Inseparáveis | 5° Capítulo

5° Capítulo

Narrado por Narrador Observador

Eva e Beatrice enrolaram o máximo que puderam com a garota que já estava irritada no shopping. E quando foram para a casa já eram quase sete horas da noite e para surpresa da garota, todos estavam no jardim com uma mini festa montada.

Link: Festa do chá revelação | Clique e veja.

Roberta: Cadê a parte simples?

Pergunta para a mãe e a amiga ao observar a casa lotada de pessoas.

Beatrice: Minha afilhada merece.

Alice: Minha! Me contem, é menina ou menino?

Eva: Agora não tem graça falar, tem que esperar para cortar o bolo.

Alice: Mais a Beatrice trapaceou!

Todos vieram cumprimentar a Roberta e entregar as lembrancinhas que eram roupinhas bem neutras que ambos os sexos podiam usar. Mas no final, todos comemoraram com a chegada da menina. A festa acabou e só tinham ficado a família Maldonado e os agregados.

Antônio: Querida?

O homem chamou a menina que estava em pé conversando com a Alice e a Beatrice, as três se aproximam.

Roberta: Oi…

Antônio: Você já pensou em nomes?

Roberta: Já!

Beatrice: E qual nome vai ser?

Roberta: Er… Eu pensei em colocar o nome de Manuela que significa Deus conosco, depois eu pensei em colocar Valentina que é um nome forte ou então Maria Clara.

Alice: Mas e Alicia?

Roberta: Minha filha não vai se chamar Alicia!

Branca: Mas você já decidiu o nome?

Roberta: Eu escolhi o nome para homenagear uma pessoa que esteve comigo desde o começo.

Beatrice: Ela vai se chamar Beatriz?

A menina gritou pulando na frente de todos com um largo sorriso.

Alice: Por que você vai homenagear a Beatrice e não a mim? Eu também te ajudei desde o começo.

Roberta: Eu não vou homenagear ela!

Beatrice: Então você vai homenagear quem?

A menina se levanta e senta ao lado do homem mais velho pegando na mão dele.

Roberta: Meu avô!

Responde olhando para o homem que já estava com os olhos cheios de lágrimas.

Antônio: Oh!

O homem não conseguiu nem falar de tão emocionado que se encontrava. Apenas abraçou a garota.

Fernando: Então vai se chamar Antônia?

Roberta: Antonella.

Antônio: Você também sempre vai ser a minha neta do coração.

Alice: Antonella? Gostei!

Eva: Agora, podemos montar o quarto.

Beatrice: E comprar roupinhas.

Beth: E como foi a sua consulta?

Roberta: Foi tudo bem, a minha médica só me questionou sobre o parto.

Beth: E você vai fazer normal ou cesárea?

Roberta: Desde o começo eu já tinha pesquisado sobre parto e já tinha tomado a minha decisão, porque queria o melhor para nós duas.

Branca: Eu tive parto normal e cesárea. Querida o normal dói só na hora e a cesárea dói depois.

Silvia: Eu tive os gêmeos por meio de cesárea, até tentei ter normal, mas aquela dor... De última hora tive que mudar.

Pilar: Eu ganhei o Pietro de parto normal, foi dolorido porque ele tinha três quilos.

Beth: Meus dois foram normais.

Eva: Então você já decidiu? Por que não falou para a sua médica?

Roberta: Porque eu posso mudar, ela falou que a bebê é grande.

Carla: Mas o que você decidiu?

Roberta: Eu queria parto humanizado.

Branca: Ouvir falar que têm hospitais especializados para esse tipo de parto sem anestesia.

Roberta: Não, eu quero um parto humanizado de verdade. Quero meu parto na minha casa, sem anestesia ou médico, vai ser apenas eu e ela de forma natural.

Eva: Você me surpreende minha filha.

Beatrice: Você sabe que vai doer, não é?

Roberta: Quero dentro da água, assim.

Ela pega o notebook que estava perto deles para mostrar o vídeo que tinha pesquisado.

Silvia: Tem certeza? Você é nova e, também, é seu primeiro parto.

Branca: Pode ser dolorido e também demorar horas.

