Inseparáveis | 4° Capítulo

4° Capítulo

Narrado por Narrador Observador

E foi em clima de zoação que todos foram para o jardim almoçar. Ninguém tocou mais na discussão de minutos atrás, todos almoçaram e todos se espalharam pela casa para conversar. 

Eva: Filha? 

Roberta: Hum! 

Eva: Por que você não vai tomar um banho e trocar essa roupa e dormir na cama? 

A mulher pergunta sentada na cadeira da mesa para a filha que estava deitada no sofá com a cabeça no colo da Alice e com Beatrice fazendo carinho em sua barriga. 

Roberta: Eu estou com calor! 

Branca: Coitada! Ainda faltam mais quatro meses.

Silvia: Os últimos meses são os piores. Quatro? Ela está de quantos meses? 

Eva: Cinco. 

Leila: Nossa que barrigão, são gêmeos? 

Silvia: Sua barriga está maior que a minha dos gêmeos. 

Alice: Imagina duas meninas? 

Beatrice: Um casal, assim nos duas seríamos as madrinhas.

Roberta: Deus me livre! Vocês são loucas? Um bebê vai dá para vocês rir e chorarem.

Enquanto elas falavam sobre maternidade, os meninos estavam mais afastados conversando sobre a Roberta sem que ninguém percebesse.

Tomás: A Roberta grávida? Se alguém me falasse eu não acreditaria. 

Binho: Nem eu! 

Téo: Se falasse a Alice ou até a Carla, mas a Roberta. É quase improvável! 

Pedro: Vocês falam isso, mas ela amadureceu muito. O cara que ela discutiu mais cedo é pai do bebê, mas o cara não quer o filho, ela assumiu a responsabilidade sozinha e o mané fugiu para o Irã a trabalho. 

Diego: Eles não são namorados? 

Pedro: Pela discussão acho que não. Ele falou que quando ela se livrasse daquela coisa que crescia, eles podiam voltar! Meu a coisa que ele se referia era um bebê que é dele também.

Diego: Idiota! 

Pedro: Ela trabalha na empresa R&M's e faz faculdade sem precisar do dinheiro dos pais. Ela paga tudo que o bebê precisa sem precisar dos pais e ela só mora aqui porque a Eva fez drama porque o apartamento dela está pronto para ela. 

Téo: Ela faz faculdade? 

Pedro: Advocacia! Dá para acreditar? Nossa roqueira cresceu. 

Diego: Em pensar que a garota grávida aqui é a mesma que recusou meu pedido de casamento porque não pensava em casamento, família e filho! 

Tomás: Pensa que poderia ser você. Filho é maravilhoso, mas dá um trabalho, além dos gastos. 

Diego: Se fosse eu, jamais deixaria ela sozinha.

Mais a frente estavam as meninas na piscina em uma conversa não muito diferente. 

Carla: Ana, o que houve? 

Ana: Nada. 

Milly: Você está diferente, o que houve? Pode desabafar nós somos suas amigas. 

Ana: Sabe o homem que a filha da Eva estava discutindo mais cedo? 

Pilar: O pai do bebê dela? 

Ana: Isso, ele é meu primo. Os pais dele morreram quando ele era bem novinho e meus pais cuidaram dele por um tempo aqui no Brasil e nós somos criados como irmãos, nossa diferença de idade é de 4 anos. Meus pais sempre trataram nós dois como irmãos, mas nós não somos, um sentimento cresceu em mim. Eu não conseguia ver ele comigo como meu irmão e nós na adolescência meio de tivemos um romance.

Carla: Você gosta dele? 

Ana: Gosto, eu sei que para ele sou apenas sua prima e que o tivemos na adolescência não significou nada para ele, mas para mim… Ele foi meu primeiro em tudo!

Pilar: Ah, Ana!

Milly: Você ainda tem chance, eles estavam brigando. Sinal que não são um casal perfeito.

Ana: Eles vão ter um filho! 

Carla: E daí? Se eu conheço minha amiga, ela não vai ficar em um relacionamento por causa de uma criança. 

Milly: Minhas crianças tem pais separados.

Ana: Ele ama ela, dava para ver. A forma que ele olhava para ela e também a maneira que deixou a casa eu nunca vou ter chance. 

Milly: Se você ficar aqui se lamentando não vai mesmo! Olha para você, uma mulher linda! Um homem como seu primo de vinte e sete anos precisa de uma mulher como você e não como a pirralha que é a mãe do bebê dele. 

Carla: Hey! Sem ofensa.

Pilar: Carlinha tem razão. Nós somos amigas das duas e a Roberta é a madrinha do meu filho. 

Milly: Desculpa! 

