Litte Anie - Cap. 86 | 7ª Parte

|


Little Anie | 7ª Parte

instantes(s.m.)
é o ponto na linha do destino em que a sua
mão encontrou a minha. é o primeiro beijo
o segundo beijo, e cada beijo seu que marca
a história da minha vida e a reação do meu
sorriso. é o que se repete quando dois se
gostam, e se faz passado, presente e futuro
quando dois se querem.

é saber que amanhã temos outra chance de
viver cada momento de novo e fazer de nós
dois um amor constante.
– João Doederlein | @akapoeta

Pov Arthur

Londres | Sábado, 23 de abril de 2016 – Ainda na comemoração de renovação de votos.

A festa está linda e sobretudo, simples. Nunca gostei de coisas estravagantes e adoro saber que casei com uma mulher que gosta menos ainda. Lua sabe organizar uma boa festa, assim como fazer lindas decorações, embora não goste tanto. Para ela é perda de tempo tratar sobre essas coisas. Não acho ruim que Lua seja diferente de mulheres que ligam muito para esse tipo de assunto.

Anie está se divertindo com Katherine numa correria sem parar – é lógico que Bart não as deixou nem um segundo. Harry está irritando a vida da Mel e da Julia – filha do nosso produtor.

– O que você está pensando. – Lua chegou por trás e me deu um beijo no pescoço.
– Que a festa está linda. Você está de parabéns... e que eu casei de novo. – Sorri.
– Obrigada. – Lua ficou ao meu lado. – Ainda bem que dessa vez deu tudo certo. Eu não fiz plano B. – Me contou divertida.
– Não ia precisar. – Garanti. – Foi lindo. – Confessei olhando para o local onde há alguns minutos tínhamos feito nossos votos.
– Foi. – Lua me olhou com os olhos brilhando. – Você me fez chorar. – Disse me dando um empurrãozinho de lado e eu rir.
– Você também. – A abracei de lado e depositei um beijo em seus cabelos. – Eu realmente não esperava.
– Eu sou surpreendente mesmo! – Lua exclamou e eu concordei.
– Você é incrível, loira. – Segurei seu queixo e lhe dei um beijo.
– Que horário você comprou as passagens?
– Seis horas. Ainda vai dá para aproveitarmos bastante.
– Verdade. E nós ainda nem almoçamos. – Lua lembrou. – Você não vai beber nada mesmo? – Lua ergueu uma taça de vinho e eu neguei.
– Você sabe que eu não estou bebendo, querida. Para de atiçar.
– Só uma taça. –  Lua ressaltou. – E quando fizermos o brinde?
– Eu brindo. Não tem problema. – Assegurei.
– Tá uma delícia. Tem certeza que não quer provar?
– Hahaha... – Empurrei a taça para o lado. – Eu sei muito bem o que eu quero provar, Lua. E vou fazer isso mais tarde. Não quero que você esqueça. – Avisei.
– Uhm! Gosto quando você fala assim. – Confessou e começou a andar. – Me deixa ansiosa.
– É claro que gosta. – Lhe dei um tapa discreto no bumbum. – Você ficou muito sexy com esse vestido.
– Obrigada. Estou me sentido gostosa mesmo!
– E você está. Vou gostar de tirar esse vestido mais tarde.
– Antes da viagem?
– Uhm... creio que sim. Na hora do banho. O que você acha? – Sussurrei.
– É tentador... seria mais romântico se fosse na banheira. – Sugeriu e eu ri baixinho.
– Acho que na banheira não vai dá tempo. – Comentei.
– Você tem razão. – Lua concordou. – Podemos perder o voo e nenhum de nós quer isso.
– Não mesmo. – Afirmei e puxei uma das cadeiras para que ela se sentasse. – Você quer que eu te sirva?
– É claro. – Ela sorriu. – Anie? – Chamou nossa filha. – Vem, aqui.
– Mas eu tô blincando, mamãe.
– Vamos almoçar. Katherine também vai almoçar. – Lua falou e uma Anie relutante caminhou até ela quando viu que a amiga também tinha obedecido ao chamado da mãe.
– Eu nem tô com fome, mamãe.
– Mas nós vamos almoçar. Por favor, seja uma boa garota. – Lua lhe deu um beijo na bochecha. – Eu não quero brigar com você por conta disso.

Servi as duas e depois me sentei ao lado de Lua.

– E então vai ter lua de mel também? – Harry sorriu.
– Você é muito depravado. – Lua respondeu bebendo um gole de vinho; que por sinal, ela já tinha bebido bastante.
– Eu não falei nada de mais, eu hein. Você que é mente poluída. Só fiz uma pergunta. – Ele se defendeu, embora não tivesse conseguido segurar o riso.
– A gente te conhece, Harry. – Mel comentou divertida.
– Mas ninguém me respondeu.
– Pergunta para o seu amigo. Só a festa era por minha conta. – Lua se saiu.
– E então, Aguiar, quer que eu refaça a pergunta.
– Não que te interesse, mas eu vou ser educado e vou te responder. – Comecei. – Vai ter. A viagem está marcada para às seis horas da tarde. Mais alguma pergunta? – Indaguei.
– O destino, seu debochado. – Ele me repreendeu.
– Hahahaha... mas isso nem a minha mulher sabe. Então, desiste. Não vou contar. – Respondi entre risos.
– Que misterioso. Isso é instigante.
– Harry, tem crianças na mesa. – John o repreendeu.
– O quê...? Elas nem entendem. Além do mais, Arthur que está com graça.
– Ei, foi você quem começou. Quem manda ser curioso. – Me defendi.
– Tááá... sempre sou eu que começo. Vocês são os inocentes. Uhm! Lua quem vai dirigir? Porque se for ela, na primeira barreira, ela vai ser multada. – Harry provocou.
– Será que eu não posso nem beber em paz? O Arthur que é chato ainda nem me pediu para parar, e você vem com essa?
– Eu só observei. Você não concorda?
– Eu ainda consigo te enxergar perfeitamente. Quer comprovar? Posso jogar essa taça em você! – Lua explicou. Sim, ela estava meio bêbada.
– Deus me livre.
– Acho melhor os dois pararem, antes que taças voem. – Comentei e todos riram.

Anie e Kathe almoçaram tão rápido, que me surpreendi pela minha filha não ter implicado com nada. Ela comeu toda a comida que coloquei no prato.

– Vou aumentar o som. Posso? – Harry provocou Lua mais uma vez.
– Contando que o condomínio não me multe por conta do barulho. – Lua retrucou e Harry andou até a caixa de som. – Se isso acontecer, você que vai pagar.
– Você que é advogada, você que vai resolver.
– Advogada e não banco. – Lua pontuou.

Harry foi dançar com Julia e Hanna. Enquanto o restante ficou na mesa conversando assuntos aleatórios. Anie e Kathe corriam e brincavam com Bart – que estava cem vezes mais elétrico.

– Você não acha que já bebeu demais? – Sussurrei ao me aproximar de Lua.
– Uhm... tá, eu sei... eu estou ficando meio... – Ela não completou a frase eu concordei.
– Eu sei. – Afastei a taça que ela pôs sobre a mesa.
– Mas é só um pouco. – Afirmou e eu sorri.
– Mas é só pra você não ficar além desse pouco. – Pisquei um olho.
– Tudo bem.

Os convidados foram embora perto das três horas da tarde. A empresa de decoração que Lua contratou, já havia desmontado quase toda a estrutura que foi usada.

