Little Anie | 7ª
Parte
instantes(s.m.)
é o ponto na
linha do destino em que a sua
mão encontrou a
minha. é o primeiro beijo
o segundo beijo,
e cada beijo seu que marca
a história da
minha vida e a reação do meu
sorriso. é o que
se repete quando dois se
gostam, e se faz
passado, presente e futuro
quando dois se
querem.
é saber que
amanhã temos outra chance de
viver cada
momento de novo e fazer de nós
dois um amor
constante.
– João Doederlein
| @akapoeta
Pov Arthur
Londres | Sábado, 23 de abril
de 2016 – Ainda na comemoração de renovação de votos.
A festa está linda
e sobretudo, simples. Nunca gostei de coisas estravagantes e adoro saber que
casei com uma mulher que gosta menos ainda. Lua sabe organizar uma boa festa,
assim como fazer lindas decorações, embora não goste tanto. Para ela é perda de
tempo tratar sobre essas coisas. Não acho ruim que Lua seja diferente de
mulheres que ligam muito para esse tipo de assunto.
Anie está se
divertindo com Katherine numa correria sem parar – é lógico que Bart não as
deixou nem um segundo. Harry está irritando a vida da Mel e da Julia – filha do
nosso produtor.
– O que você está
pensando. – Lua chegou por trás e me deu um beijo no pescoço.
– Que a festa está
linda. Você está de parabéns... e que eu casei de novo. – Sorri.
– Obrigada. – Lua
ficou ao meu lado. – Ainda bem que dessa vez deu tudo certo. Eu não fiz plano
B. – Me contou divertida.
– Não ia precisar.
– Garanti. – Foi lindo. – Confessei olhando para o local onde há alguns minutos
tínhamos feito nossos votos.
– Foi. – Lua me
olhou com os olhos brilhando. – Você me fez chorar. – Disse me dando um
empurrãozinho de lado e eu rir.
– Você também. – A
abracei de lado e depositei um beijo em seus cabelos. – Eu realmente não
esperava.
– Eu sou
surpreendente mesmo! – Lua exclamou e eu concordei.
– Você é incrível,
loira. – Segurei seu queixo e lhe dei um beijo.
– Que horário você
comprou as passagens?
– Seis horas.
Ainda vai dá para aproveitarmos bastante.
– Verdade. E nós
ainda nem almoçamos. – Lua lembrou. – Você não vai beber nada mesmo? – Lua
ergueu uma taça de vinho e eu neguei.
– Você sabe que eu
não estou bebendo, querida. Para de atiçar.
– Só uma taça.
– Lua ressaltou. – E quando fizermos o
brinde?
– Eu brindo. Não
tem problema. – Assegurei.
– Tá uma delícia.
Tem certeza que não quer provar?
– Hahaha... –
Empurrei a taça para o lado. – Eu sei muito bem o que eu quero provar, Lua. E
vou fazer isso mais tarde. Não quero que você esqueça. – Avisei.
– Uhm! Gosto
quando você fala assim. – Confessou e começou a andar. – Me deixa ansiosa.
– É claro que
gosta. – Lhe dei um tapa discreto no bumbum. – Você ficou muito sexy com esse
vestido.
– Obrigada. Estou
me sentido gostosa mesmo!
– E você está. Vou
gostar de tirar esse vestido mais tarde.
– Antes da viagem?
– Uhm... creio que
sim. Na hora do banho. O que você acha? – Sussurrei.
– É tentador...
seria mais romântico se fosse na banheira. – Sugeriu e eu ri baixinho.
– Acho que na
banheira não vai dá tempo. – Comentei.
– Você tem razão.
– Lua concordou. – Podemos perder o voo e nenhum de nós quer isso.
– Não mesmo. –
Afirmei e puxei uma das cadeiras para que ela se sentasse. – Você quer que eu
te sirva?
– É claro. – Ela
sorriu. – Anie? – Chamou nossa filha. – Vem, aqui.
– Mas eu tô
blincando, mamãe.
– Vamos almoçar.
Katherine também vai almoçar. – Lua falou e uma Anie relutante caminhou até ela
quando viu que a amiga também tinha obedecido ao chamado da mãe.
– Eu nem tô com
fome, mamãe.
– Mas nós vamos
almoçar. Por favor, seja uma boa garota. – Lua lhe deu um beijo na bochecha. –
Eu não quero brigar com você por conta disso.
Servi as duas e
depois me sentei ao lado de Lua.
– E então vai ter
lua de mel também? – Harry sorriu.
– Você é muito
depravado. – Lua respondeu bebendo um gole de vinho; que por sinal, ela já tinha
bebido bastante.
– Eu não falei
nada de mais, eu hein. Você que é mente poluída. Só fiz uma pergunta. – Ele se
defendeu, embora não tivesse conseguido segurar o riso.
– A gente te
conhece, Harry. – Mel comentou divertida.
– Mas ninguém me
respondeu.
– Pergunta para o
seu amigo. Só a festa era por minha conta. – Lua se saiu.
– E então, Aguiar,
quer que eu refaça a pergunta.
– Não que te
interesse, mas eu vou ser educado e vou te responder. – Comecei. – Vai ter. A
viagem está marcada para às seis horas da tarde. Mais alguma pergunta? –
Indaguei.
– O destino, seu
debochado. – Ele me repreendeu.
– Hahahaha... mas
isso nem a minha mulher sabe. Então, desiste. Não vou contar. – Respondi entre
risos.
– Que misterioso.
Isso é instigante.
– Harry, tem
crianças na mesa. – John o repreendeu.
– O quê...? Elas
nem entendem. Além do mais, Arthur que está com graça.
– Ei, foi você
quem começou. Quem manda ser curioso. – Me defendi.
– Tááá... sempre
sou eu que começo. Vocês são os inocentes. Uhm! Lua quem vai dirigir? Porque se
for ela, na primeira barreira, ela vai ser multada. – Harry provocou.
– Será que eu não
posso nem beber em paz? O Arthur que é chato ainda nem me pediu para parar, e
você vem com essa?
– Eu só observei.
Você não concorda?
– Eu ainda consigo
te enxergar perfeitamente. Quer comprovar? Posso jogar essa taça em você! – Lua
explicou. Sim, ela estava meio bêbada.
– Deus me livre.
– Acho melhor os
dois pararem, antes que taças voem. – Comentei e todos riram.
Anie e Kathe
almoçaram tão rápido, que me surpreendi pela minha filha não ter implicado com
nada. Ela comeu toda a comida que coloquei no prato.
– Vou aumentar o
som. Posso? – Harry provocou Lua mais uma vez.
– Contando que o
condomínio não me multe por conta do barulho. – Lua retrucou e Harry andou até
a caixa de som. – Se isso acontecer, você que vai pagar.
– Você que é
advogada, você que vai resolver.
– Advogada e não
banco. – Lua pontuou.
Harry foi dançar
com Julia e Hanna. Enquanto o restante ficou na mesa conversando assuntos
aleatórios. Anie e Kathe corriam e brincavam com Bart – que estava cem vezes
mais elétrico.
– Você não acha
que já bebeu demais? – Sussurrei ao me aproximar de Lua.
– Uhm... tá, eu
sei... eu estou ficando meio... – Ela não completou a frase eu concordei.
– Eu sei. –
Afastei a taça que ela pôs sobre a mesa.
– Mas é só um
pouco. – Afirmou e eu sorri.
– Mas é só pra
você não ficar além desse pouco. – Pisquei um olho.
– Tudo bem.
Os convidados
foram embora perto das três horas da tarde. A empresa de decoração que Lua
contratou, já havia desmontado quase toda a estrutura que foi usada.
– Nossa! Bebi
tanta água, que agora não paro de fazer xixi. – Lua me disse assim que entrei
no quarto. Eu tinha ido colocar Anie para dormir, o que não foi difícil, já que
ela estava exausta de tanto correr e brincar.
– Eu confesso que
não era isso que eu esperava ouvir. – Brinquei e Lua riu.
– Anie dormiu? – Mudou de
assunto.
– Sim... eu tive
que prometer várias vezes que antes de viajarmos, chamaríamos ela. Enfim...
– Até lá ela já
vai ter acordado há tempos. – Comentou.
– Certamente. –
Concordei e deitei na cama.
– Você acredita se
eu disser que estou muito, muito, muito cansada? – Lua sentou na cama e colocou
uma das mãos na minha coxa.
– Achei que ia dizer
que estava bêbada. – Ri.
– Idiota! Eu bebi
tanta água para evitar isso! – Se defendeu. – Será que até na hora do voo eu
vou estar com muita vontade de ir no banheiro de dez em dez minutos?
– Espero que não.
Você gosta de sentar no lado da janela e vai ser estressante você passando toda
hora para ir ao banheiro. São quinze horas de voo. – Expliquei. Tentei soar
sério, mas Lua me olhava com cara de “você realmente tá falando isso?”.
– Você já foi mais
compreensível. – Ela se deitou ao meu lado e eu me virei para lhe dar um beijo
na bochecha.
– Por que você não
aproveita e descansa? – Sugeri. – Desse jeito você melhora. – Acrescentei.
– Eu me lembro que
você comentou algo como, banheiro, vestido e tirar... criei expectativas, mas
eu bebi um pouco. – Ela disse baixo e eu rir. Lua me acompanhou.
– Ainda bem que
foi você. – Pontuei divertido. – É melhor você descansar. – Lhe dei outro beijo
na bochecha. – Não vai faltar oportunidades para eu tirar os seus vestidos. –
Sussurrei.
– É... – Lua falou
mais baixo. – Mas eu também nem estou com sono.
– Assim fica
difícil, Lua.
– Você vai dormir?
– Indagou e eu neguei ao balançar a cabeça. – E você vai fazer o que então?
– Eu quero tomar
um banho e ver se eu esqueci de pôr alguma coisa na mala. – Respondi.
