Litte Anie - Cap. 88 | 4ª Parte

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Little Anie – 4ª Parte

Quando ficar escuro eu vou abraçar seu corpo perto do meu
[...]
Cativado pelo jeito que você está essa noite a luz está dançando em seus olhos
Seus doces olhos
Tempos como esses nós nunca esqueceremos
[...]
Estou contente que compartilhei isso com você
Porque você me libertou
Me mostrou quão boa minha vida podia ser
Como isso aconteceu comigo?
E então eu vou te balançar garota até você adormecer
E quando você acordar estará deitada ao meu lado
– No Worries | McFly

Pov Lua

Londres | Sexta-feira, 28 de outubro de 2016.

Esse é o quinto show que os meninos do McFly farão este mês. Não é uma turnê, são só shows, que eles decidiram fazer dia de sexta, sábado e domingo – começou no último dia dezesseis. Hoje é aqui em Londres e eu prometi ir.

Cheguei cedo do trabalho. Arthur já deve estar quase saindo de casa – isso se já não saiu. Anie não foi para a aula de balé. Esse mês decidimos deixar ela ir apenas duas vezes por semana. Porque ela já estava ficando estressada com os horários.

– Hoje que tem show de novo do meu papai. – Ela me lembrou assim que me viu entrar em casa. Concordei e lhe dei um beijo na cabeça.
– Como foi na escola? – Essa foi a última semana de aula dela antes da semana de recesso que antecedem as férias de natal.
– Bem legal, mamãe. A senhola quer ver o meu tabalho?
– Claro que quero, meu amor. Estou ansiosa. – Sorri.
– Então eu vou pegar. Eu já mostei plo meu papai.
– Vai lá pegar então... – Falei e caminhei para o quarto. Arthur ainda estava em casa; pelo carro na garagem e pelo cheiro do perfume. – Uhm! Que cheiroso. – Inspirei o ar e Arthur sorriu.
– Então você vai mesmo? – Ele me encarou e seus olhos brilharam. Arthur fica muito animado com as minhas idas aos shows da banda.
– É claro. Eu prometi, meu amor. – Respondi.
– Eu te amo. – Ele andou em minha direção e me deu um beijo.
– Você tá tão gato. – Passei a mão por cima da camisa branca de bolinhas pretas que ele vestia. – Lindo e cheiroso também. – Acrescentei com outras intenções.


– Obrigado. E vou te esperar lá. – Me avisou.
– Você já está indo?
– Sim, baby. – Arthur me deu outro beijo. – Vai de carro?
– Não sei. Você vai?
– John vai passar por aqui. Então, se você for de carro, na volta eu dirijo, ok?
– Ok. – Concordei e tirei os meus sapatos.
– Sua entrada está na minha gaveta. – Apontou para a primeira gaveta da mesa de cabeceira e eu assenti. – Mas qualquer coisa, você me liga, tá?
– Ligo sim, amor. – Afirmei e lhe joguei um beijo no ar.
– Já vou. John já me mandou mensagem, ele já está chegando aqui na frente. – Contou e saiu do quarto.

Terminei de tirar a minha roupa e entrei no banheiro. Tomei um banho, lavei os meus cabelos e depois escovei os meus dentes. Quando saí do banho, Anie estava me esperando sentada na cama.

– Já quer ver agola o meu tabalho? – Perguntou com o caderno em mãos.
– Me mostra. – Me aproximei dela e sentei ao seu lado na cama.
– O meu papai já saiu, não é?
– Sim. Hoje a banda faz show de novo, ele te disse. Mas ele não vai demorar. – Expliquei.

Anie nem sonha que eu vou ao show também.

– Amanhã de novo e depois de novo?
– Sim. Igual semana passada. – Respondi.
– Depois a gente vai viajar que o meu papai me disse. Quando eu entar de félias na escola. É verdade?
– É. Estamos planejando. Espero que dê tudo certo. – Assegurei e Anie sorriu. Abriu o caderno e me mostrou o trabalho dela. Era colagem. – Que lindo! Você está mandando super bem, filha. Sabia que a mamãe está muito, muito, muito orgulhosa de você? – Lhe dei vários beijos.
– O meu papai achou bonito também. A senhola gostou de verdade?
– Eu amei, meu anjo. – Afirmei.
– Obligada, mamãe. É muito legal lá na escola. Só agola que o meu papai não vai mais me buscar todo dia. Agola é a Carol.
– Eu sei, filha. Mas ele vai sempre que pode. Agora ele só está tendo ensaios pela parte da tarde. Aí fica complicado. Só dá para ele te levar todos os dias, e não buscar. Porque é de manhã. Por isso que é a Carol quem vai.
– Tá, eu intendo, mamãe. – Anie sorriu outra vez. – Agola o que a senhora vai fazer? – Me perguntou quando lhe entrei o caderno de volta.
– Vou vestir uma roupa e depois vou comer alguma coisa. Você tá com fome?
– Já lanchei, mamãe. – Ela me respondeu. – Mamãe?
– Oi, querida. – Eu tinha acabado de me levantar da cama e parei para escutar o que ela queria me contar.
– Quando é que vai ter outo bebê aqui?
– Filha – sorri –, acho que não terá outro bebê. – Respondi sem saber o que dizer.
– Por que? Era legal o bebê aqui, não era? – Me perguntou de um jeito fofo.
– Era, mas ele é o bebê da Mel e do Chay. Agora foi pra casa com os pais, filha. E aí voltamos a ser só nós aqui em casa. – Expliquei.
– Mamãe... – Anie me seguiu até o closet. – Eu posso pedir um bebê?
– A gente não pede um bebê assim, meu anjo.
– E como que é então? – Questionou e aí que eu fiquei sem saber o que dizer mesmo.
– Para quem você quer pedir um bebê? – Indaguei só para fugir do assunto, porque Anie já havia nos pedido um irmãozinho outras vezes durante os últimos meses e eu e Arthur sempre fugíamos do assunto.
– Para a senhola e para o meu papai. – Ela sorriu animada e eu sorri de volta.
– Ok. – Respondi nervosa.
– Então vou ganhar um irmãozinho?
– Não. – Ri. – Não é assim, eu já te disse. – A lembrei. – Mas fala com o seu pai. – Sugeri para fugir da responsabilidade.
– Meu papai gosta de bebês.
– Sim, ele é apaixonado por bebês e por você. – Acariciei seus cabelos. – Você não quer brincar?
– Tá, vou blincar com o Bart também! – Exclamou e saiu correndo do quarto. Agradeci, ou nem saberia mais como fugir do assunto “bebês e irmãozinho”.

Abri uma das gavetas para procurar uma roupa para ir ao show, que está marcado para às oito horas da noite – ainda são cinco e pouco da tarde. Arthur saiu cedo por conta de toda a questão da passagem de som e dentre outras coisas.

Escolhi um short preto de couro, um body rendado e uma jaqueta de couro, um sapato de salto baixo e grosso, e uma bolsinha. Deixei tudo separado e vesti um pijama. Antes de ir, eu teria que colocar Anie para dormir.

Horas depois.

Foi mais rápido do que eu pensei. Anie chega na sexta-feira exausta e nunca mais fez birra na hora de dormir. Depois de deixa-la dormindo em seu quarto e de checar que ela estava bem coberta, eu saí e fechei a porta. Entrei no meu quarto e tirei o pijama que estava vestindo.

Meus cabelos já tinham secado, então só passei um creme e os arrumei antes de começar a vestir a minha roupa. O show está marcado para às oito horas da noite – mas nunca começam no horário –, já são sete e meia e de casa até o local do show, são mais ou menos uns trinta minutos.

Me vesti rápido e passei uma make bem básica. Eu não costumo me maquiar e o máximo que uso são meus produtos, que julgo, essenciais para uma maquiagem básica e rápida: base, pó compacto, rímel e batom. Sim, só isso. Me passei perfume e peguei a chave do carro.


Antes de sair de casa, eu olhei o meu celular, mas não tinha nenhuma mensagem. Desliguei o alarme do carro e entrei.

Oito e dez da noite – Show da Banda McFly

Mostrei o meu ingresso para o segurança, embora nem precisasse, porque John estava na entrada e estendeu uma das mãos assim que me viu.

