Litte Anie - Cap. 84 | 7ª Parte - Final

|

Little Anie | 7ª Parte – Final

O que eu devo fazer sem você?
É tarde demais para catar os pedaços?
Muito cedo para se desfazer deles?
Você se sente abatida assim como eu?
Seu rosto, ele faz meu corpo doer
Isso não vai me deixar em paz
E me sinto como se estivesse afogando
Dificuldades para dormir
Sonhos inquietos
Você está em meus pensamentos
Sempre, sempre
Eu só me apavorei, apavorei
Prefiro me sufocar com minhas más decisões
Do que carregá-las para o meu túmulo
Você está em meus pensamentos
Sempre, sempre, sempre
[...]
O lado esquerdo da minha cama é um espaço vazio
Lembro que éramos estranhos
Então, me diga, qual é a diferença
Entre o antes e agora
– Always | Gavin James

Pov Lua

Londres | Quarta-feira, 23 de dezembro de 2015 – Oito e quinze da manhã.

Eu senti uma pontada forte na minha cabeça quando abri meus olhos. Passei as mãos pelo rosto e bocejei em seguida. Passei da conta ontem na bebida. Suspirei. Arthur estava em casa quando eu cheguei. Eu não devia ter inventado aquela história de que eu tinha transado com Ryan. É tudo mentira. Eu lembro de tudo o que eu fiz. Inclusive, de ter vindo embora antes da Hanna voltar do banheiro. Foi Ryan quem passou dos limites, não eu.

Flashback ON

– Vamos para outro lugar, Lua. Hanna sabe voltar pra casa e... vocês não moram no mesmo bairro. – Ele disse passando o dedo indicador na minha coxa. Observei seus movimentos e Ryan me encarou. – E então?
Não posso. – Respondi em seu ouvido e afastei as suas mãos de mim.
Você sabe como provocar.
Modesta parte, eu sei mesmo. – Afirmei.
Eu gosto disso. – Ele segurou em meu rosto.
Nunca ninguém reclamou. – Sussurrei.
Eu devo imaginar. – Ele roçou os lábios na minha bochecha e depois desceu os beijos para o meu pescoço.

Talvez fosse a hora de voltar para casa.

É melhor você parar. – Avisei tentando afasta-lo. – Eu estou bêbada, mas nem tanto. – Completei. – Para, Ryan! – Embora eu falasse alto, minha voz era abafada pelo som alto da música. E ele não parou. – Você tá louco! – O emburrei pelos ombros. – Nunca vou transar com você! – Deixei bem claro.
E por que você está me provocando?
Eu? Só eu estou provocando? – Perguntei irônica. – Você parece um adolescente que está louco para contar aos amigos que transou com a garota que eles te disseram que você jamais conseguiria.
Mas você é exatamente essa garota que o seu ex-marido me disse que eu jamais conseguira.
E ele não estava errado. – Pontuei e me levantei do enorme sofá. – E eu não sou mais uma garota, Ryan. Mais um motivo para você não conseguir o que quer. – Falei e ele segurou o meu braço.
Então por que você fez isso hoje?
Eu não fiz nada. E é isso que você não entende. – Respondi e puxei o meu braço. Mas Ryan não o soltou. – Me. Solta. – Mandei entredentes.
O que o Arthur vai achar disso?
Nada. Até porque agora eu não devo satisfação a ninguém. Por que? Você vai sair daqui correndo e contar o nada que aconteceu entre a gente? – Perguntei e Ryan negou.
Eu não vou precisar dizer nada. Ele vai ver, baby! Aliás, não só ele. – Ryan falou passando o polegar em meu pescoço.
Ridículo! Você é um imbecil! Odeio que façam isso em mim. – Empurrei a mão dele para longe. Odiava que deixassem marcas em mim e isso nem o Arthur fazia.
Calma!
Calma? Idiota! – Dei um murro em seu peito e saí sem esperar Hanna voltar do banheiro.

