Little Anie | 5ª Parte
Dê-me apenas um motivo
Só um pouquinho já basta
Só um segundo
Não estamos quebrados, apenas curvados
E podemos aprender a amar novamente
Está nas estrelas
Foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações
Não estamos quebrados, apenas curvados
E podemos aprender a amar novamente
– Just Give Me A Reason | Pink
Pov
Arthur
Londres
| Quinta-feira, 17 de dezembro de 2015 – Oito e meia.
– Bom dia, cara. – Ouvi Harry dizer
quando chegou a cozinha. – Você já está indo ver a Anie? – Me perguntou
curioso.
Faziam cinco dias; cento e vinte horas;
sete mil e duzentos minutos; quatrocentos e trinta e dois mil segundos que eu
tinha saído de casa. Tentei falar com a Anie na terça-feira, mas ela me ignorou
quando contei que não poderia ir lá vê-la naquele dia. Ela desligou o telefone
na minha cara. Não voltei a ligar. Não sabia como falar com a minha própria
filha. Estava sendo muito difícil, porque eu não fazia ideia de como seria se
eu esbarrasse com Lua durante o tempo em que eu fosse visitar a nossa filha.
Eu ainda estava na casa do Harry. Nós
tínhamos entrado em contato com uma designer que ele tinha encontrado e ela
estava resolvendo as coisas sobre a decoração do apartamento de Liverpool. Eu
espero que ela termine o trabalho antes do ano novo. Não me sinto muito à
vontade na casa do Harry, porque noto um certo desconforto da parte da Britney
quando ela chega em casa e eu estou lá. Sei que toda a vida Harry morou
sozinho. Ele já está acostumado com isso, ao contrário de mim, que moro com Lua
há oito anos, desde quando ela estava no segundo ano da faculdade e fomos morar
em um apartamento em Cambridge, porque era perto da universidade.
Eu não gostaria de estar passando por
essa experiencia de morar só. Nunca me senti tão sozinho e perdido durante toda
a minha vida, como estou me sentindo agora. Eu sinto saudades da Lua e da Anie
o tempo inteiro. É muito diferente de quando passo alguns dias longe a trabalho,
porque sei que quando eu voltar, elas estarão lá e eu voltarei para casa. Mas
agora não, só Anie estará e eu não ficarei em casa.
As outras pessoas ainda não sabiam que
estávamos separados. Eu só tinha contado para o Harry e sei lá, Lua deve ter
contado para a Mel, Carla e Carol, porque elas moram com a gente e é difícil
elas não terem percebido nada. Afinal, eu não estava mais em casa. Nós estamos
tão ansiosos para o primeiro show da nova turnê, que os caras ainda não
perceberam nada – nem John.
– Bom dia. – Falei tomando um gole de
café. – Sim. Eu disse que iria hoje. Estou só esperando dar mais um tempinho.
Anie ainda deve está dormindo. – Respondi e depois peguei uma torrada e passei
geleia.
Anie não estava dormindo. Eu é que não
sabia como chegar em casa.
– Aham... – Harry murmurou descrente. –
Sabe que esses dias eu até estou sendo saudável? – Mudou de assunto e eu acabei
rindo.
– Claro. Compramos comida de verdade. –
Pontuei. – Sabe se Lua vai? Vocês falaram sobre isso? – Agora fui eu quem mudou
de assunto.
– Eu disse que não ia ficar de leva e
traz. – Ele me lembrou divertido.
– É sério, seu idiota! – Exclamei.
– Acho difícil, Arthur. Você conhece a
Lua. Ela é bem...
– Teimosa. – Completei.
– Então... – Harry deu de ombro.
– Você sabe que ela não vai. –
Resmunguei.
– E você também, ora... – Ele suspirou.
– Eu queria muito que ela fosse. Meu
Deus! Eu queria tanto. Passei meses escondendo aquela música dela...
– Mas ela já sabe que tem uma música. –
Harry comentou vagamente. Mas eu já sabia disso.
– Eu sei... eu nunca soube esconder
muito bem as coisas dela. Lua desconfiou quando comecei a insistir para que ela
fosse ao show. – Contei e Harry balançou a cabeça assentindo.
– Depois de me questionar se ela era
melhor que a Kate... – Harry começou a falar e eu ergui uma sobrancelha. Ele
foi ver Lua ontem. – Ela assegurou que é gostosa. Lua não é nem um pouquinho
modesta. – Ele riu.
– Ela sabe que é gostosa. – Afirmei. –
Meu Deus! Aquela mulher, literalmente, me deixa perdido. Estou sentindo falta
até do estresse dela. Acho que nunca mais vou reclamar disso com ela quando
voltarmos... Eu espero que voltemos. – Esclareci quando Harry me encarou
divertido.
– Lua está muito decepcionada. Ela não
merecia estar passando por isso. – Ele lamentou e eu concordei.
– Não mesmo. Tenho que fazer alguma
coisa. Não quero ficar longe dela por muito tempo. – Desabafei. – Sinto
saudades dela o tempo todo. Nunca tive dúvidas de que a Lua é a mulher da minha
vida e hoje só confirmo. Não sei viver sem ela. Me sinto sem saber o que
fazer... sinto saudades das nossas conversas. – Confessei.
– Ela está bastante preocupada de você
não aparecer lá para ver a menina Anie. Só isso... sinto te dizer.
– Eu sei que ela está muito magoada
para me querer por perto, mas eu jamais abandonaria a minha filha.
– Eu sei, contei isso a ela. Até
porque, se você fizesse isso, eu ia te matar. – Harry confessou. – Você não
seria tão escroto assim, dude.
– Eu não sou assim, Judd. – Afirmei.
– Nós sabemos, Aguiar. – Ele pegou uma
garrafinha de suco de laranja. – Vamos logo. Antes que a gente se atrase.
– Vamos. – Concordei.
Passaríamos em casa antes de ir para a
produtora. John havia mudado o horário do último ensaio porque Mika ia a uma
consulta com a Sophia. Então eu ia ver a Anie e quem sabe, se ela quiser,
leva-la para o ensaio. Não sei se ela vai gostar da ideia, mas vou tentar.
– Ei, dude. – Harry chamou minha
atenção ao fechar a porta de casa. Íamos no carro dele.
– O que foi? – Indaguei curioso.
– Os caras ainda nem perceberam que
você está sem aliança. – Ele observou.
–
Homens não prestam atenção nisso. – Falei ao entrar no carro.
– É difícil mesmo... mas os fãs prestam
e os sites de fofoca também! Eles ainda não falaram nada porque você nem saiu e
nem postou nada. Já pensou se eles perguntam algo?
– Acho que vou pôr a aliança de volta.
Lua vai odiar saber que as pessoas estão falando sobre isso. Ela odeia
exposição. – Falei preocupado.
– Eu me toquei nisso agora...
– Será que ela já falou alguma coisa
para os pais dela? – Indaguei.
– Não me lembro dela ter me dito algo
sobre ter contado para eles.
– Nooossaa! Kate acabou com a meu
casamento. Parece até que é um longo pesadelo. – Comentei sem acreditar.
– Você deveria ter ouvido a Luh.
– Aah, Harry! Você diz isso porque você
não é casado. As coisas não são nada simples quando você tem um relacionamento
assim e o mais importante, uma mulher como a minha. Lua é extremamente teimosa
e impaciente. Ela queria que eu fosse falar com a Kate, mas ela nem suportava a
ideia de me ver perto daquela desgraçada. É difícil de entender. Lidar com a
Lua é complicado. Mas eu daria tudo para estar aturando os estresses dela
agora... – Declarei.
– Eu imagino... Mas... mudando de
assunto, você acredita que a Britney ficou chateada porque eu disse que ontem
eu não poderia ir ao cinema com ela? Imagina quando ela descobrir que eu
marquei um filme com a Lua hoje?