– Há! Então você veio mesmo. – Ele sorriu animado.
– Eu estava devendo uma. E prometi ao Arthur que viria hoje. Então, cá estou. – Contei, também animada.
– Vem, eles ainda estão no camarim. Sabe, nunca começa no horário exato.
– Sim, eu sei. E ainda bem. Ou eu já estaria atrasada. – Rimos. – Venderam todos os ingressos?
– Sim. Até os de março. Você sabe, ano que vem será em outros países.
– Arthur comentou vagamente. – Respondi. Bem vagamente por sinal. Não falávamos sobre a agenda de shows. E eu terei uma viagem em novembro que eu ainda não contei a ele. Preciso falar sobre ela até o fim do mês.
– Pode entrar. – John abriu a porta.
– Espero que estejam todos vestidos. – Comentei divertida. Sabia como eles eram descarados.
– Como se você fosse uma garotinha inocente. – Harry veio ao meu encontro e me abraçou. Ele estava com alguns botões da camisa social abertos.
– Isso não quer dizer que eu tenha que te ver pelado! – Retruquei ainda abraçada a ele.
– Arthur não ia gostar da ideia. – Ele riu baixo.
– Falando nele, cadê o meu marido? Olá, Mika, Chay. – Os cumprimentei.
– Olá, Luh. – Eles falaram juntos. Estavam conversando entre si, enquanto um funcionário da parte de som arrumava o microfone deles ou algo do tipo.
– E o Nick, aquele outro implicante. – Acrescentei.
– Arthur foi ao banheiro e Nick foi ver algo no palco. Quer um salgado? – Harry me ofereceu.
– Não, obrigada.
– Arthur estava muito animado que você viria.
– Hahaha... eu sei.
– Desde ano passado, e tipo, ele está ansioso para que você escute No Worries.
– Já escutei, querido.
– Ao vivo e não pela tevê. A não ser, é claro, que ele tenha cantado ao pé do teu ouvido, hum? – Harry me deu um empurrãozinho de lado. Me sentei em um sofá disponível e cruzei as pernas.
– O que você tá insinuando, seu sem-vergonha? – Me fingi de desentendida.
– Sem-vergonha? Qual é, Luh? Você sabe do que eu estou falando. – Ele deu uma piscadela e Arthur saiu do banheiro e sorriu assim que me viu.
– Harry está me incomodando. – Reclamei recebendo um selinho dele.
– Hahahahaha... você é muito fingida! Ela quer fugir da minha pergunta. – Harry terminou de ajeitar a camisa dele.
– Que pergunta? – Arthur indagou curioso e sentou-se ao meu lado, passou um dos braços ao redor dos meus ombros e me puxou para mais perto.
– Indecente. – Resmunguei e Arthur riu.
– Ela disse que já escutou No Worries. Só perguntei se foi ao pé do ouvido.
– Não. Ainda não cantei pessoalmente. – Arthur respondeu e me olhou.
– Então hoje é um grande dia. – Judd ressaltou.
– Sim. Estou muito feliz. – Arthur afirmou e me deu um beijo demorado na bochecha. – Vamos tirar uma foto? Você é a minha garota preferida. – Sussurrou no meu ouvido. – E está tão linda.
– Obrigada, querido. – Segurei em seu queixo e lhe dei um beijo. – Vocês vão cantar That Girl?
– Sim, é a terceira música. – Harry contou.

É a minha preferida. Arthur sabe disso.

– Então tira uma foto minha com essa garota. – Arthur me abraçou de lado depois de entregar o celular para o Harry.  Sorrimos e Harry tirou a foto. – Deixa eu ver se você é um bom fotógrafo.
– Até porque, somos ótimos modelos. – Afirmei, convencida.
– A tá... – Ele desdenhou só para implicar comigo.
– Você gostou? Eu adorei. – Arthur me mostrou a foto. Harry tinha ido para onde Chay e Mika estavam conversando.
– Você é tão lindo. – O elogiei. – Eu amo o seu sorriso.
– E eu amo você. Inteira. – Ele confessou roçando os lábios no meu pescoço. – Eu amei seus longos cabelos loiros, O amor estava no ar, E ela olhou para mim, E o resto é história... – Arthur cantarolou alguns versos de That Girl.
Cara, ela é demais e eu não acredito que você, Pegou aquela garota... – Acrescentei e Arthur sorriu.
E diante dos meus olhos, Estava esta garota, ela era, Tão linda, E ela me surpreendeu, E eu desejei que ela fosse minha... – Arthur voltou para o início da música e colocou esses versos na legenda da foto.


– Vamos? Chegou a hora! – John abriu a porta e chamou os garotos.
– Bom show, querido. – Dei um beijo carinhoso em Arthur.
– Obrigado, amor. Espero que curta o show. – Arthur segurou minhas mãos e me levantou do sofá.
– Eu tenho certeza que vou adorar. – Caminhei com ele para fora da sala e Harry caminhou ao meu lado. – Bom show, Judd.
– Obrigado, loira. – Harry sorriu depois de me dar um beijo na bochecha. – Você vai ficar aqui? – Apontou para a entrada do palco. – Ou ali? – Apontou para a área vip.
– Ali. – Apontei para a área vip. Eu poderia vê-los melhor e de frente. – Assim tenho uma visão bem melhor de vocês e do show. – Me afastei do Arthur, que apertou, carinhosamente, a minha mão antes de solta-la e eu lhe joguei um beijo no ar.

O show começou uns três minutos depois. Little Joanna foi a primeira música cantada. Me lembrei do quanto Anie ama canta-la e escuta-la. Foi uma das músicas que Arthur sempre cantou para ela quando eu estava grávida. A segunda música foi Star Girl.

O lugar está lotado e as fãs estão gritando demais. Não sei como elas aguentam gritar, praticamente, sem parar. Fica um coral lindo quando elas resolvem cantar junto com eles.

Uma hora e meia depois.

O show está lindo, mas já está quase no fim. Escutei a introdução de No Worries e senti o meu coração acelerar quando o olhar do Arthur encontrou o meu.

– Eu escrevi essa música para uma pessoa muito especial. E estou muito feliz que ela esteja aqui hoje para escutar. – Ele anunciou e eu fiquei emocionada. Já tinha escutado a música na primeira vez que ele a cantou, só que foi pela tevê. – Depois de tudo, agora No Worries (sem preocupações).

Os primeiros versos foram cantados. A música é linda, me deixa emocionada. Mas como tudo na vida, tenho o meu trecho favorito.

Cativado pelo jeito que você está essa noite, a luz está dançando em seus olhos, seus doces olhos. Tempos como esses nós nunca esqueceremos [...] Estou contente que compartilhei isso com você [...] Então eu vou te balançar garota até você adormecer e quando você acordar estará deitada ao meu lado [...] Eu quero que o mundo saiba quão linda você é [...] Não há segredos a serem ditos. Nada que nós já não sabemos...

Arthur é o cara mais romântico que já conheci na vida. Ele é incrível e embora eu saiba que ninguém é perfeito, ele quase me faz mudar de opinião. É certo que brigamos e que ele se estressa também, mas na maioria da vez, ele é um mar de calmaria. É o homem mais amoroso e atencioso que conheço.

Eles cantaram mais duas músicas antes de encerrarem o show. Os fãs estavam pedindo por mais e eles fizeram algumas gracinhas. Caminhei em direção ao camarim e dei de cara com Haley que estava saindo da pista com alguns outros fãs – não que eles estivessem com ela –. Isso me fez ficar irritada.

O que ela está fazendo aqui?

– Ora, se não é a Lua Blanco. Agora você ficou na dúvida de sem preocupações? – Frisou o nome da música – Haha cheguei a achar que pudesse ser para mim. Eu estou aqui hoje.
– Em nenhum momento tive dúvidas. Até porque, já ouvi muitas vezes que foi escrita para mim. – Assegurei tentando me controlar. – Não me diz que foi convidada?
– Eu poderia mentir. – Ela contou. – Mas não. Comprei o meu ingresso.
– Não que eu fosse acreditar em você. – Retruquei e passei por ela.

Não valia a pena me irritar por isso. Não mesmo!

Como se já não bastasse a Kate, agora ainda tinha mais essa para atrapalhar o meu casamento.

*

– Eu já ia atrás de você. – Arthur franziu o cenho. – Onde você estava?
– Eu... – Respirei fundo e Harry se aproximou de nós.
– A gente só não vai sair para comemorar, porque amanhã tem mais. – Disse animado. – Domingo você vem de novo, Luh?
– Eu não sei, querido. – Sorri para afastar quaisquer resquícios de mau-humor. Harry se afastou para ir falar com um grupo de fãs eufóricas.
– Aconteceu alguma coisa? – Arthur me segurou pelos ombros de maneira preocupada.
– A gente conversa depois. – Respondi. Alguns fãs também esperavam por ele. – Vai lá. Eu vou te esperar lá dentro, tá?
– Está bem, meu anjo. Gostou? – Me perguntou antes de se afastar, mas nem tive tempo de responder.

Segui para o camarim. Daqui a pouco eles vem para cá também.