– Tá... então eu
posso tomar banho com você? – Lua se apoiou com os cotovelos na cama e me
olhou.
– Lua, Lua... não
era você que estava cansada?
– Eu estou. – Ela
voltou a afirmar.
– Então...? – Eu
sabia que não era só banho que ela queria.
– Você quer mesmo que
eu responda? – Insistiu e eu neguei. – Eu também preciso ver algumas coisas que
eu separei, mas ainda não coloquei na mala. – Confessou.
– Você tá bem
aleatória. Estou um pouco preocupado. – Contei.
– Eu estou bem,
Arthur. Só quis dizer que eu estou esquecendo muitas coisas fora da mala.
– Tá bom. – Sorri
um pouco confuso. – Vem, vamos tomar banho. Eu não quero que a gente se atrase.
– Me levantei da cama.
– Você entendeu
que eu não quero só tomar banho, não é? – Ela me perguntou quando estendi as
mãos para que ela segurasse.
– Entendi, loira.
Por quê? – Ergui as sobrancelhas.
– É que eu pensei
que você não tinha entendido... aí eu não queria insisti. – Explicou.
– Tem coisas que
você nem precisar dizer, querida. Eu te conheço. Vamos?
– É que você disse
que estava preocupado.
– E eu estou. Tudo
bem?
– Sim. Mas... é só
pra você ter certeza de que eu não estou bêbada. – Se explicou mais uma vez.
– Se você
continuar falando isso, eu vou ter certeza que você está.
– Não. É só porque
você acha, mas eu não estou.
– Então deixa eu
te perguntar uma coisa.
– Tá. – Chegamos
ao banheiro e eu fechei a porta. – Você vai lembrar depois?
– De quê?
– Deixa eu ser
mais exato. – Falei colocando-a sobre o balcão da pia e espalmei as minhas
mãos, uma de cada lado do corpo dela. – Você tá um pouquinho bêbada e isso me
faz pensar se é uma boa ideia ou não, transarmos.
– É uma ótima
ideia. Eu concordo. – Lua respondeu rápido.
– Eu quero saber
se você vai lembrar depois.
– Haha... É.
Óbvio. – Enfatizou. – Eu estou me recuperando.
– Você é meio
louquinha. – Mordi seu lábio inferior.
– Só um pouquinho
assim... – Lua mediu com o dedo, o que me fez rir.
– Você disse que
queria na banheira.
– Sim. Mas você
disse que íamos nos atrasar...
– Já são quase
quatro e meia. – Falei ao olhar para o meu relógio.
– Eu acho que dá
tempo. Eu quero que você seja romântico também... É uma delícia quando é
assim... – Confessou me puxando para um beijo.
– E quando é que
eu não sou romântico, hein? – Indaguei lhe dando um cheiro no pescoço.
– Você sempre é...
só que às vezes é diferente. – Lua tentou explicar.
– Você tá bêbada.
– Não consegui evitar a minha risada. – Você é muito engraçada tentando
explicar alguma coisa nesse estado.
– Não estou não.
Você que tá me confundindo. – Lua apontou o dedo para mim e tocou o meu nariz.
– Eu não. Só fiz
algumas perguntas.
– É que só às
vezes quando eu estou um pouco tonta que eu me enrolo. Você sabe... – Ela riu
sem parar.
– Se enrola é? –
Indaguei divertido e rocei meu queixo na bochecha dela. – Vem, desce... eu
falei algo como vestido e tirar, lembra?
– Eu pensei que
era você quem tinha esquecido. – Lua sorriu jogando os braços em volta do meu
pescoço e colocou as pernas em volta da minha cintura. – Eu sou muito
apaixonada por você.
– E eu por você. –
Coloquei Lua no chão. – Acho que a banheira vai ficar para uma outra hora. –
Contei baixo antes de vira-la de costas para mim e de frente para a pia. Lua
apoiou as mãos na pia e sorriu para mim no espelho. Abri sem pressa o zíper do
vestido dela e deslizei as alças pelos seus ombros e braços. Lua levantou os
pés e empurrou o vestido para o lado.
– Agora é a minha
vez. – Me disse. Ela ainda estava de costas para mim e eu lhe dei um beijo no
ombro antes de assentir. Lua se virou e me deu vários beijos no pescoço. Depois
começou a desabotoar a minha camisa; o blazer eu já tinha tirado antes de
entrar no banheiro. – Você fica muito sexy e gostoso de camisa social. – Lua me
encarou antes de depositar beijos em meu peito. – Uhm... Você acha isso
engraçado? – Me perguntou ao me ver com ar de riso.
– Não. – Segurei
seu rosto com as duas mãos. – Acho engraçado é você tentando me seduzir. –
Respondi.
– Eu não preciso
tentar te seduzir... – Ela abriu o botão da minha calça comprida. – Na verdade,
eu nunca precisei. – Sussurrou com os lábios próximos dos meus. Tentei morder
seus lábios, mas Lua se afastou sorrindo e virou de costas. – O que você
pretende fazer agora? – Indagou colocando os cabelos para o lado. E eu
aproximei os lábios do pescoço dela.
– Tirar a sua calcinha.
– Sussurrei e Lua encolheu os ombros. Desci as mãos pela lateral do corpo dela
até chegar ao cós da calcinha e abaixei devagar.
– Você gosta desse
ritmo... lento...
– Você sabe que
sim. – Depositei um beijo em suas costas depois que tirei sua calcinha. – Vai
ficar nessa posição? – Apertei levemente sua cintura e Lua se debruçou sobre o
balcão da pia e sorriu para o espelho. – Vai ficar me olhando? – Indaguei e ela
assentiu com um leve manear de cabeça.
Aproximei o meu
corpo ainda mais do dela e segurei em sua cintura antes de penetra-la. Lua
fechou os olhos e eu sorri ao sussurrar para que ela abrisse os olhos. Meus
movimentos eram lentos e eu não tinha pressa nenhuma – sei que Lua podia sentir
isso. Puxei seus cabelos com cuidado para que ela erguesse a cabeça. Nos
falávamos pelo olhar e eu adoro quando essa conexão acontece. Nossos gemidos
eram abafados pelos beijos que dávamos e Lua empinou o bumbum fazendo com que
eu a prensasse contra a pia.
– Sabe o que
acontece quando você faz assim? – Sussurrei contra o ouvido dela e a vi fechar
os olhos. – Sabe, Lua? – Insisti e Lua jogou a cabeça para trás
encostando em meu ombro. – Abre os olhos. Quero que você sinta isso com os
olhos abertos, meu amor. – Pedi.
– Não faz isso
comigo. – Quase implorou.
– Só posso fazer
isso com você. – Massageei seus seios. Lua rebolou os quadris e me puxou
pelo pescoço. – Luh... Não tem mais o que colar o meu corpo ao seu. – Contei e
levei uma das mãos até seus cabelos e tentei tirá-los do rosto. – Só mais um
pouquinho. – Murmurei e Lua assentiu fechando os olhos vagarosamente. Eu não
havia alterado o ritmo em nenhum instante. Essas coisas são muito melhores
quando feitas sem pressa. Eu sentia a respiração descompensada de Lua bater em
minha bochecha. Seus lábios estavam entre abertos e ela apertou minhas mãos que
estavam em seus seios.
Eu
não queria estar em outro lugar.
– Tudo bem? –
Perguntei após um tempo. Ainda nos olhávamos através do reflexo do espelho.
– Nunca notei que
esse banheiro era tão quente.
– Qualquer lugar
fica muito quente. Você concorda? – Mordi o lóbulo da sua orelha. Lua apenas
sorriu. Ela sabia exatamente do que eu estava falando.
Esse
sorriso é a minha vida toda.
– Te amo, loira
linda. – Lhe dei beijos na bochecha e no pescoço. Lua se encolheu e soltou
risinhos.
– Huum... você que
é lindo. E eu te amo também. Muito, demais, bastante... além da conta. –
Lua roçou os lábios na minha bochecha e desceu para o meu queixo, onde ela fez
questão de dar uma mordidinha. – Amo essa barba por fazer...
– Às vezes. –
Enfatizei dando uma piscadela. Ainda estávamos ‘colados’.
– Não é bem
assim... uhm... deixa eu tentar explicar... – Lua começou a acariciar minha
nuca. – Eu só não gosto... não curto muito – se corrigiu –, quando você deixa
crescer demais ou quando você começa a me irritar passando a barba em mim. Me
dá agonia, me pinica e eu me irrito rápido. E você AMA fazer esse tipo de
coisa. É por isso que às vezes eu comento que tá na hora de você tirar... –
Explicou calmamente. – Ai, assim igual você tá fazendo agora. – Observou. Eu
tinha começado a roçar a barba na bochecha e no ombro dela.
– Te agonia? –
Provoquei.
– Bastante! Além
de me irritar muito rápido. E eu estava bem calma.
– Na verdade, você
estava com a respiração ofegante. – Lembrei.
– Uhm... agora por
causa de quê? – Perguntou irônica e eu me movi para frente. Senti quando Lua
ficou na ponta dos pés e puxou meus cabelos da nuca.
– Preciso responder
com palavras?
– Não. Você foi
muito bom com esse movimento. – Respondeu e acabamos rindo.
– Você é muito
descarada.
– Estou sendo
sincera. – Respirou fundo. – A gente precisa se apressar... já devem ser quase
cinco horas... sei lá... eu estou bem perdida no tempo. – Mudou de assunto.
– Você tem razão.
– Lhe dei um beijo no ombro antes de desferir uma palmada em seu bumbum; que
ela fez questão de empinar ao mesmo tempo que soltou um gemido. – Você gosta
dessa safadeza. – Pontuei saindo de dentro dela.
– Eu nem vou me
dar ao trabalho de negar. – Lua se virou e jogou os braços em volta do meu
pescoço. – Eu estou muuuuito ansiosa para a nossa viagem.