A tarde foi maravilhosa para todos que estavam precisando daquele tempo de distração, o que era para ser apenas uma reunião no almoço, se estendeu para um jantar também. Todos estavam comendo quando Dani entra no local. 

Dani: Desculpe atrapalhar. Roberta, o seu advogado acabou de chega. 

Roberta: Obrigada, Dani! 

A mesma sorri em agradecimento e limpa a boca com um guardanapo pronta para se retirar. 

Eva: Por que você tem um advogado? 

A mesma pergunta com uma expressão de espanto no rosto. 

Roberta: O Franco tem um advogado e não é motivo para qualquer espanto. 

Eva: Franco é um empresário que tem sua própria empresa. Por que você precisaria de um advogado? 

Roberta: Sabe, mãe?

O tom de voz da garota mudou, a ironia estava presente em casa palavra. 

Roberta: Tem duas perguntas que estão na minha cabeça. Uma o Leonel me respondeu, mas a sua eu não consigo resposta. 

Eva: Como? 

Roberta: Por que você não me deserda? 

A pergunta surpreende todos na mesma e deixa a mulher nervosa e desconfortável. 

Roberta: O Leonel não faz porque todo aquele dinheiro e as empresas que ele bate no peito para falar que é dele, na verdade, são todos meus! No fundo ele tem medo, eu sei que os pais dele deixaram tudo para mim e que quando eu fizer dezoito anos, posso tirar tudo das mãos dele, e ele ficaria podre. Mas você, o que te prende a mim? 

Eva: Eu vou matar o seu pai! 

A mulher sussurra, mas acaba falando alto demais e a conversa fica cada vez mais estranha para os ouvidos alheios. 

Roberta: Eu juro que eu tentei ficar longe de confusão, entrei na faculdade de designer e estava tudo normal. Mas o seu ex-marido me colocou para trabalhar dentro da empresa dele, como faxineira. Eu tive acesso a muitos papéis e eu tinha um fio de esperança que você não estivesse metida  nisso. 

Eva: Até a onde você sabe? 

A cantora agora demostrava medo e estava pisando em ovos. 

Roberta: Descobri tudo e foi por esse motivo que eu troquei a minha faculdade para de direito. Porque eu jurei para mim mesma que isso nunca mais iria acontecer. E se para isso eu tenho que colocar o Leonel na cadeia, pode ter certeza que ele vai. 

A garota então se levanta e deixa a mesma sem mais explicações. 

Franco: Do que ela estava falando? 

Eva: Agora não, bebê! 

A mulher também deixa a mesa com a mesma rapidez que a filha. 

Márcia: Eu estou começando a ficar com medo da Roberta grávida. 

Milly: Acho que o namorado dela tinha razão, a garota virou o próprio demônio. 

Fernando: Se uma filha diz que vai colocar o pai na cadeia alguma coisa de muito errado ele fez. Qual a possibilidade de um abuso sexual? 

Leonardo: Nenhum. 

Jonas: Leonel é um homem fechado, mas abuso não! 

Branca: Além do mais, ela culpou a mãe de esconder algo. 

Franco: Minha mulher não mexe com nada ilegal, eu não entendi. 

Leila: Eu acho que está na hora de irmos para casa, porque eu não faço parte desta novela mexicana. 

Todos se despedem para irem embora. Roberta seguiu para o escritório com o advogado. 

Roberta: Acho que eu coloquei tudo a perder!

Björn: O que você fez? 

O advogado pergunta e a mesma começa a relatar em poucos minutos de conversa o que aconteceu na mesa. 

Björn: Isso não foi nada, apenas sua mãe sabe do que você falava.

Roberta: Eu sei que ela também está  envolvida e talvez posso ser condenada por cúmplice, mas ela não pode ser presa. 

Björn: Tudo bem, estamos montando a defesa dela. 

Roberta: Tem novidades?

Björn: Temos, acho que em poucos meses podemos acabar com pelo menos uma das milhares que tem espalhada pelo mundo. Você é muito corajosa! 

Roberta: Não sou, estou morrendo de medo, mas não quero que mais pessoas passem por isso. Você levar uma criança ao orfanato por não ter condição de cuidar não é crime, crime é você abandonar ou vender um bebê.

Björn: Mudando de assunto, sua marca, R&M's está no ranking das empresas que mais cresceu em poucos meses.

Roberta: Graças à deus! 

Björn: Se continuar assim, logo você estará no ranking em disputa com a empresa do seu padrasto. 

Roberta: Quando vamos ter nossa sede? 

Björn: Logo. Eu pensei que seria quatro sedes para cada área.