Eu confio no Arthur. Eu tenho que confiar. Durante esses anos de relacionamento, é claro que já tivemos discussões por conta de ciúmes, em sua maioria, idiotas e bobos. Porque nem eu e nem ele, perdemos tempo com assuntos com outras pessoas que sabemos que vão nos causar estresses e brigas.

Ano passado foi bem pior e nunca tinha chegado nesse nível e Kate já tinha aparecido umas duas vezes, inclusive, em shows também e esse ano ela voltou, grávida para complicar tudo ainda mais. Agora vem essa outra, como se já não bastasse uma, agora são duas! Eu não acreditei no sumiço da Kate depois de todo aquele circo que acarretou na minha separação com o Arthur.

Não quero ter que brigar com ele por conta de mais uma pessoa com quem ele se relacionou no passado. Mas poxa, custava ter escolhido mais? Essas mulheres são loucas e adoram persegui-lo. E já faz mais de quatorze anos e nós ainda nem nos conhecíamos.

Nenhuma pessoa, por mais paciente que seja, aguentaria viver uma situação dessas.

Para o meu próprio bem e para preservar a relação maravilhosa de cumplicidade e respeito que temos um pelo outro, eu decidi bloquear qualquer tipo de pensamento que envolva a Haley e o fato de que talvez Arthur a veja todas às vezes que vai buscar a nossa filha na escola. Só que isso não quer dizer que eu vá engolir os deboches dela todas às vezes que eu estiver junto com o Arthur.

Alguns minutos depois...

Os meninos entraram no camarim com alguns fãs e foram tirar fotos. Fiquei observando-os, sentada em um sofá. Alguns me cumprimentaram com sorrisos tímidos e outros com “Olá, Lua!”. Retribuí com sorrisos e acenos de mão.

– Você não quer comer nada mesmo? – Harry insistiu mais uma vez.
– Uma fatia de pizza. Só porque você está insistindo muito. – Respondi e ele sorriu.
– E aí, gostou do show?
– Sim. Foi lindo. – Falei sincera. – Tinha muita gente.
– Venderam todos os ingressos. – Harry me entregou a fatia de pizza. – Aliás, esgotaram em menos de quatro dias. Os fãs estavam ansiosos e nós também.
– Foi lindo demais eles cantando junto com vocês. – Afirmei.
– É sempre tão emocionante mesmo. – Ele concordou. – Toma. Não é de maracujá, mas é de laranja. – Me entregou um copo com suco.
– Quase a mesma coisa, não? – Ironizei. – Obrigada. – Agradeci e Arthur se aproximou de nós dois.
– Pronto. – Se sentou ao meu lado. – Você não me disse o que achou do show. – Ele encostou a cabeça na minha.
– Você que saiu antes de eu responder. – Me justifiquei.
– Uuuhm... é que os fãs estavam esperando. – Me deu um beijo no ombro.
– Eu amei o show, querido. Até já falei para o Harry. Foi lindo.
– Acho que ele quer saber de uma parte específica. A mais especial. Ele esperou quase um ano por isso. – Harry ressaltou e acabamos rindo.
– Eu vi que ele estava procurando por mim. – Contei e olhei para Arthur.
– É claro. Queria que eu procurasse por quem? – Indagou e me deu um beijo. – Pensei que você nem viria. – Confessou. – Sei que deve estar cansada.
– Um pouco. Mas eu tinha prometido e eu estou aqui.
– Eu fiquei muito feliz quando te vi.
– Eu já tinha escutado a música pela tevê, naquela vez, você sabe. Hoje foi mais especial e emocionante. Quis muito te abraçar e te beijar.
– Agora você pode me abraçar e me beijar. – Me disse e eu sorri. – Estou contente por ter compartilhado isso com você. – Sussurrou um verso da música antes de me beijar.
– Tá bom. Vocês podem continuar em casa, que tal? – Harry sugeriu jogando uma toalha em Arthur.
– Uhm, está com ciúmes de mim, Judd? – Arthur provocou.
– Aah claro, querido. Eu queria está beijando você. – Ele fez uma voz fina.
– Sai fora, Harry! – Arthur riu e me abraçou mais forte ainda. – Vamos, loira? Eu também estou cansado e amanhã tem mais.
– Vamos. – Concordei e me levantei do sofá junto com o Arthur.
– E domingo vamos comemorar depois do show. Se eu fosse você Blanco, eu não perderia. – Harry me avisou.
– Segunda-feira eu tenho trabalho e vocês vão descansar. – Lembrei. – E Arthur não vai. – Acrescentei.
– Aah, já está assim é?
– Sim. –  Afirmei.

Embora eu esteja brincando, se Arthur quiser voltar para casa mais cedo, eu vou ficar até mais aliviada.

– Hahaha... – Arthur riu depois que se afastou de nós. Mas não me desmentiu.
– Você falou sério?
– Claro que não, Harry. Até parece. – Respondi e peguei a minha bolsa. – Até mais, meu amor.
– Até mais, loira. – Harry me abraçou e me deu um beijo na testa.

Arthur se despediu de John e dos outros caras e me esperou para sairmos juntos.

– Vamos, querida... – Me chamou.
– Vamos. Tchau, rapazes. O show foi incrível. Parabéns!
– Obrigado, Luh. Tchau! – Disseram juntos.

Saí do camarim com Arthur. Ele me abraçava pela cintura.

– Achei que fosse mais cedo. – Ele olhou para o relógio.
– Já tá tarde. Amanhã você vai sair de casa no mesmo horário de hoje? – Perguntei.
– Mais cedo, meu amor. Por que?
– Por nada. – Sorri de lado e lhe entreguei a chave do carro.
– Você queria ter me dito alguma coisa? Foi o que pareceu mais cedo. – Arthur destravou a porta do carro e entramos.
– Não sei se vale a pena, Arthur. Só fiquei um pouco irritada. Mas já passou. – Respondi com calma.
– Irritada? O que aconteceu que você não gostou? – Arthur me olhou depois que ligou o carro.
– Encontrei com uma pessoa.
– Ah, Luh... – Arthur suspirou. – Eu não acredito que Kate esteve aqui.
– Não. Não foi ela. Foi a Haley. – Passei as mãos nos cabelos.
– O quê? – Arthur perguntou sem acreditar. Coloquei o cinto de segurança e ele continuou me encarando. – O que ela te falou? Por favor, não me diz que acreditou?
– Não acreditei, Arthur. Só que é chata toda essa situação. Eu sei que as pessoas têm passado e que são coisas impossíveis de mudarmos. Mas também não sou obrigada a ignorar, como você faz questão que eu faça.
– Eu nem falei nada, Lua. Só que você sabe que não precisa se preocupar com essas situações. Eu também não queria que você passasse por isso.
– Eu sei, eu sei, Arthur. Eu confio em você. Acho que já passamos por muita coisa.
– Eu sou muito apaixonado por você e você sabe disso. Então é... o meu passado ficou no passado, Lua. Você também sabe disso. – Arthur falava cautelosamente. – O que ela te disse?
– Se eu tinha dúvidas sobre a música...
– O quê? Só pode ser brincadeira.
– Eu disse que sabia que era para mim.
– Isso é indiscutível, Lua. Você é a minha inspiração. Sempre soube que a maioria das músicas que escrevo, falam de você. Não preciso dizer teu nome, porque você sabe!
– Eu sei, amor. A questão não é essa. Tá vendo porque eu disse que não valia a pena tocar nesse assunto?
– Você está certa. Mas também não quero que fique pensando besteiras. Estamos muito bem. Não quero que a gente brigue por isso.
– Não vamos brigar. Pode ficar tranquilo. – Assegurei.
– Tudo bem. Fico até aliviado que não vamos perder tempo discutindo sobre isso de novo. – Pontuou. – Aliás, sabe... quero te fazer uma pergunta.
– Sobre?
– Faz até uns dias já. Vocês decidiram sobre a viagem? – Me indagou.
– Sim. Eu ia falar uma outra hora sobre isso com você.
– Não pode ser agora?
– Pode né? Você já perguntou.
– E então...
– Vai ser agora em novembro. Ainda não decidimos os dias, mas vão ser três dias.
– Nova Iorque mesmo?
– Sim. – Chegamos em casa e Arthur estacionou o carro na garagem. – Sabe, acho que você tem razão.
– Sobre?
– É algo relacionado ao escritório, Arthur. Não sei se ele quer abrir um lá para competir com aquele escritório que Charles comentou na compra do seu apartamento em Liverpool, lembra?
– Que queriam levar você e o Adam? Então isso quer dizer que de um jeito ou de outro, você vai precisar ir para Nova Iorque?
– Não. Isso nem será discutido, amor. Não vou me mudar de cidade e muito menos, de país. E também, se pensasse nisso, lógico que eu ia conversar com você antes. – Reforcei o que ele já sabia.
– É o que você ama fazer. Às vezes eu fico inseguro. – Confessei.
– Eu amo mesmo o meu trabalho. Mas eu não sou impulsiva. Você sabe. – Assegurei e Arthur sorriu de lado.
– Vamos? – Me convidou para sair do carro e entrar em casa.
– Vamos, baby. Quando Ryan decidir o dia, eu te conto.
– Eu sei. – Arthur riu. – Não estou preocupado com isso, loira. Que aliás, eu já disse que você está linda hoje? Tipo, muito linda e muito gostosa? – Sussurrou ao me abraçar por trás.
– Sim. Mas pode dizer quantas vezes quiser. – Respondi soltando risinhos e Arthur beijou o meu pescoço.
– Sei que não vai rolar nada... – Comentou. Eu estou naqueles dias e Arthur sabe. – Mas...
– Não custa nada tentar, não é mesmo? – Acrescentei e Arthur riu.
– Não é assim também, baby. Deixa eu dar uma olhadinha no meu bebê. – Arthur abriu a porta do quarto da nossa filha.

