apressada. – Acrescentei e Lua riu. – É que eu fico pensando se machuquei. Você sabe que eu pergunto disso sempre.
– Já fazem dez anos. – Lua ressaltou e nós acabamos rindo. – Mas pode continuar perguntando, eu sei que você é preocupado assim mesmo.
– Se o tapa foi forte... – Continuei e dei um tapa no bumbum dela. – Porque o arranhão eu sinto que foi. – Contei e Lua riu baixo passando uma das mãos em meu braço.
– Só um pouco. – Disse olhando para a arte que as unhas dela fizeram nos meus braços e com toda certeza, nas minhas costas também. – O chupão também. – Lua acrescentou passando o indicador no meu pescoço.
– É. Você adora fazer isso.
– Eu posso. – Ela pontuou. Mas não gostava nenhum pouco que eu fizesse o mesmo nela. – Mas você não reclamava...
– Não estou reclamando. – Assegurei passando os lábios pela bochecha dela. – Nooossaa, Luh... – Falei fechando os olhos quando Lua começou a massagear minha nuca.
– Fica tranquilo, Aguiar... de vez enquanto é bom perder o controle assim... embora a gente nem lembre de como perdemos... deve ter sido bom demais. – Completou passando os dedos meus cabelos. – Pelo menos estamos conscientes. – Acrescentou.
– E eu bem sou louco de deixar você beber tanto assim... – Falei entre risos e Lua me acompanhou.
– Você bebeu também...
– Eu misturei, por isso fiquei bêbado assim... – Justifiquei e lhe beijei rapidamente. – Vou levantar. Você vem?
– Nem pensar. – Lua pontuou se afastando.
– Preguiçosa!
– Hoje é sábado, Arthur! Não tenho culpa se você não sabe aproveitar.
– Vou aproveitar mais tarde. Você vai ver! – Retruquei divertido e me levantei da cama.
– Safado! Não era você que estava se culpando ainda a pouco? – Lua me provocou e eu a olhei por cima do ombro.
– Mas agora eu não estou mais bêbado. – Respondi e fui até o closet pegar uma camisola para ela; Anie poderia aparecer no quarto a qualquer momento. – Toma, veste. – Falei jogando a camisola para ela.
– Obrigada. – Lua agradeceu e eu fui para o banheiro.
– Ao seu dispor, querida.
– Gostoso. – Ela me disse rindo e eu rir do seu comentário.

Tomei um banho rápido, fiz a barba, escovei meus dentes e quando saí do banheiro, Lua tinha voltado a dormir. Eu sabia que isso ia acontecer mesmo.

Fui até o closet, peguei uma calça de moletom preta e uma blusa de moletom preta com cinza. Antes de sair do quarto eu ajeitei o cobertor que estava sobre Lua – ela tinha vestido a camisola – saí do quarto fechando a porta com cuidado.

Abri a porta do quarto da Anie quando passei por lá. A pequena ainda dormia e eu estranhei, já que era mais de nove horas.

Quando cheguei à cozinha para tomar café, Mel já estava lá.