– Nossa! Bebi tanta água, que agora não paro de fazer xixi. – Lua me disse assim que entrei no quarto. Eu tinha ido colocar Anie para dormir, o que não foi difícil, já que ela estava exausta de tanto correr e brincar.
– Eu confesso que não era isso que eu esperava ouvir. – Brinquei e Lua riu.
– Anie dormiu? – Mudou de assunto.
– Sim... eu tive que prometer várias vezes que antes de viajarmos, chamaríamos ela. Enfim...
– Até lá ela já vai ter acordado há tempos. – Comentou.
– Certamente. – Concordei e deitei na cama.
– Você acredita se eu disser que estou muito, muito, muito cansada? – Lua sentou na cama e colocou uma das mãos na minha coxa.
– Achei que ia dizer que estava bêbada. – Ri.
– Idiota! Eu bebi tanta água para evitar isso! – Se defendeu. – Será que até na hora do voo eu vou estar com muita vontade de ir no banheiro de dez em dez minutos?
– Espero que não. Você gosta de sentar no lado da janela e vai ser estressante você passando toda hora para ir ao banheiro. São quinze horas de voo. – Expliquei. Tentei soar sério, mas Lua me olhava com cara de “você realmente tá falando isso?”.
– Você já foi mais compreensível. – Ela se deitou ao meu lado e eu me virei para lhe dar um beijo na bochecha.
– Por que você não aproveita e descansa? – Sugeri. – Desse jeito você melhora. – Acrescentei.
– Eu me lembro que você comentou algo como, banheiro, vestido e tirar... criei expectativas, mas eu bebi um pouco. – Ela disse baixo e eu rir. Lua me acompanhou.
– Ainda bem que foi você. – Pontuei divertido. – É melhor você descansar. – Lhe dei outro beijo na bochecha. – Não vai faltar oportunidades para eu tirar os seus vestidos. – Sussurrei.
– É... – Lua falou mais baixo. – Mas eu também nem estou com sono.
– Assim fica difícil, Lua.
– Você vai dormir? – Indagou e eu neguei ao balançar a cabeça. – E você vai fazer o que então?
– Eu quero tomar um banho e ver se eu esqueci de pôr alguma coisa na mala. – Respondi.
– Tá... então eu posso tomar banho com você? – Lua se apoiou com os cotovelos na cama e me olhou.
– Lua, Lua... não era você que estava cansada?
– Eu estou. – Ela voltou a afirmar.
– Então...? – Eu sabia que não era só banho que ela queria.
– Você quer mesmo que eu responda? – Insistiu e eu neguei. – Eu também preciso ver algumas coisas que eu separei, mas ainda não coloquei na mala. – Confessou.
– Você tá bem aleatória. Estou um pouco preocupado. – Contei.
– Eu estou bem, Arthur. Só quis dizer que eu estou esquecendo muitas coisas fora da mala.
– Tá bom. – Sorri um pouco confuso. – Vem, vamos tomar banho. Eu não quero que a gente se atrase. – Me levantei da cama.
– Você entendeu que eu não quero só tomar banho, não é? – Ela me perguntou quando estendi as mãos para que ela segurasse.
– Entendi, loira. Por quê? – Ergui as sobrancelhas.
– É que eu pensei que você não tinha entendido... aí eu não queria insisti. – Explicou.
– Tem coisas que você nem precisar dizer, querida. Eu te conheço. Vamos?
– É que você disse que estava preocupado.
– E eu estou. Tudo bem?
– Sim. Mas... é só pra você ter certeza de que eu não estou bêbada. – Se explicou mais uma vez.
– Se você continuar falando isso, eu vou ter certeza que você está.
– Não. É só porque você acha, mas eu não estou.
– Então deixa eu te perguntar uma coisa.
– Tá. – Chegamos ao banheiro e eu fechei a porta. – Você vai lembrar depois?
– De quê?
– Deixa eu ser mais exato. – Falei colocando-a sobre o balcão da pia e espalmei as minhas mãos, uma de cada lado do corpo dela. – Você tá um pouquinho bêbada e isso me faz pensar se é uma boa ideia ou não, transarmos.
– É uma ótima ideia. Eu concordo. – Lua respondeu rápido.
– Eu quero saber se você vai lembrar depois.
– Haha... É. Óbvio. – Enfatizou. – Eu estou me recuperando.
– Você é meio louquinha. – Mordi seu lábio inferior.
– Só um pouquinho assim... – Lua mediu com o dedo, o que me fez rir.
– Você disse que queria na banheira.
– Sim. Mas você disse que íamos nos atrasar...
– Já são quase quatro e meia. – Falei ao olhar para o meu relógio.
– Eu acho que dá tempo. Eu quero que você seja romântico também... É uma delícia quando é assim... – Confessou me puxando para um beijo.
– E quando é que eu não sou romântico, hein? – Indaguei lhe dando um cheiro no pescoço.
– Você sempre é... só que às vezes é diferente. – Lua tentou explicar.
– Você tá bêbada. – Não consegui evitar a minha risada. – Você é muito engraçada tentando explicar alguma coisa nesse estado.
– Não estou não. Você que tá me confundindo. – Lua apontou o dedo para mim e tocou o meu nariz.
– Eu não. Só fiz algumas perguntas.
– É que só às vezes quando eu estou um pouco tonta que eu me enrolo. Você sabe... – Ela riu sem parar.
– Se enrola é? – Indaguei divertido e rocei meu queixo na bochecha dela. – Vem, desce... eu falei algo como vestido e tirar, lembra?
– Eu pensei que era você quem tinha esquecido. – Lua sorriu jogando os braços em volta do meu pescoço e colocou as pernas em volta da minha cintura. – Eu sou muito apaixonada por você.
– E eu por você. – Coloquei Lua no chão. – Acho que a banheira vai ficar para uma outra hora. – Contei baixo antes de vira-la de costas para mim e de frente para a pia. Lua apoiou as mãos na pia e sorriu para mim no espelho. Abri sem pressa o zíper do vestido dela e deslizei as alças pelos seus ombros e braços. Lua levantou os pés e empurrou o vestido para o lado.
– Agora é a minha vez. – Me disse. Ela ainda estava de costas para mim e eu lhe dei um beijo no ombro antes de assentir. Lua se virou e me deu vários beijos no pescoço. Depois começou a desabotoar a minha camisa; o blazer eu já tinha tirado antes de entrar no banheiro. – Você fica muito sexy e gostoso de camisa social. – Lua me encarou antes de depositar beijos em meu peito. – Uhm... Você acha isso engraçado? – Me perguntou ao me ver com ar de riso.
– Não. – Segurei seu rosto com as duas mãos. – Acho engraçado é você tentando me seduzir. – Respondi.
– Eu não preciso tentar te seduzir... – Ela abriu o botão da minha calça comprida. – Na verdade, eu nunca precisei. – Sussurrou com os lábios próximos dos meus. Tentei morder seus lábios, mas Lua se afastou sorrindo e virou de costas. – O que você pretende fazer agora? – Indagou colocando os cabelos para o lado. E eu aproximei os lábios do pescoço dela.
– Tirar a sua calcinha. – Sussurrei e Lua encolheu os ombros. Desci as mãos pela lateral do corpo dela até chegar ao cós da calcinha e abaixei devagar.
– Você gosta desse ritmo... lento...
– Você sabe que sim. – Depositei um beijo em suas costas depois que tirei sua calcinha. – Vai ficar nessa posição? – Apertei levemente sua cintura e Lua se debruçou sobre o balcão da pia e sorriu para o espelho. – Vai ficar me olhando? – Indaguei e ela assentiu com um leve manear de cabeça.

Aproximei o meu corpo ainda mais do dela e segurei em sua cintura antes de penetra-la. Lua fechou os olhos e eu sorri ao sussurrar para que ela abrisse os olhos. Meus movimentos eram lentos e eu não tinha pressa nenhuma – sei que Lua podia sentir isso. Puxei seus cabelos com cuidado para que ela erguesse a cabeça. Nos falávamos pelo olhar e eu adoro quando essa conexão acontece. Nossos gemidos eram abafados pelos beijos que dávamos e Lua empinou o bumbum fazendo com que eu a prensasse contra a pia.

– Sabe o que acontece quando você faz assim? – Sussurrei contra o ouvido dela e a vi fechar os olhos. – Sabe, Lua? – Insisti e Lua jogou a cabeça para trás encostando em meu ombro. – Abre os olhos. Quero que você sinta isso com os olhos abertos, meu amor. – Pedi.
– Não faz isso comigo. – Quase implorou.
– Só posso fazer isso com você. – Massageei seus seios. Lua rebolou os quadris e me puxou pelo pescoço. – Luh... Não tem mais o que colar o meu corpo ao seu. – Contei e levei uma das mãos até seus cabelos e tentei tirá-los do rosto. – Só mais um pouquinho. – Murmurei e Lua assentiu fechando os olhos vagarosamente. Eu não havia alterado o ritmo em nenhum instante. Essas coisas são muito melhores quando feitas sem pressa. Eu sentia a respiração descompensada de Lua bater em minha bochecha. Seus lábios estavam entre abertos e ela apertou minhas mãos que estavam em seus seios.

Eu não queria estar em outro lugar.

– Tudo bem? – Perguntei após um tempo. Ainda nos olhávamos através do reflexo do espelho.
– Nunca notei que esse banheiro era tão quente.
– Qualquer lugar fica muito quente. Você concorda? – Mordi o lóbulo da sua orelha. Lua apenas sorriu. Ela sabia exatamente do que eu estava falando.

Esse sorriso é a minha vida toda.

– Te amo, loira linda. – Lhe dei beijos na bochecha e no pescoço. Lua se encolheu e soltou risinhos.
– Huum... você que é lindo. E eu te amo também. Muito, demais, bastante... além da conta. – Lua roçou os lábios na minha bochecha e desceu para o meu queixo, onde ela fez questão de dar uma mordidinha. – Amo essa barba por fazer...
– Às vezes. – Enfatizei dando uma piscadela. Ainda estávamos ‘colados’.
– Não é bem assim... uhm... deixa eu tentar explicar... – Lua começou a acariciar minha nuca. – Eu só não gosto... não curto muito – se corrigiu –, quando você deixa crescer demais ou quando você começa a me irritar passando a barba em mim. Me dá agonia, me pinica e eu me irrito rápido. E você AMA fazer esse tipo de coisa. É por isso que às vezes eu comento que tá na hora de você tirar... – Explicou calmamente. – Ai, assim igual você tá fazendo agora. – Observou. Eu tinha começado a roçar a barba na bochecha e no ombro dela.
– Te agonia? – Provoquei.
– Bastante! Além de me irritar muito rápido. E eu estava bem calma.
– Na verdade, você estava com a respiração ofegante. – Lembrei.
– Uhm... agora por causa de quê? – Perguntou irônica e eu me movi para frente. Senti quando Lua ficou na ponta dos pés e puxou meus cabelos da nuca.
– Preciso responder com palavras?
– Não. Você foi muito bom com esse movimento. – Respondeu e acabamos rindo.
– Você é muito descarada.
– Estou sendo sincera. – Respirou fundo. – A gente precisa se apressar... já devem ser quase cinco horas... sei lá... eu estou bem perdida no tempo. – Mudou de assunto.
– Você tem razão. – Lhe dei um beijo no ombro antes de desferir uma palmada em seu bumbum; que ela fez questão de empinar ao mesmo tempo que soltou um gemido. – Você gosta dessa safadeza. – Pontuei saindo de dentro dela.
– Eu nem vou me dar ao trabalho de negar. – Lua se virou e jogou os braços em volta do meu pescoço. – Eu estou muuuuito ansiosa para a nossa viagem.
– Eu sei. Eu quero que a gente se divirta e relaxe na mesma proporção. A gente merece.
– Muito. – Lua me deu dois selinhos. – Vamos tomar banho ou acho que pode ter segundo round... – Sorriu maliciosa.
– Hahaha... assim você vai acabar comigo rapidinho. – Puxei Lua para debaixo do chuveiro.