Ele entrou no quarto da nossa filha e eu fiz o mesmo. Anie dormia tranquila e confortavelmente. Lhe demos um beijinho na bochecha e deixamos o quarto.

– Aah, nem te contei. – Me lembrei ao entrar no nosso quarto. Tirei minha jaqueta e coloquei no cesto de roupa suja.
– O que, Luh? – Arthur insistiu e tirou os sapatos e depois desabotoou a camisa.
– Hoje, de novo, a Anie pediu um irmãozinho. – Contei tirando o meu short depois de ter tirado os sapatos.
– O quê? De novo essa história? – Arthur me encarou um pouco pensativo.
– Eu disse que não era assim... e que era para ela pedir para você. – Ri e Arthur voltou a me encarar.
– Agora você joga esse assunto para mim, não é? – Ele me puxou pela cintura.
– Você leva mais jeito para responder. – Justifiquei e ele riu contra o meu pescoço.
– Se fosse em um outro momento, eu adoraria dizer que aceitava esse pedido.
– Nunca pensei que Anie fosse pedir um irmãozinho, Arthur. – Confessei passando as mãos nos ombros dele.
– Eu menos ainda. Logo ela que é ciumenta e gosta que toda a atenção seja para ela. Acho que esses meses com o Ethan em casa a fez mudar de ideia.
– Sim. Mas agora você só quer usar camisinha. – Comentei distraidamente e ganhei um olhar desconfiado.
– Hahahaha... ai, Lua. Eu nem sei o que dizer. – Arthur se afastou para entrar no banheiro.
– Você foge é?
– Você é engraçada. – Ele ressaltou.
– Só falei a verdade. – Entrei no banheiro atrás dele.
– Antes era você e eu nem falava nada. – Me disse. Cruzei os braços ao me encostar na bancada da pia. – Agora que tá complicado é que você quer. Eu não penso mais assim, Lua.
– Eu sei disso. – Respondi e Arthur fechou os olhos. – E quem disse que “eu quero”? – Fiz aspas no ar.
– Me desculpa, querida. Eu não queria falar assim. – Ele passou as mãos, arrependido, pelo rosto.
– Eu entendi. Tá tudo bem. Não estou chateada. – Assegurei.
– Me desculpa mesmo. – Ele segurou o meu rosto com as duas mãos. – Eu não quero falar sobre isso, Luh.
– Tudo bem. Levei na brincadeira. Você precisa levar as coisas menos a sério. – Comentei.
– É que achei que esse assunto já estava resolvido. Mas toda vez que ele surge, fica um clima estranho entre nós.
– Uhm... Acho melhor você tomar banho. – Sugeri. Não queria prolongar o assunto.
– Você quer tomar banho primeiro?
– Não. Pode ir você. – Respondi e saí do banheiro.

Não fiquei chateada. Eu entendi, mas me culpava por toda a situação.

Tirei o meu body e me sentei na cama. Peguei o celular para ver se tinha alguma mensagem, mas não tinha nada. Deixei o celular de lado e liguei a televisão, apesar de não gostar muito de assistir esses programas.

Era quase onze e quinze da noite. Arthur não demorou no banho e saiu dez minutos depois.

– Pronto, pode ir. – Ele sorriu ao enxugar os cabelos com a toalha. Me levantei da cama e passei por ele.
– Pode desligar se quiser. Não tá passando nada de importante.
– Vou assistir um pouco até você voltar. – Me avisou e foi vestir uma roupa.

Eu também tomei um banho rápido. O assunto anterior voltou em minha mente na hora do banho. Não penso em ficar grávida, e pelo que vejo, Arthur pensa menos ainda.

Ele tá muito preocupado e não esquece da camisinha. Aliás, já esquecemos umas três vezes, na verdade, ele lembrou e eu disse que não tinha problema nenhum em fazemos sem. Não é que eu me incomode, mas confesso que eu prefiro sem – e ele também, que eu sei.

Saí do banho e fui vestir uma roupa. Arthur ainda estava com a tevê ligada. Vesti um pijama de listras e me deitei na cama.

– Já quer que eu desligue?
– Você que sabe. Eu quero dormir. – Respondi.
– Então eu vou desligar, porque quero dormir com você. – Ele sorriu e puxou o lençol para se cobrir e em seguida desligou a televisão. – Você quer dormir de conchinha? – Me perguntou se virando de lado na cama.
– Se você não me apertar muito... – Me virei de costas para ele. Arthur me abraçou e riu contra o meu pescoço.
– Mas é justamente para isso. – Ele apertou os braços em volta da minha cintura. – Uhm... meu cheiro preferido. – Inspirou com o nariz próximo ao meu pescoço.
– Boa noite, amor.
– Boa noite, vida. – Arthur me deu um beijo no pescoço.

Londres | Sábado, 29 de outubro de 2016.

– Bom dia, meu anjo. – Arthur me deu um beijo no rosto.
– Uuuhm... bom dia. – Me espreguicei. – Faz hora que você acordou?
– Uns minutinhos. Mas você estava dormindo tão confortável, que eu nem quis te acordar. – Me abraçou mais forte.
– Aqui tá tão quentinho, Arthur. – Me encolhi nos braços dele e Arthur me abraçou mais forte.
– Loira, o que você acha de irmos ao Hyder Park com a Anie? Ela vai adorar. Ela e o Bart. Faz um tempinho que não saímos os quatro juntos. O que você acha? – Me perguntou mais baixo, roçando o nariz no meu pescoço.
– Os quatro juntos. – Ri.
– Mas é, Luh. – Arthur me acompanhou na risada. – O que você acha?
– Hum... tudo bem. Mas só se for mais depois. Que hora é isso?
– Deixa eu ver... – Arthur me soltou e pegou o celular. – Oito horas em ponto, loira. – Me disse.
– Ó, ainda é cedo. Dá para fazermos outras coisas antes. – Comecei e Arthur voltou a me abraçar.
– Que coisas seriam essas? – Ele se fez de desentendido e soltou um risinho contra o meu ouvido.
– Você não sabe? – Questionei sentindo-o depositar beijos em meu ombro.
– Faço ideia, mas não era você que não podia? – Indagou.
– Hoje eu posso. – Respondi. – Ultimamente nem tem vindo os cinco dias. Tem vindo três ou quatro. – Expliquei.
– Uhm, uhm... então vamos fazer outras coisas antes de levantarmos. – Ele concordou. – Assim, de ladinho? – Sugeriu baixo, puxando o lóbulo da minha orelha.
– De ladinho? – Insisti jogando uma das mãos para trás e comecei a fazer carinho na nuca dele.
– Sim, nessa posição mesmo que estamos aqui. – Arthur desceu uma das mãos para o cós da calça do meu pijama e começou a abaixa-la. – Lua?
– Uhm... – Murmurei.
– Você dormiu sem calcinha?
– O que você acha? – Fechei meus olhos quando senti seus dedos em minha intimidade.
– Agora eu não acho mais nada, só tenho certeza. – Ele respondeu mordendo o lóbulo da minha orelha. Empinei mais o meu bumbum contra o membro dele. Arthur tinha dormido só de cueca. Ele terminou de tirar a calça do meu pijama e eu abri mais as pernas. Senti quando ele se afastou um pouco, provavelmente, para tirar a cueca e pegar a camisinha, depois ele se aproximou de novo, já tinha rasgado a embalagem da camisinha.
– Bem rápido. – Comentei sentindo seu membro, já duro, contra o meu bumbum.
– Você sabe que eu não perco tempo, baby. – Lembrou, me puxando para mais perto. Ele já tinha colocado a camisinha.
– Arthur... – O chamei quando ele roçou o membro em mim; onde eu não queria. – Eu vou trocar de posição. – Comentei e Arthur riu. Ele sabe que eu não gosto dessa brincadeira.
– Sabia que você ia falar algo do tipo. – Contou. – Relaxa, loira. Sei que aqui não tem acordo. – Acrescentou.
– Não mesmo, engraçadinho. – Afirmei e ele segurou na minha coxa e entrou bem devagar. Fechei os meus olhos e gememos baixo, os dois. Arthur soltou a minha coxa e subiu as mãos para os meus seios, por baixo da blusa, e começou a massageá-los. Fechei os meus olhos sentindo as investidas serem intensificadas. Arthur mordeu levemente os meus ombros, por cima da blusa do pijama.