Flashback OF

Passei as mãos pelo rosto e respirei fundo. Por que inventei uma história dessa para o Arthur? Eu não devia ter permitido as provocações do Ryan. Eu acabei provocando de volta porque já estou cansada dele e dessa conversinha para o meu lado.

Empurrei o lençol para o lado e me levantei da cama. Hoje é o dia da apresentação da Anie. Ela vai ficar ansiosa o dia inteiro – conheço a filha que tenho. A porta do quarto foi aberta e eu nem precisei perguntar quem era.

– Bom dia, mamãe.
– Bom dia, meu neném. Você dormiu bem? – Perguntei pegando-a no colo e lhe dando um cheiro.
– Eu dormir... mamãe?
– Oi. – Depositei um beijo em sua bochecha.
– O meu papai veio aqui ontem... ele até me colocou pala dormir... – A pequena sorriu e eu sorrir também. – Eu adolei!
– Eu sei, meu amor.
– Agola... hoje é a minha dança... – Anie me lembrou contente. – O meu papai disse que ele vai assistir eu dançar.
– É claro que vai, filha.
– A gente pode ligar pla ele?
– Agora? – Indaguei completamente desanimada.
– Ééééé... eu quelo falar com o meu papai! Mamãe... eu vou sentir saudades do meu papai.
– Eu imagino, Anie. – Suspirei.
– Por que ele não pode ir com a gente? – Ela questionou e descansou a cabeça em meu peito.
– Já falamos que a situação é complicada, filha...
– Mas eu não quelia ficar longe do meu papai e nem de você, mamãe. – Anie soltou um suspiro.
– Eu sei que não, filha. – A apertei em meus braços. – É difícil pra gente também... – Confessei.

Pov Arthur

– Cara, a designer me ligou. Ela disse que te liga, mas que ninguém atende.
– Deixei meu celular no carro, Judd. – Respondi enquanto bebia um gole de café. – O que ela te disse? – Perguntei.
– Ela me enviou umas fotos, mas te enviou também. – Ele me entregou o celular. – Falta a cozinha, a sala e o banheiro. Mas tá ficando bem bonito. Ela quer te dar umas sugestões sobre o canto alemão. É melhor você falar com ela. – Me avisou.
– Está ficando bonito mesmo. – Concordei e devolvi o celular. – Britney já foi embora?
– Sim. Inclusive, ela viaja hoje. – Harry me respondeu. – Acho que só vou amanhã. Vou ver as passagens ainda. – Ele comentou pensativo. – Espero que tenha para amanhã. Você vai ficar aqui? – Me indagou em seguida.
– Parece que sim, se você não se importar. –  Contei.
–  Você sabe que pode ficar, Arthur. – Ele assegurou.
– Lua vai passar o natal com a Anie em Bibury. – Suspirei. – Decidimos isso na nossa última conversa.
– E como foi? – Ele me perguntou.
– Foi difícil. Anie está relutando. Na verdade, eu também. Mas temos que ser maduros. E ainda mais depois de ontem... – Suspirei outra vez. – Enfim... as coisas só estão se complicando. Então é bom que a gente se esforce, pelo menos na relação com a nossa filha, para decidirmos as coisas sem precisar ficar um clima pior do que o que já está.
– Você não diz o que aconteceu ontem, Arthur. Só imagino que tenha sido uma coisa muito ruim, pelo modo como você relembra. – Harry comentou.
– Se a Lua quiser te contar, você vai saber. Porque eu assegurei para ela que eu não contaria. Você sabe como a Lua é impulsiva.
– Aquela loira não pode ter aprontado, Arthur. – Harry disse sem acreditar.
– Hoje tem a apresentação da Anie... você vai?
– Sim. Não perderei por nada. – Ele assegurou. – É por isso que vou viajar só amanhã. – Explicou.
– Ontem ela estava bem ansiosa. – Sorrir ao lembrar. – Demorou a dormir... – Franzi o cenho. – Fiquei lá com ela... até esqueci que tinha que voltar pra cá. – Contei.
– A gente podia voltar ao bar. O que você acha?
– Eu estive pensando sobre isso, Judd. Mas eu não lembro bem da cara do barman. – Falei.
– Podíamos perguntar. Quem ajudou a Kate não vai esquecer, Arthur. – Harry garantiu. – Ela sumiu?
– Já era tempo. – Respondi. – Não sei o que ela ganhou com isso. – Falei com raiva.
– Talvez ela pensasse que você voltaria para questionar sobre o que ela tinha aprontado.
– Só se fosse para matar aquela desgraçada. – Respondi. – Nunca eu havia tido esses pensamentos antes. – Confessei.
– Vamos ver um dia aí...
– Pode ser depois dessas festas de fim de ano. Só temos que rezar para que ele não seja demitido. Mas e se foi só ela que fez isso?
– Dinheiro resolve essas coisas, Arthur. Você não lembra de nada mesmo?
– Nada. Vem alguns flashs, mas só de quando eu ainda estava no bar. Depois disso, não me recordo de mais nada. Pensa, Harry... se a Kate tivesse realmente conseguido o que queria, ela ainda estava me atormentando. Ela tinha mandado fotos disso para a Lua também. Ou você acha que ela ia perder a oportunidade? – Questionei.
– Sim. É o que eu também penso. – Ele afirmou. – Mas vamos resolver isso.
– Obrigado.  – Agradeci com um aperto de mão.