– Bom dia. – Falei lhe dando um beijo no rosto.
– Bom dia, Arthur. – Ela sorriu de lado. – Lua ainda está dormindo? – Me perguntou tentando segurar o riso.
– Sim. Disse que não tem culpa se eu não sei aproveitar o sábado para dormir até tarde. – Comentei e Mel riu alto.
– É a cara dela dizer isso mesmo. Ontem quando cheguei, só encontrei a Anie e a Carol aqui no sofá e vocês tinham saído.
– Saímos para jantar, eu tinha convidado a Lua de manhã e depois fomos encontrar com os amigos dela lá do trabalho. – Expliquei. – Você estava na casa do Mika?
– Sim. Sophia me convidou para jantar lá.
– E como você está?
– Estou me sentindo bem. Embora me canse com mais frequência. A médica disse que é normal... Sophia me contou que semana que vem acha que confirma o sexo da bebê. Palavras dela. – Mel deixou claro.
– Fico pensando se for um menino... – Comentei.
– Ela está muito segura. – Mel pontuou, mas eu já sabia.
– As vezes eu me enxergo nela há quatro anos, com essa segurança, sabe? De que era menino... mas eu não afirmava que era, só queria que fosse. E ela nem pensa na possibilidade de ser menino, ela afirma que é menina. – Contei. – Se for menino, Sophia vai pirar.
– Vai mesmo. Ela tá comprando tudo rosa. – Mel me disse. – Micael disse que nem discute mais com ela sobre isso.
– É complicado... Eu comprei dois pares de sapatos. – Confessei rindo. – Um de menina e um de menino. – Foi a única coisa que comprei quando Lua me contou que íamos ser pais. Depois só compramos mais coisas quando descobrimos o sexo. Lua sempre foi mais controla que a irmã nessas questões.
– Ela não pode ver um vestidinho, Arthur. – Mel contou.
– Sei disso, por isso Lua implica com ela. Graças a Deus, Lua é o oposto da Sophia. Sério mesmo! – Confessei e Mel riu. – E você, quando acha que descobre?
– Eu ainda irei marcar a consulta, mas será ainda esse mês.
– Você tem falado com o Chay? – Indaguei.
– A última vez falei com ele foi semana passada, que contei sobre a gravidez. Ele foi egoísta. Pensou só nele como sempre.
– A situação de vocês está bastante complicada mesmo. Mas a criança não tem culpa disso. Chay vai levar um tempo para entender... e olha, não estou defendendo-o, é só uma observação mesmo, Mel. Porque ele nunca pensou em ser pai, e agora com essa volta que o casamento de vocês deu, certo que por culpa dele, ele pensasse menos ainda. É difícil tentar assimilar esse tipo de coisa. – Tentei explicar e Mel assentiu.
– Eu sei, Arthur. E entendo o que você quer dizer. Eu sempre soube que ele não queria um filho, pelo menos por agora... talvez eu tenha me precipitado em ter tomado essa decisão sozinha por achar que estava tudo bem entre a gente. Como eu ia saber que Chay me traía? – Mel me indagou magoada.
– É por isso que eu sempre fiz questão de deixar bem claro para a Lua que essa decisão no nosso caso, só seria tomada quando ela quisesse também, porque eu sempre quis. É complicado quando tomamos a decisão pelo outro e mais uma vez, não estou defendendo o Chay e nem colocando a culpa em você.
– Mas agora eu estou lidando com a consequência das minhas decisões. Não me arrependo porque é o que eu quero. Mas não vou isentá-lo da culpa que tem sobre o rumo que o nosso casamentou tomou.
– Você está certa. Também não quero que se arrependa. Um filho é tão incrível, Mel. Quando Chay descobrir isso, vai se arrepender das coisas que disse antes. – Falei sincero. – Eu não gosto de me intrometer nos assuntos pessoais dos outros e é por esse motivo que muitas vezes eu fico na minha e converso bastante com a Lua para que ela faça o mesmo. Porque na maioria das vezes, quem conta leva mais a culpa do que quem fez algo de errado. Mas Lua é bastante resolvida com as atitudes que ela toma, embora seja difícil ela reconhecer isso algumas vezes. Não estou falando só no caso de contar o que faz ou deixou de fazer, estou falando de tudo na vida.
– Eu não a culpo, Arthur. Até agradeço. Seria pior continuar sendo enganada. Nós nunca esperamos que isso venha de pessoas que confiamos. É decepcionante demais. Mais difícil que tentar entender o que levou a pessoa a fazer isso com a gente, é ficar pensando se um dia vamos perdoar ou pelo menos, pensar nessa possibilidade. – Mel confessou. – Se sentir sozinha é a parte que mais pesa. Porque sempre pensamos em como estaria sendo se... Você me entende? São tantos e se, Arthur...
– Eu consigo entender, Mel. Porque são muitas coisas novas, e eu sei que quando vocês descobrem essas coisas, vocês ficam loucas para contar e recontar isso para todo mundo.
– Mas nem sempre todo mundo se interessa em saber disso, Arthur. É diferente de quando contamos para quem está compartilhando dessa mesma ansiedade.
– Eu sei. E sei também que não é tudo que podemos contar para todo mundo. – Falei.
– Ainda tem isso... – Mel sorriu de lado.
– Mas você sabe que sempre pode contar com a gente, querida. Não é a mesma coisa, eu sei... mas sempre estaremos dispostos a te ajudar, Mel. – Garanti segurando em uma de suas mãos.
– Já estão ajudando, Arthur. Obrigada. Eu agradeço tanto a amizade de vocês. – Ela confessou emocionada.
– Por que a minha mamãe não acoda? Eu já chamei um monte. – Anie chegou na cozinha de braços cruzados.
– Bom dia, pequena. – Falei lhe encarando.
– Bom dia, papai. – Ela disse caminhando até mim. – Bom dia, tia Mel.
– Bom dia, meu anjo. Você dormiu bem? – Mel lhe perguntou e Anie assentiu enquanto eu lhe dava um beijo na bochecha.
– Eu dormi. E a senhola?
– Eu também. – Mel sorriu.
– Por que, papai?
– Por que o que, filha?
– Minha mamãe não acoda!
– Porque ela é uma dorminhoca. Daqui a pouco aparece aqui. – Respondi lhe dando novamente um beijo na bochecha. – O que você vai querer tomar de café da manhã?
– Chocolate quente e torrada com geleia. Geleia de uva! – Anie exclamou apontando para o pote de geleia.
– Tudo bem. – Comentei sorrindo e separando as coisas que ela pediu.