– Você vai ao cinema com a Lua? –
Perguntei.
– Não para o cinema.
– Lua odeia assistir filme. – Rir sem
acreditar. Era uma novela fazê-la assistir algo comigo.
– Sugeri uma comédia. Ela tá precisando
rir. – Ele explicou e eu neguei com a cabeça.
– Ela nem vai prestar atenção no filme.
– Contei. – Ela não consegue. Fica entediada. Lua é uma péssima companhia para
assistir filme. Leva ela pra comer que é mais fácil. Ela pode rir das suas
piadas sem graça. – Sugeri e Harry me encarou.
– Você tá me dando de dicas de como
fazer a sua mulher rir?
– É só pra fazê-la se sentir melhor,
Harry. Só isso! – Deixei bem claro.
– Idiota!
– Idiota é você. – Retruquei. – Nunca
que eu daria dicas para outro homem conquistar a minha mulher. – Acrescentei.
– Hahaha imaginando a cara da Lua se
ouvisse isso. – Ele riu alto. – Você sabe que a Lua é como uma irmã pra mim.
– É claro que eu sei. Por isso estou te
dando essas dicas! Depois me conta se ela assistiu o filme todo. – Ergui as
sobrancelhas.
– Eu vou conseguir fazer a Lua assistir
esse filme sem reclamar. Você quer apostar? – Ele me provocou.
– Eu vou ganhar. – Assegurei. – Você tem certeza de que quer fazer uma
aposta? – Perguntei.
– Claro. – Harry assegurou e estendeu a
mão para que eu apertasse. – Ou você está com medo de estar enganado?
– Convivo com a Lua há quase onze anos,
e nunca conseguir fazê-la assistir um filme se quer, sem reclamar. – Esclareci.
– Ela simplesmente às vezes dorme. Dorme! – Exclamei.
– Eu sei que é uma missão impossível.
Conheço aquela chata, mas ela disse que eu não tive uma ideia melhor. – Harry
deu de ombros.
– Você já perdeu essa. – Garanti.
– Veremos. – Ele me desafiou, mas eu
ignorei essa parte.
Harry já tinha estacionado na frente de
casa. Eu sabia que Lua não estava em casa por conta do horário – já passava das
dez horas e ela já tinha ido trabalhar. Descemos do carro e seguimos para casa.
Eu ainda tenho as chaves, então nem toquei a campainha. Quando abri a porta e
entrei em casa, senti vontade de chorar. Me bateu uma sensação de perda, de
desespero.
Anie estava no sofá e nem percebeu que
alguém tinha entrado em casa. O desenho da barbie era bem mais interessante do
que alguém que havia deixado ela triste.
– Adivinha quem veio te ver? – Harry
chamou a atenção da pequena que abriu um largo sorriso antes de abraça-lo.
– TIO HARRY! – Ela gritou animada.
– Também. – Ele brincou ao apontar para
mim.
– Papai... – Anie falou mais baixo ao
soltar o padrinho e caminhar em minha direção.
– Eu estava morrendo de saudades, meu
bebê. – Confessei ao abrir os braços para abraça-la.
– Eu também, papai. – Ela me abraçou já
começando a chorar. – Mas o senhor me deixou. Eu tô tiste!
– Não deixei você, amor. Papai só
estava resolvendo algumas coisas. Eu nunca vou te abandonar, filha. –
Assegurei. – Não chora. – Pedi me afastando um pouco dela para enxugar suas
lágrimas. – Eu não gosto de te ver chorar. – Completei.
– Então não vai embola, papai! – Ela
exclamou óbvia. E eu gostaria que fosse tudo tão fácil como Anie estava
pensando que fosse. Suspirei.
– Eu estou aqui com você agora, minha
vidinha. – Lhe enchi de beijos. – Eeee... vim te convidar para sair. Você
aceita?
– Minha mamãe vai deixar? – Ela me
perguntou e Harry riu.
– É claro que sim, filha. Você não
precisa se preocupar com isso. – Assegurei.
– Eu só tô um pouquinho pelocupada de
quando ela chegar aqui e ficar sozinha. Minha mamãe também não gosta de ficar
sozinha. Ela tá tiste também. – Anie me explicou.
– Eu sei neném. Mas não vamos chegar
tão tarde. Eu posso mandar uma mensagem para a sua mãe e avisar que você vai
sair comigo, tudo bem assim? – Perguntei e a pequena assentiu.
– Então quando é que a gente vai?
– Agora. – Respondi.
– Agola? E é pla onde?
– Uuuuuhm... surpresinha. – Apertei
levemente seu nariz.
– Suplesa? Eu gosto só as vezes... é
que eu fico culiosa, papai. – Anie me abraçou novamente.
– Eu sei, eu te conheço. – Começamos a rir.
– Cadê a Carol? Preciso avisar que você vai passar o dia comigo. – Falei.
– Tá arrumando o meu quarto.
– Sua bagunceira. – Brinquei.
– Minha mamãe disse que é igual a você.
– Anie apontou para mim e Harry riu alto.
– Isso é verdade mesmo. – Ele concordou.
– Só não mais que você que deixa a meia
em cima da cadeira da cozinha. – Retruquei e Harry me mostrou língua.
– Já parei, Arthur. – Ele revirou os
olhos.
– Mas eu não bagunço muito. É que eu
sou neném ainda. – Anie se defendeu e eu lhe dei um beijo na bochecha.
– Aham... – Harry murmurou.
– Vamos lá. Você precisa mudar de
roupa. – Falei.
– Posso escolher a que eu quiser?
– Tem que ser de frio, filha. – Avisei.
Subimos para o quarto da Anie. E Carol
estava realmente arrumando o quarto.
– Bom dia, Carol. – Falei e ela me
olhou surpresa.
– Bom... dia, Arthur.
– O meu papai vai me levar pla sair!
Vai ter suplesa! – Anie contou animada.
– Uau! Que legal, Anie. – Carol sorriu.
– É muito legal mesmo. – A pequena
afirmou. – Você me ajuda a pocular uma roupa.
– Claro.
– Ela vai sair comigo. Vou mandar uma
mensagem para a Lua avisando. Vocês não precisam se preocupar.
– Tudo bem, Arthur. – Carol assegurou.
Me sentei na cama e fiquei esperando
Carol ajudar Anie a se vestir para que pudéssemos sair. O ensaio tinha sido
remarcado para as dez e meia.
Pov
Lua
Hoje é quinta-feira. Eu sairei mais
cedo do trabalho por conta de uma reunião. Iremos trabalhar no escritório até
dia vinte e dois de dezembro e daí só retornaremos dia quatro de janeiro. Não
faço ideia de onde irei passar as festas de final de ano. Entre eu e Arthur existe
a Anie, não sei como vamos fazer isso.
Hanna foi a primeira a notar a ausência
da minha aliança. E eu só contei que eu e Arthur havíamos nos desentendido, que
eu estava muito magoada e que não queria falar sobre o assunto. Apesar de Hanna
ser bastante curiosa, ela entendeu e parou de fazer perguntas.
Eu ainda não tinha me encontrado com
Ryan desde de segunda-feira. Ele tinha ido para o Texas e estava voltando hoje
junto com a Olívia. A reunião seria um balanço sobre o ano de dois mil e
quinze. Como tínhamos defendido alguns casos, se obtemos êxito, onde
encontramos dificuldade... essas coisas. Eu resolvia mais assuntos de
documentos, do que de separação por exemplo, ou alguma coisa no tribunal – isso
ficava mais para o Adam e para o Ryan. Porém, para o ano de dois mil e
dezesseis talvez as coisas mudassem. A cada ano essas mudanças eram feitas.