Pov Lua

Londres – Dezoito horas e quarenta e cinco minutos.

Anie já estava toda arrumada. Ela ficou a coisinha mais linda da minha vida. Eu estou tão emocionada. Anie está crescendo tão rápido, que às vezes isso me assusta, me faz querer que o tempo pare, mas sei que ele não me obedece.


Ela está triste e ao mesmo tempo ansiosa porque o pai não ligou hoje. Eu estou preocupada, porque meus pensamentos me levaram para a noite anterior e para tudo o que eu disse a ele. Mas acredito que o Arthur não deixará de ir à apresentação da nossa filha por minha causa. Sei que ele sabe separar as coisas. Talvez a minha raiva que tenha me levado a passar dos limites. E Anie não tem nada a ver com isso.

– O meu papai ainda não ligou? – Ela me perguntou pela milésima vez e soltou um suspiro de frustração.
– Não. Eu já disse que ele vai nos encontrar no local da apresentação. – Respondi calçando a minha sandália.

Eu estava com um body decotado na cor vinho, de tecido de veludo; uma saia longa em tons de rosa e vinho; calcei uma sandália bege; peguei um relógio na cor vinho com detalhes rose, e uma bolsinha quase da mesma cor da sai. Penteei meus cabelos e depois fiz uma maquiagem bem rápida.


Eu não queria chegar atrasada com Anie para a apresentação que está marcada para as sete e meia da noite. então me passei perfume e peguei a chave do carro – que aliás, eu precisava devolver para o Arthur.

– O meu papai disse que ia me ligar. – Anie disse ao se aproximar de mim. – Mamãe? Ele disse que ia me levar pra escola de balé.
– Mas como ele ia te levar se sou eu quem vou te levar? – Indaguei ao olha-la.
– Ele me disse ontem, mamãe. De noite. De noite o meu papai veio me ver. – Ela me contou. – Meu papai dormiu aqui. Ele que me colocou pra dormir.
– Ele não dormiu aqui, filha. Talvez ele tenha ficado só até você dormir... – Falei tentando disfarçar que eu não sabia de nada. – Vamos? Já estou pronta e você também. – Sorrir e Anie assentiu. – Você está tão linda, meu bebê. – A elogiei e Anie sorriu mais ainda.
– Obligada, mamãe. Eu tô nervosa. – Ela confessou baixinho.
– Meu anjo, você não precisa ficar nervosa. Nós já conversamos sobre isso. Vai dar tudo certo. Você sabe toda a coreografia, filha. Eu sei que você sabe. – Lhe passei segurança.
– Mas mesmo assim... e eu também quelo que o meu papai vá e o tio Harry também! – A pequena exclamou.
– Mas eles irão, meu amor. Não vão perder isso por nada. Por que você está tão preocupada?
– Porque o meu papai não ligou. E ele disse que ia ligar... – Ela lamentou.
– Mas ele vai ver você, filha. – Garanti. Arthur tinha que ir a essa apresentação!