Roberta: Eu sei, mas eu não gosto de hospital. E se eu optar por um parto no hospital vou ter que ficar internada.

Branca: Tem enfermeiros que auxiliam em partos assim.

Eva: Ainda bem que faltam quatro meses.

Roberta: Mas a Beatrice e a Alice vão comigo mês que vem nas aulas de parto.

Alice: Quê?

Roberta: Vocês falaram que estariam comigo em todos os momentos.

Beatrice: Eu vou adorar.

Roberta: Eu chamaria vocês para assistir ao parto, mas a Alice não gosta de sangue, então...

Todos acham graça da careta da garota, que ainda tentou argumentar, mas ficou sem argumentos.

Roberta: Tá vendo? Que tipo de madrinhas vocês seriam?

Alice: Eu não recusei assistir o parto!

Roberta: Mas para você ser madrinha, o Pedro seria o padrinho.

Pedro: Me coloca fora, eu não vou assistir um bebê sair da sua… Você sabe!

O garoto fala com o pânico estampado em seu rosto.

Alice: E se fosse eu? Você não ia assistir o parto do seu filho?

Pedro: Mas não é você.

Alice: Pedro, eu quero ser madrinha!

Pedro: De qualquer forma você vai ser tia.

Márcia: Acho melhor você se calar!

Pedro: Branquinha, eu te amo, posso até aprender a trocar fralda.

Roberta: Eu quero bolo!

Pedro: Eu até busco para você.

Roberta: Mas é de chocolate com camarão.

Todos fazem uma careta, mas os olhos da garota brilhavam de desejo.

Tomás: Que nojo!

Roberta: Tem camarão?

Eva: Vou ver com a Dani.

Pedro: E eu vou buscar o bolo.

Pedro, Tomás e Diego saíram para buscar o bolo e as outras pessoas se despediram ficando somente os mais jovens. Dani separou o camarão, mas a garota afirmou que queria comer com o bolo.

Alice: Tem certeza, que você vai comer o bolo com camarão?

Roberta: Já falei que vou.

Carla: Isso vai te fazer mal.

Roberta: Não vai, é gostoso.

Milly: Eu vou embora.

Carla: Você não vai esperar o Diego chegar?

Milly: Eu não!

A garota estava nervosa e só se despediu da Carla e saiu batendo porta.

Roberta: Acho que ela não gosta de mim.

Carla: É impressão sua.

Beatrice: É insegurança, mulher que não confia no seu taco.

Ana: Beatrice, não te intromete.

Roberta: Sabe, eu queria ter conhecido a Ana antes de você!

Ana: Por quê?

Roberta: Porque você é tão na sua, e a Beatrice!

Beatrice: O que tem eu?

Roberta: Nada… Apesar de saber que você não gosta de mim!

Ana: Eu…

Roberta: Eu sei sobre a sua história com o Tobias, você ainda gosta dele?

A garota deixou a outra sem palavras e com o rosto completamente vermelho, o que fez Beatrice gargalhar.

Ana: Eu…

Roberta: Eu percebi no dia que ele veio me ver e acabamos discutindo, sua cara demostrava que você queria pular no meu pescoço. Ele também gosta de você!

Ana: Como?

Roberta: Nós nunca vamos ser namorados, pode ser estranho por eu estar com um filho dele na barriga, mas a nossa relação era de irmãos. Foi apenas uma noite, ele até tentou ser algo a mais, só que no fundo, ele sempre será meu irmão.

Beatrice: Isso é verdade irmãzinha!

Roberta: Nós nunca daríamos certo, Tobias é muito possessivo e grudento.

Alice: Você que é grossa! Romantismo passou longe de você.

Ana: De qualquer forma ele está longe demais para o meu alcance.

Roberta: Ele está bem mais próximo do que você possa imaginar.

Carla: Roberta, e o seu coração?

Roberta: O que tem?

Alice: O Diego te esperou por muito tempo antes de começar a namorar.

Roberta: A nossa história acabou, agora eu tenho uma bagagem!

Os meninos chegaram e Roberta comeu o bolo com camarão. As barreiras que existiam entre Roberta e Ana se quebraram naquela noite, tando que Ana pediu para colocar a mão na barriga dela.