*

– Loooiraa... – Chamei Lua baixinho e beijei seu ombro logo em seguida. – Acorda, neném. Já estou com saudades de você.
– Huuuum... – Lua resmungou. – Você de novo? – Ela murmurou.
– Sim. Toda hora. – Pontuei com os lábios colados em seu ombro. – Anie está só perguntando por que você não acorda e que horas você vai acordar. – Contei.
– É você que fica induzindo a menina a me chamar, Arthur. Eu te conheço. – Lua disse baixo com o rosto contra o travesseiro e eu comecei a rir.
– Hoje é sábado, vamos sair com ela hein? – Indaguei mordendo levemente o seu ombro e Lua se encolheu.
– Não faz isso, Arthuuur...
– E isso...? – Indaguei colocando uma das mãos sobre os seus seios.
– Para, Arthur. Eu não estou brincando. – Lua falou séria e eu me apoiei no colchão com as duas mãos.
– Tá certo. Desculpa então... – Falei e me afastei. – Já vai dar onze horas. – Avisei antes de sair do quarto.

Quando cheguei a sala, Anie estava sentada perto da mesinha de centro com várias peças de brinquedos. A televisão estava ligada e Mel estava assistindo um programa musical.

– Papai?
– Oi, filha. – Respondi me sentando ao lado dela.
– O senhor me ajuda a montar a casa da barbie? – Me pediu.
– De novo? – Indaguei e Anie me encarou.
– Você ainda não montou a casa da barbie, só a da flozen.
– A tá.
– E então...?
– Eu te ajudo, Anie... eu te ajudo.
– Minha mamãe ainda não acordou?
– Não, querida e eu já desistir de chama-la. – Falei.

Já até tínhamos almoçado quando Lua enfim apareceu na sala. Eu já tinha montado a casa da barbie com Anie e ela já tinha desmontado novamente. Agora estávamos só nós dois na sala, ela não queria dormir e estava deitada com a cabeça na minha coxa assistindo um filme de comédia que eu tinha colocado.

– Nossa... a casa está tão silenciosa que eu achei que vocês tinham saído. – Lua comentou se aproximando do sofá e Anie se levantou e ficou em pé no mesmo. Eu continuei prestando atenção no filme.
– MAMÃE! – A menina gritou se jogando no colo da Lua. – Por que você demolou?
– Porque eu estava com sono. Você não dorme não? – Lua indagou divertida e Anie riu jogando a cabeça para trás.
– Mas eu já dormir. – A pequena respondeu.
– Aaaah... então é por isso. – Lua comentou enchendo a filha de beijos. – Eu te amo, meu bebê.
– Eu te amo também, meu bebê. – Anie imitou a mãe e também lhe deu vários beijos. – Você é o meu bebê.
– Você que é o meu bebê. – Lua afirmou e colocou Anie de volta no sofá. – E você? Por que está tão sério assim hein? – Se referiu a mim. – Iih... eu ainda não tinha percebido que você é tão sensível. – Me provocou, mas eu sabia que ela só estava falando isso para que eu retrucasse. – Você não vai dizer nada, querido? – Insistiu, mas eu continuei olhando para a televisão.
– Meu papai tá assistindo o filme. – Anie comentou.
– Seu papai tá se fazendo de surdo, é isso que eu estou vendo. – Lua falou e foi para a cozinha.
– Por que que minha mamãe ficou chateada?
– Sua mãe é doida, Anie. – Respondi.
– Não é não.
– Tá bom, ela não é. – Corrigi.
– Vocês bligaram? – Anie perguntou com o cenho franzido.
– Vem cá, meu anjo... ninguém brigou. – Afirmei e coloquei Anie em meu colo. – Você não vai dormir?
– O senhor canta então?
– Eu canto... brilha, brilha, meu amor? – Perguntei passando o polegar em sua bochecha.
– Blilha, blilha... – A pequena concordou.

Comecei a cantarolar a música que Anie tanto gosta e minutos depois a pequena dormiu. A levei até o quarto e depois voltei para a sala.