Uma hora depois.

– Você já colocou o seu shampoo na mala, Lua? – Perguntei.

Depois que saímos do banho – que demorou bem mais do que era para ter demorado –, Lua foi terminar de arrumar algumas coisas que ela “tinha deixado para depois”. Inclusive, os n´s biquínis que ela tem, que ela demorou para decidir quais levaria. As minhas coisas já estavam todas arrumadas, e dessa vez Lua não se estressou por isso. Levaríamos só uma mala e nunca aconteceu de dar certo quando tomamos essa decisão.

Eu já estava vestido com uma calça de moletom vinho, uma camisa de manga comprida na cor vinho, cinza e azul, com algumas listas brancas. Um tênis preto e um relógio – enquanto Lua ainda nem tinha visto essa parte.


– Já, Arthur. Eu sei o que tenho que fazer. Você não precisa ficar me perguntando a cada dois minutos se eu já peguei tal coisa, ok?
– Te pergunto porque se eu esquecer você vai ficar no meu ouvido a viagem toda com “A culpa é sua, você não me lembrou de trazer isso ou aquilo e blá blá blá”.  Revirei os olhos.
– Mentira!
– Admite, Lua. – Joguei uma necessaire para ela; que já estava sendo esquecida. – Depois sou eu que esqueço tudo. Aham...
– Mas é você mesmo. O que eu posso fazer? – Debochou.
– Vamos perder o voo se você continuar ágil desse jeito. – Ironizei. – Você nem viu que roupa vai vestir agora.
– Eu já vou terminar! Ainda é cinco e meia!
– Já devíamos estar a caminho do aeroporto, baby. Quer que eu te lembre a hora do voo?
– Não. Não precisa. – Pontuou. – Você tá muito impaciente hoje. – Reclamou. – Não gosto que me apressem.
– Se perdermos esse voo, não vamos mais. Você sabe que se adiar não vai dar certo.
– Não vamos perder nada, amor. Você ansioso é um saco. Eu posso te garantir.
– Tá, Lua. Eu vou descer.
– Vai lá... tenta se acalmar e tals. Bebe o seu café. – Piscou um olho divertida. – Vê o que a sua filha está aprontando. Que desde que acordou, ela não veio aqui.
Minha filha. – Enfatizei. – Até parece que elétrica do jeito que ela é, ela puxou para mim. – Comentei antes de sair do quarto e ouvi Lua rir.

*


O momento mais difícil da viagem tinha chegado: nos despedirmos da nossa filha. Fazem quatro anos, um mês e onze dias que eu e a Lua não viajamos os dois juntos, sozinhos. É difícil, é complicado deixar aquela coisinha fofa, carinhosa e que às vezes me irrita e todas as outras vezes me encanta na mesma intensidade. Eu viajo com frequência, ao contrário da Lua, que sempre sofre muito mais em ter que deixar Anie sobre os cuidados de outras pessoas – mesmo que a gente confie muito nessas pessoas. Ela não está acostumada a ficar alguns dias longe da nossa filha.

– Vem aqui, meu anjinho. – Lua chamou a pequena. Anie caminhou até a mãe e estendeu os bracinhos para abraça-la. – A mamãe vai sentir tanta saudade, mais tanta saudade, meu amor.
– Eu também... eu nem quelia ficar aqui só eu. – Anie contou ainda abraçada a mãe.
– Mas você não vai ficar sozinha. A Carol e a Carla vão cuidar de você, neném. E a tia Mel está aqui para ajudar, caso elas precisem. – Lua explicou com calma. – E a mamãe e o papai vão ligar sempre e você pode ligar a hora que quiser e quantas vezes quiser.
– Eu posso ligar a hola que eu quiser mesmo?
– Claro que sim, meu amor. – Assegurei e Lua sorriu afirmando. Me aproximei e me abaixei para ficar do tamanho delas. – Vou sentir saudades também. Você sabe, não sabe, meu bebê?
– Eu sei, papai. – Anie me abraçou também. – Não vai demolar muito pla vocês voltalem pla cá pla casa?
– Não, meu amor. Os dias vão passar bem rapidinho. – Contei.
– São só quatro dias, filha. – Lua ressaltou mostrando quatro dedos e Anie a imitou.
– Assim, mamãe?
– Sim.
– Igual que é cada dedo um dia. É assim? Igual a senhola me expicou um monte de dia?
– Sim. Igual a mamãe já te explicou há alguns dias. – Lua sorriu. – Você é a coisinha mais linda do mundo. Eu vou morrer de saudades, filha. – Lua puxou Anie para um abraço.
– Eu também vou sentir um monte de saudade da senhola e do meu papai. – Anie soltou um suspiro.
– Agora vamos te falar algumas coisas sérias que a senhorita precisa escutar com atenção, ok? – Comecei.
– O que é então?
– Nós vamos viajar – apontei de mim para a Lua –, mas a Carol vai ficar e ela vai ser a pessoa mais responsável por você durante os dias que eu e a sua mamãe não estaremos em casa. Você sabe o que isso significa?
– O quê?
– Que você terá que obedecer a tudo o que ela disser. E ela já está sabendo que pode nos ligar a hora que você começar a fazer birra e desobedecer ela. Você sabe que eu e a sua mãe não vamos gostar nadinha de saber disso, certo? – Falei sério.
– Tá, eu sei. É claro que eu vou obedecer a Carol, papai.
– É claro é? – Lua repetiu. Mas logo acrescentou. – Vamos confiar em você. A Carla e a tia Mel também vão ficar de olho em você. É para dormir às oito, dona Anie. Tomar café, almoçar, lanchar e jantar nos horários certos. Tem a hora para brincar e a hora de ir para o balé. Eu só estou te lembrando, não tem nada de diferente de tudo o que você já faz. Então, eu não quero saber que você fazendo confusão para não fazer essas coisas. Você está me ouvindo?
– Eu tô mamãe. Mas eu já sei.
– Que bom então. Assim a gente não precisa chamar a sua atenção.
– Não quelo que biguem comigo. – Anie fez um bico.
– Nós não estamos brigando com você. – Lua ressaltou. – Nós estamos conversando.
– Vem aqui. – Lhe chamei. – Me dá mais um abraço. Você entendeu tudo mesmo?
– Eu entendi, papai! – Anie respondeu antes de me abraçar.
– Eu acredito, hein?! – Sorri e lhe dei vários beijos.

Conversamos novamente com Carol e nos despedimos dela, da Carla e da Mel. Já estávamos visivelmente atrasados. Nosso voo está marcado para às seis horas da tarde e já são cinco e meia. Espero que o trânsito não esteja intenso e caótico.

Saímos de casa quase correndo. Abri o porta-malas e coloquei a nossa mala. Lua estava linda com uma calça de moletom cinza, um cropped de capuz da mesma cor da calça, um tênis cinza e uma bolsa azul de listas brancas.


No avião – meia hora de voo.

Lua estava sentada na poltrona ao lado da janela. Faziam uns cinco minutos que ela havia se chegado mais perto de mim em silêncio e encostado a cabeça em meu ombro. Fiquei calado enquanto folheava uma revista que eu havia comprado quando ainda estávamos no aeroporto.

– Arthur? – Me chamou baixo.
– Oi. – Respondi fechando a revista e ouvi Lua soltar um suspiro baixo. – O que você quer falar? – Indaguei.
– É que... aah... eu estou com saudades da nossa filha. – Confessou. – E agora que fez – Lua olhou para o relógio. – meia hora de voo. – Me olhou.
– Eu sei, meu anjo. – Lhe dei um beijo na testa. – Eu também sinto falta dela. Mas o que me tranquiliza é saber que ela está sob o cuidado de boas pessoas. Tenta ficar relaxada, Luh.
– Eu sei, amor. Eu confio nas meninas. O problema não é esse... você sabe... É que ainda é difícil para mim viajar e deixar ela. É diferente de quando ela fica com você. Aí agora estamos viajando juntos. E já fazem tantos anos que isso não acontece...
– A idade da nossa filha. – Contei. – Eventualmente íamos viajar um dia sem a nossa filha, Luh. E isso não nos faz pais ruins, querida. Não quero que você sinta culpa.
– Não estou me culpando. É só uma sensação diferente de aperto no peito.
– Saudades. – Sorri e lhe dei um beijo na ponta do nariz.
– É. – Lua também sorriu. – Sei que precisamos de um tempo só nosso.
– Sim. E não é todo dia que se faz seis anos de casados. Quero que seja uma viagem que a gente relaxe e se divirta muito.
– Eu também... mas sei que ainda vai demorar para que eu me acostume. – Confessou.
– Sim... foi assim comigo no começo. Agora eu já me acostumei. Mas isso não quer dizer que eu não sinta muitas saudades. – Expliquei. – Só que eu já consigo lidar com esse sentimento. Tenta dormir, Luh. Sei que você não gosta muito de dormir durante o voo, mas assim você não pensa na saudade. E não fica mal. – Sugeri.
– E se eu sonhar? – Lua riu.
– Aah, querida. – Puxei ela para mais perto.
– Não estou achando ruim estarmos aqui, agora. – Deixou bem claro. – Não é isso.
– Eu sei que não, loira. Eu entendi o que você disse.
– É que ela ainda é bebê. Eu ainda vejo ela tão bebê. – Lua fez um bico.
– Nossa filha ainda é um bebê, vida. – Sorri. – Anie ainda não sabe nem tomar banho sozinha.
– Você acha que ela vai fazer birra?
– Não vou me surpreender se a Carol ligar e nos contar que Anie não quis tomar banho ou sei lá... dormir cedo. – Comentei.
– Nem eu. – Lua entrelaçou os dedos nos meus.
– Está tudo bem, Lua. Conhecemos a filha que temos. – Depositei um beijo em sua testa. – Você vai tentar dormir?
– Acho que sim... – Lua colocou uma das pernas por cima da minha e uma das mãos por baixo da minha camisa e ficou subindo e descendo as unhas nas minhas costas.
– Você vai fazer isso a viagem toda, loira?
– Só até eu dormir. – Ela levantou o olhar e me jogou um beijo. – Essa poltrona seria mais confortável se eu pudesse inclinar mais ela.
– Mas você pode. – Falei e olhei para trás.
– As pessoas atrás podem se sentir incomodadas. – Lua comentou.
– Então fica quietinha aqui. Você sabe que eu não vou me incomodar. – Apertei levemente a cintura dela.

