Little Anie - Cap. 84 | 5ª Parte

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Little Anie | 5ª Parte

Dê-me apenas um motivo
Só um pouquinho já basta
Só um segundo
Não estamos quebrados, apenas curvados
E podemos aprender a amar novamente
Está nas estrelas
Foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações
Não estamos quebrados, apenas curvados
E podemos aprender a amar novamente
– Just Give Me A Reason | Pink

Pov Arthur

Londres | Quinta-feira, 17 de dezembro de 2015 – Oito e meia.

– Bom dia, cara. – Ouvi Harry dizer quando chegou a cozinha. – Você já está indo ver a Anie? – Me perguntou curioso.

Faziam cinco dias; cento e vinte horas; sete mil e duzentos minutos; quatrocentos e trinta e dois mil segundos que eu tinha saído de casa. Tentei falar com a Anie na terça-feira, mas ela me ignorou quando contei que não poderia ir lá vê-la naquele dia. Ela desligou o telefone na minha cara. Não voltei a ligar. Não sabia como falar com a minha própria filha. Estava sendo muito difícil, porque eu não fazia ideia de como seria se eu esbarrasse com Lua durante o tempo em que eu fosse visitar a nossa filha.

Eu ainda estava na casa do Harry. Nós tínhamos entrado em contato com uma designer que ele tinha encontrado e ela estava resolvendo as coisas sobre a decoração do apartamento de Liverpool. Eu espero que ela termine o trabalho antes do ano novo. Não me sinto muito à vontade na casa do Harry, porque noto um certo desconforto da parte da Britney quando ela chega em casa e eu estou lá. Sei que toda a vida Harry morou sozinho. Ele já está acostumado com isso, ao contrário de mim, que moro com Lua há oito anos, desde quando ela estava no segundo ano da faculdade e fomos morar em um apartamento em Cambridge, porque era perto da universidade.

Eu não gostaria de estar passando por essa experiencia de morar só. Nunca me senti tão sozinho e perdido durante toda a minha vida, como estou me sentindo agora. Eu sinto saudades da Lua e da Anie o tempo inteiro. É muito diferente de quando passo alguns dias longe a trabalho, porque sei que quando eu voltar, elas estarão lá e eu voltarei para casa. Mas agora não, só Anie estará e eu não ficarei em casa.

As outras pessoas ainda não sabiam que estávamos separados. Eu só tinha contado para o Harry e sei lá, Lua deve ter contado para a Mel, Carla e Carol, porque elas moram com a gente e é difícil elas não terem percebido nada. Afinal, eu não estava mais em casa. Nós estamos tão ansiosos para o primeiro show da nova turnê, que os caras ainda não perceberam nada – nem John.

– Bom dia. – Falei tomando um gole de café. – Sim. Eu disse que iria hoje. Estou só esperando dar mais um tempinho. Anie ainda deve está dormindo. – Respondi e depois peguei uma torrada e passei geleia.

Anie não estava dormindo. Eu é que não sabia como chegar em casa.

– Aham... – Harry murmurou descrente. – Sabe que esses dias eu até estou sendo saudável? – Mudou de assunto e eu acabei rindo.
– Claro. Compramos comida de verdade. – Pontuei. – Sabe se Lua vai? Vocês falaram sobre isso? – Agora fui eu quem mudou de assunto.
– Eu disse que não ia ficar de leva e traz. – Ele me lembrou divertido.
– É sério, seu idiota! – Exclamei.
– Acho difícil, Arthur. Você conhece a Lua. Ela é bem...
– Teimosa. – Completei.
– Então... – Harry deu de ombro.
– Você sabe que ela não vai. – Resmunguei.
– E você também, ora... – Ele suspirou.
– Eu queria muito que ela fosse. Meu Deus! Eu queria tanto. Passei meses escondendo aquela música dela...
– Mas ela já sabe que tem uma música. – Harry comentou vagamente. Mas eu já sabia disso.
– Eu sei... eu nunca soube esconder muito bem as coisas dela. Lua desconfiou quando comecei a insistir para que ela fosse ao show. – Contei e Harry balançou a cabeça assentindo.
– Depois de me questionar se ela era melhor que a Kate... – Harry começou a falar e eu ergui uma sobrancelha. Ele foi ver Lua ontem. – Ela assegurou que é gostosa. Lua não é nem um pouquinho modesta. – Ele riu.
– Ela sabe que é gostosa. – Afirmei. – Meu Deus! Aquela mulher, literalmente, me deixa perdido. Estou sentindo falta até do estresse dela. Acho que nunca mais vou reclamar disso com ela quando voltarmos... Eu espero que voltemos. – Esclareci quando Harry me encarou divertido.
– Lua está muito decepcionada. Ela não merecia estar passando por isso. – Ele lamentou e eu concordei.
– Não mesmo. Tenho que fazer alguma coisa. Não quero ficar longe dela por muito tempo. – Desabafei. – Sinto saudades dela o tempo todo. Nunca tive dúvidas de que a Lua é a mulher da minha vida e hoje só confirmo. Não sei viver sem ela. Me sinto sem saber o que fazer... sinto saudades das nossas conversas. – Confessei.
– Ela está bastante preocupada de você não aparecer lá para ver a menina Anie. Só isso... sinto te dizer.
– Eu sei que ela está muito magoada para me querer por perto, mas eu jamais abandonaria a minha filha.
– Eu sei, contei isso a ela. Até porque, se você fizesse isso, eu ia te matar. – Harry confessou. – Você não seria tão escroto assim, dude.
– Eu não sou assim, Judd. – Afirmei.
– Nós sabemos, Aguiar. – Ele pegou uma garrafinha de suco de laranja. – Vamos logo. Antes que a gente se atrase.
– Vamos. – Concordei.

Passaríamos em casa antes de ir para a produtora. John havia mudado o horário do último ensaio porque Mika ia a uma consulta com a Sophia. Então eu ia ver a Anie e quem sabe, se ela quiser, leva-la para o ensaio. Não sei se ela vai gostar da ideia, mas vou tentar.