Pov Arthur

– Agola que a gente vai? – Anie me perguntou animada.

Eu já tinha tomado banho e vestido uma roupa – uma bermuda jeans na cor vinho, uma camisa manga comprida cinza, um tênis na cor cinza e um relógio preto.


– Sim, sua mãe tá se arrumando. Vai lá com ela. – Eu tinha avisado a ela que íamos ao parque.
– Tá, então eu vou lá agolinha. – Anie saiu correndo em direção ao nosso quarto. Ela tinha acabado de acordar.

Desci para a cozinha e fui tomar café. Lua ainda ia demorar, ela teria que arrumar a nossa filha primeiro.

Tomei o meu café da manhã, depois coloquei a ração e a água do Bart e fiquei esperando-o comer tudo.

– Paaaapaaai! – Anie apareceu correndo na cozinha. – Olha como eu tô bonita, papai.
– Que linda, meu amor. – Peguei ela no colo e lhe dei vários beijos na bochecha.
– Gostou da minha blusa de gatinho? Olha o meu sapato! Eu que escolhi a minha roupa. A minha mamãe deixou. – Me contou toda empolgada.


– Gostei, filha. Você tá linda. – Afirmei e lhe dei um cheiro. – Cadê a sua mãe?
– Ainda tá lá no quarto.
– Então vem, vem tomar café para poder irmos ao parque. O Bart já tomou o café da manhã dele.
– A ração de ossinho cololida?
– Sim.  Agora ele tá só esperando a gente. Vou chamar a sua mãe.
– Tá, papai.

Coloquei Anie sentada a mesa e depois coloquei suco no copo para ela e torradas com geleia de uva.

– É para tomar todo o suco e comer as torradas. Eu já volto. – Avisei e Anie assentiu.

Saí da cozinha e fui para o quarto.

– Luh, o que você ainda está fazendo? – Perguntei ao entrar no quarto.
– Calçando o meu tênis. – Me respondeu. – Aliás, eu já ia falar se você estivesse com aquele sapato cinza ou aquele preto. Parece que só têm eles. – Disse ao me encarar.
– Oow! – Ri. – Calcei outro, loira. Gostou?
– Um gato. Vou ficar bem atenta.
– Hahaha... como se precisasse, meu anjo. Vem, você precisa tomar café. – Dei uma piscadela. Mas cedo ela disse que estava com fome.
– Você me deixou faminta. – Pontuou. – Achei que ia ser só aquele round de ladinho. – Completou e segurou em minhas mãos, que eu tinha estendido, para levantar.
– Uuuhm... Mas eu estava com muitas saudades da minha mulher. – Puxei ela contra o meu peito e a abracei apertado.
– Eu também estava com saudades do meu marido gostoso e atrevido. – Lua deu um tapa em meu peito.
– Hahaha... eu não ia fazer nada, loira. Foi só para te provocar. – Dei um tapa em seu bumbum. – Deixa eu dar uma olhadinha. – Me afastei um pouco dela.

Lua estava vestida com um short jeans – curto –, uma camisa de moletom estampada com os personagens do Rei Leão, um tênis branco com alguns desenhos e um relógio azul.


– O que foi? – Ela me olhou desconfiada. – Gostou?
– Posso dizer que muito. – Respondi. – Você sempre está linda. – Elogiei.
– Obrigada, querido. – Lua me deu um selinho.
– Vou ficar atento. – A imitei e Lua deu uma risada alta.
–  Bobo. Vem. – Me chamou. Mas antes, pegou uma bolsinha branca.

Saímos do quarto e fomos para a cozinha.

Londres | Hyder Park.

– Agola me dá aqui o meu cachorrinho. – Anie pediu o Bart à Lua, que estava com ele na guia.
– Filha, tem que ter cuidado. Ele vai correr se você não segurá-lo. – Ela a avisou e entregou o cachorro à pequena.
– Tá, vou segular com cuidado. Agola pode ir passear?
– Pode. Mas sem ir muito longe. Vamos ficar de olho na senhorita. – Lua me olhou e depois voltou a olhar para a nossa filha.

Anie saiu com Bart – ele correndo na frente e ela atrás, o segurando pela guia.

– Isso não vai dá certo. – Observei.
– A ideia foi inteiramente sua. – Lua me deu um empurrãozinho.
– Uhm, quer um sorvete? – Sugeri e ela assentiu.
– Quero. De creme com chocolate. – Me pediu e me abraçou de lado. Caminhamos até um carrinho de sorvete, se Anie nos visse, ia voltar correndo para tomar sorvete também. – Não posso tirar os olhos daqueles dois. – Lua seguia olhando, atenta, para a nossa filha e o nosso cachorro. – Meu medo e Anie sumir das nossas vistas.
– Fica tranquila. O parque nem está tão cheio. – Falei calmo. – Dois sorvetes, por favor. Um de creme com chocolate e um só de chocolate. – Pedi ao sorveteiro.
– Eu sei, mas conhecemos a filha que temos. Ah, e o cachorro também. Olha o que ele está fazendo. – Lua apontou para os dois, que agora corriam em círculos.
– Obrigado. – Agradeci ao pegar os sorvetes e dar o dinheiro. – Vem, vamos atrás deles.
– Você não vai tomar esse sorvete?
– Não. Comprei para Anie. – Respondi e Lua sorriu.

Quando Anie nos avistou, veio correndo com o cachorro.

– Tila isso daqui papai. – Pediu me entregando a guia.
– Não. Já pensou se ele foge? Você vai correr atrás dele? – Perguntei erguendo as sobrancelhas.
– Eu vou, papai. É que é melhor de correr.
– Toma, comprei pra você. – Lhe entreguei o sorvete e peguei Bart no colo.
– Obligada, papai. – Ela agradeceu contente.

Tirei a guia da coleira dele e o coloquei no chão. Bart ficou junto a Anie enquanto ela tomava o sorvete. Lua já tinha terminado o dela.

O sábado está ensolarado. O clima está ótimo para se passar algumas horas no parque, ao ar livre.

– Pode correr só um pouquinho, mamãe? – Anie se virou para perguntar à Lua.
– Não para muito longe, meu amor. Tudo bem?
– Tudo bem. Vou tilar meu tênis. – Ela falou e já foi logo tirando o sapato.
– Tá. – Lua concordou e riu ao me olhar.

Anie tirou o tênis e chamou Bart para ir correr com ela e ele saiu correndo e latindo.

– Você já imaginou quando esse cachorro crescer? – Lua me perguntou ao sentar-se na grama, entre as minhas pernas.
– Ele vai ficar enorme. – Pontuei pensativo.
– Sim, agora porque ele é bebê. Será que com um ano ele já vai tá grandão?
– Não faço ideia, loira. – Dei um beijo em seus cabelos. – Tenho que levar ele pra tomar vacina. Não posso esquecer. – Lembrei e Lua assentiu.
– É pla minha mamãe, olha o que o Bart pegou. – Anie veio correndo cansada em nossa direção. Bart trazia na boca uma flor amarela, que eu nem fazia ideia de onde eles haviam conseguido. Aproveitei para tirar uma foto da cena.
– Pra mim? – Lua abriu os braços quando Bart parou na frente dela. – Como assim, bebê? – Lua riu ao pegar a flor. – Ooown, obrigada, Bart. – Lua o pegou no colo. – Mas não precisa lamber tanto assim. – Riu com o carinho do cachorro, que tentava lambê-la no rosto todo.
– Gostou, mamãe?
– Eu adorei, meu anjo. – Lua respondeu e deu um beijo na bochecha de Anie.
– E eu não ganho nada? – Fingi estar magoado.
– Um beijo de mim, papai. – Anie me abraçou pelo pescoço e me deu um beijo demorado na bochecha.
– Uhm, que carinho gostoso, bebê. – Sorri ao lhe retribuir o beijo na bochecha.
– Vem, vamos de novo Bart. – Anie o chamou e eles voltaram a correr até um lago.
– Como ele sabe que você gosta das amarelas?
– Hahaha... nem sei o que responder. – Lua estava feliz.
– Isso não vale, vou ter que competir com o Bart agora?
– Bobo! – Lua se virou para me dar um beijo. – Isso foi tão fofo.
– Fiquei surpreso também. – Confessei. – Olha... – Mostrei a foto a ela.
– Que linda, amor.
– “Eu não sei como Bart descobriu que a Lua gosta de flores amarelas.” Que tal? – Falei e Lua sorriu.