Roberta: Não. Eu quero um prédio com capacidade de ter as quatros sedes. Quero a R&M's moda, R&M's designer, R&M's joias e a R&M's advocacia trabalhando em conjunto, a única que ficará em outra sede, será a rede de hotelaria porque era o sonho dos meus avós.

Björn: Temos suporte para isso! E a sede da revista? 

Roberta: Essa pode ser separada, não seria legal uma revista no mesmo prédio que um escritório de advogados.

Björn: Já se decidiu em qual das áreas você vai trabalhar? 

Roberta: Sou um pássaro livre! 

Björn: Eu já sabia! Só quis confirmar. Tenho que ir!

O advogado fala se levantando pronto para se retirar.

Roberta: Björn? 

Björn: Hum! 

Roberta: Eu preciso da autorização para ir até o presídio e visitar o César.

Björn: O quê? Ficou maluca? Não. Isso eu não posso fazer, você está grávida. 

Roberta: Eu ainda pago o seu salário. 

O homem bufa irritada lhe beijando a testa e saindo da casa. Roberta se sentia com a faca e o queijo na mão, o que ela faria? Não podia simplesmente meter os pés pelas mãos e voltar toda a bomba para todos. Se colocaria em perigo e junto com a sua família.

Roberta tomou banho e logo foi dormir.

Pela manhã, ela acordou cansada. Sua barriga estava cada vez maior e o cansaço também. Ela tomou seu banho, colocou um vestido e prendeu seu cabelos de forma despojada.

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Roberta: Bom dia! 

Ela fala se juntando a todos no café, ela deixou sua bolsa com as coisas para faculdade na sala. 

Alice: Bom dia! 

Carla: Bom dia! 

Franco: Bom dia! 

Eva: Bom dia! 

Carla: Vai sair? 

Alice: Ela faz faculdade! E a propósito, é na mesma que a sua. 

Carla: Sério?

Eva: Assim vocês podem voltar juntas. A cidade está cada vez mais violenta. 

Roberta: Eu tenho consulta médica, você não vai comigo? 

Eva: Claro, mas você não vem almoçar em casa? 

Roberta: Acho que não. Vou almoçar no shopping mesmo e vamos de lá. 

Alice: Eu tenho reunião com o empresário da banda Rebelde, mas amanhã nós vamos conversar sobre o chá de bebê.

Depois do café todos saíram de casa, Franco foi trabalhar junto com Alice que estava fazendo estágio, Eva foi para a escola de arte onde dava aulas de canto e Carla e Roberta foram para a faculdade. 

Na faculdade, Roberta encontrou vários dos seus companheiros de Elite Way. Inclusive, Márcia.

Márcia: Oi… 

Carla e Roberta estavam sentadas no banco do jardim da faculdade quando Márcia se aproximou com seu namorado, Téo. 

Roberta: Oi!

Márcia: Você está linda!

Roberta: Obrigada! Você também está muito bonita.

Márcia: Que nada, não sabia que você estava estudando aqui. 

Roberta: Estou há pouco tempo! Tive que trocar por causa da distância. 

Téo: Qual curso? 

Roberta: Direito. E o de vocês? 

Márcia: Engenharia civil.

Téo: Administração. 

Carla: Nutrição, meu problema alimentar me fez querer ajudar outras pessoas. 

Márcia: Posso? 

Ela pergunta se referindo a tocar na barriga da ex-cunhada.

Roberta: Claro! 

Márcia: Já pensou que podia ser do meu irmão? 

A pergunta sai sem que a mesma pudesse controlar.

Roberta: Já…

Márcia: Então significa que vocês ainda podem se acertar. 

Roberta: Não, significa que nós dois seguimos em frente. Vamos, está na hora.

Todos concordam sem questionar. No fundo a pergunta e a resposta deixaram todos desconfortáveis. Quase na hora do almoço todos deixaram a faculdade. Roberta se despediu da Carla e seguiu para o shopping com Beatrice que estava na porta da faculdade esperando a mesma.

Roberta: Marcamos algo e eu esqueci? 

Beatrice: Graças a deus não! Porque se fosse, eu te mataria. 

Roberta: Tenho que almoçar para ir ao médico. 

Beatrice: Eu sei, vou te levar para comer e em troca você vai me deixar ir também. 

Roberta: Alice vai te matar! 

Beatrice: Eu sei. 

Ambas sorriem, mas entram no carro com destino ao shopping. Elas foram para a praça de alimentação onde encontraram com a Eva. 

Eva: O combinado não era você ir somente nas consultas que a Alice fosse? 

Roberta: Eu não vou me meter. 

Beatrice: Sabe como é né, tia?

Roberta gargalha com a careta da sua mãe para a menina que também se segurava para não ri.