– Ei, dude. – Harry chamou minha atenção ao fechar a porta de casa. Íamos no carro dele.
– O que foi? – Indaguei curioso.
– Os caras ainda nem perceberam que você está sem aliança. – Ele observou.
–  Homens não prestam atenção nisso. – Falei ao entrar no carro.
– É difícil mesmo... mas os fãs prestam e os sites de fofoca também! Eles ainda não falaram nada porque você nem saiu e nem postou nada. Já pensou se eles perguntam algo?
– Acho que vou pôr a aliança de volta. Lua vai odiar saber que as pessoas estão falando sobre isso. Ela odeia exposição. – Falei preocupado.
– Eu me toquei nisso agora...
– Será que ela já falou alguma coisa para os pais dela? – Indaguei.
– Não me lembro dela ter me dito algo sobre ter contado para eles.
– Nooossaa! Kate acabou com a meu casamento. Parece até que é um longo pesadelo. – Comentei sem acreditar.
– Você deveria ter ouvido a Luh.
– Aah, Harry! Você diz isso porque você não é casado. As coisas não são nada simples quando você tem um relacionamento assim e o mais importante, uma mulher como a minha. Lua é extremamente teimosa e impaciente. Ela queria que eu fosse falar com a Kate, mas ela nem suportava a ideia de me ver perto daquela desgraçada. É difícil de entender. Lidar com a Lua é complicado. Mas eu daria tudo para estar aturando os estresses dela agora... – Declarei.
– Eu imagino... Mas... mudando de assunto, você acredita que a Britney ficou chateada porque eu disse que ontem eu não poderia ir ao cinema com ela? Imagina quando ela descobrir que eu marquei um filme com a Lua hoje?
– Você vai ao cinema com a Lua? – Perguntei.
– Não para o cinema.
– Lua odeia assistir filme. – Rir sem acreditar. Era uma novela fazê-la assistir algo comigo.
– Sugeri uma comédia. Ela tá precisando rir. – Ele explicou e eu neguei com a cabeça.
– Ela nem vai prestar atenção no filme. – Contei. – Ela não consegue. Fica entediada. Lua é uma péssima companhia para assistir filme. Leva ela pra comer que é mais fácil. Ela pode rir das suas piadas sem graça. – Sugeri e Harry me encarou.
– Você tá me dando de dicas de como fazer a sua mulher rir?
– É só pra fazê-la se sentir melhor, Harry. Só isso! – Deixei bem claro.
– Idiota!
– Idiota é você. – Retruquei. – Nunca que eu daria dicas para outro homem conquistar a minha mulher. – Acrescentei.
– Hahaha imaginando a cara da Lua se ouvisse isso. – Ele riu alto. – Você sabe que a Lua é como uma irmã pra mim.
– É claro que eu sei. Por isso estou te dando essas dicas! Depois me conta se ela assistiu o filme todo. – Ergui as sobrancelhas.
– Eu vou conseguir fazer a Lua assistir esse filme sem reclamar. Você quer apostar? – Ele me provocou.
– Eu vou ganhar. – Assegurei. –  Você tem certeza de que quer fazer uma aposta? – Perguntei.
– Claro. – Harry assegurou e estendeu a mão para que eu apertasse. – Ou você está com medo de estar enganado?
– Convivo com a Lua há quase onze anos, e nunca conseguir fazê-la assistir um filme se quer, sem reclamar. – Esclareci. – Ela simplesmente às vezes dorme. Dorme! – Exclamei.
– Eu sei que é uma missão impossível. Conheço aquela chata, mas ela disse que eu não tive uma ideia melhor. – Harry deu de ombros.
– Você já perdeu essa. – Garanti.
– Veremos. – Ele me desafiou, mas eu ignorei essa parte.

Harry já tinha estacionado na frente de casa. Eu sabia que Lua não estava em casa por conta do horário – já passava das dez horas e ela já tinha ido trabalhar. Descemos do carro e seguimos para casa. Eu ainda tenho as chaves, então nem toquei a campainha. Quando abri a porta e entrei em casa, senti vontade de chorar. Me bateu uma sensação de perda, de desespero.

Anie estava no sofá e nem percebeu que alguém tinha entrado em casa. O desenho da barbie era bem mais interessante do que alguém que havia deixado ela triste.

– Adivinha quem veio te ver? – Harry chamou a atenção da pequena que abriu um largo sorriso antes de abraça-lo.
– TIO HARRY! – Ela gritou animada.
– Também. – Ele brincou ao apontar para mim.
– Papai... – Anie falou mais baixo ao soltar o padrinho e caminhar em minha direção.
– Eu estava morrendo de saudades, meu bebê. – Confessei ao abrir os braços para abraça-la.
– Eu também, papai. – Ela me abraçou já começando a chorar. – Mas o senhor me deixou. Eu tô tiste!
– Não deixei você, amor. Papai só estava resolvendo algumas coisas. Eu nunca vou te abandonar, filha. – Assegurei. – Não chora. – Pedi me afastando um pouco dela para enxugar suas lágrimas. – Eu não gosto de te ver chorar. – Completei.
– Então não vai embola, papai! – Ela exclamou óbvia. E eu gostaria que fosse tudo tão fácil como Anie estava pensando que fosse. Suspirei.
– Eu estou aqui com você agora, minha vidinha. – Lhe enchi de beijos. – Eeee... vim te convidar para sair. Você aceita?
– Minha mamãe vai deixar? – Ela me perguntou e Harry riu.
– É claro que sim, filha. Você não precisa se preocupar com isso. – Assegurei.
– Eu só tô um pouquinho pelocupada de quando ela chegar aqui e ficar sozinha. Minha mamãe também não gosta de ficar sozinha. Ela tá tiste também. – Anie me explicou.
– Eu sei neném. Mas não vamos chegar tão tarde. Eu posso mandar uma mensagem para a sua mãe e avisar que você vai sair comigo, tudo bem assim? – Perguntei e a pequena assentiu.
– Então quando é que a gente vai?
– Agora. – Respondi.
– Agola? E é pla onde?
– Uuuuuhm... surpresinha. – Apertei levemente seu nariz.
– Suplesa? Eu gosto só as vezes... é que eu fico culiosa, papai. – Anie me abraçou novamente.
– Eu sei, eu te conheço. – Começamos a rir. – Cadê a Carol? Preciso avisar que você vai passar o dia comigo. – Falei.
– Tá arrumando o meu quarto.
– Sua bagunceira. – Brinquei.
– Minha mamãe disse que é igual a você. – Anie apontou para mim e Harry riu alto.
– Isso é verdade mesmo. – Ele concordou.
– Só não mais que você que deixa a meia em cima da cadeira da cozinha. – Retruquei e Harry me mostrou língua.
– Já parei, Arthur. – Ele revirou os olhos.
– Mas eu não bagunço muito. É que eu sou neném ainda. – Anie se defendeu e eu lhe dei um beijo na bochecha.
– Aham... – Harry murmurou.
– Vamos lá. Você precisa mudar de roupa. – Falei.
– Posso escolher a que eu quiser?
– Tem que ser de frio, filha. – Avisei.

Subimos para o quarto da Anie. E Carol estava realmente arrumando o quarto.

– Bom dia, Carol. – Falei e ela me olhou surpresa.
– Bom... dia, Arthur.
– O meu papai vai me levar pla sair! Vai ter suplesa! – Anie contou animada.
– Uau! Que legal, Anie. – Carol sorriu.
– É muito legal mesmo. – A pequena afirmou. – Você me ajuda a pocular uma roupa.
– Claro.
– Ela vai sair comigo. Vou mandar uma mensagem para a Lua avisando. Vocês não precisam se preocupar.
– Tudo bem, Arthur. – Carol assegurou.

Me sentei na cama e fiquei esperando Carol ajudar Anie a se vestir para que pudéssemos sair. O ensaio tinha sido remarcado para as dez e meia.

Pov Lua

Hoje é quinta-feira. Eu sairei mais cedo do trabalho por conta de uma reunião. Iremos trabalhar no escritório até dia vinte e dois de dezembro e daí só retornaremos dia quatro de janeiro. Não faço ideia de onde irei passar as festas de final de ano. Entre eu e Arthur existe a Anie, não sei como vamos fazer isso.

Hanna foi a primeira a notar a ausência da minha aliança. E eu só contei que eu e Arthur havíamos nos desentendido, que eu estava muito magoada e que não queria falar sobre o assunto. Apesar de Hanna ser bastante curiosa, ela entendeu e parou de fazer perguntas.

Eu ainda não tinha me encontrado com Ryan desde de segunda-feira. Ele tinha ido para o Texas e estava voltando hoje junto com a Olívia. A reunião seria um balanço sobre o ano de dois mil e quinze. Como tínhamos defendido alguns casos, se obtemos êxito, onde encontramos dificuldade... essas coisas. Eu resolvia mais assuntos de documentos, do que de separação por exemplo, ou alguma coisa no tribunal – isso ficava mais para o Adam e para o Ryan. Porém, para o ano de dois mil e dezesseis talvez as coisas mudassem. A cada ano essas mudanças eram feitas.

Meu celular apitou e eu peguei para ver quem tinha me mandado mensagem. E era o Arthur. Fiquei um tempo olhando para a tela do celular sem saber se era uma boa ou uma péssima ideia ler o que ele tinha me mandado. Mas me recordei de Harry contando que hoje ele iria ver a nossa filha. Talvez fosse algo a respeito disso... ou só mais algum pedido de desculpa. Desbloqueei a tela do celular e abri a mensagem.