– Ele é esperto.
– Sou mais esperto que ele. – Dei uma piscadela.

Postei a foto e voltamos a observar a Anie e o Bart correndo com mais duas crianças – elétricas iguais a nossa filha.

Londres | Domingo, 30 de outubro de 2016.

– Você vai vir pra cá depois do show?
– O que, Lua? – Voltei para o quarto depois de pegar uma jaqueta de couro marrom.
– Você... se você vai vir pra casa depois do show. – Lua estava sentada na cama.

Hoje será o nosso último show do mês de outubro e os caras querem sair depois para beber. Ainda não decidi se vou.

– Eu ainda não sei. Você acha que fica legal com essa jaqueta?
– Prefiro a preta. – Ela sugeriu.
– Tudo bem. Vou trocar. – Lhe joguei um beijo e voltei para o closet.
– É que o Harry falou na sexta que...
– Sim. Eles estão com planos de esticarem a noite, mas eu ainda não decidi se vou com eles. Você quer me dizer alguma coisa? – Ergui uma sobrancelha. No mais, Lua provavelmente quer que eu não vá.
– Não. Claro que não. Só quero saber mesmo. – Deu de ombros. – Pra saber se espero você acordada. – Completou.
– Você sabe que não precisa. Pode dormir. Sei que tem trabalho amanhã. – Lhe dei um beijo na testa. – E agora, melhorou? – Eu tinha vestido a jaqueta preta.
– Sim. Lindo e gostoso. – Sussurrou antes de morder o lábio inferior.
– Não faz assim... – Toquei seu lábio com o polegar. – Não minutos antes de eu sair de casa. – Contei e mordi, de maneira leve, seus lábios. – E se eu resolver ir?
– Tudo bem. – Ela deu de ombros outra vez. – Não vou te impedir. Naquele dia falei na brincadeira, você sabe.
– Claro que sei. – Afirmei. Embora soubesse que no fundo, tinha uma vontade dela de que eu realmente não fosse a nenhum pub. – Então – a puxei para levantar da cama – eu já vou, baby. – A abracei um pouco mais forte. – A gente pode fazer amor quando eu voltar. Se você estiver acordada e quiser, é claro.
– De novo? – Lua murmurou, por estar com o rosto contra o meu pescoço.

Tínhamos feito amor ontem de manhã, de tarde e de noite quando cheguei do show. Hoje já tínhamos feito de manhã e agora eu estou sugerindo que se ela estiver disposta, eu, com certeza, estarei também.

– Sempre, toda hora se você quiser. – Respondi e Lua riu.
– Então eu vou te esperar. Você prefere que eu vista uma lingerie bem sexy ou que...
Ou que... loira. – Respondi. Já sabia que ela falaria “nua”. – Quero você bem à vontade. Você já é sexy naturalmente, meu amor. – Mordi o lóbulo da sua orelha.
– Aai... – Lua encolheu os ombros. – Você que não pode me deixar com tesão minutos antes de sair.
– Hahaha! Eu volto, você sabe. – Lhe dei um beijo demorado. – Eu te amo, minha vida.
– Eu te amo. Bom show, baby! Vou te esperar ansiosa.
– Eu sei. – Sorri. – Você anda com a libido bem alta ultimamente. E isso jamais é uma reclamação. – Deixei claro.
– Você vai ter que comprar mais camisinha. Você já olhou a sua gaveta? – Indagou e eu assenti. Hoje tínhamos usado a última camisinha.
– Eu não vou esquecer de comprar. – Respondi.
– Não que isso me preocupe.
– Eu nem pensei nisso. – Rimos. – Eu já vou. – Me despedi. – Ah! Lembrei que seu pai me ligou mais cedo.
– É sobre o aniversário dele?
– Sim. A gente fala sobre isso uma outra hora. – Prometi.
– Tá. – Lua concordou.

O aniversário do John é agora em novembro. Ele vai fazer uma festa e me ligou para convidar. A minha relação com a minha sogra ainda não foi estabelecida e não nos falamos desde o nascimento da Lívia, em maio. E a breve conversa nem foi civilizada, só foi cheia de acusações e indiretas.

John é uma boa pessoa. Sempre me tratou com carinho e respeito. Não quero deixar de ir à sua festa por conta da minha sogra, mas também não quero causar nenhum mal-estar.

Horas depois.

– E então, quem vai conosco? – Harry estava mega animado.
– Você quer dizer, com você, o Nick, o Paul e quem mais? – Micael perguntou.
– Vocês ora! Estou esperando vocês decidirem.
– Eu vou pra casa. – Respondi.
– Ah, então o que a loira falou foi sério? – Harry indagou entre risos.
– Sobre o que, Harry? – Perguntei tirando a minha jaqueta. Estava calor.
– Sobre você não ir.
– Óbvio que não. – Assegurei. – Só não tenho boas lembranças da minha última saideira. Então é melhor eu ir para casa. – Expliquei. – Pedi que Lua me esperasse acordada. – Ergui uma sobrancelha.
– Uhm! Entendi... Você tem motivos para voltar para casa.
– Hahaha... Sempre. – Pontuei. – Mas eu quero falar com você uma outra hora.
– Aconteceu alguma coisa? – Ele me perguntou preocupado.
– Sim. É um assunto chato. Vamos ter tempo para conversar depois. – Contei. Harry ainda não sabe que Kate reapareceu.
– Claro. A hora que você quiser, sabe disso Arthur.
– Eu sei. Obrigado. – Sou imensamente grato pela amizade que tenho com Harry.
– A Marie vai. – Harry me disse.
– Ah, a Marie. – Repeti. Ela é a nova garota com quem ele está saindo há três meses.
– É sério, Aguiar. Quero até apresenta-la a vocês. – Contou. Eu sabia porque ele já tinha me contado. Mas nunca a vi e disse à Lua que Harry estava solteiro.
– Lua vai gostar da ideia. – Falei sincero.

Ela gosta de saber com quem Harry está saindo. Não que ela seja chata e implique com todas as garotas, ela apenas acerta quando diz que vai ou não dar certo. E já acertou com todas as garotas que Harry apresentou a ela.

– Hahaha ela é tipo uma irmã mais velha que gosta de aprovar ou reprovar os meus relacionamentos. – Ele comentou divertido.
– Ela só quer que você seja feliz. – A defendi. – E eu também. Você sabe. – Acrescentei.
– Eu sei. – Harry assegurou.

Nos despedimos e eu fui para casa – antes eu teria que passar na farmácia para comprar as camisinhas.

Quando cheguei em casa, entrei no quarto da Anie antes de ir para o meu quarto. Eu sempre fazia isso quando chegava em casa e ela já estava dormindo. A cobrir com cuidado para que ela não acordasse e saí do quarto depois de alguns minutos.

Entrei no quarto e Lua estava dormindo. Estava nua, mas tinha adormecido. Eu não a acordaria. Ela tem trabalho pela manhã. Fui para o banheiro, para tomar um banho.

Não demorei no banho e dessa vez, não deixei as minhas roupas e nem os sapatos jogados pelo quarto. Lua surtaria de manhã se visse a bagunça.

Voltei para o quarto e enxuguei os meus cabelos antes de ir até o closet pegar uma cueca para vestir.

As cortinas estavam parcialmente abertas e eu as fechei – Lua sempre esquecia de fechá-las e eu não gostava de dormir com elas abertas.

Me sentei na cama e abri a gaveta para guardar as camisinhas que eu havia comprado.