White Bay, Jost Van Dyke – Caribe

Domingo, 24 de abril de 2016 – Cinco e quarenta da tarde.

– UAU! – Lua exclamou quando eu abri a porta do nosso quarto e dei passagem para que ela entrasse. – Parece que é o mesmo quarto, Arthur.
– É o mesmo quarto, Lua. – Contei ao fechar a porta.
– Você não me disse isso. – Ela me olhou surpresa.
– Fazia parte da surpresa. O mesmo destino, o mesmo quarto... ou quase isso. Mudou algumas coisas... nós mudamos também. – Sorri com carinho.
– Eu nem sei o que te dizer... – Lua franziu o cenho.
– Não precisa dizer nada, meu amor. – Abri a grande janela do quarto.
– A vista daqui é maravilhosa! – Lua respirou fundo. – Ainda não acredito que estamos aqui de novo. Seis anos depois. A gente falando assim parece tanto tempo e às vezes parece que não passou tudo isso. – Ela parou ao meu lado. – A gente fez amor aqui, Arthur. E eu estou falando dessa varanda. – Ressaltou me encarando. Sorri de lado.
– Fizemos amor em todos os cantos desse quarto, Lua. – Lembrei e ela afirmou.
– Hum... – Ela voltou para dentro do quarto. – Agora eu não sei se você ainda tem esse pique todo.
– Aah, você não sabe? – Ironizei. – Tá bom, se você provocar, você vai ver. – Avisei.
– Eu estou cansada agora. – Me disse.
– Você corre que eu sei. – Ri jogando a cabeça para trás. – Vou tomar um banho. Ou você quer ir primeiro ou vir junto?
– Primeiro, senão você vai ficar me provocando. – Respondeu.
– Claro que não, loira. Relaxa. – Assegurei, mas acabei me jogando na cama. Eu certamente a provocaria mesmo. – Aproveita e tira a minha toalha da mala. – Pedi. Se tem uma coisa que Lua não usa em hotel, é a toalha.
– Você sabe que dia é hoje?
– Sei... dia vinte e quatro. – Respondi. – Por quê?
– Pensa aí. – Lua me jogou a toalha e foi para o banheiro. – Meu Deus! O banheiro continua igual... essa banheira... – Ouvi Lua rir.
– Deixa eu tomar banho com você, loira. – Provoquei.
– Eu tenho lembranças maravilhosa desse lugar. – Lua me ignorou.
– Eu também, Lua. Eu nem consigo contar.


*

– Você dormiu? – Lua perguntou assim que saiu do banheiro. Eu não sei se ela tinha demorado muito, mas eu provavelmente tinha cochilado.
– Acho que não. – Me sentei na cama. – Você não vai querer comer nada?
– Não. Eu quero dormir um pouco. E você? – Lua já tinha separado a roupa dela e tirou a toalha.
– Vou descansar também. Mas se você quiser comer, eu peço alguma coisa.
– Só mais tarde... a gente pode jantar em outro lugar. – Sugeriu. – O que você acha?
– Tudo bem. – Concordei.
– Tinha esquecido que aqui faz frio à noite. – Comentou depois de vestir um short branco e um top da mesma cor.
– Frienta. – Pontuei e entrei no banheiro.
– Vou ligar para casa. – Mudou de assunto. – Lá ainda é de manhã. Acho que Anie está acordada.
– Liga. – Respondi e Lua não me disse mais nada.

Ligação ON

– Oi, Carol. Anie está acordada? – Ouvi perguntar.
...
– A viagem foi tranquila. Bem cansativa, mas chegamos bem. Acabamos de chegar na verdade.
...
– Oi, neném... como você está, filha? – Lua estava bem emocionada. Eu podia jurar que ela choraria a qualquer momento.
...
– Aaah, meu amor... a mamãe também está com saudades de você.
...
– Seu papai está tomando banho. Já, já ele fala com você.
...
– E o que você está fazendo?
...
– Hum, brincando com o Bart é? E já deu comida pra ele?
...
– A Carol te ajudou? Muito bem. Você tem que falar sempre com ela. Ela sabe os horários certinho da comida dele.
...
– Depois vocês vão fazer brigadeiro?
...
– Pode, filha. Tudo bem. Mas só hoje, tá? Não pode comer doce todos os dias. Eu já te expliquei.
...
– Eu sei que você sabe. Só estou te lembrando. – Lua riu. – Olha, seu papai já saiu do banho.
...
– Tá. Deixa ele vestir uma roupa. – Lua me encarou. Vesti um short e uma camiseta e me sentei na cama. – Acho que ela está com mais saudades de você do que de mim. – Lua me entregou o celular e eu revirei os olhos.
– Oi, filha. – Falei com Anie.
– Oi, papai!
– Ei, como você está? – Deitei minha cabeça sobre a coxa da Lua.
– Eu tô bem, papai! A minha mamãe me deixou comer chocolate! Bigadeilo de chocolate! Mas é só hoje. – Me contou.
– Sim. Só hoje. Que bom que você sabe. – Sorri. – Está se comportando?
– Sim, papai. É claro que sim.
– É claro que sim. Eu te conheço.
– Eu só tô blicando com o Bart. Só isso!
– Continue bem comportada então. Eu e a sua mãe vamos adorar saber disso todos os dias. – Contei e Anie deu uma risada alta.
Anie, hora de almoçar. – Acho que era a Carla quem estava chamado ela.
– Eu estou escutando, filha. É melhor você ir almoçar.
– Tá, então eu vooou... – Disse sem vontade. – Um beijo, papai.
– Um beijo, meu amor. Vou passar pra sua mãe, para você se despedir dela.
– Tá, papai. – Entrei o celular para a Lua.
– Oi, amor.
...
– Um beijo. Eu também te amo, meu neném.
...
– Tchau. Ei, continue se comportando. – Lua sorriu.

Ligação OF

Acho que ela está com mais saudades de você do que de mim. – Imitei ela. – Para de falar bobagem, loira. Você sabe que isso não é verdade. – Falei me deitando sobre ela.
– Não é bobagem. – Retrucou.
– Claro que é, Lua. Ela nem disse que me amava, olha. – Observei.
– Ai, Arthur. – Agora foi a vez dela de revirar os olhos.
– Tá vendo como é chato fazer draminha? – Ri roçando os lábios na bochecha dela.
– Para, não tem nada de drama!
– Tem sim, minha dramática preferida. – Acomodei meu rosto no pescoço dela. – Para de falar isso. Eu não gosto. Anie ama nós dois. Somos os melhores pais do mundo. Não teria como ser diferente. – Expliquei.
– Tá bom. Você não disse que queria descansar?
– E quero. Mas você já tá chateada aí.
– Não estou chateada, Arthur. Você é muito implicante!
– É só draminha então? – Provoquei e Lua me deu um tapa. – AAI! Você me bate demais, loira. – Comecei a rir e Lua me acompanhou. – Vamos dormir, meu bebê ciumento.
– Se for pra você parar de me encher o saco. – Lua resmungou.
– Ai, eu já estava até sentindo falta dessas patadas. – Abracei ela pela cintura.
– Se você continuar assim, é só isso que você vai ter de mim.
– Nem beijinho, vida? – Levantei a cabeça para olhá-la.
– Não! Porque quando você quer ser insuportável, você consegue. – Me disse séria.
– Sem biquinho, Luh. Me dá um beijo?
– Arthur, eu quero dormir.
– Só um beijinho, vida. – Insisti.
– Só um.
– Demorado. – Pedi atrevido.
– Safado.
– Linda. Eu sei que você gosta desse chamego todo. – Rocei o meu nariz no pescoço dela. – Você tá muito sexy com essa roupa. – Lhe dei um tapa no bumbum. Lua segurou meu queixo antes de encostar os lábios nos meus. – O que.. você vai querer... fazer?  – Indaguei, mas ela não me disse nada. – Eu vou te morder se você ficar só fazendo isso. – Avisei. – Luuaa... Luuaa... – Nós começamos a rir. – A gente não vai dormir. Depois você vai ficar dizendo que eu que não deixei. Aaii... – Lua me mordeu antes de me beijar.
– Agora você vai dormir? – Lua me perguntou.
– Huum... é um pouco complicado. Você tá tão cheirosa. Vou dormir assim. – Ri e Lua começou a acariciar meus cabelos.
– Já são quase sete horas, amor. – Lua me lembrou.
– Tá. Vamos descansar um pouquinho. – Dei outro beijo nela antes de me aquietar.