Mel já tinha viajado para a casa dos pais, Carla e Carol para a casa da mãe. Sophia tinha me dito que ia ver a apresentação da sobrinha. Eu não podia impedi-la de ir e estava torcendo para que ela não arrumasse nenhuma confusão com o Arthur. Embora eu tivesse quase certeza de que ele com aquele jeito calmo, jamais vai dar corda para a conversa da minha irmã – ainda mais no dia da apresentação da nossa filha.

Anie segurou em minha mão e nós descemos a escada. Estávamos sozinhas em casa e esse vazio é desesperador. É como se nunca mais nada fosse voltar a ser como era antes. Eu me sentia tão inquieta dentro da minha própria casa.

Londres | School of Dance Royal – Dezenove horas e dez minutos.

Anie soltou um suspiro completamente nervosa. As apresentações estavam prestes a começar e Arthur ainda não tinha chegado. Eu estava nervosa, preocupada e insegura. Eu não queria ligar para o Arthur para perguntar se ele viria ou não, e nem para o Harry.  Arthur não podia fazer isso com a nossa filha.

– Hey, neném? – Sophia chegou e eu nem disfarcei o meu desapontamento. Anie a abraçou rapidamente para depois voltar a olhar esperançosa para a entrada do auditório. – Nossa, que recepção! – Sophia exclamou revirando os olhos. – O que ela tanto espera?
– O Arthur. Ele ainda não chegou.  – Respondi.
– Espero que nem venha.
– Nem começa, Sophia. Você sabe que Anie vai ficar muito triste se isso acontecer. – Falei chateada.
– Você nem devia ter avisado ele. – Ela continuou. – As pessoas já estão te olhando, imagina quando ele chegar aqui? Não vão parar de cochichar que ele te trocou por outra.
– O que importa hoje é a nossa filha, não o que os outros vão cochichar, Sophia. – Deixei claro.
– Eu não consigo te entender. – Sophia fechou as mãos em um gesto de irritação. – Parece que gosta de sofrer. Você tá usando a sua filha como desculpa para continuar vendo-o, mesmo depois de tudo!
– Não diz o que você não sabe! – Exclamei. – Eu jamais usaria a minha filha para o que quer que fosse. Você não tem nada a ver com isso. Eu não quero discutir com você. E eu não precisaria de nenhuma desculpa para vê-lo caso quisesse. – Concluí.
– Agora era só o que me faltava... – Ela revirou os olhos. – Nós brigarmos por causa do Arthur. – Acrescentou.
– É você quem quer brigar. – Retruquei. – Arthur não tá nem se importando para o que os outros estão falando ou pensando. – Comentei. – Assim como eu estou fazendo também.
– A é? Pelo visto você está sabendo muito a respeito das reações dele.
– Eu conheço ele, Soph.
– Parece que não o suficiente. – Ela revidou. – Não acredito que estou ouvindo isso de você, Lua. Até a Mel está sendo mais dura que você.
– Mel está sofrendo. Você nem sabe o que está falando. – Pontuei. – Nossas situações são bem diferentes.
– Onde? Você tem uma filha e ela vai ter um filho e vocês foram traídas. Não vejo nada de diferente.
– O pai da minha filha não abandonou ela. Você deve agradecer por não estar passando por esse momento sozinha. Não venha querer comparar o que aconteceu comigo, com o que está acontecendo com a Mel.
– Ainda né? Ou você acha que o Arthur vai se privar de algumas coisas por conta da filha de vocês? São homens, Lua.
– É sério que você quer falar mal do Arthur como pai? – Perguntei debochada. – Por favor, Sophia. É o dia da apresentação da minha filha. Não vou admitir que você faça uma cena aqui. – Avisei me afastando dela porque Anie tinha corrido para a entrada do local.