Meu celular apitou e eu peguei para ver
quem tinha me mandado mensagem. E era o Arthur. Fiquei um tempo olhando para a
tela do celular sem saber se era uma boa ou uma péssima ideia ler o que ele
tinha me mandado. Mas me recordei de Harry contando que hoje ele iria ver a
nossa filha. Talvez fosse algo a respeito disso... ou só mais algum pedido de
desculpa. Desbloqueei a tela do celular e abri a mensagem.
Mensagem
ON
“Bom dia, Lua. Passei hoje em casa para
buscar a Anie. Vou leva-la para a produtora e depois vamos almoçar. Levo ela de
volta pra casa à noite. Tudo bem pra você?”
Era claro que estava tudo bem. Anie com
certeza estava muito feliz com isso.
“Tudo bem.”
Respondi.
Mensagem
OF
– Luh? – Hanna apareceu na minha sala.
– Ryan já chegou. Ele disse que a reunião começará as duas horas. Ok?
– Ok. Obrigada. – Agradeci e Hanna
fechou a porta da sala.
Desliguei o notebook e fitei alguns
papeis que estavam sobre a minha mesa. Eu já tinha terminado o meu trabalho do
dia. Agora eu esperaria dar doze horas para poder sair para o almoço e depois
voltar para a reunião e enfim, ir embora para casa.
Eu tinha que pensar em como contaria
para a minha família sobre a separação. Meus pais amam o Arthur. Nãos sei como
eles receberão a notícia de que ele me traiu. Talvez eles nem acreditem. A
Sophia vai ficar muito chateada por eu estar escondendo isso. Será que Arthur
já contou para os amigos? Talvez não. Caso contrário, minha irmã já estaria
sabendo da novidade.
Suspirei e segurei meu dedo anelar,
lembrei que a aliança não estava mais ali – eu sempre a girava quando estava
nervosa. Era estranho não ter mais nada.
Pov
Arthur
Londres
| Produtora – Dez e quinze da manhã.
– UAU! Eu posso ficar ali? – Anie
apontou para a bateria e Harry riu assentindo.
– Eu ensino você. Tenho certeza que
você vai adorar. – Ele contou divertido.
– Eu vou adolar! – Anie disse empolgada
ao levantar os bracinhos para comemorar. – Eu posso papai?
– Claro, meu anjo. – Sorrir. – Seu tio
disse que vai te ajudar. – Apontei para o Harry.
– Segula a minha bolsa! – Anie me
entregou a bolsa que era em formato do relógio da bela e a fera.
– Tá bom, me dar aqui. – Peguei a
bolsa.
– Eita, mulheres! – Chay brincou. –
Como está, pequena?
– Agola eu tô feliz! Vou tocar batelia!
Meu tio Harry vai me ensinar. – Ela contou contente.
– Vai ser maneiro. Você vai gostar
muuuuito!
– YEES! – Anie exclamou nos fazendo
rir.
– Vem, Anie.
– Eu já vou.
– Mika ainda não chegou? – Indaguei
Chay que negou com uma manear de cabeça. – Vou pegar uma garrafinha de água.
Você sabe se compraram refrigerante?
– Não. Eu só peguei um café, mas foi na
lanchonete. – Ele me respondeu. – Aqui no freezer eu não sei. – Acrescentou
dando de ombros.
– Vou ver. – Falei me levantando da
cadeira.
*
– Vem, bebê. Vamos almoçar. – Chamei
Anie.
– Posso tocar depois o violão?
– É guitarra. – Mika corrigiu.
– Não, tio Mika. É igual do meu papai!
– Pensei que fosse do Chay. – Micael se
defendeu e Anie deu uma risada.
– O que você mais gostou de tocar? –
Indaguei.
– A batelia! Eu adolei! É legal! Faz
baulho maior.
– Hahaha sua danadinha.... você gosta é
de barulho. – Pontuei pegando-a no colo.
– Onde que a gente vai comer?
– Num restaurante.
– Restaulante? Todo mundo?
– Sim. – Respondi.
– E depois?
– Uuuuhm... vamos passear. Onde você
quiser.
– Quelo ir no shopping pla bincar no
parquinho!
– Aah filha... shopping não, meu anjo.
Pov
Lua
– Lua? Ryan já está esperando vocês. – Hanna
voltou a me avisar.
– Já estou indo. Você pode levar um
copo com água para mim? – Pedi a ela.
– Posso. – Hanna sorriu. – Ei?
– Oi, querida. – Peguei algumas pastas
e depois encarei Hanna que ainda estava parada na porta com um meio sorriso.
– Você acredita se eu contar que Olívia
voltou loira do Texas?
– Sério? – Indaguei de cenho franzido.
– Aaaham... Será que foi o Ryan que
pediu? – Ela perguntou curiosa.
– Por que ele pediria isso? – Rir
pasma.
– Para ela se parecer com você,
querida.
– Por favor, Hanna! – Exclamei. – Que
ideia. – Acrescentei caminhando até a porta.
– É a única explicação. – Ela deu de
ombros.
– Você não disse que eles tinham
terminado?
– Eu disse ué... mas agora nem sei
mais.
– Você é uma péssima fofoqueira. –
Sussurrei indo para a sala de reuniões e Hanna riu.
*
– Boa tarde. – Falei ao adentrar a
sala.
– Boa tarde, Lua. – Olívia, Afonso,
Adam e Rose responderam.
– Boa tarde, querida. – Ryan disse me
encarando.
– Sua água, Lua. – Hanna piscou discretamente
para mim.
– Obrigada. – Agradeci.
Começamos a reunião mostrando as
planilhas de pagamentos e depois os relatórios dos processos que foram
analisados e que conseguimos ganhar, solucionar... enfim... O grupo de
advogados que tinha ido para o Texas estava caminhando bem. Os resultados
tinham ultrapassados nossas expectativas e isso era ótimo.
Passamos quase duas horas em reunião.
Criamos algumas metas para o próximo ano e finalizamos a reunião. Quando as
pessoas começaram a sair da sala, Ryan pediu que eu ficasse.
– Lua? Quero falar com você. – Ele me
chamou baixo.
– Sobre o quê? Achei que já tivéssemos
resolvido tudo. – Respondi.
– Não é sobre o escritório. – Ryan
esclareceu.
– E seria sobre o quê? –Indaguei
impaciente e entrelacei os dedos.
– Como você está, Lua? – Ele começou.
– Ora como eu estou. – Repeti sem
acreditar no que eu tinha acabado de escutar. – Eu estou ótima! Você não está
vendo? – Ergui as sobrancelhas e ele riu.
– Percebi que você está sem aliança...
perdeu, meu bem? – Ele perguntou curioso.
– Isso não te interessa! – Retruquei
séria. – Era só isso? Já posso ir? – Perguntei me levantando, mas ele foi mais
rápido do que eu.
– Então, o seu querido e quase sem
defeitos, marido, enfim... pisou na bola com você? – Ryan sorriu para me provocar
e pôs-se ao meu lado espalmando as duas mãos sobre a mesa de reuniões.
– O que a minha relação com o quase sem
defeitos do meu marido, te interessa? – Questionei. – Você só pode estar de
brincadeira com a minha cara. – Acrescentei.
– Achei que ele não errasse...
– Pra você ver! – Exclamei. – Agora me
dar licença?
– O que você acha de tomarmos um chopp?
– Eu odeio chopp!
– Então me diz do que você gosta. Eu
faço o que você quiser. – Ele aproximou o rosto do meu.
– É? – Insistir fazendo o mesmo e ele
sorriu assentindo. – ENTÃO ME ERRA, RYAN! – Gritei me afastando dele.
– Eu já te disse que não desisto fácil.
– Ryan me lembrou.