Pov Lua

Eu não demorei muito a dormir. Arthur tinha começado a querer me irritar. Ele é muito bom nisso. Agora eu não sei que horas são e nem há quanto tempo estávamos dormindo. Mas agora eu estou com fome. Eu nem consegui me mexer. Arthur está deitado com uma das pernas sobre a minha e os braços envoltos na minha cintura.

Arthur... – Chamei ele baixo. – Acorda, amor.
– Uuuhm... que hora é isso?
– Não faço ideia. Mas estou com fome, Arthur.
– Deixa eu acordar direito. – Ele riu e eu concordei. Arthur virou para o outro lado da cama e eu levantei.
– Eu só não quero que você volte a dormir, Arthur. – Avisei e fui para o banheiro.
– Fica tranquila, loira. – O ouvi dizer.

Arthur estava sentado na cama quando voltei para o quarto e mexia no celular.

– Que horas são?
– Oito e meia, loira. – Arthur me respondeu. – Você vai querer jantar aqui no hotel ou em outro lugar?
– Em outro lugar. E você?
– Onde você quiser. – Ele sorriu. Retribui o sorriso e abri a mala.
– Acho que eu vou colocar as roupas aqui no guarda-roupa. Só para não ficarmos abrindo e fechando a mala toda hora.
– É uma boa ideia. Quer que eu ajude?
– Seria bom, querido. – Respondi e Arthur caminhou até onde eu estava. – Já estão dobradas. Só arruma aí dentro. – Separei primeiro as roupas dele para serem guardadas. Depois separei as minhas. – O que você acha desse short jeans e desse cropped verde?
– Lindos, Luh.
– E essa roupa branca? – Entreguei a roupa para ele. Tinha um decote bem ousado e eu nunca havia usado. Como o tecido era leve, resolvi trazer para a viagem.
– É linda também, Luh. Por quê? – Arthur olhou a roupa e me entregou.
– Qual você acha melhor? Estou na dúvida.
– Aah, loira... você decide. – Ele sorriu de lado. – Se eu escolher uma, você vai usar a outra. – Explicou organizando as roupas no guarda-roupa.
– Claro que não! Você que não quer escolher o cropped porque tem esse branco de decote.
– Nada a ver. Você pode usar o decote. Eu não vou dizer ao contrário.
– Vou usar o branco então. – Provoquei.
– Usa. – Ele riu. – Sei que você quer me provocar. – Ele me deu um beijo na bochecha. – Você é tão linda. Esse decote vai ficar maravilhoso. Quer usar? Usa, Lua! – Ele me encarou. – Eu vou estar com você mesmo. – Deu de ombros.
– Pega essa calcinha branca de cós de renda. – Tentei segurar a minha risada com a última frase dele.
– Essa daqui? – Me mostrou a peça íntima e eu peguei.
– Obrigada.
– De nada, loira. – Ele andou até o guarda-roupa. – Vou de bermuda, camisa manga comprida e chinelo. Você tem razão quando diz que aqui faz frio a noite.

Ele separou as roupas e voltou para o banheiro. Terminei de arrumar meus produtos de higiene, hidratante para o corpo, creme de cabelo e etc., peguei uma necessaire e abri, eu tinha trazido um batom e um rímel. Não costumo usar tanta maquiagem. Comecei a rir quando vi um saquinho bem aleatório dentro dela.

Arthur havia me confessado, ano passado, que tinha um fetiche e faziam alguns meses que eu tinha comprado a calcinha comestível de sabor de morango, que ele ressaltou que queria que eu estivesse usando. Eu confesso que estou com muita vergonha de vestir isso. Já li a embalagem várias vezes. Diz que quando esquenta, derrete e antes de usar, é preciso passar um óleo corporal – que eu também tive que comprar.

A lingerie vermelha é muito linda. Tem meia calça e cinta liga. É muito sexy. E Arthur nem faz ideia que eu trouxe tudo isso para essa viagem.

– Ei, o que você tá rindo? – Arthur também riu ao me olhar. – Está parecendo uma boba. – Passou o polegar sobre os meus lábios e depois me deu um selinho.
– Uuuhm... É que eu lembrei de uma coisa engraçada. – Contei e Arthur se afastou. As roupas dele estavam sobre a cama, então ele foi se vestir.
– O que você acha dessa camisa?
– Você fica muito gostoso com camisa social e camisa manga comprida. – Apertei as bochechas dele com uma mão e comecei a lhe dar vários beijos. – Amo esses lábios vermelhos, sabia? – Indaguei e Arthur assentiu. – Posso morder? – E antes que ele deixasse, eu dei algumas mordidinhas e Arthur me puxou pela cintura. – Aaain...


– Você fica provocando... depois pede pra parar. – Me lembrou me dando um beijo no pescoço. – Você está tão cheirosa. – Disse e logo me deu um selinho. – Que horas vai começar a se arrumar, hein?
– Já vou, Arthur. – Falei indo pegar meu macaquinho branco de renda. Deixei sobre a cama e fui para o banheiro escovar os meus dentes.
– Quero comer peixe. E você?
– Pode ser também... – Respondi. – Com batatas ou ao molho ou por que não os dois? – Falei do banheiro.
– Quero empanado. – Arthur me contou. Terminei de escovar os meus dentes e voltei para o quarto.
– Arthur? A gente vai andando? – Tirei meu top.
– Aluguei um carro, Luh. É melhor. Podemos sair e voltar a hora que quisermos sem depender de ninguém. – Ele me olhava enquanto falava.
– Quando foi que você fez tudo isso que eu nem percebi? – Tirei meu short e a calcinha. Arthur estava sentado na cama.
– Eu nem sei como consegui isso. – Confessou. – Ainda mais sabendo do jeito que você é desconfiada e curiosa. – Disse divertido ao me olhar vestir a calcinha e logo depois a roupa.
– Vou de cabelo preso. O que você acha? – Prendi meus cabelos com uma das mãos e olhei para o espelho. – Pega a minha sandália, por favor.
– Por que vocês mulheres são assim? Você mesmo, “Arthur o que você acha?”, depois “Arthur, pega a minha sandália.” E eu nem tive tempo de responder a primeira pergunta. – Reclamou indo buscar a minha sandália. – Que sandália, Lua?
– A única que eu trouxe, Arthur. Por que vocês homens são assim? Não sabem procurar nada? – Indaguei no mesmo tom que ele.
– Aah, é assim? – Ele trouxe a sandália e riu ao me entregar. – Você é muito atrevida, Lua.


– Isso nem é surpresa pra você. – Comentei prendendo meus cabelos.
– Eu me surpreendo. Não estou mentindo.
– Você já está com a chave do carro? – Coloquei os brincos e depois passei o rímel e o batom.
– Não. Vou pegar lá na recepção.
– E então, como estou? – Dei uma voltinha na frente dele.
– Linda! – Arthur se aproximou. – E sexy. – Sussurrou no meu ouvido.
– Não vai reclamar do decote? Hum! Isso é uma surpresa.
– Hahaha... Você sabe que eu evoluí bastante a respeito disso, loira. Tenho ciúmes? Tenho, mas você é tão linda. Não vou mais implicar com as suas roupas. – Contou.

Não que antes ele reclamasse com frequência. Mas uma vez ou outra ele decidia falar dos tamanhos dos meus shorts, vestidos e decotes. E já chegou a sugerir que eu trocasse de roupa, o que nunca aceitei, é óbvio. Mas na maioria das vezes ele me elogia e diz que eu posso usar a roupa que eu quiser.

– Eu te amo tanto, sabia? – Apoiei as duas mãos em seus ombros.
– Sabia. – Arthur me beijou. – Sei que já fui chato, vai... – Ele riu me segurando na cintura. – Mas já faz tanto tempo que eu nem gosto de lembrar. – Me deu novamente um beijo.
– É só quando você está desocupado que resolve se incomodar com o que não é da sua conta. – Pontuei tocando a ponta do nariz dele com o dedo indicador.
– Ééér... – Ele sorriu. Tinha mais era que concordar mesmo, eu não estava mentindo. – Vamos? – Mudou de assunto.
– Vamos! Estou com fome. Muita fome.
– Eu também.

Saímos do quarto e fomos até a recepção pegar a chave do carro que Arthur alugou até terça-feira.

A noite está tão linda. A lua está enorme e muito alta. O céu está incrivelmente estrelado. É tão raro uma noite assim em Londres. Mas aqui parece tão comum.

– Quer escolher o lugar?
– Pode escolher, querido. – Coloquei o cinto de segurança e Arthur ligou o carro.

Não corremos o risco de nos perder, pois os lugares ficam próximos uns dos outros.

Arthur escolheu um restaurante com vista para o mar. Estava parcialmente cheio e tocava uma música bem agradável. Alguns casais dançavam e tantas outras pessoas conversavam e comiam.

Nossos pedidos foram, peixe ao molho com batatas, para mim, e peixe empanado para o Arthur. Ele me perguntou se eu queria beber vinho ou outra bebida. Falei que só queria vinho se ele me acompanhasse. Então ele escolheu um vinho seco frutado – quase nada alcoólico.

Pedi de petiscos chips de beterraba para comer até os nossos pedidos chegarem. Arthur pediu chips de batata. Ele faz zero questão de comer legumes – e a nossa filha herdou isso dele.