Por conta da reunião que a banda tinha no dia seguinte, todos ficaram na casa juntos com Ana e Beatrice.

Ana até começou a palpitar sobre o quarto da bebê para a surpresa de todos, já que antes ela chegava na casa e se calava ficando o mais distante possível da grávida.

Ana: Você se parece com a minha mãe.

Beatrice: É verdade, seu olhar.

Roberta: Não acho!

Alice: Agora vamos falar sério, sobre o chá de bebê. Agora já sabemos que é uma menina!

Roberta: Vocês querem fazer festa pra tudo.

Beatrice: É a sua primeira filha.

Roberta: E?

Carla: E o ensaio fotográfico?

Roberta: Eu não vou fazer isso não!

Beatrice: Vai sim, porque eu já paguei e o fotografo não vai me devolver o dinheiro.

Ana: Verdade, ela pagou com o dinheiro da última peça de teatro. Ela se recusou a pagar com o dinheiro dos nossos pais.

Roberta: Eu poderia pagar!

Beatrice: É um presente.

Tomás: Essa criança vai ser a mascote da família.

Pedro: Não tenho dúvida! Já estou até vendo a briga que vai ser para vestir a menina.

Beatrice: Amiga, então nem vamos fazer a bolsa de maternidade?

Roberta: Não. Se o meu parto for humanizado, eu só vou no hospital no dia seguinte para fazer os exames na Antonella e voltar para casa.

Alice: Você acabou com os nossos planos, eu já tinha encomendado a roupinha para saída da maternidade.

Beatrice: Toda vermelhinha.

Ana: Quem manda fazer planos para os filhos dos outros.

Eles ficaram conversando até altas horas e depois foram dormir. No meio da noite Roberta acorda com fome e resolveu se levantar.

Na geladeira ela não encontra nada de interessante que pudesse matar a fome, então resolve fazer brigadeiro. Quando termina, coloca no prato e espera uns minutos e depois começa a comer.

Diego: Oi…

A garota estava tão distraída que pulou de susto quando ouviu a voz tão perto de si.

Diego: Desculpa, eu não queria te assustar!

Roberta: Tudo bem!

Ambos ficam se encarando em total silêncio. Diego vai até a geladeira e pega uma garrafa de água, seus passos eram acompanhados pelo olhar da garota que tinha perdido a fome.

Diego: Com fome?

Roberta: Um pouco.

Diego: Sabe, te olhando nem parece mais aquela garota com quem eu namorei.

Roberta: Por quê?

Diego: Porque de todos você foi a que mais amadureceu e mudou.

Roberta: Talvez porque eu era a mas imatura de todos, a que mais aprontava e tudo mais.

Diego: Pode ser...

Fala dando de ombros como quem não concordava com tudo, ele estava pronto para deixar a cozinha quando ela lhe chamou.

Roberta: Minha mudança foi tão ruim?

Diego: Não. Talvez não estivéssemos preparados para tamanha mudança. De todas as garotas da nossa turma, você era a menos provável para engravidar na adolescência. Você tinha horror a família, casamento e união!

Roberta: Isso não mudou! Tanto que estou enfrentando a minha gravidez sozinha.

Diego: Mesmo assim, o fato de você ter enfrentado de frente mostra a sua mudança. Se você tivesse engravidado no tempo que namorávamos, acho que você teria abortado.

Roberta: Eu acho que você não me conhece direito. Nunca faria isso com um inocente. Sabe, quando eu descobrir que estava grávida, eu queria que fosse um filho seu, porque eu sabia que você estaria do meu lado em todos os momentos, mas agora me arrependo... talvez você pediria o aborto e não eu!

Ela já tinha perdido a fome mesmo. Saiu da cozinha deixando o garoto com seus pensamentos.

Diego: Será que eu não te conheço ou você mudou muito?

A reunião estava preste a começar, todos estavam no estúdio de música da casa aguardando a chegada do empresário.

Gian: Bom dia!