– Eu sei. Eu quero
que a gente se divirta e relaxe na mesma proporção. A gente merece.
– Muito. – Lua me deu
dois selinhos. – Vamos tomar banho ou acho que pode ter segundo round...
– Sorriu maliciosa.
– Hahaha... assim
você vai acabar comigo rapidinho. – Puxei Lua para debaixo do chuveiro.
Uma hora depois.
– Você já colocou o
seu shampoo na mala, Lua? – Perguntei.
Depois que saímos
do banho – que demorou bem mais do que era para ter demorado –, Lua foi
terminar de arrumar algumas coisas que ela “tinha deixado para depois”. Inclusive,
os n´s biquínis que ela tem, que ela demorou para decidir quais levaria. As
minhas coisas já estavam todas arrumadas, e dessa vez Lua não se estressou por
isso. Levaríamos só uma mala e nunca aconteceu de dar certo quando tomamos essa
decisão.
Eu já estava
vestido com uma calça de moletom vinho, uma camisa de manga comprida na cor
vinho, cinza e azul, com algumas listas brancas. Um tênis preto e um relógio –
enquanto Lua ainda nem tinha visto essa parte.
– Já, Arthur. Eu
sei o que tenho que fazer. Você não precisa ficar me perguntando a cada dois
minutos se eu já peguei tal coisa, ok?
– Te pergunto
porque se eu esquecer você vai ficar no meu ouvido a viagem toda com “A
culpa é sua, você não me lembrou de trazer isso ou aquilo e blá blá blá”.
– Revirei os olhos.
– Mentira!
– Admite, Lua. –
Joguei uma necessaire para ela; que já estava sendo esquecida. – Depois sou eu
que esqueço tudo. Aham...
– Mas é você
mesmo. O que eu posso fazer? – Debochou.
– Vamos perder o
voo se você continuar ágil desse jeito. – Ironizei. – Você nem viu que roupa
vai vestir agora.
– Eu já vou terminar!
Ainda é cinco e meia!
– Já devíamos
estar a caminho do aeroporto, baby. Quer que eu te lembre a hora do voo?
– Não. Não
precisa. – Pontuou. – Você tá muito impaciente hoje. – Reclamou. – Não gosto
que me apressem.
– Se perdermos
esse voo, não vamos mais. Você sabe que se adiar não vai dar certo.
– Não vamos perder
nada, amor. Você ansioso é um saco. Eu posso te garantir.
– Tá, Lua. Eu vou
descer.
– Vai lá... tenta
se acalmar e tals. Bebe o seu café. – Piscou um olho divertida. – Vê o que a
sua filha está aprontando. Que desde que acordou, ela não veio aqui.
– Minha filha.
– Enfatizei. – Até parece que elétrica do jeito que ela é, ela puxou para mim.
– Comentei antes de sair do quarto e ouvi Lua rir.
*
O momento mais difícil
da viagem tinha chegado: nos despedirmos da nossa filha. Fazem quatro
anos, um mês e onze dias que eu e a Lua não viajamos os dois juntos, sozinhos. É
difícil, é complicado deixar aquela coisinha fofa, carinhosa e que às vezes me
irrita e todas as outras vezes me encanta na mesma intensidade. Eu viajo com
frequência, ao contrário da Lua, que sempre sofre muito mais em ter que deixar
Anie sobre os cuidados de outras pessoas – mesmo que a gente confie muito
nessas pessoas. Ela não está acostumada a ficar alguns dias longe da nossa
filha.
– Vem aqui, meu
anjinho. – Lua chamou a pequena. Anie caminhou até a mãe e estendeu os
bracinhos para abraça-la. – A mamãe vai sentir tanta saudade, mais tanta
saudade, meu amor.
– Eu também... eu
nem quelia ficar aqui só eu. – Anie contou ainda abraçada a mãe.
– Mas você não vai
ficar sozinha. A Carol e a Carla vão cuidar de você, neném. E a tia Mel está
aqui para ajudar, caso elas precisem. – Lua explicou com calma. – E a mamãe e o
papai vão ligar sempre e você pode ligar a hora que quiser e quantas vezes
quiser.
– Eu posso ligar a
hola que eu quiser mesmo?
– Claro que sim,
meu amor. – Assegurei e Lua sorriu afirmando. Me aproximei e me abaixei para
ficar do tamanho delas. – Vou sentir saudades também. Você sabe, não sabe, meu
bebê?
– Eu sei, papai. –
Anie me abraçou também. – Não vai demolar muito pla vocês voltalem pla cá pla
casa?
– Não, meu amor.
Os dias vão passar bem rapidinho. – Contei.
– São só quatro
dias, filha. – Lua ressaltou mostrando quatro dedos e Anie a imitou.
– Assim, mamãe?
– Sim.
– Igual que é cada
dedo um dia. É assim? Igual a senhola me expicou um monte de dia?
– Sim. Igual a
mamãe já te explicou há alguns dias. – Lua sorriu. – Você é a coisinha mais
linda do mundo. Eu vou morrer de saudades, filha. – Lua puxou Anie para um
abraço.
– Eu também vou
sentir um monte de saudade da senhola e do meu papai. – Anie soltou um suspiro.
– Agora vamos te
falar algumas coisas sérias que a senhorita precisa escutar com atenção, ok? –
Comecei.
– O que é então?
– Nós vamos viajar
– apontei de mim para a Lua –, mas a Carol vai ficar e ela vai ser a pessoa
mais responsável por você durante os dias que eu e a sua mamãe não estaremos em
casa. Você sabe o que isso significa?
– O quê?
– Que você terá
que obedecer a tudo o que ela disser. E ela já está sabendo que pode nos ligar
a hora que você começar a fazer birra e desobedecer ela. Você sabe que eu e a
sua mãe não vamos gostar nadinha de saber disso, certo? – Falei sério.
– Tá, eu sei. É
claro que eu vou obedecer a Carol, papai.
– É claro é? – Lua
repetiu. Mas logo acrescentou. – Vamos confiar em você. A Carla e a tia Mel
também vão ficar de olho em você. É para dormir às oito, dona Anie. Tomar café,
almoçar, lanchar e jantar nos horários certos. Tem a hora para brincar e a hora
de ir para o balé. Eu só estou te lembrando, não tem nada de diferente de tudo
o que você já faz. Então, eu não quero saber que você fazendo confusão para não
fazer essas coisas. Você está me ouvindo?
– Eu tô mamãe. Mas
eu já sei.
– Que bom então.
Assim a gente não precisa chamar a sua atenção.
– Não quelo que
biguem comigo. – Anie fez um bico.
– Nós não estamos
brigando com você. – Lua ressaltou. – Nós estamos conversando.
– Vem aqui. – Lhe
chamei. – Me dá mais um abraço. Você entendeu tudo mesmo?
– Eu entendi,
papai! – Anie respondeu antes de me abraçar.
– Eu acredito,
hein?! – Sorri e lhe dei vários beijos.
Conversamos
novamente com Carol e nos despedimos dela, da Carla e da Mel. Já estávamos
visivelmente atrasados. Nosso voo está marcado para às seis horas da tarde e já
são cinco e meia. Espero que o trânsito não esteja intenso e caótico.
Saímos de casa
quase correndo. Abri o porta-malas e coloquei a nossa mala. Lua estava linda
com uma calça de moletom cinza, um cropped de capuz da mesma cor da calça, um
tênis cinza e uma bolsa azul de listas brancas.
No avião – meia hora de voo.
Lua estava sentada
na poltrona ao lado da janela. Faziam uns cinco minutos que ela havia se
chegado mais perto de mim em silêncio e encostado a cabeça em meu ombro. Fiquei
calado enquanto folheava uma revista que eu havia comprado quando ainda estávamos
no aeroporto.
– Arthur? – Me
chamou baixo.
– Oi. – Respondi
fechando a revista e ouvi Lua soltar um suspiro baixo. – O que você quer falar?
– Indaguei.
– É que... aah...
eu estou com saudades da nossa filha. – Confessou. – E agora que fez – Lua
olhou para o relógio. – meia hora de voo. – Me olhou.
– Eu sei, meu
anjo. – Lhe dei um beijo na testa. – Eu também sinto falta dela. Mas o que me
tranquiliza é saber que ela está sob o cuidado de boas pessoas. Tenta ficar
relaxada, Luh.
– Eu sei, amor. Eu
confio nas meninas. O problema não é esse... você sabe... É que ainda é difícil
para mim viajar e deixar ela. É diferente de quando ela fica com você. Aí agora
estamos viajando juntos. E já fazem tantos anos que isso não acontece...
– A idade da nossa
filha. – Contei. – Eventualmente íamos viajar um dia sem a nossa filha, Luh. E
isso não nos faz pais ruins, querida. Não quero que você sinta culpa.
– Não estou me
culpando. É só uma sensação diferente de aperto no peito.
– Saudades. –
Sorri e lhe dei um beijo na ponta do nariz.
– É. – Lua também
sorriu. – Sei que precisamos de um tempo só nosso.
– Sim. E não é
todo dia que se faz seis anos de casados. Quero que seja uma viagem que a gente
relaxe e se divirta muito.
– Eu também... mas
sei que ainda vai demorar para que eu me acostume. – Confessou.
– Sim... foi assim
comigo no começo. Agora eu já me acostumei. Mas isso não quer dizer que eu não
sinta muitas saudades. – Expliquei. – Só que eu já consigo lidar com esse
sentimento. Tenta dormir, Luh. Sei que você não gosta muito de dormir durante o
voo, mas assim você não pensa na saudade. E não fica mal. – Sugeri.
– E se eu sonhar?
– Lua riu.
– Aah, querida. –
Puxei ela para mais perto.
– Não estou
achando ruim estarmos aqui, agora. – Deixou bem claro. – Não é isso.
– Eu sei que não,
loira. Eu entendi o que você disse.
– É que ela ainda
é bebê. Eu ainda vejo ela tão bebê. – Lua fez um bico.