Conversamos sobre coisas bem aleatórias, desde a volta dos shows da banda, até as minhas férias – que eu nem sabia quando iria tirar novamente. Concordamos que, em um outro momento, precisávamos conversar sobre a ida da Anie para a escola. É tudo tão novo, que tomar essa decisão nos traz mais preocupações e responsabilidades. Quando eu não tinha a Anie, me parecia que matricular uma criança na escola era algo muito simples.  Mas agora não é. Tanto que estamos adiando essa conversa há muitos meses – desde o ano passado para ser mais exata. A escola precisa ser de confiança e segura. E temos que nos atentar para a didática que é usada pelos professores na hora de abordar um assunto, seja ele qual for. Anie é muito pequena. Sei que qualquer assunto que for tratado com crianças da idade dela, não será tão detalhado e complicado.

– Estou tão feliz de estarmos aqui, Lua. Isso estava bem longe de acontecer há alguns meses. Na verdade, nem pensei nesse aniversário de casamento. Não que eu tivesse esquecido. Só que... tinham coisas mais... tinham outras coisas que me preocupavam mais. – Arthur suspirou e logo depois sorriu de maneira carinhosa.
– Eu também estou muito feliz, Arthur. Muito, muito mesmo. – Confessei acariciando o dorso de uma das mãos dele que estava sobre a mesa.
– Eu jamais imaginaria que você fosse querer renovar os votos. Eu fiquei muito surpreso e ainda mais apaixonado por você. – Contou depositando um beijo na minha mão.
– Pensei que fosse dá tudo errado. Sei lá... – Comecei a rir. – Você sabe como eu sou. – Encolhi os ombros.
– Deu tudo certo, loira. Foi tudo tão perfeito. Eu te amo demais, mulher. – Arthur apertou levemente as minhas mãos. – Quero te beijar. – Sussurrou.
– E eu quero dançar... – Falei no mesmo tom que ele e olhamos para a pista de dança. Alguns casais ainda estavam lá.
– Pode ir, loira. – Arthur me olhou divertido.
– Com você, Arthur.
– Aah, nem inventa, Lua. – Ele riu. – Você sabe que eu sou um péssimo dançarino. – Me lembrou.
– Mas eu gosto de dançar com você. Essa música é linda. Por favor!
– Não faz assim. Eu não consigo te dizer não. – Ele riu. – Que droga! Eu vou passar a maior vergonha.
– Que nada. A gente dança abraçadinhos. Por favor... – Insisti. Sabia que nem precisava de muito para fazê-lo mudar de ideia.
– Aargh! Vem, mas se eu pisar no teu pé, não quero ouvir reclamações. – Me avisou logo.
– Só não vale pisar de propósito. – Ressaltei.
– Ei, eu nunca fiz isso. – Nós dois rimos e nos levantamos. Arthur segurou em uma das minhas mãos e caminhamos até a pista de dança.

Arthur segurou minha cintura com as duas mãos e me puxou para mais perto. Coloquei meus braços em volta do pescoço dele e descansei minha cabeça em seu peito. Ele envolveu um dos braços na minha cintura e o outro ele ficou acariciando minhas costas e meus cabelos. Nos balançávamos no ritmo da música – e ele ainda não tinha pisado em nenhum dos meus pés.

Fechei meus olhos e fiquei escutando o coração dele bater. Parece que as batidas estavam acompanhando a música.

– A música acabou, Luh. – Ouvi Arthur sussurrar e levantei minha cabeça para olhá-lo.
– Só mais uma. – Pedi.
– Só mais uma? – Ele sorriu e eu assenti. – Tudo bem. – Concordou e eu fiquei na ponta dos pés para lhe dá um beijo, que imediatamente foi retribuído.
– Obrigada. – Sorri sem mostrar os dentes. – O seu coração está batendo no ritmo da música. – Contei e Arthur riu ao me puxar para mais perto ainda. Me deu um beijo no topo da cabeça e voltou a acariciar minhas costas com a ponta dos dedos.

Talvez eu quisesse que aquela música durasse algumas horas e não minutos.

– Eu vou ao banheiro. – Avisei quando voltamos para a nossa mesa.
– Tá. Eu já vou pagar a conta. Você vai querer mais alguma coisa?
– Não. Daqui a gente vai para outro lugar? – Perguntei.
– Se você quiser... – Arthur olhou para o lado. – A praia está linda. Podíamos dar uma voltinha. Viu como está cheia de luzes?
– Sim. Da outra vez não era assim. – Lembrei. – Eu não demoro.
– Tudo bem, Luh. – Ele se sentou e chamou o garçom. Caminhei até o banheiro.

Tinha uma mini fila na porta do banheiro. E as mulheres conversavam bastante.

– Demorou. – Arthur se levantou.
  Tinha uma filinha. Ainda tem batom? – Fiz um bico para ele. – Nem consegui me olhar no espelho.
– Ainda. – Arthur respondeu ao passar o polegar em meus lábios. – Vamos?
– Vamos. – Respondi e deixamos o restaurante.

O carro estava estacionado quase em frente o estabelecimento. Mas como ainda íamos dar uma volta, deixamos ele lá mesmo.

Tirei a minha sandália. Senão, ia entrar areia e ia começar a incomodar os meus pés.

– Me dá, deixa que levo. – Arthur pediu as sandálias e eu entreguei. Ele me abraçou de lado e continuamos andando pela areia da praia. O vento estava frio, mas completamente suportável. Era muito bom para se estar abraçado. E uma das minhas mãos já estava por baixo da camisa do Arthur. Ele estava bem quentinho.
– Você não está com frio?
– Frio, frio, não. Por quê? – Ele me olhou.
– Porque eu estou. – Confessei.
– Você é frienta, meu amor. – Arthur me abraçou mais apertado.
– Eu ainda tenho uma surpresa pra você, Arthur.
– Mais uma? O que você está aprontando, Lua? Quando você começa...
– Você não gosta?
– Você me deixa mal-acostumado, loira. Esse é o problema. – Arthur explicou. – Mas eu amo as suas surpresas. O que é dessa vez?
– Pedi pra você lembrar que dia é hoje.
– Vinte e quatro. E daí? É algo que eu não podia esquecer e esqueci? Porque o que eu sei que não posso esquecer em abril, é da data do nosso aniversário de casamento. E já até passou e eu não esqueci.
– Não. Não é nada disso. Vou deixar você pensar mais um pouquinho.
– Lua! – Arthur parou na minha frente. – Você tá muito misteriosa. – Ele riu. – Você tá tão linda. Eu faria amor com você aqui mesmo.
– No meio da areia? – Perguntei divertida.
– Você quer saber como? – Ele me instigou.
– Nãããoo... vai que alguém veja. – Ri de nervoso. Já pensou se alguém nos flagra? Deus me livre.
– Aaah... eu te conheci mais destemida, dona Lua. – Arthur segurou o meu rosto com as duas mãos.
– Desculpa, vai... – Pedi o abraçando pela cintura.
– Tá tudo bem, Lua.  Não leva isso tão a sério. Eu também não ia gostar que alguém nos visse. – Respondeu antes de me beijar.

O beijo começou lento, mas demorou segundos para que eu o aprofundasse de uma maneira que eu sabia que não deveria fazer em público. Arthur não segurava mais a minha sandália, porque eu simplesmente envolvi minhas pernas na cintura dele e ele teve que segurar minhas coxas.

Eu sentia que estávamos ofegantes, mas nenhum dos dois queria cessar o beijo. Comecei a puxar, desajeitadamente, os cabelos do Arthur e senti os apertões dele nas minhas coxas. Eu não sei o que estaria mais vermelho quando terminássemos aquele beijo. Desci os beijos pelo pescoço dele e o sentir arfar antes de soltar as minhas coxas com cuidado e segurar minha nuca com uma das mãos e voltar a beijar meus lábios. Arranhei suas costas por baixo da camisa e Arthur mordeu meus lábios de uma forma sensual. Aquela mão dele, que não tinha nada de boba, eu pude sentir em um dos meus seios. Mas ele logo tratou de descer para a minha cintura e me puxou para mais perto. Encostamos nossas testas e senti a respiração dele tão descompensada quanto a minha.

– Foi você quem começou. – Talvez ele soubesse que eu podia falar algo como “Eu não acredito que você fez isso.” Então tratou logo de se defender.
– E você continuou. – Murmurei. – Não sei quem foi pior. – Acrescentei e acabamos rindo.
– Você me deixa maluco. – Me disse e se abaixou para pegar a minha sandália. As batidas do meu coração ainda estavam aceleradas. – Lua? – Arthur me chamou.
– Achei que realmente íamos transar aqui. – Falei baixo e Arthur me olhou com um sorriso nos lábios. – Acho que eu devo ter sentindo alguma coisa. – Ainda estávamos parados e eu o olhei. Arthur riu alto.
– Por isso que te coloquei no chão. – Admitiu e eu lhe dei um empurrão de leve. – Vem, vamos para o hotel. – Ele me puxou para me abraçar de lado. – Pelo menos ninguém teve a ideia de passar por aqui nessa hora. – Observou quando algumas pessoas começaram a caminhar na direção que estávamos antes.
– Ainda bem! – Exclamei.

Chegamos ao carro e Arthur desativou o alarme e destravou a porta. Sentei no banco ainda tentando recuperar a minha respiração. Minhas bochechas deviam estar vermelhas. Arthur parecia tranquilo. Ele ligou o rádio do carro e depois começou a dirigir.

– No que você está pensando, Luh? Está calada. – Indagou depois de alguns minutos e me encarou.
– Em nada. – Respondi. – Na verdade... Eu falei que tenho uma surpresa. Tudo bem se eu tomar banho primeiro?
– Claro, querida. – Arthur sorriu de lado.