Mensagem ON

“Bom dia, Lua. Passei hoje em casa para buscar a Anie. Vou leva-la para a produtora e depois vamos almoçar. Levo ela de volta pra casa à noite. Tudo bem pra você?”

Era claro que estava tudo bem. Anie com certeza estava muito feliz com isso.

“Tudo bem.”

Respondi.

Mensagem OF

– Luh? – Hanna apareceu na minha sala. – Ryan já chegou. Ele disse que a reunião começará as duas horas. Ok?
– Ok. Obrigada. – Agradeci e Hanna fechou a porta da sala.

Desliguei o notebook e fitei alguns papeis que estavam sobre a minha mesa. Eu já tinha terminado o meu trabalho do dia. Agora eu esperaria dar doze horas para poder sair para o almoço e depois voltar para a reunião e enfim, ir embora para casa.

Eu tinha que pensar em como contaria para a minha família sobre a separação. Meus pais amam o Arthur. Nãos sei como eles receberão a notícia de que ele me traiu. Talvez eles nem acreditem. A Sophia vai ficar muito chateada por eu estar escondendo isso. Será que Arthur já contou para os amigos? Talvez não. Caso contrário, minha irmã já estaria sabendo da novidade.

Suspirei e segurei meu dedo anelar, lembrei que a aliança não estava mais ali – eu sempre a girava quando estava nervosa. Era estranho não ter mais nada.

Pov Arthur

Londres | Produtora – Dez e quinze da manhã.

– UAU! Eu posso ficar ali? – Anie apontou para a bateria e Harry riu assentindo.
– Eu ensino você. Tenho certeza que você vai adorar. – Ele contou divertido.
– Eu vou adolar! – Anie disse empolgada ao levantar os bracinhos para comemorar. – Eu posso papai?
– Claro, meu anjo. – Sorrir. – Seu tio disse que vai te ajudar. – Apontei para o Harry.
– Segula a minha bolsa! – Anie me entregou a bolsa que era em formato do relógio da bela e a fera.
– Tá bom, me dar aqui. – Peguei a bolsa.
– Eita, mulheres! – Chay brincou. – Como está, pequena?
– Agola eu tô feliz! Vou tocar batelia! Meu tio Harry vai me ensinar. – Ela contou contente.
– Vai ser maneiro. Você vai gostar muuuuito!
– YEES! – Anie exclamou nos fazendo rir.
– Vem, Anie.
– Eu já vou.
– Mika ainda não chegou? – Indaguei Chay que negou com uma manear de cabeça. – Vou pegar uma garrafinha de água. Você sabe se compraram refrigerante?
– Não. Eu só peguei um café, mas foi na lanchonete. – Ele me respondeu. – Aqui no freezer eu não sei. – Acrescentou dando de ombros.
– Vou ver. – Falei me levantando da cadeira.

*

– Vem, bebê. Vamos almoçar. – Chamei Anie.
– Posso tocar depois o violão?
– É guitarra. – Mika corrigiu.
– Não, tio Mika. É igual do meu papai!
– Pensei que fosse do Chay. – Micael se defendeu e Anie deu uma risada.
– O que você mais gostou de tocar? – Indaguei.
– A batelia! Eu adolei! É legal! Faz baulho maior.
– Hahaha sua danadinha.... você gosta é de barulho. – Pontuei pegando-a no colo.
– Onde que a gente vai comer?
– Num restaurante.
– Restaulante? Todo mundo?
– Sim. – Respondi.
– E depois?
– Uuuuhm... vamos passear. Onde você quiser.
– Quelo ir no shopping pla bincar no parquinho!
– Aah filha... shopping não, meu anjo.


Pov Lua

– Lua? Ryan já está esperando vocês. – Hanna voltou a me avisar.
– Já estou indo. Você pode levar um copo com água para mim? – Pedi a ela.
– Posso. – Hanna sorriu. – Ei?
– Oi, querida. – Peguei algumas pastas e depois encarei Hanna que ainda estava parada na porta com um meio sorriso.
– Você acredita se eu contar que Olívia voltou loira do Texas?
– Sério? – Indaguei de cenho franzido.
– Aaaham... Será que foi o Ryan que pediu? – Ela perguntou curiosa.
– Por que ele pediria isso? – Rir pasma.
– Para ela se parecer com você, querida.
– Por favor, Hanna! – Exclamei. – Que ideia. – Acrescentei caminhando até a porta.
– É a única explicação. – Ela deu de ombros.
– Você não disse que eles tinham terminado?
– Eu disse ué... mas agora nem sei mais.
– Você é uma péssima fofoqueira. – Sussurrei indo para a sala de reuniões e Hanna riu.

*

– Boa tarde. – Falei ao adentrar a sala.
– Boa tarde, Lua. – Olívia, Afonso, Adam e Rose responderam.
– Boa tarde, querida. – Ryan disse me encarando.
– Sua água, Lua. – Hanna piscou discretamente para mim.
– Obrigada. – Agradeci.

Começamos a reunião mostrando as planilhas de pagamentos e depois os relatórios dos processos que foram analisados e que conseguimos ganhar, solucionar... enfim... O grupo de advogados que tinha ido para o Texas estava caminhando bem. Os resultados tinham ultrapassados nossas expectativas e isso era ótimo.

Passamos quase duas horas em reunião. Criamos algumas metas para o próximo ano e finalizamos a reunião. Quando as pessoas começaram a sair da sala, Ryan pediu que eu ficasse.

– Lua? Quero falar com você. – Ele me chamou baixo.
– Sobre o quê? Achei que já tivéssemos resolvido tudo. – Respondi.
– Não é sobre o escritório. – Ryan esclareceu.
– E seria sobre o quê? –Indaguei impaciente e entrelacei os dedos.
– Como você está, Lua? – Ele começou.
– Ora como eu estou. – Repeti sem acreditar no que eu tinha acabado de escutar. – Eu estou ótima! Você não está vendo? – Ergui as sobrancelhas e ele riu.
– Percebi que você está sem aliança... perdeu, meu bem? – Ele perguntou curioso.
– Isso não te interessa! – Retruquei séria. – Era só isso? Já posso ir? – Perguntei me levantando, mas ele foi mais rápido do que eu.
– Então, o seu querido e quase sem defeitos, marido, enfim... pisou na bola com você? – Ryan sorriu para me provocar e pôs-se ao meu lado espalmando as duas mãos sobre a mesa de reuniões.
– O que a minha relação com o quase sem defeitos do meu marido, te interessa? – Questionei. – Você só pode estar de brincadeira com a minha cara. – Acrescentei.
– Achei que ele não errasse...
– Pra você ver! – Exclamei. – Agora me dar licença?
– O que você acha de tomarmos um chopp?
– Eu odeio chopp!
– Então me diz do que você gosta. Eu faço o que você quiser. – Ele aproximou o rosto do meu.
– É? – Insistir fazendo o mesmo e ele sorriu assentindo. – ENTÃO ME ERRA, RYAN! – Gritei me afastando dele.
– Eu já te disse que não desisto fácil. – Ryan me lembrou.
– E eu já deixei claro que você está perdendo o seu tempo. – Retruquei exausta e me levantei da cadeira. – É melhor você se controlar. Eu não suporto esse tipo de graça.
– Tudo bem, querida. Não precisa se exaltar. Amanhã voltamos a conversar.
– Não a respeito disso. Para o seu interesse, eu não estou à procura de homem. E é melhor que você não se esqueça disso.

Saí da sala irritada. Odiava quando tentavam me acuar. Mas fui parada pela Hanna, na verdade, ela praticamente me empurrou para dentro da minha sala.