– Nossa filha
ainda é um bebê, vida. – Sorri. – Anie ainda não sabe nem tomar banho sozinha.
– Você acha que
ela vai fazer birra?
– Não vou me
surpreender se a Carol ligar e nos contar que Anie não quis tomar banho ou sei
lá... dormir cedo. – Comentei.
– Nem eu. – Lua entrelaçou
os dedos nos meus.
– Está tudo bem,
Lua. Conhecemos a filha que temos. – Depositei um beijo em sua testa. – Você
vai tentar dormir?
– Acho que sim...
– Lua colocou uma das pernas por cima da minha e uma das mãos por baixo da
minha camisa e ficou subindo e descendo as unhas nas minhas costas.
– Você vai fazer
isso a viagem toda, loira?
– Só até eu
dormir. – Ela levantou o olhar e me jogou um beijo. – Essa poltrona seria mais
confortável se eu pudesse inclinar mais ela.
– Mas você pode. –
Falei e olhei para trás.
– As pessoas atrás
podem se sentir incomodadas. – Lua comentou.
– Então fica
quietinha aqui. Você sabe que eu não vou me incomodar. – Apertei levemente a
cintura dela.
White Bay, Jost Van Dyke – Caribe
Domingo, 24 de abril de 2016 – Cinco e
quarenta da tarde.
– UAU! – Lua
exclamou quando eu abri a porta do nosso quarto e dei passagem para que ela
entrasse. – Parece que é o mesmo quarto, Arthur.
– É o mesmo
quarto, Lua. – Contei ao fechar a porta.
– Você não me
disse isso. – Ela me olhou surpresa.
– Fazia parte da
surpresa. O mesmo destino, o mesmo quarto... ou quase isso. Mudou algumas
coisas... nós mudamos também. – Sorri com carinho.
– Eu nem sei o que
te dizer... – Lua franziu o cenho.
– Não precisa dizer
nada, meu amor. – Abri a grande janela do quarto.
– A vista daqui é
maravilhosa! – Lua respirou fundo. – Ainda não acredito que estamos aqui de
novo. Seis anos depois. A gente falando assim parece tanto tempo e às vezes
parece que não passou tudo isso. – Ela parou ao meu lado. – A gente fez amor
aqui, Arthur. E eu estou falando dessa varanda. – Ressaltou me encarando. Sorri
de lado.
– Fizemos amor em
todos os cantos desse quarto, Lua. – Lembrei e ela afirmou.
– Hum... – Ela
voltou para dentro do quarto. – Agora eu não sei se você ainda tem esse pique
todo.
– Aah, você não
sabe? – Ironizei. – Tá bom, se você provocar, você vai ver. – Avisei.
– Eu estou cansada
agora. – Me disse.
– Você corre que
eu sei. – Ri jogando a cabeça para trás. – Vou tomar um banho. Ou você quer ir
primeiro ou vir junto?
– Primeiro, senão
você vai ficar me provocando. – Respondeu.
– Claro que não,
loira. Relaxa. – Assegurei, mas acabei me jogando na cama. Eu certamente a
provocaria mesmo. – Aproveita e tira a minha toalha da mala. – Pedi. Se tem uma
coisa que Lua não usa em hotel, é a toalha.
– Você sabe que
dia é hoje?
– Sei... dia vinte
e quatro. – Respondi. – Por quê?
– Pensa aí. – Lua
me jogou a toalha e foi para o banheiro. – Meu Deus! O banheiro continua
igual... essa banheira... – Ouvi Lua rir.
– Deixa eu tomar
banho com você, loira. – Provoquei.
– Eu tenho
lembranças maravilhosa desse lugar. – Lua me ignorou.
– Eu também, Lua.
Eu nem consigo contar.
*
– Você dormiu? –
Lua perguntou assim que saiu do banheiro. Eu não sei se ela tinha demorado
muito, mas eu provavelmente tinha cochilado.
– Acho que não. –
Me sentei na cama. – Você não vai querer comer nada?
– Não. Eu quero
dormir um pouco. E você? – Lua já tinha separado a roupa dela e tirou a toalha.
– Vou descansar
também. Mas se você quiser comer, eu peço alguma coisa.
– Só mais tarde...
a gente pode jantar em outro lugar. – Sugeriu. – O que você acha?
– Tudo bem. –
Concordei.
– Tinha esquecido
que aqui faz frio à noite. – Comentou depois de vestir um short branco e um top
da mesma cor.
– Frienta. –
Pontuei e entrei no banheiro.
– Vou ligar para
casa. – Mudou de assunto. – Lá ainda é de manhã. Acho que Anie está acordada.
– Liga. – Respondi
e Lua não me disse mais nada.
Ligação ON
– Oi, Carol. Anie
está acordada? – Ouvi perguntar.
...
– A viagem foi
tranquila. Bem cansativa, mas chegamos bem. Acabamos de chegar na verdade.
...
– Oi, neném...
como você está, filha? – Lua estava bem emocionada. Eu podia jurar que ela
choraria a qualquer momento.
...
– Aaah, meu
amor... a mamãe também está com saudades de você.
...
– Seu papai está
tomando banho. Já, já ele fala com você.
...
– E o que você
está fazendo?
...
– Hum, brincando
com o Bart é? E já deu comida pra ele?
...
– A Carol te
ajudou? Muito bem. Você tem que falar sempre com ela. Ela sabe os horários
certinho da comida dele.
...
– Depois vocês vão
fazer brigadeiro?
...
– Pode, filha.
Tudo bem. Mas só hoje, tá? Não pode comer doce todos os dias. Eu já te
expliquei.
...
– Eu sei que você
sabe. Só estou te lembrando. – Lua riu. – Olha, seu papai já saiu do banho.
...
– Tá. Deixa ele
vestir uma roupa. – Lua me encarou. Vesti um short e uma camiseta e me sentei
na cama. – Acho que ela está com mais saudades de você do que de mim. –
Lua me entregou o celular e eu revirei os olhos.
– Oi, filha. –
Falei com Anie.
– Oi, papai!
– Ei, como você
está? – Deitei minha cabeça sobre a coxa da Lua.
– Eu tô bem,
papai! A minha mamãe me deixou comer chocolate! Bigadeilo de chocolate! Mas é
só hoje. – Me contou.
– Sim. Só hoje.
Que bom que você sabe. – Sorri. – Está se comportando?
– Sim, papai. É
claro que sim.
– É claro que sim.
Eu te conheço.
– Eu só tô
blicando com o Bart. Só isso!
– Continue bem
comportada então. Eu e a sua mãe vamos adorar saber disso todos os dias. –
Contei e Anie deu uma risada alta.
– Anie, hora de
almoçar. – Acho que era a Carla quem estava chamado ela.
– Eu estou
escutando, filha. É melhor você ir almoçar.
– Tá, então eu
vooou... – Disse sem vontade. – Um beijo, papai.
– Um beijo, meu
amor. Vou passar pra sua mãe, para você se despedir dela.
– Tá, papai. – Entrei
o celular para a Lua.
– Oi, amor.
...
– Um beijo. Eu
também te amo, meu neném.
...
– Tchau. Ei,
continue se comportando. – Lua sorriu.
Ligação OF
– Acho que ela
está com mais saudades de você do que de mim. – Imitei ela. – Para de falar
bobagem, loira. Você sabe que isso não é verdade. – Falei me deitando sobre
ela.
– Não é bobagem. –
Retrucou.
– Claro que é,
Lua. Ela nem disse que me amava, olha. – Observei.
– Ai, Arthur. –
Agora foi a vez dela de revirar os olhos.
– Tá vendo como é
chato fazer draminha? – Ri roçando os lábios na bochecha dela.
– Para, não tem
nada de drama!
– Tem sim, minha
dramática preferida. – Acomodei meu rosto no pescoço dela. – Para de falar
isso. Eu não gosto. Anie ama nós dois. Somos os melhores pais do mundo. Não
teria como ser diferente. – Expliquei.
– Tá bom. Você não
disse que queria descansar?
– E quero. Mas
você já tá chateada aí.
– Não estou chateada,
Arthur. Você é muito implicante!
– É só draminha
então? – Provoquei e Lua me deu um tapa. – AAI! Você me bate demais, loira. –
Comecei a rir e Lua me acompanhou. – Vamos dormir, meu bebê ciumento.
– Se for pra você
parar de me encher o saco. – Lua resmungou.
– Ai, eu já estava
até sentindo falta dessas patadas. – Abracei ela pela cintura.
– Se você
continuar assim, é só isso que você vai ter de mim.
– Nem beijinho,
vida? – Levantei a cabeça para olhá-la.
– Não! Porque
quando você quer ser insuportável, você consegue. – Me disse séria.
– Sem biquinho,
Luh. Me dá um beijo?
– Arthur, eu quero
dormir.
– Só um beijinho,
vida. – Insisti.
– Só um.
– Demorado. – Pedi
atrevido.
– Safado.
– Linda. Eu sei
que você gosta desse chamego todo. – Rocei o meu nariz no pescoço dela. – Você
tá muito sexy com essa roupa. – Lhe dei um tapa no bumbum. Lua segurou meu
queixo antes de encostar os lábios nos meus. – O que.. você vai querer...
fazer? – Indaguei, mas ela não me disse
nada. – Eu vou te morder se você ficar só fazendo isso. – Avisei. – Luuaa...
Luuaa... – Nós começamos a rir. – A gente não vai dormir. Depois você vai ficar
dizendo que eu que não deixei. Aaii... – Lua me mordeu antes de me beijar.
– Agora você vai
dormir? – Lua me perguntou.
– Huum... é um
pouco complicado. Você tá tão cheirosa. Vou dormir assim. – Ri e Lua começou a
acariciar meus cabelos.
– Já são quase
sete horas, amor. – Lua me lembrou.