Amanhã é dia vinte e cinco. Minha menstruação desce dia vinte e cinco. A minha surpresa teria que ser hoje ou Arthur ia ter que esperar para realizar esse fetiche em um outro momento e lugar, que não seria esse paraíso de águas verdes e céu estrelado.

– Amanhã a gente vai dar um mergulho. Pensei em alugar algum iate, quem sabe a gente possa dar uma volta. Se você quiser, é claro. – Me contou e eu concordei. – Tem que ser cedo. Depois da nove a praia fica lotada. Você sabe... – Arthur olhou para o relógio. – São quase onze horas. – Disse. “Só falta ele querer dormir quando chegarmos ao hotel”, pensei. – Está tudo bem mesmo, Lua?
– Sim. – Sorri para tentar convencê-lo. Mas eu estava tão nervosa.
– Você parece estranha e nervosa. – Observou e estacionou o carro.
– Eu ainda estou vermelha? – Perguntei baixo.
– Um pouquinho. Sei que foi meio... Uau! Bem excitante, loira. Mas você não precisa ficar sem graça por conta disso. Por favor, Lua. O que estamos comemorando aqui mesmo? – Me lembrou.
– Não tem nada a ver com isso, Arthur. – Contei ao sair do carro.
– E tem a ver com o quê? – Perguntou curioso. – Você não precisa ficar com receio de me contar as coisas ou se não gostar de alguma coisa.

Arthur foi pegar a chave na recepção e eu o esperei na porta. Eu estava pensando se o que eu imaginei, daria certo. Arthur parecia cansado e com zero expectativa de que essa noite terminasse em algo que não fosse nós dois na cama dormindo.

Nunca usei uma calcinha daquela e estava com medo de que ela derretesse antes da hora e que tudo desse errado. Comprei só uma e me arrependi. Poderia ter comprado mais para prevenir.

– E então? – Arthur voltou e não esqueceu da minha resposta.
– Você está muito cansado? – Tentei mudar de assunto e ao mesmo tempo parecer tranquila. Não que eu acreditasse que estivesse fingindo bem.
– A gente pode dormir, Lua. Não tem nenhum problema. Vou deixar você usar o banheiro primeiro, ok? – Ele soou completamente compreensível e totalmente errado diante das minhas intenções.
– Ok. Obrigada. – Concordei com ele. E isso talvez não fosse tão ruim. Se era uma surpresa, Arthur não podia desconfiar de nada.

Chegamos ao nosso quarto e Arthur abriu a porta. Entramos em silêncio e ele colocou a chave do carro, a carteira e o celular sobre a mesinha de centro. As cortinas que decoravam a estrutura de madeira sobre a cama, balançavam sem parar, assim como as cortinas da varanda.

– Eu não vou demorar tanto. – Avisei. Arthur tinha ligado a tevê, mas ainda estava procurando um canal.
– O tempo que quiser, Luh. – Ele se jogou na cama e eu andei até o banheiro.

Ele não estava entendendo nada e isso era notório. Ia ficar com um ponto de interrogação imenso até entender o que vai acontecer.

Tomei um banho meio rápido. Talvez eu estivesse procrastinando um pouquinho. Isso parece tão idiota da minha parte. Seis anos de casada e eu ainda me sinto tão nervosa ao fazer uma surpresa para o meu marido.

Não lavei os meus cabelos e decidi passar o óleo na hora do banho. Se der algo errado, pelo menos Arthur não está vendo. O cheiro é suave – de morango, assim como o sabor da calcinha. Arthur não desconfiaria porque eu uso hidratante e sabonete de frutas vermelhas, e tudo parece quase a mesma coisa.

Saí do banheiro enrolada na toalha e fingi estar procurando uma roupa para dormir. Arthur já tinha tirado a camisa, mas ainda estava de bermuda. Ele levantou da cama e foi para o banheiro. Desliguei a tevê porque eu não tenho nenhum interesse em jogo de beisebol.

Abri com cuidado a embalagem da calcinha. Era uma coisa muito estranha e eu fiquei pensando se realmente tinha gosto de morango – mas eu não quis provar. Ela grudava no corpo e eu senti vontade de rir. Peguei a lingerie e vesti primeiro a meia calça, depois coloquei a calcinha em cima da calcinha comestível, e me senti mais segura. Coloquei a cinta liga e por último o sutiã. Soltei meus cabelos e me sentei na cama.

Arthur talvez não entendesse nada quando me visse de pernas cruzadas sentada na cama, depois de concluir que eu estava com vontade de dormir.

Ele demorou uns dez minutos no banho. Tudo isso pareceu uma eternidade. Eu estava tão ansiosa para saber o que ele ia achar, se ia gostar, se ia entrar no clima ou constatar que eu era bipolar ou algo do tipo – quero estar errada sobre as duas últimas opções.

Arthur saiu do banheiro enxugando os cabelos e vestido com uma cueca boxer preta.  Quando ele levantou a cabeça, franziu o cenho ao me ver. Balançou a cabeça como quem diz "Eu não estou acreditando no que eu estou vendo."


– Lua...?
– Você quer que eu explique?
– Não exatamente. – Ele sorriu de lado ainda confuso e jogou a toalha molhada sem se importar onde ela ia cair. – Eu sei muito bem o que fazer quando eu encontro a minha mulher assim toda sexy de lingerie me esperando sentada na cama. Mas é que... Você não queria dormir?
– Em nenhum momento eu disse que queria dormir. Você que chegou sozinho a essa conclusão. – Respondi me deitando na cama. Arthur riu ao se aproximar de mim e acariciar minha coxa.
– E aquele papo de se eu estava muito cansado? Quando você faz essa pergunta mais de uma vez, é porque delicadamente você tá me lembrando de que 'hoje não', estou errado?
– Hoje você errou. – Toquei os lábios dele com o indicador.
– Lua? – Me chamou depois de beijar meu pescoço. – Essa lingerie vermelha tem a ver com aquele meu...
– Fetiche. – Completei.
– Você tá falando sério? – Ele parecia muito desconfiado.
– Você não está acreditando no que está vendo?
– Com a calcinha comestível? – Perguntou mais baixo.
– De morango. – Contei e Arthur ficou me encarando. – Pensei que você fosse gostar mais. – Comentei depois de um tempo.
– Eu estou tentando me recuperar. – Roçou os lábios nos meus. – Você consegue imaginar a visão que eu tive?
– Não sei se foi tão boa pelo jeito que você me olhou. – Comentei divertida.
– Eu achei que estava vendo coisas. – Confessou. – Eu não esperava ver você assim hoje. Você é muito gostosa. De lingerie vermelha você fica maravilhosa. Muito, muito sexy. – Ele mordeu levemente o meu queixo. – Mas eu quero ver isso de perto. – Arthur desceu os dedos pela minha barriga. – Não parece que essa calcinha é de comer. – Riu.
– É que eu fiquei com vergonha. – Sussurrei.
– Lua, isso é sério? Não é pra você sentir vergonha, meu amor. – Ele fez carinho na minha bochecha. – Eu falei que era só quando você quisesse. – Me lembrou carinhosamente.
– Eu quero, amor. Só que eu estou só com um pouco de vergonha... e também...
– E também?
– Fiquei com vergonha e vesti a calcinha da lingerie por cima.
– Entendi. Você sabe que não precisa sentir vergonha. – Voltou a me lembrar. – Você está tão linda, vida. Você tem que saber disso, Lua.

Começamos a nos beijar. Arthur me puxou para cima dele e eu coloquei uma perna de cada lado da sua cintura.

Pov Arthur

– Eu te amo tanto, loira. – Sussurrei.

Lua estava muito sexy. Eu sempre soube que ela ficaria ainda mais linda com uma lingerie vermelha. Eu só não esperava ver isso hoje.

Falei sobre esse fetiche algumas semanas depois da nossa perda. Foi uma tentativa de fazer com que Lua se distraísse com outras coisas. Nem fazia ideia de que ela ainda se recordava disso. Na nossa viagem para Brighton, ela disse que já tinha comprado a lingerie... Mas de lá pra cá nunca mais tinha tocado no assunto, e eu nunca tinha visto a lingerie.

– Achei que você tinha ficado chateada com alguma coisa de hoje mais cedo.
– Não. Eu fiquei excitada. Sei que você ficou também. – Me responde.
– Fiquei, Lua. E como fiquei. – Afirmei. – Deixa eu ver você direito, linda. – Pedi. – Você está muito sexy. Você vai ouvir eu dizer isso a noite toda. – Contei e ela sorriu antes de se levantar da cama. – Meu Deus! – Exclamei. – Você tem que usar com mais frequência essas cintas ligas. Fica tão espetacular em você. Eu vou tirar bem devagar cada peça dessa. – A olhei. Lua estava completamente vermelha. Eu só nao rir, porque sabia que ela ia ficar ainda mais envergonhada. – Se eu pedir para você dar uma voltinha, você dar? – Perguntei e Lua assentiu tentando conter um riso.
– Estou nervosa. E isso parece tão bobo. – Confessou.
– Está tudo bem. – Segurei em uma das suas mãos. – Vem. – Chamei ela para voltar para a cama. – Você está perfeita. Muito gostosa e não tem que ficar nervosa. Sou eu, Lua. A gente se dá tão bem, meu amor. – Tentei tranquiliza-la. – Quero que seja tão especial para você, como sei que será para mim. Vai ficar tranquila?
– Vou. – Lua sussurrou e tocou meus lábios com o polegar. – Você me faz sentir tão amada, Arthur.
– É porque eu te amo demais. – Acariciei sua bochecha.

Começamos a nos beijar. Não tínhamos pressa, e eu gostava tanto desse ritmo. Lua sempre foi a mais acelerada, mas hoje ela estava contida e mais relaxada. Puxei seus lábios com cuidado.