O homem chega complementando todos e logo inicia a reunião falando sobre o novo contrato que eles teriam que assinar, fala sobre agenda de shows e por final fala com a Roberta. Eles tinham um feito um acordo quando ela deixou a banda.

Gian: Pronta para voltar?

Roberta: Na verdade, eu queria conversar com vocês. Eu não vou voltar para a banda!

Carla: Não?

Roberta: Não… Eu estou grávida de cinco meses. Não vou poder participar das coreografias e outra, minha filha vai nascer. Como vou fazer?

Tomás: Leva ela nos shows, alguma babá pode ficar no camarim com ela.

Gian: No começo vai ser difícil a adaptação, mas podemos resolver, pedimos um camarim grande e você pode fazer pausas maiores durante o show.

Roberta: Eu sou filha de uma cantora! Morei com meus avós por muito tempo porque a minha mãe não tinha tempo para mim. Eu não vou repetir os mesmos erros com a minha filha. Eu sei o quanto sofri e minha filha não vai passar por isso. Eu sinto muito!

Pedro: A escolha é sua, além do mais, a porta da banda vai estar sempre disponível para você voltar.

Diego: Não vai não! Ela quer brincar de casinha. Temos que ser realista! Precisamos de alguém para substituí-la.

Alice: Diego, não! Todos sabemos que a banda foi criada por nós, não vamos colocar um estranho para fazer parte da nossa história.

Diego: E a banda vai ficar com um integrante a menos?

Gian: A Alice está certa! Colocar alguém vai fazer com que os fãs fiquem com raiva e isso não vai ser bom para ninguém.

Roberta: Eu não me importo que coloquem alguém no meu lugar, a escolha de sair é minha e eu sei que vocês vão continuar.

Pedro: Eu sou contra, vamos continuar entre nós.

Gian: Você tem certeza?

Roberta: Tenho, estou em outro caminho. Minhas decisões agora não interferem somente na minha vida e sim na da minha filha também.

Gian: A marca Rebelde ainda vai continuar com o seu nome e você tem direito a sua porcentagem.

Diego: Quê? Ela vai receber sem fazer porr* nenhuma?

Pedro: Cara, o que deu em você?

Carla: A marca foi criada em conjunto.

Diego: Ela já não estava aqui quando criamos nossa marca digital.

Gian: Mas quando abrimos a firma o nome dela entrou, então ela tem direito a tudo que envolve a marca.

Roberta: Gian, eu não quero! Eu posso dá a minha parte e eles dividem.

Gian: É uma escolha sua, de coração eu gosto muito da pessoa que você se tornou e de todo coração, eu sei que você não precisa do dinheiro, mas tem pessoas que precisam... se você me permitir, podemos doar.

Roberta: Claro, mas tem que ficar em anonimato.

Gian: Claro! Vou pesquisar alguma fundação que precise. É bastante dinheiro. Podemos ajudar mais de uma instituição. Então estamos conversados?

Todos concordam, a reunião acaba e Diego é o primeiro a se despedir e saí com Tomás, deixando todos boquiabertos com a atitude grosseira do garoto.

Carla: O que deu nele?

Pedro: Não faço a mínima ideia!

Roberta: Acho que o problema é comigo, ontem de madrugada conversamos na cozinha e talvez ele não tenha gostado do rumo da conversa.

Alice: Eu acho que ele sente falta da garota rebelde que ele se apaixonou.

Roberta: Eu também percebi, ontem quando conversamos ele buscava em mim a Roberta que provocava ele e outras coisas. Eu ainda sou a mesma, ele não percebe?

Pedro: Não. Ele não te vê com os mesmos olhos, para ele, você é uma desconhecida.

Roberta: Que ele não faz questão de conhecer.

Alice: Chega desse assunto, vamos ao chá da Antonella?

Beatrice: Eu ouvi Chá da Antonella?

E assim todos esqueceram dos acontecimentos anteriores e foram falar sobre o Chá de Bebê.

O que teve muitas brigas, Eva, Ana e Carla também se juntaram a elas. No final ficou decidido que a festa aconteceria no oitavo mês de gestação, que a festa seria em um hotel fazenda da marca R&M's e que a cor seria rosa e dourado com o tema dos ursinhos carinhosos.

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