– Tá. Vamos
descansar um pouquinho. – Dei outro beijo nela antes de me aquietar.
Pov Lua
Eu não demorei
muito a dormir. Arthur tinha começado a querer me irritar. Ele é muito bom
nisso. Agora eu não sei que horas são e nem há quanto tempo estávamos dormindo.
Mas agora eu estou com fome. Eu nem consegui me mexer. Arthur está deitado com
uma das pernas sobre a minha e os braços envoltos na minha cintura.
– Arthur...
– Chamei ele baixo. – Acorda, amor.
– Uuuhm... que
hora é isso?
– Não faço ideia.
Mas estou com fome, Arthur.
– Deixa eu acordar
direito. – Ele riu e eu concordei. Arthur virou para o outro lado da cama e eu
levantei.
– Eu só não quero que
você volte a dormir, Arthur. – Avisei e fui para o banheiro.
– Fica tranquila,
loira. – O ouvi dizer.
Arthur estava
sentado na cama quando voltei para o quarto e mexia no celular.
– Que horas são?
– Oito e
meia, loira. – Arthur me respondeu. – Você vai querer jantar aqui no hotel ou
em outro lugar?
– Em
outro lugar. E você?
– Onde
você quiser. – Ele sorriu. Retribui o sorriso e abri a mala.
– Acho
que eu vou colocar as roupas aqui no guarda-roupa. Só para não ficarmos abrindo
e fechando a mala toda hora.
– É uma
boa ideia. Quer que eu ajude?
– Seria
bom, querido. – Respondi e Arthur caminhou até onde eu estava. – Já estão
dobradas. Só arruma aí dentro. – Separei primeiro as roupas dele para serem
guardadas. Depois separei as minhas. – O que você acha desse short jeans e
desse cropped verde?
–
Lindos, Luh.
– E essa
roupa branca? – Entreguei a roupa para ele. Tinha um decote bem ousado e eu
nunca havia usado. Como o tecido era leve, resolvi trazer para a viagem.
– É
linda também, Luh. Por quê? – Arthur olhou a roupa e me entregou.
– Qual
você acha melhor? Estou na dúvida.
– Aah,
loira... você decide. – Ele sorriu de lado. – Se eu escolher uma, você vai usar
a outra. – Explicou organizando as roupas no guarda-roupa.
– Claro
que não! Você que não quer escolher o cropped porque tem esse branco de decote.
– Nada a
ver. Você pode usar o decote. Eu não vou dizer ao contrário.
– Vou
usar o branco então. – Provoquei.
– Usa. –
Ele riu. – Sei que você quer me provocar. – Ele me deu um beijo na bochecha. –
Você é tão linda. Esse decote vai ficar maravilhoso. Quer usar? Usa, Lua! – Ele
me encarou. – Eu vou estar com você mesmo. – Deu de ombros.
– Pega
essa calcinha branca de cós de renda. – Tentei segurar a minha risada com
a última frase dele.
– Essa
daqui? – Me mostrou a peça íntima e eu peguei.
–
Obrigada.
– De
nada, loira. – Ele andou até o guarda-roupa. – Vou de bermuda, camisa manga
comprida e chinelo. Você tem razão quando diz que aqui faz frio a noite.
Ele
separou as roupas e voltou para o banheiro. Terminei de arrumar meus produtos
de higiene, hidratante para o corpo, creme de cabelo e etc., peguei uma
necessaire e abri, eu tinha trazido um batom e um rímel. Não costumo usar tanta
maquiagem. Comecei a rir quando vi um saquinho bem aleatório dentro dela.
Arthur
havia me confessado, ano passado, que tinha um fetiche e faziam alguns meses
que eu tinha comprado a calcinha comestível de sabor de morango, que ele
ressaltou que queria que eu estivesse usando. Eu confesso que estou com muita
vergonha de vestir isso. Já li a embalagem várias vezes. Diz que quando
esquenta, derrete e antes de usar, é preciso passar um óleo corporal – que eu
também tive que comprar.
A
lingerie vermelha é muito linda. Tem meia calça e cinta liga. É muito sexy. E
Arthur nem faz ideia que eu trouxe tudo isso para essa viagem.
– Ei, o
que você tá rindo? – Arthur também riu ao me olhar. – Está parecendo uma boba.
– Passou o polegar sobre os meus lábios e depois me deu um selinho.
–
Uuuhm... É que eu lembrei de uma coisa engraçada. – Contei e Arthur se afastou.
As roupas dele estavam sobre a cama, então ele foi se vestir.
– O que
você acha dessa camisa?
– Você
fica muito gostoso com camisa social e camisa manga comprida. – Apertei as
bochechas dele com uma mão e comecei a lhe dar vários beijos. – Amo esses
lábios vermelhos, sabia? – Indaguei e Arthur assentiu. – Posso morder? – E antes
que ele deixasse, eu dei algumas mordidinhas e Arthur me puxou pela cintura. –
Aaain...
– Você
fica provocando... depois pede pra parar. – Me lembrou me dando um beijo no
pescoço. – Você está tão cheirosa. – Disse e logo me deu um selinho. – Que
horas vai começar a se arrumar, hein?
– Já
vou, Arthur. – Falei indo pegar meu macaquinho branco de renda. Deixei sobre a
cama e fui para o banheiro escovar os meus dentes.
– Quero
comer peixe. E você?
– Pode
ser também... – Respondi. – Com batatas ou ao molho ou por que não os dois? –
Falei do banheiro.
– Quero
empanado. – Arthur me contou. Terminei de escovar os meus dentes e voltei para
o quarto.
–
Arthur? A gente vai andando? – Tirei meu top.
–
Aluguei um carro, Luh. É melhor. Podemos sair e voltar a hora que quisermos sem
depender de ninguém. – Ele me olhava enquanto falava.
– Quando
foi que você fez tudo isso que eu nem percebi? – Tirei meu short e a calcinha.
Arthur estava sentado na cama.
– Eu nem
sei como consegui isso. – Confessou. – Ainda mais sabendo do jeito que você é
desconfiada e curiosa. – Disse divertido ao me olhar vestir a calcinha e logo
depois a roupa.
– Vou de
cabelo preso. O que você acha? – Prendi meus cabelos com uma das mãos e olhei
para o espelho. – Pega a minha sandália, por favor.
– Por
que vocês mulheres são assim? Você mesmo, “Arthur o que você acha?”, depois
“Arthur, pega a minha sandália.” E eu nem tive tempo de responder a primeira
pergunta. – Reclamou indo buscar a minha sandália. – Que sandália, Lua?
– A
única que eu trouxe, Arthur. Por que vocês homens são assim? Não sabem procurar
nada? – Indaguei no mesmo tom que ele.
– Aah, é
assim? – Ele trouxe a sandália e riu ao me entregar. – Você é muito atrevida,
Lua.
– Isso
nem é surpresa pra você. – Comentei prendendo meus cabelos.
– Eu me
surpreendo. Não estou mentindo.
– Você
já está com a chave do carro? – Coloquei os brincos e depois passei o rímel e o
batom.
– Não.
Vou pegar lá na recepção.
– E
então, como estou? – Dei uma voltinha na frente dele.
– Linda!
– Arthur se aproximou. – E sexy. – Sussurrou no meu ouvido.
– Não
vai reclamar do decote? Hum! Isso é uma surpresa.
– Hahaha...
Você sabe que eu evoluí bastante a respeito disso, loira. Tenho ciúmes? Tenho,
mas você é tão linda. Não vou mais implicar com as suas roupas. – Contou.
Não que
antes ele reclamasse com frequência. Mas uma vez ou outra ele decidia falar dos
tamanhos dos meus shorts, vestidos e decotes. E já chegou a sugerir que eu
trocasse de roupa, o que nunca aceitei, é óbvio. Mas na maioria das vezes ele
me elogia e diz que eu posso usar a roupa que eu quiser.
– Eu te
amo tanto, sabia? – Apoiei as duas mãos em seus ombros.
– Sabia.
– Arthur me beijou. – Sei que já fui chato, vai... – Ele riu me segurando na
cintura. – Mas já faz tanto tempo que eu nem gosto de lembrar. – Me deu
novamente um beijo.
– É só
quando você está desocupado que resolve se incomodar com o que não é da sua
conta. – Pontuei tocando a ponta do nariz dele com o dedo indicador.
–
Ééér... – Ele sorriu. Tinha mais era que concordar mesmo, eu não estava mentindo.
– Vamos? – Mudou de assunto.
– Vamos!
Estou com fome. Muita fome.
– Eu
também.
Saímos
do quarto e fomos até a recepção pegar a chave do carro que Arthur alugou até
terça-feira.
A noite
está tão linda. A lua está enorme e muito alta. O céu está incrivelmente
estrelado. É tão raro uma noite assim em Londres. Mas aqui parece tão comum.
– Quer
escolher o lugar?
– Pode
escolher, querido. – Coloquei o cinto de segurança e Arthur ligou o carro.
Não
corremos o risco de nos perder, pois os lugares ficam próximos uns dos outros.
Arthur
escolheu um restaurante com vista para o mar. Estava parcialmente cheio e
tocava uma música bem agradável. Alguns casais dançavam e tantas outras pessoas
conversavam e comiam.
Nossos
pedidos foram, peixe ao molho com batatas, para mim, e peixe empanado para o
Arthur. Ele me perguntou se eu queria beber vinho ou outra bebida. Falei que só
queria vinho se ele me acompanhasse. Então ele escolheu um vinho seco frutado –
quase nada alcoólico.
Pedi de
petiscos chips de beterraba para comer até os nossos pedidos chegarem. Arthur
pediu chips de batata. Ele faz zero questão de comer legumes – e a nossa filha
herdou isso dele.