– E eu já deixei claro que você está
perdendo o seu tempo. – Retruquei exausta e me levantei da cadeira. – É melhor
você se controlar. Eu não suporto esse tipo de graça.
– Tudo bem, querida. Não precisa se
exaltar. Amanhã voltamos a conversar.
– Não a respeito disso. Para o seu
interesse, eu não estou à procura de homem. E é melhor que você não se esqueça
disso.
Saí da sala irritada. Odiava quando
tentavam me acuar. Mas fui parada pela Hanna, na verdade, ela praticamente me
empurrou para dentro da minha sala.
– O que foi? Tá doida? – Perguntei
confusa.
– Você nem sabe o que eu li no site de
fofoca. – Ela começou espantada.
– E nem estou interessada. O Ryan
acabou de me irritar com aquele papinho escroto dele. Tudo o que eu não quero é
saber de fofoca agora, querida Hanna. – Deixei bem claro.
– Não, Lua. É do teu interesse! – Ela
insistiu.
– Do meu interesse? – Acabei rindo. – E
desde quando eu tenho interesse nesse tipo de notícia? – Perguntei.
– É de você. – Ela quase sussurrou.
– De mim? O que eu fiz para aparecer em
site de fofoca? Nem famosa eu sou sua louca. – Respondi. – E nem mando nudes
pra ninguém.
– Você não, mas o Arthur sim.
– Manda nudes? – Brinquei.
– Não exatamente nudes, mas é de vocês
que estão falando. Olha só... – Ela estendeu a mão com o celular para que eu
visse.
Quase não acreditei no que eu tinha
acabado de ler. Se tinha uma coisa que eu odiava era site de fofoca, agora mais
ainda por eu ter aparecido nesse tipo de notícia. Eu quero matar o Arthur por
ele ter sido inconsequente ao se encontrar com aquela vadia. Era lógico que
essa fonte é a própria Kate. Se tivessem colocado uma foto da minha filha, eu
ia processar esse site ridículo.
– É mentira tudo isso, não é, Lua? –
Hanna me perguntou. – É montagem?
– Não é montagem, amiga.
– É o Arthur? – Ela insistiu sem
acreditar e eu concordei com a cabeça. –
Meu Deus! Não acredito, Luh. Ele parecia ser louco por você.
– Pois é querida Hanna. Homens! Homens
são todos iguais mesmo. – Suspirei. – Uma hora dessa minha família já deve
estar sabendo. – Levei as mãos ao rosto. – Não acredito que isso está
acontecendo comigo. Que droga! –Exclamei irritada.
– Ninguém sabia?
– Claro que não, Hanna. Ou você acha
que se soubesse as pessoas não estariam comentando? – Peguei minha bolsa. –
Preciso ir pra casa antes que eu encontre fotógrafos na minha porta. Eu vou
matar o Arthur!
– Ele ainda está lá?
– Claro que não. O mandei ir embora.
Como eu ia olhar pra cara dele depois de tudo isso? Arthur sabe que é o tipo de
coisa que eu jamais perdoaria. Então... ele sabe. – Suspirei outra vez. –
Recebi a aliança dele junto com as fotos. É tudo verdade o que está escrito aí
nessa droga de site. E essa fonte é essa própria vadia. Eu tenho certeza! –
Finalizei.
– Poxa, Luh... eu nem sei o que te
dizer.
– Não precisa dizer nada, Hanna. Eu não
espero soluções de outras pessoas para essa situação. Agora eu preciso ir...
Anie está com ele... e... – Meu celular começou a tocar, era a minha irmã. –
Droga, é a Sophia! Ela já deve estar sabendo disso. – Concluí.
– Tá bom, vai com cuidado.
– Pode deixar.
Me despedi de Hanna com um abraço e
segui para o elevador. Desliguei meu celular para não escutar mais nenhum toque
de chamada. Mas eu sabia que se não atendesse, Sophia ia aparecer lá em casa.
Fiquei esperando o elevador subir.
– Então quer dizer que o Arthur teve
uma noite agitada com a ex? Kate, não é? – Ouvi quase um sussurro de Ryan atrás
de mim.
– Então quer dizer que você gosta de
site de fofocas? – Me virei para encara-lo e ergui uma das sobrancelhas.
– Hoje foi uma exceção. – Ele me
respondeu sorrindo, mas eu não acreditei. – Você não me respondeu. Aliás, já
era de se imaginar que algo do tipo tinha acontecido... Pelo que eu conheço,
você não é mulher de tirar a aliança por qualquer coisa.
– E não sou mulher de conversinha
também. É bom que você lembre disso! – Retruquei. – Por que você está tão
interessado nisso?
– Porque, Lua Blanco... quero te
ajudar. Ser um bom amigo, você compreende?
– Não preciso de ajuda e nem da sua
amizade, você compreende? – Perguntei séria.
– Você deve está muito magoada. – Ryan
apertou o botão do térreo. – Não entendo porque ele fez isso... você é tão...
– Acho bom você nem completar a frase.
– Pedi.
– Até porque você sabe. – Ele pontuou.
– Eu já te avisei mais de uma vez que
não gosto dessa conversa.
– Mas agora, você está livre, baby.
– E pretendo continuar. Ou você acha
que eu vou sair com um cara da tua marca? – Aproximei os lábios do ouvido dele.
– Estúpido. – Sussurrei e Ryan sorriu me imprensando contra a parede do
elevador.
– Se eu fosse você, eu não diria uma
coisa dessas. Estamos só nós dois nesse elevador e eu posso fazê-lo parar a
qualquer momento. – Me ameaçou.
– E você acha que eu tenho medo de
elevador parado? – Provoquei.
– Você não tem medo de muita coisa. Eu
gosto de mulheres destemidas.
– Hahaha... – Ri vendo que o térreo se
aproximava. – Você não dá conta de uma mulher como eu.
– Modesta.
– Ousada! – Afirmei. – Não preciso de
homens como você. – Deixei claro.
– Como você sabe que eu não dou conta?
– Porque você é o tipo de cara que fala
demais. Odeio caras que falam demais. Prefiro os que fazem. – Murmurei dando um
empurrão nele e saindo elevador.
– Lua... ainda não acabamos.
– Nunca nem vamos começar. – Avisei.
– Você não gosta de carinho, querida?
– Eu não sou romântica, Ryan e pelo que
noto, você só sabe ser canalha. Me deixa em paz? – Pedi indo para o
estacionamento.
Que cara chato!
– Não sou canalha com você. Mas isso é
só com você. – Me avisou.
– Então só pra você ficar sabendo, não
tá adiantando nada.
– Me diz então... o jeito que você
gosta.
– O que adianta? O problema é você. Não
quero você. Que saco! – Respondi e entrei no carro, mas Ryan impediu que eu
fechasse a porta. – O que foi agora?
– Você sabe que eu sou um cara
insistente.
– Muito. Inclusive, tá chato já. Então
pode parar! – Contei.
– Não estou brincando, Lua.
– Não achei nada engraçado. – Retruquei
e fechei a porta do carro com força.
Eu só quero chegar em casa e tomar um
banho. Eu já estou com tanta raiva, e o Ryan ainda aparece para me atormentar
com esse papinho. Odeio pessoas insistentes e inconvenientes. Ele sabe muito
bem ser as duas coisas!
Pov
Arthur
Londres
| Alton Towers – Duas horas e trinta e dois minutos da tarde.
Estamos do outro lado de Londres. Eu e
Harry encaramos um pouco mais de duas horas de viagem só para trazer Anie ao
parque de diversões. Ela pediu tanto que eu fiquei com dó de negar.
Tem muitas atrações infantis, inclusive
o carrossel que ela adora. O primeiro ingresso ela vai gastar nesse brinquedo.