Pov Lua

– Cadê a Anie? – Perguntei assim que voltei para a sala.
– Dormiu. – Arthur me respondeu.
– E por que você está todo irritadinho?
– Que irritado o quê? Você que não sabe o que quer...
– Aah agora é assim? – Perguntei sentando em seu colo.
– Você já vai começar? Depois fica mandando eu parar. – Falou sério e eu ri contra o seu pescoço. – Estou falando sério, Lua.
Estou falando sério, Lua. – O imitei. – Você fica me incomodando. Sabe que eu preciso dormir e fica toda hora me chamando. Parece que faz de propósito. – Contei.
– Porque eu sou idiota. – Arthur pontou.
– Para, Arthur. Eu não disse isso. Você tá sendo muito dramático. – Falei acariciando sua nuca. – Você é o homem mais incrível que eu conheço, Arthur.
– Tá bom, Lua. Tá bom...
– Eu estou sendo sincera. – Afirmei.
– Tá, eu não discordei. Agora senta aqui no sofá, que eu quero terminar de assistir o filme. – Ele falou seco.
– Você tá sendo grosso agora. – Revirei os olhos. – Quando você quer ser insuportável, você consegue.
– Você só pode tá de sacanagem com a minha cara, Lua. – Arthur suspirou.
– Arthur, eu estava dormindo...
– E eu só estava te provocando. Já te pedi desculpas! Agora posso terminar de assistir esse filme? – Me perguntou impaciente.
– Eu sou mais importante que esse filme que você nem tá prestando a atenção. – Falei convencida. – Você não fez nada que precise se desculpar. Só pedi que parasse, você é chato com isso. Sabe que eu fico irritada quando você não me deixa dormir. – Expliquei. – Me beija. Para de bancar o difícil. Sei que você tá doido para fazer isso. – Provoquei colocando uma de suas mãos em minha coxa.
– Você é convencida demais! – Arthur exclamou.
– Não fica chateado comigo. – Pedi baixinho com os lábios praticamente colados no dele. – Você sabe que eu te amo mesmo você sendo a coisa mais chata da minha vida. – Confessei.
– E você a pessoa que mais me faz perder a paciência. E olha que eu tenho bastante. – Arthur retrucou.
– Eu sei, meu amor... eu sei. – Sorri.
– Quando eu parar de te irritar, você vai sentir falta. – Ele me avisou.
– Você nunca vai parar de fazer isso, Arthur. – Ri alto. – Sou a pessoa que você mais ama irritar na vida.
– Eu te amo mais do que te irrito. – Arthur admitiu e eu o beijei.

O amo também e odeio que ele fique chateado comigo. Eu não sei dizer qual de nós dois é mais teimoso quando estamos irritados um com o outro.

– Sabe onde está o meu celular? – Perguntei após o beijo.
– Deve estar no carro, Lua. Inclusive o meu, a minha carteira, a sua bolsa... – Arthur respondeu e eu me levantei.
– Cadê a chave? Preciso ver se tem alguma ligação ou mensagem importante...
– Tá lá no quarto. – Ele respondeu e eu fui pegar. – Traz as minhas coisas também. – Arthur me pediu assim que desci a escada e caminhei para a garagem.

Abri a porta do carro e entrei, tentei achar nossas coisas que estavam jogadas no banco de trás – minha bolsa que inclusive estava sem a minha identidade. Peguei o celular do Arthur e o meu, e fiquei alguns minutos tentando encontrar a carteira dele.

– Tem muitas mensagens no seu celular, acho que alguém quer falar muito com você. – Falei quando cheguei na sala e liguei o celular. – Será que é a Laura?
– Se fosse a minha mãe, ela já teria ligado, loira. – Arthur comentou. – Você viu quem é?
– Eu não. – Dei de ombros e entreguei o celular para ele. – Meu pai ligou. – Contei e Arthur desbloqueou a tela do celular e abriu o aplicativo de mensagens, mas ele logo saiu e bloqueou a tela novamente. – Quem era?
– Nada importante... Você vai ligar para o John? – Ele mudou de assunto.
– Sim. Mais tarde. Você ficou com a minha identidade?
– Fiquei. Deve tá na minha carteira. Você a achou?
– Quase eu não acho. Não posso perder meu documento... – Comentei deixando meu celular sobre o sofá.
– Eu guardei, Luh. – Arthur afirmou colocando o celular no bolso da calça. – Cadê a minha carteira? – Ele perguntou.
– Está aqui. – Respondi mostrando para ele.
– Vê se está aí... – Arthur se levantou do sofá. – Anie disse que quer ir ao cinema. – Ele comentou.
– Podemos ir, amor. – Afirmei.
– Vou pegar um pouco de sorvete, está calor hoje. – Arthur caminhou para a cozinha.

Abri a carteira dele, mas só tinha os cartões, notas fiscais de pedágios, a habilitação... e camisinha? Peguei a embalagem para ter certeza de que eu não estava imaginando coisas. Eu não consigo imaginar porque o Arthur anda com preservativo na carteira, sendo que ele não usa comigo. Minha cabeça só associava isso a Kate, e eu senti vontade de bater na cara no Arthur. Nada do que ele pudesse me falar agora, me faria entendê-lo.

Arthur voltou da cozinha com uma tigela nas mãos e depois pegou o controle da televisão que ele havia deixado sobre a mesinha de centro. Embora eu o encarasse, ele ainda não tinha percebido nada de estranho nisso.