Conversamos
sobre coisas bem aleatórias, desde a volta dos shows da banda, até as minhas férias
– que eu nem sabia quando iria tirar novamente. Concordamos que, em um outro
momento, precisávamos conversar sobre a ida da Anie para a escola. É tudo tão
novo, que tomar essa decisão nos traz mais preocupações e responsabilidades. Quando
eu não tinha a Anie, me parecia que matricular uma criança na escola era algo
muito simples. Mas agora não é. Tanto que
estamos adiando essa conversa há muitos meses – desde o ano passado para ser
mais exata. A escola precisa ser de confiança e segura. E temos que nos atentar
para a didática que é usada pelos professores na hora de abordar um assunto,
seja ele qual for. Anie é muito pequena. Sei que qualquer assunto que for tratado
com crianças da idade dela, não será tão detalhado e complicado.
– Estou
tão feliz de estarmos aqui, Lua. Isso estava bem longe de acontecer há alguns
meses. Na verdade, nem pensei nesse aniversário de casamento. Não que eu tivesse
esquecido. Só que... tinham coisas mais... tinham outras coisas que me preocupavam
mais. – Arthur suspirou e logo depois sorriu de maneira carinhosa.
– Eu
também estou muito feliz, Arthur. Muito, muito mesmo. – Confessei acariciando o
dorso de uma das mãos dele que estava sobre a mesa.
– Eu jamais
imaginaria que você fosse querer renovar os votos. Eu fiquei muito surpreso e
ainda mais apaixonado por você. – Contou depositando um beijo na minha mão.
– Pensei
que fosse dá tudo errado. Sei lá... – Comecei a rir. – Você sabe como eu sou. –
Encolhi os ombros.
– Deu
tudo certo, loira. Foi tudo tão perfeito. Eu te amo demais, mulher. – Arthur
apertou levemente as minhas mãos. – Quero te beijar. – Sussurrou.
– E eu
quero dançar... – Falei no mesmo tom que ele e olhamos para a pista de dança. Alguns
casais ainda estavam lá.
– Pode
ir, loira. – Arthur me olhou divertido.
– Com
você, Arthur.
– Aah,
nem inventa, Lua. – Ele riu. – Você sabe que eu sou um péssimo dançarino. – Me
lembrou.
– Mas eu
gosto de dançar com você. Essa música é linda. Por favor!
– Não
faz assim. Eu não consigo te dizer não. – Ele riu. – Que droga! Eu vou passar a maior vergonha.
– Que nada.
A gente dança abraçadinhos. Por favor... – Insisti. Sabia que nem precisava de
muito para fazê-lo mudar de ideia.
– Aargh!
Vem, mas se eu pisar no teu pé, não quero ouvir reclamações. – Me avisou logo.
– Só não
vale pisar de propósito. – Ressaltei.
– Ei, eu
nunca fiz isso. – Nós dois rimos e nos levantamos. Arthur segurou em uma das minhas
mãos e caminhamos até a pista de dança.
Arthur segurou
minha cintura com as duas mãos e me puxou para mais perto. Coloquei meus braços
em volta do pescoço dele e descansei minha cabeça em seu peito. Ele envolveu um
dos braços na minha cintura e o outro ele ficou acariciando minhas costas e
meus cabelos. Nos balançávamos no ritmo da música – e ele ainda não tinha
pisado em nenhum dos meus pés.
Fechei meus
olhos e fiquei escutando o coração dele bater. Parece que as batidas estavam
acompanhando a música.
– A
música acabou, Luh. – Ouvi Arthur sussurrar e levantei minha cabeça para olhá-lo.
– Só
mais uma. – Pedi.
– Só
mais uma? – Ele sorriu e eu assenti. – Tudo bem. – Concordou e eu fiquei na
ponta dos pés para lhe dá um beijo, que imediatamente foi retribuído.
– Obrigada.
– Sorri sem mostrar os dentes. – O seu coração está batendo no ritmo da música.
– Contei e Arthur riu ao me puxar para mais perto ainda. Me deu um beijo no
topo da cabeça e voltou a acariciar minhas costas com a ponta dos dedos.
Talvez eu
quisesse que aquela música durasse algumas horas e não minutos.
– Eu vou
ao banheiro. – Avisei quando voltamos para a nossa mesa.
– Tá. Eu
já vou pagar a conta. Você vai querer mais alguma coisa?
– Não. Daqui
a gente vai para outro lugar? – Perguntei.
– Se você
quiser... – Arthur olhou para o lado. – A praia está linda. Podíamos dar uma
voltinha. Viu como está cheia de luzes?
– Sim. Da
outra vez não era assim. – Lembrei. – Eu não demoro.
– Tudo
bem, Luh. – Ele se sentou e chamou o garçom. Caminhei até o banheiro.
Tinha uma
mini fila na porta do banheiro. E as mulheres conversavam bastante.
–
Demorou. – Arthur se levantou.
– Tinha uma filinha. Ainda tem batom? – Fiz um bico
para ele. – Nem consegui me olhar no espelho.
– Ainda.
– Arthur respondeu ao passar o polegar em meus lábios. – Vamos?
– Vamos.
– Respondi e deixamos o restaurante.
O carro
estava estacionado quase em frente o estabelecimento. Mas como ainda íamos dar
uma volta, deixamos ele lá mesmo.
Tirei a minha
sandália. Senão, ia entrar areia e ia começar a incomodar os meus pés.
– Me dá,
deixa que levo. – Arthur pediu as sandálias e eu entreguei. Ele me abraçou de
lado e continuamos andando pela areia da praia. O vento estava frio, mas
completamente suportável. Era muito bom para se estar abraçado. E uma das
minhas mãos já estava por baixo da camisa do Arthur. Ele estava bem quentinho.
– Você não
está com frio?
– Frio,
frio, não. Por quê? – Ele me olhou.
– Porque
eu estou. – Confessei.
– Você é
frienta, meu amor. – Arthur me abraçou mais apertado.
– Eu
ainda tenho uma surpresa pra você, Arthur.
– Mais
uma? O que você está aprontando, Lua? Quando você começa...
– Você não
gosta?
– Você
me deixa mal-acostumado, loira. Esse é o problema. – Arthur explicou. – Mas eu
amo as suas surpresas. O que é dessa vez?
– Pedi
pra você lembrar que dia é hoje.
– Vinte
e quatro. E daí? É algo que eu não podia esquecer e esqueci? Porque o que eu
sei que não posso esquecer em abril, é da data do nosso aniversário de casamento.
E já até passou e eu não esqueci.
– Não. Não
é nada disso. Vou deixar você pensar mais um pouquinho.
– Lua! –
Arthur parou na minha frente. – Você tá muito misteriosa. – Ele riu. – Você tá tão linda. Eu faria amor com você aqui
mesmo.
– No
meio da areia? – Perguntei divertida.
– Você
quer saber como? – Ele me instigou.
–
Nãããoo... vai que alguém veja. – Ri de nervoso. Já pensou se alguém nos flagra?
Deus me livre.
–
Aaah... eu te conheci mais destemida, dona Lua. – Arthur segurou o meu rosto
com as duas mãos.
–
Desculpa, vai... – Pedi o abraçando pela cintura.
– Tá
tudo bem, Lua. Não leva isso tão a
sério. Eu também não ia gostar que alguém nos visse. – Respondeu antes de me
beijar.
O beijo começou
lento, mas demorou segundos para que eu o aprofundasse de uma maneira que eu
sabia que não deveria fazer em público. Arthur não segurava mais a minha sandália,
porque eu simplesmente envolvi minhas pernas na cintura dele e ele teve que
segurar minhas coxas.
Eu
sentia que estávamos ofegantes, mas nenhum dos dois queria cessar o beijo. Comecei
a puxar, desajeitadamente, os cabelos do Arthur e senti os apertões dele nas
minhas coxas. Eu não sei o que estaria mais vermelho quando terminássemos aquele
beijo. Desci os beijos pelo pescoço dele e o sentir arfar antes de soltar as
minhas coxas com cuidado e segurar minha nuca com uma das mãos e voltar a beijar
meus lábios. Arranhei suas costas por baixo da camisa e Arthur mordeu meus lábios
de uma forma sensual. Aquela mão dele, que não tinha nada de boba, eu pude
sentir em um dos meus seios. Mas ele logo tratou de descer para a minha cintura
e me puxou para mais perto. Encostamos nossas testas e senti a respiração dele
tão descompensada quanto a minha.
– Foi você
quem começou. – Talvez ele soubesse que eu podia falar algo como “Eu não acredito
que você fez isso.” Então tratou logo de se defender.
– E você
continuou. – Murmurei. – Não sei quem foi pior. – Acrescentei e acabamos rindo.
– Você me
deixa maluco. – Me disse e se abaixou para pegar a minha sandália. As batidas
do meu coração ainda estavam aceleradas. – Lua? – Arthur me chamou.
– Achei
que realmente íamos transar aqui. – Falei baixo e Arthur me olhou com um
sorriso nos lábios. – Acho que eu devo ter sentindo alguma coisa. – Ainda estávamos
parados e eu o olhei. Arthur riu alto.
– Por
isso que te coloquei no chão. – Admitiu e eu lhe dei um empurrão de leve. –
Vem, vamos para o hotel. – Ele me puxou para me abraçar de lado. – Pelo menos ninguém
teve a ideia de passar por aqui nessa hora. – Observou quando algumas pessoas
começaram a caminhar na direção que estávamos antes.
– Ainda bem!
– Exclamei.
Chegamos
ao carro e Arthur desativou o alarme e destravou a porta. Sentei no banco ainda
tentando recuperar a minha respiração. Minhas bochechas deviam estar vermelhas.
Arthur parecia tranquilo. Ele ligou o rádio do carro e depois começou a dirigir.
– No que
você está pensando, Luh? Está calada. – Indagou depois de alguns minutos e me
encarou.
– Em nada.
– Respondi. – Na verdade... Eu falei que tenho uma surpresa. Tudo bem se eu
tomar banho primeiro?
– Claro,
querida. – Arthur sorriu de lado.