Embora ela queira muito ir na montanha russa, mas Anie é muito bebê e Lua me
mataria se soubesse que eu deixei a nossa filha ir nesse brinquedo. Além de um
castelo lindo que fica no centro do enorme parque.
Meu celular não parava de tocar e isso
já estava me incomodando.
– John já me ligou umas cinco vezes. Eu
falei pra ele que não íamos beber. – Contei a Harry enquanto olhávamos Anie no
carrossel.
– Atende logo. Esse toque já tá me
irritando. – Harry resmungou.
– Nooossa... você tá de tpm, madame?
– Hahaha quando eu te der um soco você
vai ter essa resposta. – Ele me ameaçou.
– Olha a minha, seu idiota. – Pedi me
afastando para atender a ligação de John.
Ligação
ON
– Alô, John. – Falei.
– Aonde você está, Arthur? – Ele me
perguntou bem sério.
– Cara, eu tô em Stoke-on-Trent, no
Alton com a Anie e o Harry. Ela queria vir ao parque. – Expliquei. – Por que
toda essa indagação? Falei pra você que não íamos beber... – Acrescentei.
– Você não me disse que tinha se
separado da Lua. – Ele comentou. – Quando isso aconteceu, Arthur?
– Quem te disse isso? – Perguntei
surpreso. Lua tinha procurado ele para contar? Isso não tem muito a ver
com as atitudes dela. – John? Quem te contou! – Insistir.
– Estão me ligando. Um funcionário de
um site está me atormentando com ligações. Mais de vinte vezes, Arthur. Achei
que era bobagem até eu ver a notícia no site e algumas fotos. Uma foto da Lua
inclusive. E ela odeia isso, você sabe. – Ele me contou.
– Que site, John? Meu Deus! Isso não
pode estar acontecendo. – Falei nervoso. Cara, se Lua ver isso, ela vai me
odiar ainda mais. – John?
– Eu vou te enviar o link da notícia
por mensagem. Isso é sério, Arthur. Que merda você fez? Aquela, mulher. A
mulher do bar Arthur. Achei que vocês literalmente não tivessem nada. – Ele me
repreendeu. – Quis imitar o Chay? O dele os sites não ficaram sabendo. Pelo
menos a Mel não precisou passar por essa humilhação. – Completou. – Você sabe o
que vai acontecer, não sabe?
– Eu não fiz nada. Mas infelizmente nem
a Lua acredita nisso... – Tentei me defender.
– Mas também, depois dessas fotos você
quer o quê? – Ele me perguntou irônico. – O que eu digo para esse site?
– Não diz nada. Aliás, diz que eu não
vou me pronunciar sobre essa merda desse assunto. É tudo mentira, se eu der
importância as pessoas não vão esquecer tão cedo.
– Até a aliança, Arthur? Agora as
pessoas irão reparar. Você não está usando mesmo?
– Não. Aquela desocupada deu um jeito
de tirar e mandou pra Lua. Lua acabou tirando a dela também. Me expulsou de
casa e eu estou na casa do Harry esses dias.
– Harry sabia disso, Arthur?
– Claro. Saí com ele do bar.
– Parece que não. – John retrucou.
– Eu estava com ele. Perdi a chave do
carro e voltei para procurar.
– Aí achou a chave do apartamento da
Kate, agora você perdeu o casamento. Devia ter deixado a chave lá. – Ele me
disse.
– Não estou brincando, John.
– Nem eu. – John assegurou. – Te
aconselho a deixar a menina em casa, antes que esses curiosos comecem a te
perseguir atrás de qualquer informação. Se prepara para amanhã. – Ele me
avisou.
– Eu sei... eu preciso tentar falar com
a Lua também. Ela deve estar com mais raiva de mim. – Falei baixo. – Obrigada
por avisar.
– Não precisa agradecer. Você está com
um enorme problema. Não é uma forma legal de todo mundo ficar sabendo disso.
Quer dizer, não existe forma legal.
– Não mesmo. Acho que Lua ainda não
tinha contado pra ninguém além da Mel.
– Seu problema só aumenta. Boa sorte. –
Me desejou. – Qualquer coisa me liga. Vou tentar convencê-los de que você não
tem nada para declarar.
– Tá bom. – Murmurei.
Ligação
OF
– Paaapaaai!! Eu quelo pipoca! – Anie
me pediu animada e pulando sem parar.
– Tudo bem. Eu compro pipoca pra você.
– Me abaixei para ficar do tamanho dela.
– Com quem você estava falando? – Me
perguntou curiosa.
– Aconteceu um problema, mais um
problema e eu preciso te deixar em casa e tentar falar com a sua mãe. –
Expliquei. – Tudo bem?
– Vocês não vão mais glitar e nem
bligar? – Ela perguntou com receio.
– Quero só conversar com ela, meu amor.
– Assegurei lhe dando um beijo na testa. – Vamos comprar a pipoca.
– Eu vou na fleeeeentee! – Anie saiu
correndo.
– Saiu em algum site na internet que eu
e a Lua terminamos. Tem fotos e tenho certeza que foi a Kate quem aprontou isso
novamente.
– O quê?
– Isso mesmo. Por isso John estava me
ligando sem parar. Alguém do site estava ligando pra ele querendo que eu
falasse alguma coisa. É óbvio que eu não vou falar nada. Nem quero imaginar
como Lua vai ficar quando souber disso. – Suspirei. – Colocaram até foto dela
também.
– Você vai morrer hoje, Arthur. E é
sério. – Harry disse baixo.
– Eu preciso que ela queira me escutar.
Sei que é quase impossível. Ela deve estar com muita raiva. – Imaginei.
– Nem sei como te ajudar. Você já viu a
publicação?
– John ficou de me enviar. Paga a
pipoca pra Anie.
– Tá, já venho. – Harry foi encontrar
com a Anie e eu abrir a mensagem que John tinha acabado de me enviar.
– Cara, ela enviou para o site mais
famoso. Ela quer acabar contigo mesmo.
– Kate me paga. – Falei entredentes. –
Filha, pela calçada. – Chamei a atenção da pequena. – Eu não troquei fotos
quentes com essa doida. Ela que ficou me enviando. É muita sacanagem. – Falei
revoltado ao ler a publicação. – “Não estava mais usando aliança”. Ela
quem tirou a minha aliança e ainda mandou pra Lua. É quase inacreditável isso!
– Exclamei. – Como vou fazer esse show sexta-feira, Judd? – Passei as mãos
pelos cabelos.
– Cara, Arthur... eu não sei o que
vamos fazer, mas vamos conseguir. – Harry deu dois tapinhas nas minhas costas.
– Coloca o cinto na Anie. – Ele me avisou. Eu ia no banco de trás com ela.
Pov
Lua
Dei graças a Deus que não tinha ninguém
na porta de casa. Entrei e fui direto para o quarto, eu precisava de um banho.
E depois eu ligaria o meu celular para ver as muitas ligações que provavelmente
tinham no meu celular. Principalmente da minha irmã.
– Lua?
– Oi, Carla. – Levantei a cabeça para
encara-la. Eu estava no quarto, tinha acabado de vestir uma roupa.
– Eu... eu e a Carol vimos mais cedo
uma notícia sobre vocês.
– Eu sei que notícia, Carla. Eu também
vi. – Afirmei.
– É verdade? – Ela perguntou confusa.
– Sim. Eu não falei antes porque eu não
estava com cabeça pra isso. Mas parece que agora eu vou ter que explicar para
todo mundo o que aconteceu.
– Desculpa, Luh. Eu...
– Não. Tudo bem, Carla. É só que antes ninguém
sabia e agora, até que não precisava saber, sabe. – Expliquei. – Meus pais,
preciso falar pra eles. Eles não vão entender nada.