– Eu comprei sorvete de creme, aquele que você ama. – Arthur me disse e trocou de canal antes de me olhar. – O que foi? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou confuso.
– Você que precisa me explicar o que aconteceu. – Respondi.
– Aaah não, Lua. Toda hora você inventa uma DR nova, que saco! Minutos atrás conversávamos normalmente, aí do nada você muda. Eu não consigo mais entender você. – Pontuou irritado; só não mais que eu.
– Eu não tenho culpa se depois de tantos anos o meu marido resolveu virar um canalha. Isso se você já não era antes e escondia isso de mim!
– O que? – Arthur perguntou surpreso com as minhas palavras.
– Olha isso, Arthur! – Joguei a embalagem com o preservativo em cima dele. – EU ENCONTREI NA TUA CARTEIRA! AGORA VOCÊ VAI ME DIZER QUE EU ESTOU INVENTANDO COISAS? – Gritei e Arthur me olhou assustado.
– Como assim na minha carteira? – Me perguntou baixo. – Lua...
– Eu também quero saber, Arthur. – Pontuei tentando me controlar. – Por que você está fazendo isso comigo? Eu não quero acreditar que estamos indo para esse rumo. – Passei minhas mãos pelo rosto.
– Não sei como isso foi parar aí, Lua... – Ele começou e eu levei do sofá.
– Por favor... não sou nenhuma garotinha, Arthur. Não vou acreditar nessa conversa. É melhor que você comece a me dizer a verdade. – Pedi sem parar de andar de um lado para o outro.
– Lua, eu estou te dizendo a verdade. Não sei. – Arthur assegurou e jogou o preservativo sobre o sofá.
– Não mente pra mim. Isso é a última coisa que você pode pensar em fazer, Arthur. – O avisei.
– Não estou mentindo. – Me disse, mas ele estava. Eu o conhecia tão bem, assim como, ele me conhecia também.
– VOCÊ ESTÁ! EU TE CONHEÇO, ARTHUR! – Gritei desesperada sem querer acreditar que Arthur me traía. – Quem mais mexe na sua carteira? Me diz! – Exigi, embora soubesse que ele não teria respostas, porque nem eu mexo. – Se você não me falar a verdade, as coisas vão ficar piores. Você sabe que vão, Arthur. – Acrescentei ficando de costas para ele. Eu esperava qualquer resposta, menos a de que ele não sabia como aquilo foi parar na carteira dele.
– Vamos conversar, Lua...
– Estamos conversando! – Falei entredentes.
– Você está gritando. – Ele retrucou e eu rir sem vontade e me virei para encara-lo.
– E você está pensando que pode me enganar com essa desculpinha esfarrapada! – Exclamei e Arthur levantou-se do sofá.
– Eu falei a verdade!
– Você vai insistir nisso? Porque se sim, eu não vou mais querer ouvir. – Avisei.
– Lua... – Ele começou, mas riu e isso só me irritou mais ainda. – Você não tem motivos para desconfiar de mim, querida.
– E você é santo desde quanto? – Ironizei.
– Eu nunca te dei motivos.
– E isso é o quê? – Peguei a camisinha e joguei em cima dele novamente. – Primeiro, Kate surge do nada. Segundo, ela começa a parecer onde a gente vai e terceiro, encontro camisinha nas suas coisas, e a gente não usa, Arthur. Por favor, o que você quer que eu pense?

Eu não conseguia mais esconder minha raiva, minha decepção, meu desespero diante dessa situação. A qualquer momento eu começaria a chorar.