– Você faz meu coração acelerar. – Deitei Lua com cuidado na cama. – Eu vou fazer isso com muito carinho, loira. Quero que você continue relaxada, tudo bem?
– Tudo bem. – Lua assegurou se ajeitando na cama.
– Vou te beijar inteira. – Contei.

Comecei a massagear um dos pés dela e subi os beijos da ponta dos dedos até a coxa dela, onde a liga estava presa na meia. Levantei o olhar e vi que Lua sorria. Desprendi a liga de uma das meias e depois fiz o mesmo com a outra perna. Tirei as meias devagar, uma de cada vez e subi os beijos para os lábios dela.

– Eu te amo.
– Eu te amo. – Lua me deu uma mordidinha e eu desci os beijos até o cós da calcinha vermelha, que eu tirei sem pressa. E realmente a Lua tinha vestido a calcinha da lingerie por cima da outra que era comestível. – Li que se esquentasse, podia derreter. Eu acho que estou um pouco preocupada com isso – Beijei a parte interna das suas coxas e Lua flexionou os joelhos.
– Deixa eu ver. – Murmurei antes de tocá-la com os lábios. Lua se mexeu um pouco e eu levei as mãos até sua cintura e segurei mais firme. – Eu desejei muito fazer isso, Lua.

Tínhamos os nossos momentos de puro sexo, mas fazer amor sempre era tão mais intenso. Eu sempre gostei de ser carinhoso. Lua gostava, embora as vezes gostasse mais de me contrariar. Ela segurou e puxou meus cabelos enquanto eu acariciava sua intimidade ora com a língua, ora com os dedos.

A calcinha realmente derretia na boca e tinha gosto de morango. E eu já estava pensando em fazer isso mais vezes. Eu conseguia ouvir os gemidos baixos que Lua soltava. Eu não sei se podia ficar mais duro do que eu já estava. Lua estava tão pronta e molhada. Estava tudo sendo tão melhor do que eu ousei imaginar.

– Eu ficaria a noite inteira fazendo isso, Lua. Tem gosto de morango. – Murmurei no ouvido dela. Lua empurrou minha cueca para baixo e segurou em meu membro, já bastante ereto.
– Eu disse que era de morango. – Lua estava com a voz rouca.
– Você continua tão apressada. – Sorri me afastando um pouco e Lua empurrou o corpo contra o meu.  – E eu que quero ser carinhoso.
– Você é. – Lua inclinou a cabeça e tocou meus lábios com os dela.  – Por favor... quero sentir você, meu amor.

Lua voltou a empurrar o corpo contra o meu e eu segurei em sua cintura antes de penetra-la. Ela soltou um gemido baixo ao pé do meu ouvido e arranhou as minhas costas enquanto eu me movia.

Meu coração estava acelerado, eu queria beijar a minha mulher a noite toda. Lua é incrível. Eu sempre me surpreendo com ela. Senti suas mãos tocarem minha nuca e acaricia-las por alguns minutos até Lua começar a puxar meus cabelos de forma desajeitada.

Nossos corpos estavam suados e embora eu quisesse continuar naquele ritmo, eu estava tão excitado que meu controle estava indo embora. Lua tem uma mania incrível e gostosa de me apertar, que embora a minha posição seja de “estou no controle”, Lua fazia questão de me mostrar que o controle sempre é dela e não importa a posição. Essa é a minha mulher.  Amo essa ousadia, esse atrevimento.

Colei ainda mais nossos corpos e intensifiquei as investidas. Parece que eu conseguia ouvir as bastidas do coração da Lua. Na verdade, não sei se era do dela ou do meu. Lua cravou ainda mais as unhas nas minhas costas. Gemi mais alto e apertei uma das coxas dela. Senti ela roçar uma das pernas na minha.

Eu nunca consegui explicar a sensação do prazer se aproximando. O clímax com a Lua chegava a ser tão intenso que na maioria das vezes eu sentia a minha vista escurecer e quando eu abria os meus olhos, tudo estava embaçado.

Encostei minha testa na da Lua e ela inclinou a cabeça para encostar os lábios nos meus. Eu sabia que ela estava tão perto, mais tão perto, que eu resolvi diminuir o ritmo para segurar mais um pouco. Talvez eu estivesse brincando com fogo. Lua ama me mostrar que não é bom que eu brinque com ela dessa forma. Eu vou me ferrar mais tarde.

Mal posso esperar!

Não sei qual de nós dois soltou um longo e alto gemido. Eu não pensei em muita coisa quando Lua disse que me amava e se moveu no mesmo ritmo que eu. Não tive tempo de beijá-la. Chegamos ao ápice juntos. E quando isso acontece, controle é o que menos temos.

– Tudo bem? – Lua suava. Eu não estava diferente. Ventava tão forte, mas isso não fazia nenhuma diferença dentro do quarto. – Lua? – Alguns minutos já haviam se passado.
– Oi. – Ela beijou meu ombro. Nem conseguir sair de cima dela.
– Tá tudo bem? – Repeti mais baixo. Para ser sincero, eu não sabia se falava muito alto ou muito baixo.
– Você me paga. – Pontuou. Ela estava de olhos fechados.
– Ei, o que eu fiz? – Me fingi de desentendido.
– Vou te mostrar o que você fez. – Me avisou. Lhe dei um beijo na testa e outro em cada bochecha.
– Você está muito vingativa. – Comentei. – Gosto disso. Na cama.
– Depois não quero ouvir reclamações. – Lua abriu os olhos. – Estou ótima, Aguiar.
– A calcinha realmente derrete, Lua. – Contei.
– Eu estava muito quente.
– Eu senti. – Dei um tapa no bumbum dela antes lhe dar vários beijos e mordidas no pescoço. – Agora eu vou tirar o sutiã.
– Agora não.
– Por quê? – Perguntei confuso.
– Porque agora é a minha vez! – Exclamou espalmando as mãos em meu peitoral. – Eu sou muito boa nisso, Arthur. E eu vou fazer exatamente daquele jeito que você perde o controle bem rápido. E sabe por quê? Porque eu amo quando você perde o controle.
– Você é muito gostosa!
– Eu sei. Você vai gemer isso e muito mais.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Olá leitores! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Eu trouxe mais uma atualização – hooooot – que eu sei que vocês gostam! Não deixam de comentar – pleeeeeaseee – o que vocês acharam do capítulo e dessa viagem, que está só no começo. O capítulo ficou grande, então, tive que dividi-lo, mas ainda essa semana tem o final, tá?

Abriram os links? O que acham da lingerie, dos looks e do quarto do hotel? Hum, hum...

Vocês gostam de acompanhar os links?

Nosso casal está num clima tão leve. Vamos torcer para que continuem assim – embora eu goste de dar uma leve esquentada.

PS: Essa foi só a primeira parte da realização do fetiche do Arthur. Se o começo já foi assim, vocês devem imaginar o final haha

Prometo trazer o próximo capítulo o mais rápido possível.

Um beijo e até a próxima atualização.
Quero o feedback. Não esqueçam.

11 comentários:

  1. COMO EU ESTAVA ANSIOSA POR ESSE MOMENTO!!!!!!
    Amei a festa e o momento com os amigos. Anie é sempre um amor, adoro quando tem partes em família <3
    Estava muito ansiosa pra essa viagem dos dois e espero que a mínima chance da Lua engravidar, aconteça nessa viagem. Vai ser lindo se isso acontecer <3
    E agora estou mais ansiosa ainda pra continuação desse capítulo. ��

    ResponderExcluir
  2. AHHHHHHH Esse capitulo era tudo que eu precisava ler kkkk ele tá tão lindo, a festa, a viagem com um momento só deles! Da vontade de guardar os dois num potinho!! e ficou realmete como você falou, com gostinho de quero mais!! é muito cedo pra querer ler a continuação?kkkk

    Feh

    ResponderExcluir
  3. Estava ansiosa demais pra ler esse capítulo... Amei a supresa da Lua,amei a festa,o momento deles com os amigos, com a Anie, nosso casal ta bem hot, kkkkkkkk,to amando essa leveza deles.

    ResponderExcluir
  4. Ahhhhhhh Milly que feliz com esse capítulo! Você consegue superar a cada dia mais com suas postagens! Amo demais cada atualização sua! Obrigada por se preocupem sempre em nos manter atualizadas. Nem precioso falar que estou ansiosa para a segunda parte pq vc já sabe né?! Beijossss 🥰❤️

    ResponderExcluir
  5. maravilhoso! ansiosa para o próximo

    ResponderExcluir
  6. Milly, não sei como mas a cada capítulo você me surepreende. Capítulo maravilhoso e só consigo sentir emocão lá no começo. Lindo demais mesmo

    ResponderExcluir
  7. Ainnn como eu amo esse casal!! Que lindo ver eles felizes assim depois do passaram!! Tô é morta que Lua lembrou do pedido da Arthur!! ❤️

    ResponderExcluir
  8. Aaa que maravilhoso esse casal!! Dessa vez os dois arrasaram demais nas surpresas!! Nunca Arthur teria imaginado essa surpresa da Lu com certeza, e Arthur relembrando a Lua de mel até com o mesmo quarto de hotel, morro ❤️ Ainda chocada com Lua realizando o desejo do Arthur ameeii!!

    ResponderExcluir
  9. todo dia venho aqui ver se tem capítulo novo, estou muito ansiosa para o próximo capítulo

    ResponderExcluir
  10. Sem palavras pra essa capítulo maravilhoso ��

    ResponderExcluir