– Arthur? – Lua me chamou baixo.
– Oi, meu amor. – Respondi e me virei para olhá-la.
– Já chegou faz tempo? Acho que cochilei... – Ela sorriu.
– Cochilou? – Indaguei e ri baixo. – Deu tempo de tomar um banho. – Respondi.
– E como foi o show?
– Incrível, loira. – Contei satisfeito.
– Já é tarde?
– Vai dar meia noite. – Falei depois de ver as horas no celular. Fechei a gaveta e me deitei na cama.
– Anie demorou para dormir. – Me disse quando rocei o nariz no pescoço dela. Lua começou a acariciar os meus cabelos.
– Fui vê-la quando cheguei. Estava sem a coberta.
– Nossa, às vezes ela apronta uma dessas. Me deixa irritada, mesmo quando eu faço de tudo para não me irritar com ela. Mas Anie me testa. Você sabe que ela faz isso.
– Igual a você, Lua. – Comentei e ela me deu um tapa.
– É sério, Arthur.
– Eu não estou mentindo, vida. – Ri e puxei o lençol que ela se cobria. – Então você me esperou? – Observei ao olhar seus seios e depois olhá-la nos olhos.
– Sim. Eu disse que esperaria... só dei um rápido cochilo. – Ela riu e eu a acompanhei.
– Eu te amo tanto, Lua. Meu Deus! quando penso que não posso te amar ainda mais, eu amo. – Confessei.
– Uhm... isso é muito bom. Porque eu te amo e amo tanto. – Lua tocou os meus lábios com a ponta do polegar.

Fazer amor com ela é esquecer todos os problemas que eu tenho que lembrar quando estou sozinho. Aquela gravidez da Kate está me atormentando e aquela louca sumiu de novo, a criança já deve até ter nascido. Não conto à Lua para não a preocupar com a possibilidade – mesmo que eu saiba que não exista – de eu ser o pai daquela criança.

Lua empurrou a minha cueca para baixo e riu contra os meus lábios. Senti quando uma de suas mãos me tocaram e começaram a fazer movimentos de “sobe e desce”.

– Você lembrou da camisinha?
Sim. Já renovei o meu estoque. Não que você esteja preocupada. – Respondi e ganhei uma mordida.
– Eu já aceitei que você é o mais responsável da ralação. – Admitiu e isso me fez ri. Sei o quanto é difícil Lua admitir que eu estou certo em várias coisas.
– Aai... eu não estou conseguindo me concentrar no que você está falando. – Fechei os meus olhos sentindo as suas carícias se intensificarem.
– Eu sou boa nisso, Arthur. – Me disse convencida.
– Uhum... até... até demais. – Confirmei. Lua me empurrou e eu deitei de costas na cama. Ela sorriu sem mostrar os dentes e abriu a minha gaveta.
– O que você acha de menta? – Pegou uma das embalagens.
– Qual você quiser. – Respondi. – Sem provocações, Blanco.
– Qual é, Aguiar? Antes você gostava!
– Engraçadinha... depois reclama quando sou eu quem faço. – Contei e Lua colou os lábios nos meus.
– Mas você sabe que é brincadeira. – Ela sentou bem devagar e começou a me beijar.
– Não faz assim... – Gemi.
– Mas é assim que você gosta. – Ela começou a se movimentar. Mordi meus lábios com um pouco mais de força.

Sim, é assim que eu gosto. Lua se aproveita disso!

Horas depois...

– Arthur?
– Uhm... – Eu tinha acabado de voltar do banheiro. – Não me diz que quer mais uma? Lua, você quer me matar.
– Arthur! – Exclamou espantada e eu ri. Mas falei sério. – Você é idiota.
– O que é, loira? – Me deitei na cama ainda rindo.
– Você disse que o meu pai tinha te ligado. – Ela se ajeitou na cama e ficou de lado para me olhar.
– E ligou, para me convidar para o aniversário dele.
– E aí? – Questionou curiosa. É lógico que ela vai e quer que eu vá também.
– Aí que eu ainda não sei. Agradeci pelo convite, mas não confirmei que vou. Esse clima com a sua mãe não tá legal e é aniversário do seu pai. Não sei se é uma boa ideia ir. – Expliquei.
– Ele que te convidou. É claro que eu quero que você vá. Meu pai vai ficar triste se você não for.
– Qual é, loira? Você sabe que isso é golpe baixo. – A encarei.
– Mas é sério, Arthur. Você sabe que é! Meu pai te adora. – Lua deixou ainda mais claro. – Você tem, deixa eu ver... vinte dias para decidir. – Me lembrou.
– Ok. Vou pensar bastante. – Assegurei.
– De verdade?
– Claro, além do mais que sei que você vai arrumar um jeito de me lembrar todos os dias. – Contei e Lua riu.
– É que eu quero muito que você vá. Sabe que é muito bom quando estamos todos juntos.
– Isso era antes de tudo o que aconteceu. Já pensou se... – Parei de falar porque não queria entrar no assunto: Kate novamente.
– Eles não sabem e nem precisam saber que aquela louca apareceu e sumiu de novo. Você está preocupado com isso?
– Com o que seus pais vão achar disso de novo. Aí que sua mãe não fala nunca mais comigo.
– Não é como se eu fosse uma garotinha de dezessete anos. E antes você não tinha medo dos meus pais.
– Lua, não é medo. Você tá rindo da minha cara? – Indaguei e ela tentou segurar o riso de todas as formas.
– Eu acreditei em você. Eu estou aqui. Acho que a opinião de outras pessoas não conta mais que a minha.
– Óbvio que não conta. Mas eu gostava de como era antes. – Confessei desanimado.
– Eu também. Mas se vocês ficarem se evitando, nunca vai voltar a ser como antes. – Lua está certa.
– Eu sei, querida. Mas você sabe que não é assim tão fácil....
– Sei, sei que a minha mãe é teimosa e orgulhosa igual eu.
– Acho que ela é mais que você. – Pontuei e nós acabamos rindo.
– É verdade... – Lua ponderou. – Vamos dormir?
– Vamos. Antes que você resolva me atacar de novo. – Brinquei.
– Hahaha como se você achasse ruim.  – Retrucou virando de costas para mim.
– Como é que eu vou achar ruim, meu amor? – A abracei por trás.
– Sei que sou gostosa mesmo.
– Convencida! – Exclamei. – Eu sou gostoso também, é por isso que você não cansa.
– Se você diz... – Ela desdenhou e eu a aperei mais forte. – Aaai, Arthur! – Lua gemeu.
– Boa noite.
– Boa noite, seu safado. – Rimos.

Bibury | Domingo, 20 de novembro de 2016 – Aniversário do John

Como eu havia previsto, Lua me lembrou todos os dias, do aniversário do pai dela. E acabamos de chegar em Bibury.

Se ela está feliz?

Nem consigo medir!

– Aah! Você veio! – John me deu um forte abraço. – Confesso que ainda estava na dúvida. – Ele me disse. Sorri com o abraço e retribui.
– Feliz aniversário, John! Felicidades! – Desejei. – Tinha outra pessoa além de você, torcendo bastante para que eu viesse. – Olhei para Lua ao meu lado e ela sorriu.
– Mas é claro! – Ela admitiu. – Feliz aniversário, pai! Eu estou tão feliz de estarmos juntos aqui hoje. – Confessou ao abraçar John.
– Eu também estou muito feliz, meu amor. Muito mesmo. – Eles ainda estavam abraçados e parecia que Lua não queria soltá-lo. – Aah! Eu estava morrendo de saudades de você, meu amor. – John falou assim que Anie se aproximou de nós. Lua o soltou e ele se abaixou para ficar do tamanho da neta e a abraçar.
– Feliz aniversálio, vovô! Olha o seu plesente. Abe logo pra gente ver! – Anie entregou o presente a John assim que saiu do abraço.
– Filha! – Chamei sua atenção e Lua disfarçou o riso.
– Tudo bem. – John sorriu bobo. – Obrigado, meu anjo. – Ele lhe deu um beijo na testa. – Eu estou curioso para saber o que é. – Admitiu e foi logo abrindo a caixa. O presente era a Lua quem tinha comprado, mas Anie tomou de conta.
– O senhor gostou?
– Eu adorei. Que relógio bonito! – John olhou para a Lua e sorriu agradecido.
– É mesmo. Foi a minha mamãe que compou. – Anie sorriu sapeca.
– Eu já imaginava. – John se levantou e abraçou a filha. – Obrigado, querida. Você sempre teve bom gosto, eu adorei a carteira. – Lhe deu um beijo nos cabelos.
– O meu presente é diferente. – Lhe entreguei uma garrafa de vinho. – Mas pelo que eu me lembre, é o seu preferido, Bordeaux, francês.
– Haha! Obrigado. Você também sempre acerta. – John agradeceu contente.


– Agora vamos entrar e sentar. – Nos convidou. O jardim estava arrumado e com várias mesas e cadeiras espalhadas pelo lugar. Já tinham bastante convidados.
– Sophia já chegou? – Lua perguntou ao segurar na mão da nossa filha. Anie já queria correr com algumas crianças que estavam ali. – Ainda não, Anie. Depois você correr. Vamos primeiro falar com a sua avó.
– Não, querida. Mas deve estar chegando. Sabem se Harry vem?
– Deve vir. Você sabe, Arthur? – Lua me olhou.
– Ele me disse que vinha. Deve chegar mais tarde. – Respondi.