– Nem a gente está entendendo. – Ela
confessou. – Arthur veio aqui hoje.
– Eu sei. Ele me mandou mensagem. Disse
que vem trazer a Anie só à noite. – Contei.
– Vocês vão conversar?
– Eu não sei, Carla. Eu estou com tanta
raiva do Arthur. Eu não quero ouvir a voz dele.
– Eu vou descer...
– Tá. – Assenti.
Liguei o celular e esperei que as
notificações chegassem. Trinta e duas ligações. Me assustei. Dez ligações da
minha mãe e o restante da Sophia.
Ligação
ON
– Sophia.
– LUA! – Minha irmã gritou. – Aquela
notícia é mentira, não é? Eu não acreditei, maninha. Micael
disse que não soube de nada. Mas eu quero ouvir de você. Diz que é mentira,
Lua. Arthur não faria isso. Apesar de parecer ser ele naquelas fotos mesmo. –
Sophia parecia muito preocupada.
– Não é mentira, Soph. Arthur passou a
noite com a Kate, mandei ele ir embora de casa.
– Você tá brincando, Luh.
– Eu nunca brincaria com uma coisa
dessas.
– Ele é doido fazer isso com você? Eu
não acredito, Lua!
– Não sou a primeira e nem vou ser a
última, Sophia. – Tentei soar tranquila.
– Você não pode estar tão tranquila,
Lua. Eu te conheço.
– Meu casamento acabou, Soph. Você acha
que eu estaria feliz? Claro que não! Você viu o que publicaram e eu odeio esse
tipo de coisa. Eu nem perco o meu tempo lendo essas notícias e tão pouco gosto
de ser uma delas.
– Eu sei, eu sei, Luh. Meu Deus, meu
amor... eu preciso te ver.
– Sophia, fica calma. – Pedi. Sabia que
ela não podia se estressar.
– EU QUERO MATAR O ARTHUR! – Ela
gritou. – Como ele faz uma babaquice dessa com você? E ainda mais com aquela
puta!
– Se fosse com outra seria menos mal? –
Provoquei.
– Claro que não! Com nenhuma, Lua! –
Ela exclamou. – Ele não podia fazer isso com você! Ele é um idiota! Abestado!
Burro! – Ela começou a xingar ele e eu não queria escutar.
– Eu sei tudo o que ele foi, Soph.
Inclusive, já falei isso pra ele. Gritei muito, Sophia! Eu não quero ficar
pensando no que o Arthur fez comigo. – Contei. – Eu quero ficar sozinha agora.
– Você não pode ficar sozinha, meu
amor.
– Eu quero, Soph.
– Por que você não me disse antes? Por
que você quer passar por isso sozinha? – Ela me questionou.
– Porque foi o meu casamento, Sophia.
Você sabe que eu amo o Arthur. Mas eu estou com tanta raiva dele. Ele me
decepcionou tanto, me magoou...
– Lua, é claro que magoou. Por isso
estou com muita raiva dele também! Ele não tinha esse direito. Na verdade,
ninguém tem o direito de magoar você. – Ela começou consolar e eu comecei
a sentir vontade de chorar. Era por isso que eu não queria que as pessoas
ficassem sabendo de nada.
– Sophia...
– Eu amo você, minha irmã. Eu sempre
estarei aqui, Luh. Para o que você precisar.
– Obrigada, Soph. Eu também amo você.
Eu só estou muito triste...
– Eu sei, meu amor. Mas você vai
conseguir superar. Você vai ver! Vai dar a volta por cima e ele vai se
arrepender. Você poderia se vingar. – Sugeriu.
– Eu não vou dormir com outro homem só
para me vingar, Sophia. Que ideia. Achei que você me amasse.
– Mas eu te amo. E você não precisaria,
necessariamente, dormir. – Ela ressaltou.
– Você tá maluca.
– Eu só quero te ajudar...
– Eu sei... mas agora eu só quero ficar
sozinha. Eu vou desligar, Soph.
– Tá bom. Eu te ligo amanhã. Beijos. Te
amo.
– Beijos.
Ligação
OF
Encerrei a ligação e acabei desligando
o celular novamente. Me joguei na cama e levei as mãos ao rosto. Nunca imaginei
que passaria por uma situação dessa.
Será que falhei em algum momento e não
me dei conta?
Pov
Arthur
Londres
| Seis horas da tarde
Desculpe-me
se não entendo
De
onde é que tudo isto está vindo
[...]
(Oh,
nós tínhamos tudo)
Sua
cabeça está perdendo o controle novamente
Minha
querida, ainda temos tudo
E
está tudo na sua mente
(Sim,
mas isto está acontecendo)
Cheguei em casa com Anie, tirei o cinto
de segurança dela e abri a porta do carro. Eu nem sabia como entrar em casa e
esperar por Lua para que pudéssemos conversar.
– A minha mamãe já chegou! – A pequena
apontou para o carro estacionado na garagem. E só então, me dei conta de que
ela já estava em casa e que talvez já tivesse lido a notícia.
– Fica com a Anie lá na brinquedoteca.
Não quero que ela presencie nossa discursão outra vez. – Pedi a Harry.
– Claro, dude. – Nós saímos do carro.
– Ei, linda? – Harry chamou a atenção da afilhada. – Quem chegar primeiro na
brinquedoteca ganha um doce.
– De chocolate?
– Siiiiim. – Ele respondeu.
– Eu vou ganhar então! – Anie correu e
Harry foi atrás dela.
Subia a escada devagar sem saber como convencer
Lua a falar comigo.
Dei duas batidinhas quando parei em
frente a porta do quarto. Mas ela não disse nada e eu abrir a porta assim
mesmo.
– Posso entrar? – Perguntei ao abrir a
porta e ver que Lua estava deitada na cama com um dos braços sobre os olhos. –
Lua?
– O que você quer, Arthur? Você não
precisa me avisar toda vez que trouxer a Anie. – Ela me disse.
– Não é sobre isso que eu vim falar com
você. – Expliquei. – É sobre outro assunto.
– Sobre a publicação no site de fofoca?
Achei que eu já tivesse sido humilhada o suficiente. O que mais você quer? –
Ela tirou o braço de cima dos olhos e sentou-se na cama para me encarar.
– Quero te pedir desculpas. Eu...
– Eu não pedi que você se desculpasse.
Na verdade, eu não quero ouvir suas desculpas. Isso não vai fazer diferença
nenhuma! As pessoas não vão esquecer o que leram e nem as fotos que viram.
Ainda colocaram uma foto minha lá, se tivessem colocado da nossa filha, eu ia
processar essa porcaria de site e a vadia da tua amante.
– Você sabe que eu nunca ia expor você
daquela forma, meu amor. E ela não é minha amante. Para de falar isso, por
favor.
– Para de me chamar de amor. Você nem
sabe o que é isso de verdade. Mentiu o tempo inteiro. – Lua me acusou.
– Você não pode estar falando sério! –
Exclamei. – Você sabe que nunca foi mentira. Sempre te amei e ainda te amo.
Para de fingir de que não sabe.
– Quem ama não faz o que você fez. –
Lua pontuou e eu me sentei na cama ao lado dela. – Sai daqui! – Ela exigiu.
– Você precisa me escutar. Por favor,
Lua. – Implorei.
– Não quero mais ouvir as suas
mentiras. Estou cansada de ouvir você falar que não aconteceu nada, quando as
fotos dizem exatamente ao contrário. Você não pode estar pensando que eu sou
uma boba.
– Mas não aconteceu mesmo. – Insistir. –
Você precisa acreditar em mim!
– EU NÃO ACREDITO! AGORA VAI EMBORA! –
Ela se exaltou.
– Você não pode querer resolver tudo
aos gritos. – Retruquei irritado.