Pov Arthur

– Hey! – Exclamei ao pegar Anie no colo. – Você está tão linda, filha. – Lhe enchi de beijos.
– Você veio, papai! – Ela exclamou me abraçando forte.
– É claro que eu vim, meu amor. Eu prometi que viria. – Acariciei sua bochecha.
– Mas você demolou... eu pensei que não vinha.
– Eu estou aqui, pequena. – Pontuei e sorrir em seguida.
– E eu também! – Harry depositou um beijo na bochecha de Anie. – Estou ansioso para ver você arrasar novamente, querida. – Ele contou piscando um olho e Anie riu jogando a cabeça para trás.
– Você está sozinha aqui fora? – Indaguei por não ver Lua por perto.
– Eu só coli. – Ela colocou a mãozinhas sobre o rosto.
– Onde está a sua mãe, pequena? – Harry perguntou depois de me encarar irônico. Talvez ele soubesse que eu não queria perguntar se Anie estava sozinha, porque eu já sabia da resposta.
– Ela tá ali – Anie apontou para o auditório. – conversando com a tia Sophia.
– Meu Deus! Fiquei pensando onde você tinha se metido. – Lua chegou falando e Anie a olhou com um meio sorriso pedindo desculpas, como sempre fazia.
– Boa noite, Luh. – Harry a abraçou, algo que eu não podia fazer. – Você está linda, querida. – Ele a elogiou, algo que agora eu não me via mais fazendo. E ela realmente estava linda. Eu adorava quando Lua vestia essas roupas. Ela sabe como vestir roupas sexys em todas as estações do ano. Enquanto eu sentia frio, Lua parecia estar à vontade com aquele body decotado e de alças.
– Obrigada, querido. – Lua sorriu. – Boa noite, Arthur.
– Boa noite. – Respondi.
– As apresentações já começaram? – Harry indagou.
– Não. Mas já vão começar. Vamos logo entrar. Anie já estava agoniada. – Lua nos contou.
– Vocês vieram combinando com a Anie? – Ele riu.
– Idiota. – Retruquei.
– Ora, você veio de verde a Lua de vinho.
– Nem começa, Judd. O tom de verde é diferente! – Falei.


– O meu papai tá lindo! – Anie me elogiou.
– Obrigado, querida. – Sorrir lhe dando um beijo na bochecha.
– Você não tem o que fazer, Harry. – Lua comentou ao revirar os olhos.
– Onde vamos sentar? Ai! Vocês estão chatos demais, eu hein! – Ele reclamou. – Boa noite, Sophia.
– Boa noite, Harry.
– Boa noite. – Falei também, mas ela me ignorou e eu não liguei.

Me sentei com Anie em meu colo em uma das cadeiras ao lado do corredor que dá acesso ao palco. Seria mais fácil de sair com ela quando a professora a chamasse.

As pessoas me olhavam como se fosse errado eu estar ali. Eu podia sentir seus julgamentos e isso me afetaria se eu ligasse.

– Deixa eu tirar uma foto sua? Sabia que você é a minha elfo favorita? – Perguntei baixinho, Anie assentiu e depois descansou a cabeça em meu peito.
– A gente pode tilar uma foto eu, você e a minha mamãe? – Ela me perguntou contando nos dedos e depois me mostrou os três dedos. – Nós tlês!
– Pode, filha. – Respondi e Anie pegou o celular da minha mão.
– Tem certeza que o senhor não quer ir com a gente?
– Tenho. Por que você está perguntando isso?
– Vai ser mais legal se o senhor for e eu quelia que fosse. – Anie respondeu triste.
– É melhor não. Eu vou ficar muito triste longe de você, mas você vai estar com a sua mãe e vai ser muito legal também.
– Mas ia ser maaaaaiiis legal!
– Eu sei, meu amor. – Beijei seus cabelos.

Eu não queria falar sobre isso. Essa noite eu me despediria de Anie e não a veria até dia vinte e oito. É já está sendo muito difícil.