Eva: Eu sou nova demais para ser sua tia, não é porque a minha filha vai me dar uma neta que eu estou velha. 

Roberta: Você também acha que é uma menina? Vocês sempre se referem como sendo ela e não ele. 

Beatrice: Verdade, mas se for ele também será amado. 

Eva: Eu acho que vai ser uma menina. 

Roberta: Eu queria que fosse menino, o meu Benjamin! 

A garota fala acariciando a barriga volumosa com os olhos perdidos em algo na sua mente. 

Beatrice: Vamos? 

As três seguem para o hospital do centro da cidade onde a Roberta estava fazendo seu acompanhamento. Sua médica se chama Margarida e cuida da menina desde que ela nasceu. Margarida era pediatra da Roberta e também sua ginecologista e agora estava acompanhando sua gestação.

Quando chegaram não tinha muita gente na frente e logo o nome da mesma foi chamado. 

Marta: Bom dia!

Eva: Bom dia, queremos saber se hoje saímos daqui com a notícia se é um menino ou uma menina.

Margarida: Isso só depende do bebê! Comeu chocolate? 

Roberta: Fiz tudo o que a senhora me recomendou. 

Beatrice: Eu conversei muito com essa mocinha e falei que ela pode abrir as perninhas para mostrar a florzinha.

Margarida começou a consulta perguntado como Roberta estava, a mesma responde que estava tudo bem e que não tinha sentido nada de anormal. A profissional gostou do que ouviu, por ser uma adolescente todo cuidado é pouco, a médica também perguntou se ela tinha sentido alguma dor, enjoo ou tontura e a gestante voltou a negar afirmando que tontura só sentiu antes de descobrir a gestação, mas que dormiu e enjoo ela não sentiu. A profissional explicou que nem todas as grávidas sentem enjoo, mas também que algumas sentem no começo e outras só sentem depois do sétimo mês ou seja, no final. 

A médica pesou a paciente que estava no peso ideal, ela tinha engordado 8kg. E a médica afirmou quer ela iria engordar mais e Roberta brincou dizendo que ia explodir.

Por fim, Margarida disse que Roberta estava com vinte e uma semanas, ou seja, cinco meses e que ela poderia ir se trocar para fazer o ultrassom. Todas ficaram em silêncio, Roberta se deitou na maca e a médica passou o gel e começou o procedimento. 

Todas se emocionaram com o som do coração batendo, a médica explicava para as três o tamanho e o peso aproximado que o bebê estava e por fim perguntou se elas queriam saber o sexo.

Beatrice: Sim, muito! 

Eva: Ela está com as pernas abertas? 

Margarida: Sim, mas a mamãe que tem de decidir se quer saber o sexo ou não. 

Todas olharam para a Roberta deitada na maca, Roberta bem que pensou em negar para fazer o chá revelação, mas sabia que a Alice e a Beatrice não lhe deixariam em paz. 

Roberta: Eu quero saber! 

Margarida: Parabéns, querida! É uma menina enorme.

Eva e Beatrice gritaram de felicidade e foram repreendidas pela médica que chamou a atenção de ambas que estavam em um hospital.

Eva: Desculpa!

Margarida: Você pode se trocar para conversarmos mais um pouco.

Roberta se trocou e voltou para a sala rapidamente com medo da próxima conversa.

Roberta: Aconteceu alguma coisa? 

Margarida: Está tudo bem, quero apenas conversar sobre o seu parto. Ainda faltam quatro meses, você já decidiu se quer um parto normal ou fazer uma cesárea? 

Roberta: Eu andei pesquisando sobre a cesárea. 

Margarida: Apesar da sua idade, sua gestação é normal… sem risco. Então você pode escolher sem risco o melhor para vocês, mas devo te alertar que sua bebê é grande e vai crescer ainda mais. 

Beatrice: E isso é um problema? 

Margarida: Problema não, mas Roberta é pequena e se optar por um parto normal, pode ser que sofra por causa do tamanho. Há mulheres que precisam dar um corte para o bebê sair, mas tem aquelas que aguentam e não sofrem. Não quero lhe assustar, apenas estou te orientando para você ver todas as suas possibilidades. 

Roberta: Minha gravidez é 100% saudável para eu escolher? 

Margarida: Sim, você e a bebê são saudáveis e fortes. Você tem quatros meses para pensar. Podemos voltar a falar sobre isso mais para frente.

Roberta: Tudo bem. 

A consulta terminou e Eva fez questão de ir ao shopping para comprar um bolo para eles comemorarem a chegada da menina. 

No shopping, Beatrice e Eva decidiram que iriam fazer um chá revelação. Roberta foi contra dizendo que estava em cima da hora, mas as duas ignoram.

Continua…

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