Entramos na casa e Lua foi falar com a mãe, que conversava com algumas pessoas na cozinha, provavelmente, amigos deles aqui de Bibury. Quando ela nos viu, se afastou deles para vir nos cumprimentar.

– Olá, meu amor. Que saudades! – Emma pegou Anie no colo. – Você está bem? E a escola?
– A escola é muito legal, vovó! – Anie contou animada e deu um beijo na bochecha da avó. – Agola eu tô de félias.
– É só uma semana, filha. – Lua sorriu. – Tudo bem, mãe? – Lua perguntou ao abraça-la, Anie ainda estava em seu colo.
– Tudo ótimo. – Emma sorriu educada e depois me olhou. – Bom dia, Arthur.
– Bom dia. – Retribui o sorriso. Mesmo que não fosse igual ao de antes. Sei que ela também não quer confusão hoje. Então está tudo bem.
– Agola eu já posso coler? Por favor, mamãe?! – Anie pediu daquele jeito que é quase impossível negar.
– Sem sair daqui, está me ouvindo? – Lua perguntou bem séria.
– Eu tô, mamãe.
– Tudo bem. Depois eu e o seu pai vamos ficar de olho em você. – Avisou e a garotinha me olhou com o sorrisinho sapeca.
– Cuidado, ok? – Pedi e ela assentiu, para logo sair pela porta.
– Querem beber alguma coisa? – Emma nos perguntou.
– Eu não. Obrigado. – Respondi.
– Ainda é cedo. Vamos ficar lá fora. – Disse e deu mais um abraço na mãe antes de sairmos da cozinha.
– Achei que seriam poucas pessoas. – Lua comentou baixo.
– Onde você quer sentar? – Perguntei quando nos deparamos com as mesas parcialmente ocupadas.
– Não aqui no meio onde as pessoas vão ficar nos olhando. – Lua sussurrou. As pessoas já estavam olhando mesmo. – Você acha que Harry vem mesmo?
– Claro. Logo ele pra perder uma festa. – Sorri. – Vamos sentar aqui. É a mesa mais afastada e a única desocupada. – Olhei ao redor. As outras que estavam livres, estavam perto da mesa do bolo, onde nem eu e nem Lua queríamos nos sentar.
– Vamos. – Lua concordou e nos sentamos. Anie brincava com mais três crianças e Lua ficou olhando-a. – Mel disse que eles vinham também. – Ela voltou o olhar para mim. – A gente ficou de ver o Ethan sempre, mas isso nem aconteceu. – Acrescentou em seguida.
– Já sabíamos que seria assim, loira. – Respondi com um meio sorriso.
– Você parece preocupado. Estava mais animado antes. – Lua observou cautelosamente.
– Eu estou bem. – Assegurei. Na verdade, eu estava me sentindo incomodado como nunca havia me sentido antes.
– Podemos ir embora a hora que você quiser. Sabe disso. – Me lembrou segurando uma de minhas mãos. Sorri novamente.
– Está tudo bem. – Voltei a repetir. Lua encostou a cabeça do meu ombro. Comecei a fazer carinho em seus cabelos. – Imagina se tivéssemos trazido o Bart como a Anie insistiu? – Mudei de assunto.
– Nossa, nem quero pensar. – Lua riu. Bart tem muita energia e ama correr.
– Você quer comer alguma coisa? Eu posso ir buscar se você quiser. – Perguntei e Lua sorriu ao apertar a minha coxa.
– Não. Quem eu quero já está aqui. – Me respondeu e eu rir.
– Paaaraa, sei bem onde você quer chegar. – Avisei entre risos.
– Não estou fazendo nada de errado. Estou aqui com o meu marido. O que tem de mais nisso? – Perguntou se fingindo de desentendida.
– Para de ser cínica. – Ri com a audácia dela e segurei sua mão que ela fazia questão de ficar passando na minha coxa, de uma forma nada inocente.
– Arthur! Eu não vou fazer nada. – Riu tentando soltar a mão que eu estava segurando.
– Como se eu não te conhecesse. – Ri junto com ela. – Olha aí quem chegou. – Avisei e Lua olhou para frente.
– Ai! – Ela me deu um tapa. – Por que você não me contou que Harry estava namorando? – Questionou.
– Por que eu teria que contar se quem tá namorando é ele?
– Porque você já sabia! – Exclamou.
– Relaxa. Eu nunca nem tinha visto ela. Só sabia o nome.
– Qual é o nome? – Perguntou curiosa.
– Marie.
– Não acredito Harry está namorando de novo! Desde quando?
– Quase quatro meses já...
– Ai, vocês são ridículos! – Me xingou. – Por que não me contaram?
– Meu Deus! – Virei seu rosto para que ela me olhasse e lhe beijei. Foi a única solução que encontrei para que Lua parasse de perguntar sobre o namoro do Harry, que eu só sei duas coisas: o nome da garota e mais ou menos o tempo que eles estão juntos.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá, boa noite! Feliz por trazer mais uma atualização para vocês. :-D (como eu disse, já estava aqui só aguardando ser postada)

OBRIGADA a todos os comentários e interação do post anterior. Já disse que vocês são incríveis? Pois vocês são! Haha <3 E eu que tenho sorte em tê-las como leitoras de Little Anie!

E aí, o que acharam? O capítulo tá bem maior que o anterior, não é mesmo? E cheio de novidades!

Ps¹: Abriram os links? Gostaram? Aaawn, eu amo os “posts do instagram” <3 sou muito apaixonada mesmo.

Anie é a criança mais fofa desse mundo, e quando se junta com o Bart então? Hahahaha nunca para!

PS²: E ela pedindo um irmãozinho? MDS! Eu gosto de fazer vocês surtarem com isso haha #SorryBabys

Mesmo com todos os problemas que nosso querido casal segue enfrentando, eles estão numa vibe tão boa, vocês concordam? <3 eu amo demais!!! E confesso, estou que não me aguento para escrever sobre o novo ano – aqui na fic.

Comentem sobre o capítulo, tá? Estou muito ansiosa e curiosa para saber o que vocês acharam. Sempre fico na expectativa com cada novo comentário.

PS³: O próximo post vai ser com os links do Especial de Natal, que eu escrevi e postei há um tempo já e que foi dividido em duas partes. Vou postar com os links para que vocês possam reler para entender mais o fluxo da história, certo? Porque já faz tempo que foi postado.

Um beijo e até breve!

FIQUEM ATENTOS AO PRÓXIMO POST, OK?

7 comentários:

  1. Ahhhhh Milly,você sempre arrasando!!! Amei demais esse capítulo!! Muito especial mesmo! Cada dia fico mais encantada com a cumplicidade do Arthur e da Lua!! Amei demais a saída da família,eles deviam fazer isso mais vezes!! Ansiosa para os próximos,agr é reta final né?! Nem acredito nisso!
    Quero só ver essa conversa da mãe da Lua com o Arthur, ansiosa para isso!
    Beijooooo e até a prova atualização! ❤️

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  2. Essas mulheres são obcecadas pelo Arthur, pelo amor de deus !!! Milly nunca erra nós Capitulos ❤️ parabéns

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  3. Capítulo maravilhoso como sempre!!!
    Anie um amorzinho e querendo um irmãozinho :( queria tanto que a Lua engravidasse.
    E não quero que nada separe meu casal :( já sofremos com isso
    Ansiosa para os próximos capítulos♡♡

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  4. O nosso querido casal é forte e duro na queda, essas duas vacas podem tirar o cavalinho da chuva pq não irão mais separar a lua e o Arthur. A conversa do arthur e da Emma espero q eles se entendam.obrigada Milly pelo esforço ♥️

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  5. Eu simplesmente amo esse casal, não dou conta!!
    Amizade da Lua, Arthur e Harry é incrível !! O Pai da Lua transmite uma paz. Anie é uma fofura, nunca imaginei que ela fosse tanto querer um irmão !! sei que é difícil e eles nem pensam muito nessa possibilidade, maaas to igual a Anie querendo um bebê deles kkkkkkkkk

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  6. Amandooo cada vez mais esses capítulos, é este capítulo foi maravilhoso.harry também
    é incrível. adorei o hot kkkkk,vc poderia inovar um pouquinho os capítulos hot né eles poderiam fazer alguma coisa diferente o arthur é apaixonado no bumbum da lua né poderia ter algo por aí né ��������

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