– Você acha que tenho um caso com a Kate? Por favor digo eu, Lua. Nunca fiz nada que levasse você a pensar uma coisa dessas. Você está indo longe demais já! – Arthur respondeu irritado.
– E se você visse camisinha na minha bolsa? Sentisse cheiro de outro homem em mim e soubesse que um ex meu andava atrás de mim, o que você faria? Ia compreender se eu falasse que não tinha ninguém e que eu falava a verdade? – Perguntei colocando as mãos na cintura.
– Lua...
– Você não compreenderia. Você nem me escutaria! Você é igual a todos os homens machistas, e eu pensei que você era completamente diferente. – Pontuei.
– Eu não sou machista! Você está completamente exaltada!
– E VOCÊ QUERIA QUE EU ESTIVESSE COMO? – Gritei e Arthur segurou meu braço. – O QUE É AGORA? VAI QUERER ME AGREDIR?
– VOCÊ SABE QUE EU NUNCA FARIA ISSO! PARA DE AGIR COMO SE NÃO ME CONHECESSE! – Ele gritou de volta.
– EU NÃO CONHEÇO MAIS! – Falei.
– EU NÃO TENHO NENHUMA AMANTE, LUA! TIRA ISSO DA TUA CABEÇA! – Arthur soltou meu braço e pegou o celular. – Eu não sei como te dizer isso... – Falou mais baixo. – Eu não sei como a Kate conseguiu meu número... – Ele começou e eu o interrompi.
– Eu sabia que ela tinha alguma coisa a ver com isso. Só não consigo entender o que o fato de eu ter encontrado a camisinha na tua carteira tem a ver com essa piranha ter conseguido o teu número. – Comentei.
– Você não vai acreditar, Lua. Tá muito fora de si para isso.
– Aah, Arthur... Você ainda não me viu fora de mim. Pode acreditar. – Deixei claro. – E eu nem precisava está te dizendo isso. – Acrescentei.
– Foi a Kate quem colocou o preservativo no meu bolso ontem, lá no Sky Pod, quando eu fui ao banheiro. Você sabe que ela me encontrou lá.
– E por que você guardou? Gostou?
– Claro que não, Lua. Para de falar assim.
– Por que você guardou? – Repeti a pergunta.
– Só notei que isso estava no bolso quando fui pagar a conta.
– Por que você guardou? – Insistir.
– Não tinha onde jogar fora, Lua. Para de criar coisas que não existem!
– Eu não acredito em você. – Retruquei.
– Eu estou sendo sincero.
– Você está sendo canalha. E eu nunca pensei que ia te dizer isso um dia. Somos casados e você não está me respeitando. Você sabe que eu não suporto a sua ex. Por que você fica guardando coisas que sabe que vai abalar nossa relação?
– Não guardei com a intenção de ter algo dela, Lua. Não pensa assim... isso é tão insignificante que eu nem lembrava que estava aí.
– Se você lembrasse, jamais teria deixado eu ir buscar e muito menos, abrir sua carteira.
– Eu nunca precisei esconder nada de você, Lua. – Arthur deixou bem claro.
– Não que eu precisasse descobrir.
– Para, Lua! – Ele exclamou. – Você está chateada. Estou tentando te entender, mas você fazendo pouco caso, não ajuda em nada.
– Se você não tivesse escondido isso de mim, eu não precisava agir dessa forma.
– Mais uma vez, eu não estou te escondendo nada, Lua.
– Eu não consigo acreditar em você... e no fundo... isso está acabando comigo. – Confessei. – Se eu perder a confiança em você, vai ser bem difícil recuperá-la. Nunca imaginei que você iria me decepcionar tanto assim, você é a pessoa que eu mais confio no mundo... ou confiava... nem sei mais. – Falei um pouco perdida e completamente decepcionada. Arthur tentou se aproximar, mas eu me afastei.
– Sempre que a Kate resolve atormentar a nossa vida, você fica assim, Lua. Você já conhece os truques dela e sabe que ela só quer chamar a atenção e atrapalhar a nossa vida e principalmente o nosso casamento.
– Eu não conheço os truques dessa vadia, Arthur. Mas eu sei bem do que ela é capaz de fazer para conseguir o que quer. Ela nunca desistiu, ela sempre volta. E eu não consigo entender porque vocês homens são tão fáceis de cair nesse jogo. – Neguei com a cabeça. Sem acreditar que isso estava acontecendo comigo.
– Não vou cair em nenhum jogo, Lua. Desse jeito você me ofende. Você me conhece. – Arthur pontuou suspirando. – Fica difícil tentar te dizer algo quando você insiste em fingir que quem está aqui – apontou para ele – é uma pessoa desconhecida.
– Já tentei te dizer como essa camisinha veio parar na minha carteira, mas pra você parece que não faz tanta diferença assim... imagine então – ele suspirou outra vez – quando você ver isso.

Arthur me entregou o celular. Peguei o celular da mão dele que estava aberto em uma mensagem e quando vi as fotos, joguei o celular no chão.


– AGORA VOCÊ FOI LONGE DEMAIS! – Gritei. Meu corpo inteiro tremia de raiva e eu queria voar em cima dele para esmurra-lo.
– VOCÊ TÁ LOUCA! – Ele exclamou e abaixou-se para pegar o celular no chão. – Eu estou tentando te explicar tudo. Não é isso que você quer?
– LOUCA? COMO VOCÊ PODE ME MOSTRAR ISSO? FOTOS DESSA VADIA! COMO VOCÊ TEM FOTOS DELA, ARTHUR?
– É ISSO QUE EU ESTOU TENTANDO TE DIZER! FOI POR ISSO QUE FALEI QUE NÃO SABIA COMO ELA TINHA CONSEGUIDO MEU NÚMERO DE CELULAR. – Arthur tentou esclarecer.
– AGORA VOCÊ NÃO FAZ IDEIA DE NADA? – Ri sarcástica. Eu sabia que ele tinha muita raiva quando eu fazia isso. – AMANHÃ VOCÊ CHEGA AQUI E ME DIZ QUE DORMIU COM ELA E QUE SÓ SE DEU CONTA QUANDO ACORDOU? É ISSO? ME EXPLICA!
– Você tá doida, só pode! Não escuta nem o que diz.
– PARA DE ME CHAMAR DE DOIDA! – Exclamei indo para cima dele.
– PAARA! – Arthur me avisou e segurou os meus braços. – Olha o tipo de atitude que você está tomando.
– ME SOLTA! VOCÊ ESTÁ ME IRRITANDO! EU NÃO QUERO OLHAR MAIS NA SUA CARA! – Falei chorando.
– Para, Lua. Não precisa disso. Você não pediu sinceridade? É o que eu estou tentando fazer.
– Você está muito calmo. Não parece surpreso com nada. – Comentei.
– Você quer que eu perca a paciência? Isso vai adiantar de quê?
– Ela pediu pra você escolher que roupa você preferia! Chamou você de querido!
– Eu respondi? Claro que não, Lua!
– Você viu agora! E ainda mentiu dizendo que não era nada importante!
– E não é. Pra mim não é nada importante. – Ele assegurou. – Mas pra você parece que é. – Acrescentou.
– Me solta!
– Só se você se acalmar.
– Não vou me acalmar olhando para essa tua cara de pau!
– Lua...
– M E   S O L T A !
– PARA DE GRITAR!
– PALEM DE BLIGAR!