– O que foi? Tá doida? – Perguntei confusa.
– Você nem sabe o que eu li no site de fofoca. – Ela começou espantada.
– E nem estou interessada. O Ryan acabou de me irritar com aquele papinho escroto dele. Tudo o que eu não quero é saber de fofoca agora, querida Hanna. – Deixei bem claro.
– Não, Lua. É do teu interesse! – Ela insistiu.
– Do meu interesse? – Acabei rindo. – E desde quando eu tenho interesse nesse tipo de notícia? – Perguntei.
– É de você. – Ela quase sussurrou.
– De mim? O que eu fiz para aparecer em site de fofoca? Nem famosa eu sou sua louca. – Respondi. – E nem mando nudes pra ninguém.
– Você não, mas o Arthur sim.
– Manda nudes? – Brinquei.
– Não exatamente nudes, mas é de vocês que estão falando. Olha só... – Ela estendeu a mão com o celular para que eu visse.


“TRAIÇÃO: ARTHUR AGUIAR PASSA A NOITE COM A EX”

Segundo a nossa fonte, Kate Harisson saiu com o cantor Arthur Aguiar na noite da última sexta-feira, 11 de dezembro. Eles estavam trocando mensagens e fotos quentes há algumas semanas. Depois de se encontrarem em um bar no centro de Londres, eles foram para a casa da moça, onde passaram o resto da noite e o cantor só foi embora pela manhã.

Kate e Arthur já se relacionaram na adolescência antes dele começar a namorar a advogada Lua Blanco, com quem estava casado há quase seis anos e tem uma filha de três anos. Falamos estava, porque depois dessas fotos é meio difícil da Lua acreditar que o marido não relembrou nada com a ex-namorada. A nossa fonte é confiável, nos assegurou que o cantor não estava mais usando aliança e que Lua já sabe da existência das fotos, inclusive, ela recebeu as fotos na manhã do último sábado, dia 12 de dezembro. Que notícia, hein gente? Pensávamos que o casal andava bem! Embora saibamos que os dois não gostam de expor a vida pessoal, nós não esperávamos por essa.

Será que Arthur Aguiar vai negar que é ele nas fotos? Estamos ansiosos pela resposta dele. Já entramos em contato com o empresário da banda. Lembrando que amanhã, sexta-feira, 18 de dezembro a banda McFly fará um show no Royal Albert Hall. Será que depois dessa bomba, Arthur estará com cabeça para encarar uma turnê? O que os fãs irão achar dessa novidade? Em breve saberemos.

Quase não acreditei no que eu tinha acabado de ler. Se tinha uma coisa que eu odiava era site de fofoca, agora mais ainda por eu ter aparecido nesse tipo de notícia. Eu quero matar o Arthur por ele ter sido inconsequente ao se encontrar com aquela vadia. Era lógico que essa fonte é a própria Kate. Se tivessem colocado uma foto da minha filha, eu ia processar esse site ridículo.

– É mentira tudo isso, não é, Lua? – Hanna me perguntou. – É montagem?
– Não é montagem, amiga.
– É o Arthur? – Ela insistiu sem acreditar e eu concordei com a cabeça.  – Meu Deus! Não acredito, Luh. Ele parecia ser louco por você.
– Pois é querida Hanna. Homens! Homens são todos iguais mesmo. – Suspirei. – Uma hora dessa minha família já deve estar sabendo. – Levei as mãos ao rosto. – Não acredito que isso está acontecendo comigo. Que droga! –Exclamei irritada.
– Ninguém sabia?
– Claro que não, Hanna. Ou você acha que se soubesse as pessoas não estariam comentando? – Peguei minha bolsa. – Preciso ir pra casa antes que eu encontre fotógrafos na minha porta. Eu vou matar o Arthur!
– Ele ainda está lá?
– Claro que não. O mandei ir embora. Como eu ia olhar pra cara dele depois de tudo isso? Arthur sabe que é o tipo de coisa que eu jamais perdoaria. Então... ele sabe. – Suspirei outra vez. – Recebi a aliança dele junto com as fotos. É tudo verdade o que está escrito aí nessa droga de site. E essa fonte é essa própria vadia. Eu tenho certeza! – Finalizei.
– Poxa, Luh... eu nem sei o que te dizer.
– Não precisa dizer nada, Hanna. Eu não espero soluções de outras pessoas para essa situação. Agora eu preciso ir... Anie está com ele... e... – Meu celular começou a tocar, era a minha irmã. – Droga, é a Sophia! Ela já deve estar sabendo disso. – Concluí.
– Tá bom, vai com cuidado.
– Pode deixar.

Me despedi de Hanna com um abraço e segui para o elevador. Desliguei meu celular para não escutar mais nenhum toque de chamada. Mas eu sabia que se não atendesse, Sophia ia aparecer lá em casa. Fiquei esperando o elevador subir.

– Então quer dizer que o Arthur teve uma noite agitada com a ex? Kate, não é? – Ouvi quase um sussurro de Ryan atrás de mim.
– Então quer dizer que você gosta de site de fofocas? – Me virei para encara-lo e ergui uma das sobrancelhas.
– Hoje foi uma exceção. – Ele me respondeu sorrindo, mas eu não acreditei. – Você não me respondeu. Aliás, já era de se imaginar que algo do tipo tinha acontecido... Pelo que eu conheço, você não é mulher de tirar a aliança por qualquer coisa.
– E não sou mulher de conversinha também. É bom que você lembre disso! – Retruquei. – Por que você está tão interessado nisso?
– Porque, Lua Blanco... quero te ajudar. Ser um bom amigo, você compreende?
– Não preciso de ajuda e nem da sua amizade, você compreende? – Perguntei séria.
– Você deve está muito magoada. – Ryan apertou o botão do térreo. – Não entendo porque ele fez isso... você é tão...
– Acho bom você nem completar a frase. – Pedi.
– Até porque você sabe. – Ele pontuou.
– Eu já te avisei mais de uma vez que não gosto dessa conversa.
– Mas agora, você está livre, baby.
– E pretendo continuar. Ou você acha que eu vou sair com um cara da tua marca? – Aproximei os lábios do ouvido dele. – Estúpido. – Sussurrei e Ryan sorriu me imprensando contra a parede do elevador.
– Se eu fosse você, eu não diria uma coisa dessas. Estamos só nós dois nesse elevador e eu posso fazê-lo parar a qualquer momento. – Me ameaçou.
– E você acha que eu tenho medo de elevador parado? – Provoquei.
– Você não tem medo de muita coisa. Eu gosto de mulheres destemidas.
– Hahaha... – Ri vendo que o térreo se aproximava. – Você não dá conta de uma mulher como eu.
– Modesta.
– Ousada! – Afirmei. – Não preciso de homens como você. – Deixei claro.
– Como você sabe que eu não dou conta?
– Porque você é o tipo de cara que fala demais. Odeio caras que falam demais. Prefiro os que fazem. – Murmurei dando um empurrão nele e saindo elevador.
– Lua... ainda não acabamos.
– Nunca nem vamos começar. – Avisei.
– Você não gosta de carinho, querida?
– Eu não sou romântica, Ryan e pelo que noto, você só sabe ser canalha. Me deixa em paz? – Pedi indo para o estacionamento.

Que cara chato!

– Não sou canalha com você. Mas isso é só com você. – Me avisou.
– Então só pra você ficar sabendo, não tá adiantando nada.
– Me diz então... o jeito que você gosta.
– O que adianta? O problema é você. Não quero você. Que saco! – Respondi e entrei no carro, mas Ryan impediu que eu fechasse a porta. – O que foi agora?
– Você sabe que eu sou um cara insistente.
– Muito. Inclusive, tá chato já. Então pode parar! – Contei.
– Não estou brincando, Lua.
– Não achei nada engraçado. – Retruquei e fechei a porta do carro com força.