Ver Lua também está sendo difícil. Só consigo lembrar de tudo o que ela me disse ontem de madrugada. As marcas não estavam mais no pescoço dela. Sim, eu me dei o trabalho de observar. Era torturador pensar que ainda poderiam estar ali ou que um dia estiveram. Lua não devia ter permitido isso acontecer. Mas ela não parecia nada arrependida. Por que eu devia lamentar? Talvez porque estivesse doendo em mim, mais do que o arrependimento dela – se é que ela chegou a se arrepender em algum momento do dia de hoje.

– O senhor vai passar o natal com alguém então? – Anie indagou curiosa e um pouco apreensiva.
– Não vou passar o natal com ninguém. – Respondi.
– De verdade? – Ela insistiu.
– É claro, Anie. Com quem mais eu passaria o natal? – Questionei.
– E por que todo mundo tá dizendo então que o senhor tlocou a minha mamãe por outa? É mentila não é, papai? – Ela me encarou séria.
– Sim. É mentira. As pessoas falam demais e se incomodam demais também. – Falei.
– Eu aquedito em você papai.
– Obrigado. Eu não mentiria pra você, meu anjinho. – Assegurei. Anie se ajeitou em meu colo e me deu um beijo demorado na bochecha. – Eu amo tanto você.
– Eu também te amo, papai.

Anie voltou a olhar para o palco e eu olhei para o lado – Harry estava sentado entre eu e Lua, e Sophia estava do outro lado da irmã. Toda vez que ela me olhava, ela me olhava com raiva. Eu sabia porque ela estava me tratando assim, mas não aceitava. Meu problema com a Lua tem que ser resolvido entre nós, e ninguém tem mais nada a ver com isso. Mas parece que essas pessoas não entendem. Soltei um suspiro longo e voltei a olhar para o palco. A apresentação estava quase terminando, era a primeira da noite. Acho que a da Anie vai ser a terceira.

*

– Vamos, filha? Sua professora está chamando. – Lua se aproximou da Anie e a pequena sorriu assentindo.
– Você vem, papai? – Perguntou virando-se para mim.
– Vamos lá... – Respondi e Lua foi na frente.

Lua foi a primeira a abraçar a pequena e depois foi a minha vez. Lhe desejamos boa sorte e pedimos para que ela ficasse tranquila que ia dar tudo certo. Acreditamos demais nela. Ficamos esperando Anie ir para o corredor atrás do palco com a professora e as outras crianças. Todas estavam tão lindas. Lua sorriu mais uma vez antes de dar um tchauzinho para a nossa filha e se virar para voltar ao lugar que ela estava sentada. Me afastei apara que ela fosse na frente. Não falamos nenhuma palavra. Aliás, a única coisa que falamos um para o outro foi o ‘boa noite’ quando eu cheguei.

As pessoas nos olhavam sem disfarçar. Eu não me incomodo com fato de saber o que elas estão pensando a meu respeito, me incomodo em saber que elas estão se importando demais com assuntos que não lhes dizem respeito. Quem elas pensam que são para me julgar dessa forma ao me olharem? Eu não consigo compreender. A única pessoa que devia fazer isso, hoje nem está olhando na minha cara – e nem fui eu que admiti que transei com outra pessoa –, eu deveria fazer o mesmo.

Lua sentou-se em seu lugar e eu fiz o mesmo. Não pude deixar de escutar o que as pessoas que estavam sentadas na fileira de trás cochichavam: o quão linda Lua é e que não conseguem entender porque eu a trair. Por que as pessoas não cuidam da sua própria vida? Elas podiam prestar a atenção na apresentação das crianças. Vieram aqui para isso.