– Eu não quero resolver nada. Só quero
que você vá embora! Sai da minha frente!
– Lua, não podemos acabar assim. Olha o
que tínhamos.
– Você não pensou nisso antes. Por que
eu tenho que pensar agora? – Ela perguntou magoada.
– Posso ter dormido com a Kate, mas
isso não quer dizer que eu transei com ela.
– Hahahaha faça-me o favor. Você tá me
achando com cara de idiota? Não vou te pedir novamente para ir embora. – Lua me
avisou. Ela falava muito séria.
– Eu não estou brincando, Lua.
– Para. Para. Para.
– Se você quiser eu falo com esse
pessoal para retirar essa notícia.
– Você jura que vai conseguir isso?
– Com dinheiro sim. – Pontuei.
– Arthur, as pessoas já leram. Todo mundo
já sabe que você me traiu. O que importa agora tirar essa notícia da internet? –
Lua me questionou.
– Eu nego. Pronto, não é verdade!
– Faz o que você quiser! – Ela mandou. –
Quem saiu de idiota foi eu! Quem foi enganada foi eu. Eu, Arthur! Você apronta
e as coisas respingam em mim também. Eu não sou famosa. Você sabe muito bem que
eu odeio esse tipo de exposição. Então, vai embora! Agora você não pode fazer
mais nada! As pessoas querem que eu explique porque você me traiu, sendo que eu
nem sei o porquê. Eu quero você bem longe de mim, Arthur. Bem longe!
– As pessoas não tem nada a ver com a
nossa vida. Não é do seu jeito se importar com o que as pessoas pensam. Por que
você tá fazendo isso agora?
– EU SAÍ EM UMA REVISTA DE FOFOCA! O
MEU NOME TÁ LÁ, A MINHA FOTO TAMBÉM. VOCÊ QUER QUE EU NÃO ME IMPORTE? – Lua voltou
a gritar. – Sai. Prometemos pra nossa filha que não íamos mais brigar.
– É você quem tá gritando. – Dei de
ombros. Eu sabia que estava brincando com o perigo. Lua era pura raiva nesse
momento.
– Você tá me fazendo perder a paciência.
E você me conhece quando eu perco a paciência. – Ela me avisou cautelosamente.
– Mulher, eu te amo. Lua, para com
isso. A gente tem tanta coisa. Você só está perdendo o controle.
– Perdendo o controle? E você a noção! EU
TE ODEIO! – Ela falou próximo ao meu rosto.
– As pessoas só dão o que tem...
– O que você quer dizer com isso, Arthur?
Eu dei tudo o que eu tinha... – Lua começou a chorar. – Isso não é justo. Não é justo você questionar
isso agora! – Exclamou.
– Eu não estou te questionando, Lua. Eu
sei. Eu mais do que ninguém sei o quanto você deu tudo o que tinha o tempo
inteiro. E eu nunca reclamei de nada, mesmo quando não era o suficiente para mim.
Embora você sempre tenha sido o suficiente para mim. Nossas escolhas nunca
foram cem por cento parecidas e sempre estavam tão longe... eu sempre dei tudo
de mim também, Lua. E você sabe, meu bem. Sempre quis que nada te faltasse e
você sabe que não estou falando só de coisas materiais. Até porque, isso é o
que menos tem relevância no meio de coisas mais importantes em um casamento.
Estou falando de família, de amor, de compreensão, de respeito, Lua. Sei que
sempre nos esforçamos para que não cometêssemos erros e falhamos algumas vezes.
A gente sabe onde falhou, Lua. Mesmo nunca querendo errar. Você sempre soube
que eu jamais queria ser parecido com o pai que eu nunca tive e com o marido
que minha mãe nunca teve...
– Você não é parecido com ele, Arthur. –
Lua tentou me lembrar. Ela sabia o quanto isso me angustiava. Nunca tive uma
referência paterna frequente. E eu sentia tanto medo de errar com a minha filha,
com a minha família.
– Agora eu vejo que falhei onde eu mais
temia. Com você, com o nosso casamento, com a nossa filha, com a nossa família.
Mas eu gostaria que você confiasse mais em mim. Pelo menos, com a relação que
tínhamos, eu sempre acreditei que a confiança era recíproca. Porque você sempre
soube que eu confio em você de olhos fechados.
– Como vou confiar vendo aquelas fotos?
Sempre te disse que traição seria a única coisa que eu jamais te perdoaria.
Fico tentando entender quando foi que algo te faltou, Arthur. – Ela pontuou sem
entender. – Você não falhou como pai. Para de dizer isso. Estamos falando só de
nós dois. – Acrescentou.
– Não traí você, Lua. Nunca faria isso.
Nunca senti vontade de fazer isso. E pela milésima vez, confia em mim. Preciso que
você acredite no que eu estou dizendo. – Tentei manter a calma. Eu gostaria que
Lua confiasse em mim, mas eu estava tão enganado agora.
– O que te faltou, Arthur? – Lua
insistiu chorando.
– Não me faltou nada, Lua. Você sempre
foi o suficiente. Na verdade, você sempre transbordou. Porque você é intensa, é
um furacão. Eu tinha que ter tanto controle diante de ti. Não pensa bobagem. Você
nunca deixou a desejar. Sabe que sempre deu muito bem conta do recado. De tudo,
Lua. – Assegurei. Lua tinha que entender de uma vez por todas de que ela não tinha
errado em nenhum momento.
– Foram os filhos? – Questionou com a
voz chorosa.
– Achei que esse assunto já estivesse
encerrado. – Falei me levantando da cama e andando pelo quarto. – Não foram os
filhos. Você acha que casei só por isso? – Perguntei chateado.
– Eu só quero saber. – Ela insistiu.
– Você já sabe. Não, Lua. MIL VEZES
NÃO. NÃO TEM NADA A VER COM FILHOS! – Falei alto. – Tira isso da tua casa. – Me
virei para encará-la. – Para de chorar. Isso está acabando comigo.
– Sei que você queria muito...
– Não posso ter tudo o que eu quero. Se
eu pudesse, já estaríamos juntos novamente. – Deixei bem claro. – Quero você. Sempre
vou querer. Por que você não entende isso de uma vez por todas? A gente sempre
volta para esse assunto. eu não quero mais falar sobre isso.
– A gente sempre volta porque ainda não
resolvemos. – Lua retrucou. – Você sempre foge.
– Fugir de quê? Você não quer ter
filhos. E agora nem pode ou sei lá... você não tem coragem para fazer os
exames. Quer que eu faça o quê? Force você? Isso nunca vai acontecer, Lua! –
Respondi. – Você tem o direito de fazer as suas escolhas. Não vou te amar menos
por isso.
– Precisamos resolver nossos
questionamentos pessoais.
– Eu não tenho nenhum para resolver. –
Resmunguei.
– EU TENHO! – Lua exclamou.
– ENTÃO RESOLVE LOGO, LUA! QUERO VOCÊ
DE VOLTA! – Falei impaciente.
– Você acha que vai ser fácil? – Ela me
perguntou irônica.
– Se eu acho? – Rir sem vontade. – Olha
o que você tá fazendo comigo? Você tá me deixando desesperado, Lua. Tenho medo
de te perder mais ainda. Você consegue compreender? – Perguntei.
– Você me decepcionou!
– Eu juro que que quando a gente
voltar, vou te fazer esquecer tudo isso. Inclusive a parte que você pensou que
faltou. E vai ser mais de uma vez. Não esquece disso. – Avisei baixo.
– Você não tá levando a sério.
– É claro que eu estou. Por que eu
brincaria com isso? Se só eu posso sair perdendo? – Passei as mãos pelos
cabelos.