Eu só quero chegar em casa e tomar um banho. Eu já estou com tanta raiva, e o Ryan ainda aparece para me atormentar com esse papinho. Odeio pessoas insistentes e inconvenientes. Ele sabe muito bem ser as duas coisas!

Pov Arthur

Londres | Alton Towers – Duas horas e trinta e dois minutos da tarde.

Estamos do outro lado de Londres. Eu e Harry encaramos um pouco mais de duas horas de viagem só para trazer Anie ao parque de diversões. Ela pediu tanto que eu fiquei com dó de negar.

Tem muitas atrações infantis, inclusive o carrossel que ela adora. O primeiro ingresso ela vai gastar nesse brinquedo. Embora ela queira muito ir na montanha russa, mas Anie é muito bebê e Lua me mataria se soubesse que eu deixei a nossa filha ir nesse brinquedo. Além de um castelo lindo que fica no centro do enorme parque.

Meu celular não parava de tocar e isso já estava me incomodando.

– John já me ligou umas cinco vezes. Eu falei pra ele que não íamos beber. – Contei a Harry enquanto olhávamos Anie no carrossel.
– Atende logo. Esse toque já tá me irritando. – Harry resmungou.
– Nooossa... você tá de tpm, madame?
– Hahaha quando eu te der um soco você vai ter essa resposta. – Ele me ameaçou.
– Olha a minha, seu idiota. – Pedi me afastando para atender a ligação de John.

Ligação ON

– Alô, John. – Falei.
– Aonde você está, Arthur? – Ele me perguntou bem sério.
– Cara, eu tô em Stoke-on-Trent, no Alton com a Anie e o Harry. Ela queria vir ao parque. – Expliquei. – Por que toda essa indagação? Falei pra você que não íamos beber... – Acrescentei.
– Você não me disse que tinha se separado da Lua. – Ele comentou. – Quando isso aconteceu, Arthur?
– Quem te disse isso? – Perguntei surpreso. Lua tinha procurado ele para contar? Isso não tem muito a ver com as atitudes dela. – John? Quem te contou! – Insistir.
– Estão me ligando. Um funcionário de um site está me atormentando com ligações. Mais de vinte vezes, Arthur. Achei que era bobagem até eu ver a notícia no site e algumas fotos. Uma foto da Lua inclusive. E ela odeia isso, você sabe. – Ele me contou.
– Que site, John? Meu Deus! Isso não pode estar acontecendo. – Falei nervoso. Cara, se Lua ver isso, ela vai me odiar ainda mais. – John?
– Eu vou te enviar o link da notícia por mensagem. Isso é sério, Arthur. Que merda você fez? Aquela, mulher. A mulher do bar Arthur. Achei que vocês literalmente não tivessem nada. – Ele me repreendeu. – Quis imitar o Chay? O dele os sites não ficaram sabendo. Pelo menos a Mel não precisou passar por essa humilhação. – Completou. – Você sabe o que vai acontecer, não sabe?
– Eu não fiz nada. Mas infelizmente nem a Lua acredita nisso... – Tentei me defender.
– Mas também, depois dessas fotos você quer o quê? – Ele me perguntou irônico. – O que eu digo para esse site?
– Não diz nada. Aliás, diz que eu não vou me pronunciar sobre essa merda desse assunto. É tudo mentira, se eu der importância as pessoas não vão esquecer tão cedo.
– Até a aliança, Arthur? Agora as pessoas irão reparar. Você não está usando mesmo?
– Não. Aquela desocupada deu um jeito de tirar e mandou pra Lua. Lua acabou tirando a dela também. Me expulsou de casa e eu estou na casa do Harry esses dias.
– Harry sabia disso, Arthur?
– Claro. Saí com ele do bar.
– Parece que não. – John retrucou.
– Eu estava com ele. Perdi a chave do carro e voltei para procurar.
– Aí achou a chave do apartamento da Kate, agora você perdeu o casamento. Devia ter deixado a chave lá. – Ele me disse.
– Não estou brincando, John.
– Nem eu. – John assegurou. – Te aconselho a deixar a menina em casa, antes que esses curiosos comecem a te perseguir atrás de qualquer informação. Se prepara para amanhã. – Ele me avisou.
– Eu sei... eu preciso tentar falar com a Lua também. Ela deve estar com mais raiva de mim. – Falei baixo. – Obrigada por avisar.
– Não precisa agradecer. Você está com um enorme problema. Não é uma forma legal de todo mundo ficar sabendo disso. Quer dizer, não existe forma legal.
– Não mesmo. Acho que Lua ainda não tinha contado pra ninguém além da Mel.
– Seu problema só aumenta. Boa sorte. – Me desejou. – Qualquer coisa me liga. Vou tentar convencê-los de que você não tem nada para declarar.
– Tá bom. – Murmurei.

Ligação OF

– Paaapaaai!! Eu quelo pipoca! – Anie me pediu animada e pulando sem parar.
– Tudo bem. Eu compro pipoca pra você. – Me abaixei para ficar do tamanho dela.
– Com quem você estava falando? – Me perguntou curiosa.
– Aconteceu um problema, mais um problema e eu preciso te deixar em casa e tentar falar com a sua mãe. – Expliquei. – Tudo bem?
– Vocês não vão mais glitar e nem bligar? – Ela perguntou com receio.
– Quero só conversar com ela, meu amor. – Assegurei lhe dando um beijo na testa. – Vamos comprar a pipoca.
– Eu vou na fleeeeentee! – Anie saiu correndo.
– Saiu em algum site na internet que eu e a Lua terminamos. Tem fotos e tenho certeza que foi a Kate quem aprontou isso novamente.
– O quê?
– Isso mesmo. Por isso John estava me ligando sem parar. Alguém do site estava ligando pra ele querendo que eu falasse alguma coisa. É óbvio que eu não vou falar nada. Nem quero imaginar como Lua vai ficar quando souber disso. – Suspirei. – Colocaram até foto dela também.
– Você vai morrer hoje, Arthur. E é sério. – Harry disse baixo.
– Eu preciso que ela queira me escutar. Sei que é quase impossível. Ela deve estar com muita raiva. – Imaginei.
– Nem sei como te ajudar. Você já viu a publicação?
– John ficou de me enviar. Paga a pipoca pra Anie.
– Tá, já venho. – Harry foi encontrar com a Anie e eu abrir a mensagem que John tinha acabado de me enviar.
– Cara, ela enviou para o site mais famoso. Ela quer acabar contigo mesmo.
– Kate me paga. – Falei entredentes. – Filha, pela calçada. – Chamei a atenção da pequena. – Eu não troquei fotos quentes com essa doida. Ela que ficou me enviando. É muita sacanagem. – Falei revoltado ao ler a publicação. – “Não estava mais usando aliança”. Ela quem tirou a minha aliança e ainda mandou pra Lua. É quase inacreditável isso! – Exclamei. – Como vou fazer esse show sexta-feira, Judd? – Passei as mãos pelos cabelos.
– Cara, Arthur... eu não sei o que vamos fazer, mas vamos conseguir. – Harry deu dois tapinhas nas minhas costas. – Coloca o cinto na Anie. – Ele me avisou. Eu ia no banco de trás com ela.

Pov Lua

Dei graças a Deus que não tinha ninguém na porta de casa. Entrei e fui direto para o quarto, eu precisava de um banho. E depois eu ligaria o meu celular para ver as muitas ligações que provavelmente tinham no meu celular. Principalmente da minha irmã.