– Que saco! Esse povo pensa que sabe de tudo. Falam isso só porque leram aquela notícia idiota. – Falei irritado.
– Calma, Arthur. Desde quando você liga para isso? – Harry me questionou.
– Desde quando ele escuta falarem a verdade. Ela dói, não é mesmo? – Sophia me provocou. Eu nem sabia que ela estava escutando o que eu falava com o Harry.
– Achei que você estivesse me ignorando. – Retruquei.
– E estou. Só que agora eu não poderia perder a oportunidade de falar. – Elas
 Sorriu forçado.
– Acho bom vocês pararem com isso. Vocês não vão brigar na hora da apresentação da minha filha. – Lua deixou bem claro ao olhar para mim e depois para a irmã.
– É a sua irmã que quer estragar tudo. – Resmunguei.
– A tá... foi bem eu que...
– Chega, Sophia. – Lua a interrompeu. – Eu já te disse que isso é só entre eu e o Arthur. Pronto. Não quero repetir isso novamente. – Lua finalizou e Sophia bufou inconformada.

Apresentação de Balé: A Magia do Natal

– Boa noite. Agora seguiremos com a apresentação da turma do primeiro ano, de três a quatro anos de idade, do turno da manhã e da tarde. A Magia do Natal foi o tema escolhido, as crianças estão representando a Mamãe Noel, os Elfos de Natal, os presentes, os biscoitos, e as renas. Pedimos o silêncio da plateia durante a apresentação.
– Vou gravar tudo. – Harry sussurrou e eu acabei sorrindo.


Eu acabo ficando muito emocionado e completamente bobo ao assistir a minha filha no palco. Aquele pinguinho de gente não sabe o quanto é a responsável pelos grandes turbilhões de sentimentos que tudo relacionado a ela provoca em mim. Eu sou um pai de sorte por ter uma filha tão incrível como a Anie.

Ela subiu no palco já procurando por mim e pela mãe. Eu sei que a nossa presença a deixa bastante segura. Anie ainda é muito pequena e eu acabo me surpreendendo com as coisas que ela faz, aprende, fala, pergunta e descobre. Sempre notei que sua esperteza e inteligência são avançadas para a sua tão pouca idade. Talvez o fato de conviver mais com adultos do que com outras crianças, contribua para isso.

Não desviei o olhar daquela pequena durante a sua apresentação e ela arrasou como sempre. Talvez eu tenha deixado algumas lágrimas caírem. Depois dos aplausos, Lua passou por mim, ela ia buscar a nossa filha, ainda teriam outras apresentações.

– Estou tão orgulhoso de você, meu amor. – Contei assim que Anie parou em minha frente. Segurei seu rosto entre as mãos, lhe dei um beijo na ponta do nariz e depois nas suas duas bochechas. – Você dançou tão lindo. Eu te amo. – Acrescentei.
– Obligada, papai. A minha mamãe também disse que dancei lindo!
– Eu também achei que você dançou lindo. – Harry comentou. – Coisinha mais linda do titio. – Ele a puxou para um abraço.


*

As apresentações terminaram perto das nove e meia da noite. Agora eu terei que me despedir da minha filha. Tentei me preparar a noite toda para esse momento, mas não conseguir. Meu peito estava doendo. A sensação de perda gritava novamente. Nunca me imaginei passar por isso. Natal é uma data especial para mim e é a primeira vez que eu estou abrindo mão de viver essa data; depois que conhecia a Lua.

O natal perderia todo o significado se eu fosse para Bibury com elas. O clima já estar ruim entre eu e Sophia, eu nem quero imaginar como ficaria quando Emma me visse. E eu não quero ser o responsável por estragar o natal de ninguém. Já basta a culpa que eu estou carregando de ter perdido a família que eu tanto sonhei em construir. Eu vivia a realização de um sonho que infelizmente eu perdi.

Anie não se afastou de mim desde que a apresentação dela acabou. Harry, Lua e Sophia caminhavam na nossa frente. Eu não sei o que eles estavam conversando, mas eu podia escutar os risos.