Amanhã é
dia vinte e cinco. Minha menstruação desce dia vinte e cinco. A minha surpresa
teria que ser hoje ou Arthur ia ter que esperar para realizar esse fetiche em
um outro momento e lugar, que não seria esse paraíso de águas verdes e céu
estrelado.
– Amanhã
a gente vai dar um mergulho. Pensei em alugar algum iate, quem sabe a gente
possa dar uma volta. Se você quiser, é claro. – Me contou e eu concordei. – Tem
que ser cedo. Depois da nove a praia fica lotada. Você sabe... – Arthur olhou
para o relógio. – São quase onze horas. – Disse. “Só falta ele querer dormir
quando chegarmos ao hotel”, pensei. – Está tudo bem mesmo, Lua?
– Sim. –
Sorri para tentar convencê-lo. Mas eu estava tão nervosa.
– Você
parece estranha e nervosa. – Observou e estacionou o carro.
– Eu
ainda estou vermelha? – Perguntei baixo.
– Um pouquinho.
Sei que foi meio... Uau! Bem excitante, loira. Mas você não precisa ficar sem
graça por conta disso. Por favor, Lua. O que estamos comemorando aqui mesmo? – Me
lembrou.
– Não
tem nada a ver com isso, Arthur. – Contei ao sair do carro.
– E tem
a ver com o quê? – Perguntou curioso. – Você não precisa ficar com receio de me
contar as coisas ou se não gostar de alguma coisa.
Arthur
foi pegar a chave na recepção e eu o esperei na porta. Eu estava pensando se o
que eu imaginei, daria certo. Arthur parecia cansado e com zero expectativa de
que essa noite terminasse em algo que não fosse nós dois na cama dormindo.
Nunca usei
uma calcinha daquela e estava com medo de que ela derretesse antes da hora e
que tudo desse errado. Comprei só uma e me arrependi. Poderia ter comprado mais
para prevenir.
– E
então? – Arthur voltou e não esqueceu da minha resposta.
– Você
está muito cansado? – Tentei mudar de assunto e ao mesmo tempo parecer
tranquila. Não que eu acreditasse que estivesse fingindo bem.
– A
gente pode dormir, Lua. Não tem nenhum problema. Vou deixar você usar o banheiro
primeiro, ok? – Ele soou completamente compreensível e totalmente errado diante
das minhas intenções.
– Ok.
Obrigada. – Concordei com ele. E isso talvez não fosse tão ruim. Se era uma
surpresa, Arthur não podia desconfiar de nada.
Chegamos
ao nosso quarto e Arthur abriu a porta. Entramos em silêncio e ele colocou a
chave do carro, a carteira e o celular sobre a mesinha de centro. As cortinas
que decoravam a estrutura de madeira sobre a cama, balançavam sem parar, assim
como as cortinas da varanda.
– Eu não
vou demorar tanto. – Avisei. Arthur tinha ligado a tevê, mas ainda estava
procurando um canal.
– O tempo
que quiser, Luh. – Ele se jogou na cama e eu andei até o banheiro.
Ele não estava
entendendo nada e isso era notório. Ia ficar com um ponto de interrogação imenso
até entender o que vai acontecer.
Tomei um
banho meio rápido. Talvez eu estivesse procrastinando um pouquinho. Isso parece
tão idiota da minha parte. Seis anos de casada e eu ainda me sinto tão nervosa ao
fazer uma surpresa para o meu marido.
Não lavei
os meus cabelos e decidi passar o óleo na hora do banho. Se der algo errado,
pelo menos Arthur não está vendo. O cheiro é suave – de morango, assim como o
sabor da calcinha. Arthur não desconfiaria porque eu uso hidratante e sabonete
de frutas vermelhas, e tudo parece quase a mesma coisa.
Saí do
banheiro enrolada na toalha e fingi estar procurando uma roupa para dormir. Arthur
já tinha tirado a camisa, mas ainda estava de bermuda. Ele levantou da cama e
foi para o banheiro. Desliguei a tevê porque eu não tenho nenhum interesse em
jogo de beisebol.
Abri com
cuidado a embalagem da calcinha. Era uma coisa muito estranha e eu fiquei
pensando se realmente tinha gosto de morango – mas eu não quis provar. Ela grudava
no corpo e eu senti vontade de rir. Peguei a lingerie e vesti primeiro a meia
calça, depois coloquei a calcinha em cima da calcinha comestível, e me senti
mais segura. Coloquei a cinta liga e por último o sutiã. Soltei meus cabelos e
me sentei na cama.
Arthur
talvez não entendesse nada quando me visse de pernas cruzadas sentada na cama,
depois de concluir que eu estava com vontade de dormir.
Ele
demorou uns dez minutos no banho. Tudo isso pareceu uma eternidade. Eu estava
tão ansiosa para saber o que ele ia achar, se ia gostar, se ia entrar no clima
ou constatar que eu era bipolar ou algo do tipo – quero estar errada sobre as
duas últimas opções.
Arthur saiu
do banheiro enxugando os cabelos e vestido com uma cueca boxer preta. Quando ele levantou a cabeça, franziu o cenho
ao me ver. Balançou a cabeça como quem diz "Eu não estou acreditando no
que eu estou vendo."
–
Lua...?
– Você
quer que eu explique?
– Não
exatamente. – Ele sorriu de lado ainda confuso e jogou a toalha molhada sem se
importar onde ela ia cair. – Eu sei muito bem o que fazer quando eu encontro a
minha mulher assim toda sexy de lingerie me esperando sentada na cama. Mas é
que... Você não queria dormir?
– Em
nenhum momento eu disse que queria dormir. Você que chegou sozinho a essa
conclusão. – Respondi me deitando na cama. Arthur riu ao se aproximar de mim e
acariciar minha coxa.
– E
aquele papo de se eu estava muito cansado? Quando você faz essa pergunta mais
de uma vez, é porque delicadamente você tá me lembrando de que 'hoje não',
estou errado?
– Hoje
você errou. – Toquei os lábios dele com o indicador.
– Lua? –
Me chamou depois de beijar meu pescoço. – Essa lingerie vermelha tem a ver com
aquele meu...
–
Fetiche. – Completei.
– Você
tá falando sério? – Ele parecia muito desconfiado.
– Você
não está acreditando no que está vendo?
– Com a
calcinha comestível? – Perguntou mais baixo.
– De
morango. – Contei e Arthur ficou me encarando. – Pensei que você fosse
gostar mais. – Comentei depois de um tempo.
– Eu
estou tentando me recuperar. – Roçou os lábios nos meus. – Você
consegue imaginar a visão que eu tive?
– Não
sei se foi tão boa pelo jeito que você me olhou. – Comentei divertida.
– Eu achei
que estava vendo coisas. – Confessou. – Eu não esperava ver você assim hoje.
Você é muito gostosa. De lingerie vermelha você fica maravilhosa. Muito, muito
sexy. – Ele mordeu levemente o meu queixo. – Mas eu quero ver isso de perto. –
Arthur desceu os dedos pela minha barriga. – Não parece que essa calcinha é de
comer. – Riu.
– É que
eu fiquei com vergonha. – Sussurrei.
– Lua,
isso é sério? Não é pra você sentir vergonha, meu amor. – Ele fez carinho na
minha bochecha. – Eu falei que era só quando você quisesse. – Me lembrou
carinhosamente.
– Eu
quero, amor. Só que eu estou só com um pouco de vergonha... e também...
– E
também?
– Fiquei
com vergonha e vesti a calcinha da lingerie por cima.
–
Entendi. Você sabe que não precisa sentir vergonha. – Voltou a me lembrar. –
Você está tão linda, vida. Você tem que saber disso, Lua.
Começamos
a nos beijar. Arthur me puxou para cima dele e eu coloquei uma perna de cada
lado da sua cintura.
Pov Arthur
– Eu te
amo tanto, loira. – Sussurrei.
Lua
estava muito sexy. Eu sempre soube que ela ficaria ainda mais linda com uma
lingerie vermelha. Eu só não esperava ver isso hoje.
Falei sobre
esse fetiche algumas semanas depois da nossa perda. Foi uma tentativa de fazer
com que Lua se distraísse com outras coisas. Nem fazia ideia de que ela ainda
se recordava disso. Na nossa viagem para Brighton, ela disse que já tinha
comprado a lingerie... Mas de lá pra cá nunca mais tinha tocado no assunto, e
eu nunca tinha visto a lingerie.
– Achei que
você tinha ficado chateada com alguma coisa de hoje mais cedo.
– Não. Eu
fiquei excitada. Sei que você ficou também. – Me responde.
–
Fiquei, Lua. E como fiquei. – Afirmei. – Deixa eu ver você direito, linda. –
Pedi. – Você está muito sexy. Você vai ouvir eu dizer isso a noite toda. –
Contei e ela sorriu antes de se levantar da cama. – Meu Deus! – Exclamei. – Você
tem que usar com mais frequência essas cintas ligas. Fica tão espetacular em
você. Eu vou tirar bem devagar cada peça dessa. – A olhei. Lua estava
completamente vermelha. Eu só nao rir, porque sabia que ela ia ficar ainda mais
envergonhada. – Se eu pedir para você dar uma voltinha, você dar? – Perguntei e
Lua assentiu tentando conter um riso.
– Estou
nervosa. E isso parece tão bobo. – Confessou.
– Está
tudo bem. – Segurei em uma das suas mãos. – Vem. – Chamei ela para voltar para
a cama. – Você está perfeita. Muito gostosa e não tem que ficar nervosa. Sou eu,
Lua. A gente se dá tão bem, meu amor. – Tentei tranquiliza-la. – Quero que seja
tão especial para você, como sei que será para mim. Vai ficar tranquila?
– Vou. –
Lua sussurrou e tocou meus lábios com o polegar. – Você me faz sentir tão amada,
Arthur.
– É porque
eu te amo demais. – Acariciei sua bochecha.