– Lua?
– Oi, Carla. – Levantei a cabeça para encara-la. Eu estava no quarto, tinha acabado de vestir uma roupa.
– Eu... eu e a Carol vimos mais cedo uma notícia sobre vocês.
– Eu sei que notícia, Carla. Eu também vi. – Afirmei.
– É verdade? – Ela perguntou confusa.
– Sim. Eu não falei antes porque eu não estava com cabeça pra isso. Mas parece que agora eu vou ter que explicar para todo mundo o que aconteceu.
– Desculpa, Luh. Eu...
– Não. Tudo bem, Carla. É só que antes ninguém sabia e agora, até que não precisava saber, sabe. – Expliquei. – Meus pais, preciso falar pra eles. Eles não vão entender nada.
– Nem a gente está entendendo. – Ela confessou. – Arthur veio aqui hoje.
– Eu sei. Ele me mandou mensagem. Disse que vem trazer a Anie só à noite. – Contei.
– Vocês vão conversar?
– Eu não sei, Carla. Eu estou com tanta raiva do Arthur. Eu não quero ouvir a voz dele.
– Eu vou descer...
– Tá. – Assenti.

Liguei o celular e esperei que as notificações chegassem. Trinta e duas ligações. Me assustei. Dez ligações da minha mãe e o restante da Sophia.

Ligação ON

– Sophia.
– LUA! – Minha irmã gritou. – Aquela notícia é mentira, não é? Eu não acreditei, maninha. Micael disse que não soube de nada. Mas eu quero ouvir de você. Diz que é mentira, Lua. Arthur não faria isso. Apesar de parecer ser ele naquelas fotos mesmo. – Sophia parecia muito preocupada.
– Não é mentira, Soph. Arthur passou a noite com a Kate, mandei ele ir embora de casa.
– Você tá brincando, Luh.
– Eu nunca brincaria com uma coisa dessas.
– Ele é doido fazer isso com você? Eu não acredito, Lua!
– Não sou a primeira e nem vou ser a última, Sophia. – Tentei soar tranquila.
– Você não pode estar tão tranquila, Lua. Eu te conheço.
– Meu casamento acabou, Soph. Você acha que eu estaria feliz? Claro que não! Você viu o que publicaram e eu odeio esse tipo de coisa. Eu nem perco o meu tempo lendo essas notícias e tão pouco gosto de ser uma delas.
– Eu sei, eu sei, Luh. Meu Deus, meu amor... eu preciso te ver.
– Sophia, fica calma. – Pedi. Sabia que ela não podia se estressar.
– EU QUERO MATAR O ARTHUR! – Ela gritou. – Como ele faz uma babaquice dessa com você? E ainda mais com aquela puta!
– Se fosse com outra seria menos mal? – Provoquei.
– Claro que não! Com nenhuma, Lua! – Ela exclamou. – Ele não podia fazer isso com você! Ele é um idiota! Abestado! Burro! – Ela começou a xingar ele e eu não queria escutar.
– Eu sei tudo o que ele foi, Soph. Inclusive, já falei isso pra ele. Gritei muito, Sophia! Eu não quero ficar pensando no que o Arthur fez comigo. – Contei. – Eu quero ficar sozinha agora.
– Você não pode ficar sozinha, meu amor.
– Eu quero, Soph.
– Por que você não me disse antes? Por que você quer passar por isso sozinha? – Ela me questionou.
– Porque foi o meu casamento, Sophia. Você sabe que eu amo o Arthur. Mas eu estou com tanta raiva dele. Ele me decepcionou tanto, me magoou...
– Lua, é claro que magoou. Por isso estou com muita raiva dele também! Ele não tinha esse direito. Na verdade, ninguém tem o direito de magoar você. – Ela começou consolar e eu comecei a sentir vontade de chorar. Era por isso que eu não queria que as pessoas ficassem sabendo de nada.
– Sophia...
– Eu amo você, minha irmã. Eu sempre estarei aqui, Luh. Para o que você precisar.
– Obrigada, Soph. Eu também amo você. Eu só estou muito triste...
– Eu sei, meu amor. Mas você vai conseguir superar. Você vai ver! Vai dar a volta por cima e ele vai se arrepender. Você poderia se vingar. – Sugeriu.
– Eu não vou dormir com outro homem só para me vingar, Sophia. Que ideia. Achei que você me amasse.
– Mas eu te amo. E você não precisaria, necessariamente, dormir. – Ela ressaltou.
– Você tá maluca.
– Eu só quero te ajudar...
– Eu sei... mas agora eu só quero ficar sozinha. Eu vou desligar, Soph.
– Tá bom. Eu te ligo amanhã. Beijos. Te amo.
– Beijos.

Ligação OF

Encerrei a ligação e acabei desligando o celular novamente. Me joguei na cama e levei as mãos ao rosto. Nunca imaginei que passaria por uma situação dessa.

Será que falhei em algum momento e não me dei conta?

Pov Arthur

Londres | Seis horas da tarde

Desculpe-me se não entendo
De onde é que tudo isto está vindo
[...]
(Oh, nós tínhamos tudo)
Sua cabeça está perdendo o controle novamente
Minha querida, ainda temos tudo
E está tudo na sua mente
(Sim, mas isto está acontecendo)

Cheguei em casa com Anie, tirei o cinto de segurança dela e abri a porta do carro. Eu nem sabia como entrar em casa e esperar por Lua para que pudéssemos conversar.

– A minha mamãe já chegou! – A pequena apontou para o carro estacionado na garagem. E só então, me dei conta de que ela já estava em casa e que talvez já tivesse lido a notícia.
– Fica com a Anie lá na brinquedoteca. Não quero que ela presencie nossa discursão outra vez. – Pedi a Harry.
– Claro, dude. – Nós saímos do carro. – Ei, linda? – Harry chamou a atenção da afilhada. – Quem chegar primeiro na brinquedoteca ganha um doce.
– De chocolate?
– Siiiiim. – Ele respondeu.
– Eu vou ganhar então! – Anie correu e Harry foi atrás dela.

Subia a escada devagar sem saber como convencer Lua a falar comigo.

Dei duas batidinhas quando parei em frente a porta do quarto. Mas ela não disse nada e eu abrir a porta assim mesmo.