Ouvimos o grito da Anie e Arthur me soltou imediatamente. Eu odiava quando brigávamos e ela via a briga ou percebia o clima.

– Por que vocês estão bligando? Eu não gosto quando vocês bligam... – A pequena disse triste e eu fiquei sem saber o que dizer. Nem tinha pensado na possibilidade dela acordar com os nossos gritos.
– Só estávamos conversando um pouco mais alto, meu anjo. – Arthur tentou disfarçar. Mas Anie negou com a cabeça.
– Não era não. Eu ouvi!
– Filha... – Comecei e a pequena se aproximou de mim.
– Não bliguem mais, mamãe.
– Só ficamos irritados, filha. – Falei para amenizar o clima. – Você não precisa se preocupar. Já falamos pra você que essas coisas acontecem com os adultos.
– Por que vocês são adultos então?
– Porque a gente cresce. – Respondi dando um meio sorriso. – Isso é complicado de explicar, meu amor.
– Só fica tranquila, tá bom? Ninguém vai brigar mais agora. – Arthur assegurou e Anie o olhou desconfiada.
– Não glita mais com a minha mamãe também. – Ela pediu.
– Tá bom. – Arthur sorriu de lado, mas não me olhou.
– Por que você tava segulando ela?
– Porque ela precisava se acalmar. – Arthur respondeu e eu revirei os olhos.
– Mas o que aconteceu? – Anie me abraçou apertado.
– Assunto de gente grande, já falamos sobre isso com você. – Respondi.
– Eu ainda sou cliança. – Anie lembrou.
– Sim. – Arthur afirmou e depois olhou para a tela do celular e eu vi que estava toda trincada. – Não pensa mais nisso, ok? – Ele pediu se aproximando da filha. – Qualquer coisa estarei no escritório, meu anjo. – Avisou dando um beijo na testa de Anie e saiu.
– Eu tava dormindo...
– Você quer voltar a dormir? – Perguntei e Anie negou.
– Agola eu não quelo mais!
– O que você quer fazer então? – Indaguei, embora minha mente ainda estivesse na discursão de minutos atrás.
– O que o meu papai vai fazer?
– Eu não sei, filha. – Respondi.
– Por que ele glitou com você?
– Eu também gritei com ele, Anie.
– Eu não gosto, mamãe.
– Nem eu e nem o seu pai. Pode acreditar, meu bem. – Assegurei.
– A gente ainda pode sair?
– Claro que sim, você não tem nada a ver com isso, filha. – Sorri lhe dando um beijo na bochecha.

Eu não estava nenhum pouco a fim de sair de casa, mas já tínhamos combinado de sair com Anie antes da briga. E ela não tem culpa de nada do nosso desentendimento. Só não sei se Arthur vai querer sair agora depois disso.

Anie andou até a televisão e pegou o controle, que antes de sair, Arthur tinha deixado lá.
– Vou assistir desenho... a senhola assiste comigo?
– Assisto.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá? Boa tarde! Sentiram minha falta e saudades de L.A? haha <3 Agora estamos de volta! \o/

Espero que tenham gostado do capítulo. Embora eu tenha certeza de que vocês não gostam tanto assim quando o casal se desentende </3 mas a vida tem dessas coisas né? Quando a gente pensa que está indo tudo mil maravilhas, acontece algo. E a Kate já estava rondando não é mesmo?

Ps¹: O que acharam da atitude do Arthur?
Ps²: E da reação da Lua? Teriam feito o mesmo ou pior?
Ps³: Abriram o link para ver as mensagens que a Kate mandou para ele?
Ps4: Tadinha da Anie, ela odeia que os pais briguem. Pelo menos eles foram sensatos e pararam de discutir quando ela pediu.

OBRIGADA a todos que comentaram o capítulo anterior. Vocês são os melhores e eu nunca vou cansar de dizer isso!