Começamos
a nos beijar. Não tínhamos pressa, e eu gostava tanto desse ritmo. Lua sempre
foi a mais acelerada, mas hoje ela estava contida e mais relaxada. Puxei seus lábios
com cuidado.
– Você
faz meu coração acelerar. – Deitei Lua com cuidado na cama. – Eu vou fazer isso
com muito carinho, loira. Quero que você continue relaxada, tudo bem?
– Tudo
bem. – Lua assegurou se ajeitando na cama.
– Vou te
beijar inteira. – Contei.
Comecei
a massagear um dos pés dela e subi os beijos da ponta dos dedos até a coxa
dela, onde a liga estava presa na meia. Levantei o olhar e vi que Lua sorria. Desprendi
a liga de uma das meias e depois fiz o mesmo com a outra perna. Tirei as meias
devagar, uma de cada vez e subi os beijos para os lábios dela.
– Eu te
amo.
– Eu te
amo. – Lua me deu uma mordidinha e eu desci os beijos até o cós da calcinha
vermelha, que eu tirei sem pressa. E realmente a Lua tinha vestido a calcinha
da lingerie por cima da outra que era comestível. – Li que se esquentasse,
podia derreter. Eu acho que estou um pouco preocupada com isso – Beijei a parte
interna das suas coxas e Lua flexionou os joelhos.
– Deixa
eu ver. – Murmurei antes de tocá-la com os lábios. Lua se mexeu um pouco e eu
levei as mãos até sua cintura e segurei mais firme. – Eu desejei muito fazer
isso, Lua.
Tínhamos
os nossos momentos de puro sexo, mas fazer amor sempre era tão mais intenso. Eu
sempre gostei de ser carinhoso. Lua gostava, embora as vezes gostasse mais de
me contrariar. Ela segurou e puxou meus cabelos enquanto eu acariciava sua intimidade
ora com a língua, ora com os dedos.
A calcinha
realmente derretia na boca e tinha gosto de morango. E eu já estava pensando em
fazer isso mais vezes. Eu conseguia ouvir os gemidos baixos que Lua soltava. Eu
não sei se podia ficar mais duro do que eu já estava. Lua estava tão pronta e
molhada. Estava tudo sendo tão melhor do que eu ousei imaginar.
– Eu
ficaria a noite inteira fazendo isso, Lua. Tem gosto de morango. – Murmurei no
ouvido dela. Lua empurrou minha cueca para baixo e segurou em meu membro, já
bastante ereto.
– Eu
disse que era de morango. – Lua estava com a voz rouca.
– Você
continua tão apressada. – Sorri me afastando um pouco e Lua empurrou o corpo contra
o meu. – E eu que quero ser carinhoso.
– Você é.
– Lua inclinou a cabeça e tocou meus lábios com os dela. – Por favor... quero sentir você, meu amor.
Lua
voltou a empurrar o corpo contra o meu e eu segurei em sua cintura antes de
penetra-la. Ela soltou um gemido baixo ao pé do meu ouvido e arranhou as minhas
costas enquanto eu me movia.
Meu coração
estava acelerado, eu queria beijar a minha mulher a noite toda. Lua é incrível.
Eu sempre me surpreendo com ela. Senti suas mãos tocarem minha nuca e acaricia-las
por alguns minutos até Lua começar a puxar meus cabelos de forma desajeitada.
Nossos
corpos estavam suados e embora eu quisesse continuar naquele ritmo, eu estava
tão excitado que meu controle estava indo embora. Lua tem uma mania incrível e
gostosa de me apertar, que embora a minha posição seja de “estou no controle”,
Lua fazia questão de me mostrar que o controle sempre é dela e não importa a posição.
Essa é a minha mulher. Amo essa ousadia,
esse atrevimento.
Colei
ainda mais nossos corpos e intensifiquei as investidas. Parece que eu conseguia
ouvir as bastidas do coração da Lua. Na verdade, não sei se era do dela ou do
meu. Lua cravou ainda mais as unhas nas minhas costas. Gemi mais alto e apertei
uma das coxas dela. Senti ela roçar uma das pernas na minha.
Eu nunca
consegui explicar a sensação do prazer se aproximando. O clímax com a Lua
chegava a ser tão intenso que na maioria das vezes eu sentia a minha vista
escurecer e quando eu abria os meus olhos, tudo estava embaçado.
Encostei
minha testa na da Lua e ela inclinou a cabeça para encostar os lábios nos meus.
Eu sabia que ela estava tão perto, mais tão perto, que eu resolvi diminuir o
ritmo para segurar mais um pouco. Talvez eu estivesse brincando com fogo. Lua
ama me mostrar que não é bom que eu brinque com ela dessa forma. Eu vou me ferrar
mais tarde.
Mal posso esperar!
Não sei
qual de nós dois soltou um longo e alto gemido. Eu não pensei em muita coisa
quando Lua disse que me amava e se moveu no mesmo ritmo que eu. Não tive tempo
de beijá-la. Chegamos ao ápice juntos. E quando isso acontece, controle é o que
menos temos.
– Tudo bem?
– Lua suava. Eu não estava diferente. Ventava tão forte, mas isso não fazia
nenhuma diferença dentro do quarto. – Lua? – Alguns minutos já haviam se
passado.
– Oi. –
Ela beijou meu ombro. Nem conseguir sair de cima dela.
– Tá
tudo bem? – Repeti mais baixo. Para ser sincero, eu não sabia se falava muito
alto ou muito baixo.
– Você
me paga. – Pontuou. Ela estava de olhos fechados.
– Ei, o
que eu fiz? – Me fingi de desentendido.
– Vou te
mostrar o que você fez. – Me avisou. Lhe dei um beijo na testa e outro em cada
bochecha.
– Você
está muito vingativa. – Comentei. – Gosto disso. Na cama.
– Depois
não quero ouvir reclamações. – Lua abriu os olhos. – Estou ótima, Aguiar.
– A
calcinha realmente derrete, Lua. – Contei.
– Eu
estava muito quente.
– Eu senti.
– Dei um tapa no bumbum dela antes lhe dar vários beijos e mordidas no pescoço.
– Agora eu vou tirar o sutiã.
– Agora
não.
– Por
quê? – Perguntei confuso.
– Porque
agora é a minha vez! – Exclamou espalmando as mãos em meu peitoral. – Eu sou
muito boa nisso, Arthur. E eu vou fazer exatamente daquele jeito que você perde
o controle bem rápido. E sabe por quê? Porque eu amo quando você perde o controle.
– Você é
muito gostosa!
– Eu
sei. Você vai gemer isso e muito mais.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Olá leitores! Tudo
bem com vocês? Espero que sim!
Eu trouxe
mais uma atualização – hooooot – que eu sei que vocês gostam! Não deixam
de comentar – pleeeeeaseee – o que vocês acharam do capítulo e dessa
viagem, que está só no começo. O capítulo ficou grande, então, tive que dividi-lo,
mas ainda essa semana tem o final, tá?
Abriram
os links? O que acham da lingerie, dos looks e do quarto do
hotel? Hum, hum...
Vocês
gostam de acompanhar os links?
Nosso casal
está num clima tão leve. Vamos torcer para que continuem assim – embora eu
goste de dar uma leve esquentada.
PS: Essa foi só a
primeira parte da realização do fetiche do Arthur. Se o começo já foi assim, vocês
devem imaginar o final haha
Prometo
trazer o próximo capítulo o mais rápido possível.
Um beijo e até a próxima atualização.
Quero o feedback. Não esqueçam.
COMO EU ESTAVA ANSIOSA POR ESSE MOMENTO!!!!!!
ResponderExcluirAmei a festa e o momento com os amigos. Anie é sempre um amor, adoro quando tem partes em família <3
Estava muito ansiosa pra essa viagem dos dois e espero que a mínima chance da Lua engravidar, aconteça nessa viagem. Vai ser lindo se isso acontecer <3
E agora estou mais ansiosa ainda pra continuação desse capítulo. ��
AHHHHHHH Esse capitulo era tudo que eu precisava ler kkkk ele tá tão lindo, a festa, a viagem com um momento só deles! Da vontade de guardar os dois num potinho!! e ficou realmete como você falou, com gostinho de quero mais!! é muito cedo pra querer ler a continuação?kkkk
ResponderExcluirFeh
Estava ansiosa demais pra ler esse capítulo... Amei a supresa da Lua,amei a festa,o momento deles com os amigos, com a Anie, nosso casal ta bem hot, kkkkkkkk,to amando essa leveza deles.
ResponderExcluirAhhhhhhh Milly que feliz com esse capítulo! Você consegue superar a cada dia mais com suas postagens! Amo demais cada atualização sua! Obrigada por se preocupem sempre em nos manter atualizadas. Nem precioso falar que estou ansiosa para a segunda parte pq vc já sabe né?! Beijossss 🥰❤️
ResponderExcluirmaravilhoso! ansiosa para o próximo
ResponderExcluirMilly, não sei como mas a cada capítulo você me surepreende. Capítulo maravilhoso e só consigo sentir emocão lá no começo. Lindo demais mesmo
ResponderExcluirAinnn como eu amo esse casal!! Que lindo ver eles felizes assim depois do passaram!! Tô é morta que Lua lembrou do pedido da Arthur!! ❤️
ResponderExcluirAaa que maravilhoso esse casal!! Dessa vez os dois arrasaram demais nas surpresas!! Nunca Arthur teria imaginado essa surpresa da Lu com certeza, e Arthur relembrando a Lua de mel até com o mesmo quarto de hotel, morro ❤️ Ainda chocada com Lua realizando o desejo do Arthur ameeii!!
ResponderExcluirtodo dia venho aqui ver se tem capítulo novo, estou muito ansiosa para o próximo capítulo
ResponderExcluirJá tem atualização!! Acabei de postar.
ExcluirSem palavras pra essa capítulo maravilhoso ��
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