– Posso entrar? – Perguntei ao abrir a porta e ver que Lua estava deitada na cama com um dos braços sobre os olhos. – Lua?
– O que você quer, Arthur? Você não precisa me avisar toda vez que trouxer a Anie. – Ela me disse.
– Não é sobre isso que eu vim falar com você. – Expliquei. – É sobre outro assunto.
– Sobre a publicação no site de fofoca? Achei que eu já tivesse sido humilhada o suficiente. O que mais você quer? – Ela tirou o braço de cima dos olhos e sentou-se na cama para me encarar.
– Quero te pedir desculpas. Eu...
– Eu não pedi que você se desculpasse. Na verdade, eu não quero ouvir suas desculpas. Isso não vai fazer diferença nenhuma! As pessoas não vão esquecer o que leram e nem as fotos que viram. Ainda colocaram uma foto minha lá, se tivessem colocado da nossa filha, eu ia processar essa porcaria de site e a vadia da tua amante.
– Você sabe que eu nunca ia expor você daquela forma, meu amor. E ela não é minha amante. Para de falar isso, por favor.
– Para de me chamar de amor. Você nem sabe o que é isso de verdade. Mentiu o tempo inteiro. – Lua me acusou.
– Você não pode estar falando sério! – Exclamei. – Você sabe que nunca foi mentira. Sempre te amei e ainda te amo. Para de fingir de que não sabe.
– Quem ama não faz o que você fez. – Lua pontuou e eu me sentei na cama ao lado dela. – Sai daqui! – Ela exigiu.
– Você precisa me escutar. Por favor, Lua. – Implorei.
– Não quero mais ouvir as suas mentiras. Estou cansada de ouvir você falar que não aconteceu nada, quando as fotos dizem exatamente ao contrário. Você não pode estar pensando que eu sou uma boba.
– Mas não aconteceu mesmo. – Insistir. – Você precisa acreditar em mim!
– EU NÃO ACREDITO! AGORA VAI EMBORA! – Ela se exaltou.
– Você não pode querer resolver tudo aos gritos. – Retruquei irritado.
– Eu não quero resolver nada. Só quero que você vá embora! Sai da minha frente!
– Lua, não podemos acabar assim. Olha o que tínhamos.
– Você não pensou nisso antes. Por que eu tenho que pensar agora? – Ela perguntou magoada.
– Posso ter dormido com a Kate, mas isso não quer dizer que eu transei com ela.
– Hahahaha faça-me o favor. Você tá me achando com cara de idiota? Não vou te pedir novamente para ir embora. – Lua me avisou. Ela falava muito séria.
– Eu não estou brincando, Lua.
– Para. Para. Para.
– Se você quiser eu falo com esse pessoal para retirar essa notícia.
– Você jura que vai conseguir isso?
– Com dinheiro sim. – Pontuei.
– Arthur, as pessoas já leram. Todo mundo já sabe que você me traiu. O que importa agora tirar essa notícia da internet? – Lua me questionou.
– Eu nego. Pronto, não é verdade!
– Faz o que você quiser! – Ela mandou. – Quem saiu de idiota foi eu! Quem foi enganada foi eu. Eu, Arthur! Você apronta e as coisas respingam em mim também. Eu não sou famosa. Você sabe muito bem que eu odeio esse tipo de exposição. Então, vai embora! Agora você não pode fazer mais nada! As pessoas querem que eu explique porque você me traiu, sendo que eu nem sei o porquê. Eu quero você bem longe de mim, Arthur. Bem longe!
– As pessoas não tem nada a ver com a nossa vida. Não é do seu jeito se importar com o que as pessoas pensam. Por que você tá fazendo isso agora?
– EU SAÍ EM UMA REVISTA DE FOFOCA! O MEU NOME TÁ LÁ, A MINHA FOTO TAMBÉM. VOCÊ QUER QUE EU NÃO ME IMPORTE? – Lua voltou a gritar. – Sai. Prometemos pra nossa filha que não íamos mais brigar.
– É você quem tá gritando. – Dei de ombros. Eu sabia que estava brincando com o perigo. Lua era pura raiva nesse momento.
– Você tá me fazendo perder a paciência. E você me conhece quando eu perco a paciência. – Ela me avisou cautelosamente.
– Mulher, eu te amo. Lua, para com isso. A gente tem tanta coisa. Você só está perdendo o controle.
– Perdendo o controle? E você a noção! EU TE ODEIO! – Ela falou próximo ao meu rosto.
– As pessoas só dão o que tem...
– O que você quer dizer com isso, Arthur? Eu dei tudo o que eu tinha... – Lua começou a chorar. –  Isso não é justo. Não é justo você questionar isso agora! – Exclamou.
– Eu não estou te questionando, Lua. Eu sei. Eu mais do que ninguém sei o quanto você deu tudo o que tinha o tempo inteiro. E eu nunca reclamei de nada, mesmo quando não era o suficiente para mim. Embora você sempre tenha sido o suficiente para mim. Nossas escolhas nunca foram cem por cento parecidas e sempre estavam tão longe... eu sempre dei tudo de mim também, Lua. E você sabe, meu bem. Sempre quis que nada te faltasse e você sabe que não estou falando só de coisas materiais. Até porque, isso é o que menos tem relevância no meio de coisas mais importantes em um casamento. Estou falando de família, de amor, de compreensão, de respeito, Lua. Sei que sempre nos esforçamos para que não cometêssemos erros e falhamos algumas vezes. A gente sabe onde falhou, Lua. Mesmo nunca querendo errar. Você sempre soube que eu jamais queria ser parecido com o pai que eu nunca tive e com o marido que minha mãe nunca teve...
– Você não é parecido com ele, Arthur. – Lua tentou me lembrar. Ela sabia o quanto isso me angustiava. Nunca tive uma referência paterna frequente. E eu sentia tanto medo de errar com a minha filha, com a minha família.
– Agora eu vejo que falhei onde eu mais temia. Com você, com o nosso casamento, com a nossa filha, com a nossa família. Mas eu gostaria que você confiasse mais em mim. Pelo menos, com a relação que tínhamos, eu sempre acreditei que a confiança era recíproca. Porque você sempre soube que eu confio em você de olhos fechados.
– Como vou confiar vendo aquelas fotos? Sempre te disse que traição seria a única coisa que eu jamais te perdoaria. Fico tentando entender quando foi que algo te faltou, Arthur. – Ela pontuou sem entender. – Você não falhou como pai. Para de dizer isso. Estamos falando só de nós dois. – Acrescentou.
– Não traí você, Lua. Nunca faria isso. Nunca senti vontade de fazer isso. E pela milésima vez, confia em mim. Preciso que você acredite no que eu estou dizendo. – Tentei manter a calma. Eu gostaria que Lua confiasse em mim, mas eu estava tão enganado agora.
– O que te faltou, Arthur? – Lua insistiu chorando.
– Não me faltou nada, Lua. Você sempre foi o suficiente. Na verdade, você sempre transbordou. Porque você é intensa, é um furacão. Eu tinha que ter tanto controle diante de ti. Não pensa bobagem. Você nunca deixou a desejar. Sabe que sempre deu muito bem conta do recado. De tudo, Lua. – Assegurei. Lua tinha que entender de uma vez por todas de que ela não tinha errado em nenhum momento.
– Foram os filhos? – Questionou com a voz chorosa.
– Achei que esse assunto já estivesse encerrado. – Falei me levantando da cama e andando pelo quarto. – Não foram os filhos. Você acha que casei só por isso? – Perguntei chateado.
– Eu só quero saber. – Ela insistiu.
– Você já sabe. Não, Lua. MIL VEZES NÃO. NÃO TEM NADA A VER COM FILHOS! – Falei alto. – Tira isso da tua casa. – Me virei para encará-la. – Para de chorar. Isso está acabando comigo.
– Sei que você queria muito...
– Não posso ter tudo o que eu quero. Se eu pudesse, já estaríamos juntos novamente. – Deixei bem claro. – Quero você. Sempre vou querer. Por que você não entende isso de uma vez por todas? A gente sempre volta para esse assunto. eu não quero mais falar sobre isso.
– A gente sempre volta porque ainda não resolvemos. – Lua retrucou. – Você sempre foge.
– Fugir de quê? Você não quer ter filhos. E agora nem pode ou sei lá... você não tem coragem para fazer os exames. Quer que eu faça o quê? Force você? Isso nunca vai acontecer, Lua! – Respondi. – Você tem o direito de fazer as suas escolhas. Não vou te amar menos por isso.
– Precisamos resolver nossos questionamentos pessoais.
– Eu não tenho nenhum para resolver. – Resmunguei.
– EU TENHO! – Lua exclamou.
– ENTÃO RESOLVE LOGO, LUA! QUERO VOCÊ DE VOLTA! – Falei impaciente.
– Você acha que vai ser fácil? – Ela me perguntou irônica.
– Se eu acho? – Rir sem vontade. – Olha o que você tá fazendo comigo? Você tá me deixando desesperado, Lua. Tenho medo de te perder mais ainda. Você consegue compreender? – Perguntei.
– Você me decepcionou!
– Eu juro que que quando a gente voltar, vou te fazer esquecer tudo isso. Inclusive a parte que você pensou que faltou. E vai ser mais de uma vez. Não esquece disso. – Avisei baixo.
– Você não tá levando a sério.
– É claro que eu estou. Por que eu brincaria com isso? Se só eu posso sair perdendo? – Passei as mãos pelos cabelos.
– Vai embora. Quero ficar sozinha! O dia hoje foi péssimo! Eu só quero que acabe. – Lua confessou e eu me aproximei dela.
– Eu nunca quis te machucar. – Falei segurando em seu rosto.
– Me solta!
– Eu juro, Lua.
– Você transou com outra e pensou que isso não ia me machucar? Você acabou comigo. Acabou com o que tínhamos, Arthur.
– Você é a minha mulher. Só você, Lua. O que eu preciso fazer para que você entenda isso o mais rápido possível?
– Eu não consigo mais acreditar em você. – Ela disse baixo e tirou as minhas mãos do seu rosto.
– Lua...
– Resolve os seus problemas, Arthur. Que eu vou resolver os meus.
– Lua, por favor...
– Quando estivermos prontos, podemos pensar em voltar a conversar.
– Eu não quero isso, Lua.
– O problema é seu. Eu preciso disso! E pode dar um jeito do meu nome não aparecer mais nesse tipo de notícia.
– Eu não tive culpa, meu amor.
– Eu não quero saber. Quem traiu foi você, só para começar. – Ela voltou a jogar na minha cara.
– Tá bom. Mas não pense você que eu vou desistir. – Avisei. – Você sabe que isso é impossível de acontecer. E nada de fazer coisas que você vai se arrepender.
– Como você fez? – Lua me provocou.
– Eu. Não. Fiz. – Falei pausadamente.
– Eu posso fazer o que eu quiser. Estamos separados. – Ela garantiu.
– Na prática sim, mas teoricamente não. – A lembrei.
– O que importa é a prática. – Lua retrucou.
– A gente transa a hora que você me chamar. – Respondi.
– Fácil assim?
– Pra você toda a vida. Você sabe disso. – Ressaltei.
– Talvez eu queira ter outras experiências.
– Não. Você não quer. – Resmunguei. Eu sabia que Lua estava com muita raiva, por isso estava dizendo essas coisas.
– Por que você acha que tem tanta certeza?
– Por que eu te conheço e você não é o tipo de mulher que sai transando com homens que não conhece. Então para de dizer que vai fazer isso. – Pedi.
– Você pode ter se enganado comigo, assim como eu me enganei com você.
– Não, Lua. Pode parar. Se você está tentando me fazer ciúmes, tenha a certeza de que você está conseguindo. E muito. – Expliquei sério. – E eu não gosto desse joguinho.
– Eu não ligo. Você já pode ir. – Ela pontuou.
– Lua.
– Pode ir. – Ela repetiu e eu suspirei.
– Certo. – Concordei. – Então resolve as tuas questões pessoais que eu espero. Mas sem transar com outros caras. – Avisei.
– Se eu transar não vai ser da tua conta. Você fez o mesmo. – Lua me disse.
– Eu não acredito em você. – Falei e ela deu de ombros.
– Eu não estou tentando te provar nada. – Lua esclareceu. Ela estava bastante decidida. E isso me dava medo.
– Outros caras não te conhecem como eu.
– É exatamente por isso. Qual é, Arthur? Você precisa ser mais moderno. Foi você quem começou.
– Ser moderno é? Por que só eu? Você perdeu o controle quando viu aquelas fotos. – Ergui as sobrancelhas.
– É por isso que eu quero fazer o mesmo.
– Mas não vai. – Falei entredentes.
– Você não é meu dono. – Lua pontuou.
– Você tá me irritando, Lua.
– Então sai daqui. – Ela mandou.
– Eu não vou deixar você. – Avisei antes de sair do quarto.