COMENTEM esse capítulo! Estou ansiosa para saber o que vocês acharam sobre ele. Me contem tudo pleeeeease!!!

Beijos e até a próxima atualização...

14 comentários:

  1. Milly do céu,posta logo outro capítulo. Estou muito ansiosa para ver onde essa discussão vai dar. Parabéns por mais este post maravilhoso!
    Ana Júlia

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  2. QUE CAPÍTULO ! Espero que esses dois se resolvam logo,mais sei que a “separação” está mais próxima do que nunca 😢

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  3. Milly toda a espera vale a pena, como sempre mais um arraso de capítulo *___* eu sei que parece clichê porque eu sempre falo isso mas é a verdade kkk
    Adorei o capítulo por mas que eles brigaram kkk mas faz parte kk só digo uma coisa,a cada capítulo eu odeio mais e mais essa Kate ... que vadia mau amada kk que não se conforma que o Arthur ñ quer nada com ela. Pena que eu acho que ela vai conseguir o que quer, separar os dois,infelizmente. Dessa a vez a lua não vai dar o braço a torcer, o Arthur tá ferrado mas eu no lugar da Lua faria o mesmo.
    Não vejo a hora de ver onde isso vai dar!!!
    Caroline

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  4. Que capítulo maravilhoso, a cada atualização uma expectativa maior pq sabemos q vem coisa boa. Tá de parabéns Milly. lua é uma dorminhoca, pense em um ser humano q adora dormir. Tão linda essa amizade do Arthur e da Mel ♥️. Tô aqui chorando, que brigaaa. depois q a Kate (cobra) apareceu a lua ficou muito insegura, acho q ela tem medo pq não pode mais engravidar e o Arthur ir buscar o filho tão sonhado em outra mulher. eu no lugar da lua faria a mesma coisa, tenho pena do Arthur q vai ter q lidar com a situação e provar q é inocente. tadinha da anie, deve ter acordado assustada com os gritos dos pais. Ansiosa para o próximo capítulo.

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  5. Que capítulo foi esse? Essa Kate muito sem noção. Acho que o Arthur deveria para de esconder as coisas da Lua. Imagina só quando a lua e Arthur se separarem como anie vai fica triste.
    Lily

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  6. Milly QUE CAPÍTULO MEU DEUS!!! amo todos sou suspeita falar kkkkk

    Lua é quase um ursinho dormindo, se deixar vai o dia todo kkkk
    A cada capítulo eu odeio mais essa Kate viu,ela é insuportável!!!!! Ela sabe bem como irritar e perturbar e faz questão de fazer isso.
    Acho a amizade que o Arthur tem com a Mel tão linda.
    Arthur tinha que contar as coisas logo para a Lua, acho que ela se irritaria bem menos ouvindo dele e não descobrindo sozinha. essa discussão ainda vai render bastante. Mas confesso que eu no lugar da Lua faria o mesmo.
    Anie é sempre tão fofa, detesta ver os dois brigando, um amorzinho!!!
    Já estou ansiosa para o próximo capítulo.

    Feh

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  7. Posto mais, não fica demorando pra postar não.

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  8. Sua web é maravilhosa,fico ansiosa esperando a próxima atualização, que pelo visto não está nada boa pro lado do Arthur. Essa Kate só quer atrapalhar e o Arthur por acha-lá insignificante,esconde as coisas da lua e alimenta a insegurança e desconfiança dela, só quero saber o que ainda tem por vir. A anie uma princesa que com certeza vai sofrer pelos pais e eu junto com ela. Parabéns sua escrita é perfeita e cada vez mais instigante.

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  9. Cada atualização é um tiro. Assim eu morro!
    ( confesso que estou bastante ansiosa para a separação deles)

    Tay

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  10. Essas brigas quase me matam do coração💔 ansiosa pra a separação mais com medo ainda bem q voltou milly saudades

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  11. Estava com muita saudade!!!!! Amo demais essa história.
    acho que a Lua tinha que escutar as explicações do Arthur, ela é sempre muito má com ele e ele nunca pode ficar bravo com ela. Acho que o Arthur tinha que ignorar um pouco a Lua agora, ela ta merecendo

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  12. eles vão acabar separados no final da história??? :(
    Faz isso não

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  13. não acreditei que tinha um cap novo.
    Eu amo muito essa web, sempre fico lendo e relendo ��
    A Lua sempre acaba bringando com o Arthur, e ele sempre perdoa ela muito fácil.. Ele deveria dar um gelo nela, pq sempre é ele que corre atrás dela

    Posta outro cap logo, hein?! ❤❤
    -Ale

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  14. Sinte muita falta desse web maravilhosa, amor sempre uma fofa, concorda que o Arthur devia ter contando tudo antes de acontecer o que aconteceu, odeio a Kate mulherzinha chata kk, eu acho que a lua se precipitou, e mais uma vez o nosso casal brigados. Ansiosa pela continuação

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