– Vai embora. Quero ficar sozinha! O dia
hoje foi péssimo! Eu só quero que acabe. – Lua confessou e eu me aproximei
dela.
– Eu nunca quis te machucar. – Falei
segurando em seu rosto.
– Me solta!
– Eu juro, Lua.
– Você transou com outra e pensou que
isso não ia me machucar? Você acabou comigo. Acabou com o que tínhamos, Arthur.
– Você é a minha mulher. Só você, Lua. O
que eu preciso fazer para que você entenda isso o mais rápido possível?
– Eu não consigo mais acreditar em
você. – Ela disse baixo e tirou as minhas mãos do seu rosto.
– Lua...
– Resolve os seus problemas, Arthur. Que
eu vou resolver os meus.
– Lua, por favor...
– Quando estivermos prontos, podemos
pensar em voltar a conversar.
– Eu não quero isso, Lua.
– O problema é seu. Eu preciso disso! E
pode dar um jeito do meu nome não aparecer mais nesse tipo de notícia.
– Eu não tive culpa, meu amor.
– Eu não quero saber. Quem traiu foi
você, só para começar. – Ela voltou a jogar na minha cara.
– Tá bom. Mas não pense você que eu vou
desistir. – Avisei. – Você sabe que isso é impossível de acontecer. E nada de
fazer coisas que você vai se arrepender.
– Como você fez? – Lua me provocou.
– Eu. Não. Fiz. – Falei pausadamente.
– Eu posso fazer o que eu quiser. Estamos
separados. – Ela garantiu.
– Na prática sim, mas teoricamente não.
– A lembrei.
– O que importa é a prática. – Lua retrucou.
– A gente transa a hora que você me
chamar. – Respondi.
– Fácil assim?
– Pra você toda a vida. Você sabe
disso. – Ressaltei.
– Talvez eu queira ter outras experiências.
– Não. Você não quer. – Resmunguei. Eu sabia
que Lua estava com muita raiva, por isso estava dizendo essas coisas.
– Por que você acha que tem tanta
certeza?
– Por que eu te conheço e você não é o
tipo de mulher que sai transando com homens que não conhece. Então para de
dizer que vai fazer isso. – Pedi.
– Você pode ter se enganado comigo,
assim como eu me enganei com você.
– Não, Lua. Pode parar. Se você está
tentando me fazer ciúmes, tenha a certeza de que você está conseguindo. E muito.
– Expliquei sério. – E eu não gosto desse joguinho.
– Eu não ligo. Você já pode ir. – Ela pontuou.
– Lua.
– Pode ir. – Ela repetiu e eu suspirei.
– Certo. – Concordei. – Então resolve as
tuas questões pessoais que eu espero. Mas sem transar com outros caras. – Avisei.
– Se eu transar não vai ser da tua
conta. Você fez o mesmo. – Lua me disse.
– Eu não acredito em você. – Falei e ela
deu de ombros.
– Eu não estou tentando te provar nada.
– Lua esclareceu. Ela estava bastante decidida. E isso me dava medo.
– Outros caras não te conhecem como eu.
– É exatamente por isso. Qual é, Arthur?
Você precisa ser mais moderno. Foi você quem começou.
– Ser moderno é? Por que só eu? Você
perdeu o controle quando viu aquelas fotos. – Ergui as sobrancelhas.
– É por isso que eu quero fazer o
mesmo.
– Mas não vai. – Falei entredentes.
– Você não é meu dono. – Lua pontuou.
– Você tá me irritando, Lua.
– Então sai daqui. – Ela mandou.
– Eu não vou deixar você. – Avisei antes
de sair do quarto.
Lua sabia exatamente como me fazer
perder a paciência e eu nunca gostei disso.
Você
tem tido sonhos muito ruins
Você
costumava deitar-se tão perto de mim
Não
há nada além de lençóis vazios
Entre
o nosso amor, nosso amor
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Boa tarde, leitores?! Tudo
bem com vocês?
Eu trouxe mais uma atualização (grande
do jeito que vocês gostam) de Little Anie depois de mais de uma semana. UAU! Eu
sei, sorry!
OBRIGADA pelos
comentários do capítulo anterior.
Eu gostaria que vocês interagissem mais
<3
O que acharam desse capítulo? Quanta
novidade, não é mesmo? E esse final? </3 ☹ Sem estruturas...
Comentem. Comentem. Comentem.
Um beijo e até a próxima atualização.
Aiin 😍
ResponderExcluirAnsiosa para o momento da reconciliação 😁
Milly do céus,que capítulo foi esse? Ansiosa demais para saber o que vai rolar nos próximos capítulos,se não for pedir muito, posta logo! Kkkk
ResponderExcluirBeijos 😘
Amei o cap! Mas quero que eles fiquem juntos de novo logo!
ResponderExcluirComo sempre arrasando no capítulo <3
ResponderExcluirMal posso esperar pelo capítulo que a lua descobre a armação da kate, diz que esse dia está chegando???? Meu casal já está muito tempo separado :(
Anie é um amorzinho, como sempre ��
E o que eu sempre comento: lua deve correr um pouquinho atrás do arthur, ein!!!!!!
Sem estrutura nenhuma pra esse capítulo,Annie fofa como sempre, mas estou com muita dó dela, tá sofrendo pela separação dos pais. Arthur tem que provar a verdade rápido,anciosa pela reconciliação deles... Posta mais
ResponderExcluiradorei o cap!! Milly pelo amor de Deus faz eles voltarem antes das suas aulas voltarem pq já estou sofrendo com eles separados kkk!
ResponderExcluirSó acho que L.A daria um livro bem grande 😍🤗 Harry é um ótimo amigo de todo jeito tentando ajudar aos dois, mais sem levar conversa de um para outro. Quanta felicidade da Anie, por enfim ver o pai, e a tarde deles poderiam ter durado mais se não fosse a fofoca que a vaca fez questão de divulgar. Tadinha da lua, de ter que passar por essa vergonha de ter sua imagem denegrida, por uma mentira (pena que eles não sabem) e o Ryan novamente no pé dela, principalmente sabendo que ela está separada, mais se o Arthur souber disso vai ficar louco, capaz de ir lá e bater nele de novo. E essa conversa deles, ainda acreditei que eles iriam se beijar (iludida sou eu) tão triste a lua ainda pensar que o Arthur fez isso pq ela não pode ter mais filho. Esse conversa deles me deixou em lágrimas. Milly vc esta de parabéns como sempre, estou triste pq suas férias já vão acabar 😢
ResponderExcluirMilly do céu que capítulo foi esse, tá de parabéns como sempre. Anie ficou tão feliz por ver o pai. Arthur e lua são tão loucos um pelo outro que chega a ser estranho estarem separados, todos estão surpresos, Jhon, Sophia e assim por diante. Essa conversa deles abalou com as minhas estruturas ��
ResponderExcluirAmei muito
ResponderExcluirMilly esse capítulo me deixou sem estruturas!!!!Eu amo a relação do Arthur e a Anie *___* são lindos.Que final foi esse, é tão difícil ver eles separados, não vejo a hora da Kate ser desmascarada, eu sei que vai demorar ainda pra isso acontecer!!
ResponderExcluirCaroline
É tão estranho ver eles separados, espero que eles voltem logo… Que o Arthur consiga desmascara essa Kate! Adorei o capítulo!
ResponderExcluirLily
Anciosa, para o próximo capítulo. Posta logo.
ResponderExcluirKate já foi longe demais, alguém precisa parar essa mulher!!!
ResponderExcluirAnie ficou tão feliz em ver o Arthur e nem pode aproveitar o pai o dia todo!
por mais que Arthur não tenha feito nada é muito complicado, ainda mais com tudo exposto na mídia agora.
Lua ainda ficou achando que o problema todo era com ela. triste demais
//Feh