Lua sabia exatamente como me fazer perder a paciência e eu nunca gostei disso.

Você tem tido sonhos muito ruins
Você costumava deitar-se tão perto de mim
Não há nada além de lençóis vazios
Entre o nosso amor, nosso amor

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Boa tarde, leitores?! Tudo bem com vocês?

Eu trouxe mais uma atualização (grande do jeito que vocês gostam) de Little Anie depois de mais de uma semana. UAU! Eu sei, sorry!

OBRIGADA pelos comentários do capítulo anterior.

Eu gostaria que vocês interagissem mais <3

O que acharam desse capítulo? Quanta novidade, não é mesmo? E esse final? </3 Sem estruturas...

Comentem. Comentem. Comentem.

Um beijo e até a próxima atualização.

13 comentários:

  1. Aiin 😍
    Ansiosa para o momento da reconciliação 😁

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  2. Milly do céus,que capítulo foi esse? Ansiosa demais para saber o que vai rolar nos próximos capítulos,se não for pedir muito, posta logo! Kkkk
    Beijos 😘

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  3. Amei o cap! Mas quero que eles fiquem juntos de novo logo!

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  4. Como sempre arrasando no capítulo <3
    Mal posso esperar pelo capítulo que a lua descobre a armação da kate, diz que esse dia está chegando???? Meu casal já está muito tempo separado :(
    Anie é um amorzinho, como sempre ��
    E o que eu sempre comento: lua deve correr um pouquinho atrás do arthur, ein!!!!!!

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  5. Sem estrutura nenhuma pra esse capítulo,Annie fofa como sempre, mas estou com muita dó dela, tá sofrendo pela separação dos pais. Arthur tem que provar a verdade rápido,anciosa pela reconciliação deles... Posta mais

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  6. adorei o cap!! Milly pelo amor de Deus faz eles voltarem antes das suas aulas voltarem pq já estou sofrendo com eles separados kkk!

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  7. Só acho que L.A daria um livro bem grande 😍🤗 Harry é um ótimo amigo de todo jeito tentando ajudar aos dois, mais sem levar conversa de um para outro. Quanta felicidade da Anie, por enfim ver o pai, e a tarde deles poderiam ter durado mais se não fosse a fofoca que a vaca fez questão de divulgar. Tadinha da lua, de ter que passar por essa vergonha de ter sua imagem denegrida, por uma mentira (pena que eles não sabem) e o Ryan novamente no pé dela, principalmente sabendo que ela está separada, mais se o Arthur souber disso vai ficar louco, capaz de ir lá e bater nele de novo. E essa conversa deles, ainda acreditei que eles iriam se beijar (iludida sou eu) tão triste a lua ainda pensar que o Arthur fez isso pq ela não pode ter mais filho. Esse conversa deles me deixou em lágrimas. Milly vc esta de parabéns como sempre, estou triste pq suas férias já vão acabar 😢

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  8. Milly do céu que capítulo foi esse, tá de parabéns como sempre. Anie ficou tão feliz por ver o pai. Arthur e lua são tão loucos um pelo outro que chega a ser estranho estarem separados, todos estão surpresos, Jhon, Sophia e assim por diante. Essa conversa deles abalou com as minhas estruturas ��

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  9. Milly esse capítulo me deixou sem estruturas!!!!Eu amo a relação do Arthur e a Anie *___* são lindos.Que final foi esse, é tão difícil ver eles separados, não vejo a hora da Kate ser desmascarada, eu sei que vai demorar ainda pra isso acontecer!!
    Caroline

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  10. É tão estranho ver eles separados, espero que eles voltem logo… Que o Arthur consiga desmascara essa Kate! Adorei o capítulo!
    Lily

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  11. Anciosa, para o próximo capítulo. Posta logo.

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  12. Kate já foi longe demais, alguém precisa parar essa mulher!!!
    Anie ficou tão feliz em ver o Arthur e nem pode aproveitar o pai o dia todo!
    por mais que Arthur não tenha feito nada é muito complicado, ainda mais com tudo exposto na mídia agora.
    Lua ainda ficou achando que o problema todo era com ela. triste demais

    //Feh

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