– Agola o senhor já vai? – Anie parou de andar e puxou a minha mão que ela segurava.
– Sim. Já está tarde e a senhorita precisa dormir. – Respondi.
– Amanhã que minha mamãe disse que vamos pra casa da vovó com o tio Micael e a tia Sophia. – Ela me contou. Cheguei a pensar que John viria busca-las. Lua não se atreve a dirigir em rodovias em viagens longas.
– Sim, é amanhã. – Confirmei.
– E depois é natal! – Ela exclamou. – Ainda dá tempo do senhor ir também, papai. – A pequena me lembrou.
– Eu não vou, filha. – Pontuei. Me abaixei para ficar do tamanho de Anie. – Vamos nos encontrar daqui há alguns dias. – Assegurei.
– Mas eu vou sentir saudade mesmo assim...
– Eu também vou sentir saudade, meu anjo. Só não chora, por favor, Anie. – Pedi baixinho. – Vai passar rápido, filha. E depois a gente não vai precisar fazer isso de novo.
– Você plomete?
– Eu prometo, filha. Vamos nos ver todos os dias. E essa semana... eu tenho que viajar por conta dos shows, não ia poder ver você todos os dias. – Expliquei.
– E depois?
– E depois eu vou te ver. – Garanti e acariciei seu rosto.

Pov Lua

Arthur e Anie estavam um pouco afastados de nós. Ele estava abaixado para ficar do tamanho da filha, e eu não podia escutar o que eles estavam conversando, mas podia ter uma ideia do assunto. Anie não está nada contente de ter que ir para a casa dos meus pais amanhã sem o Arthur – e eu também não queria que ela estivesse passando por isso.

– Será que eles ainda vão demorar? – Sophia perguntou e eu virei o rosto para encara-la.
– Por favor, Sophia. – Respondi.
– Eu sei que você está chateada com o Arthur, Soph...
– Chateada? – Ela o interrompeu sendo irônica.
– Mas ele é pai da Anie. – Harry completou.
– Eu não disse que ele não é. – Ela retrucou. – Não sei porque você está do lado dele. Devia saber de tudo isso, como sabiam do Chay também. Ainda bem que Micael não sabia disso, porque se eu descobrisse que sim, ele ia me pagar! – Sophia exclamou.
– Somos amigos!
– Então a Lua não devia confiar em você.
– Ora por que? Sempre foi assim!
– Porque você vai induzi-la a acreditar nessa desculpinha do Arthur.
– Chega, Sophia. Isso já está chato. – Reclamei.
– Eu não estou fazendo isso e nem nunca faria. – Harry deixou claro.
– A tá, a tá... – Soph revirou os olhos.
– Eu não quero que você fique falando desse jeito perto da Anie. Ela não gosta que falem do pai dela, você sabe. – Lembrei.
– Você devia contar a verdade pra ela.
– Nem a Lua sabe a verdade. – Harry resmungou.
– Minha filha só tem três anos, Sophia. Ela não vai entender nada. – Respondi. – E ela nem tem nada a ver com isso. – Esclareci.
– Anie é esperta.
– Eu não vou falar, nem você e nem ninguém! – Exclamei irritada.
– Vou chamar é um táxi. Não vou esperar aqui até amanhã. Até parece que eles não vão se ver nunca mais.
– Nossa, você tá louca. – Harry disse e se afastou indo para perto de onde Arthur e Anie ainda estavam.
– O que foi que eu disse? São só cinco dias. Arthur viaja com frequência.
– Sophia, para. Você não é burra! Isso é bem diferente das viagens do Arthur. – Respondi e ela me encarou entediada. Anie abraçou o pai antes de começar andar até mim.
– O meu papai disse que é só um pouco de dias.
– Sim, querida. São poucos dias. – Afirmei.
– E que depois eu vou com ele pla casa da vovó Laura.
– Como assim? Você vai deixar, Luh? – Sophia perguntou surpresa.
– E por que ela não deixaria? – Arthur questionou.
– Mas é o meu papai! – Anie exclamou.
– Por vários motivos. Você quer que eu diga aqui na frente da sua filha? – Sophia provocou.
– Sophia eu já pedi pra você parar. – Falei entredentes.
– E pelo que eu sei, nenhum é da tua conta. – Arthur retrucou. – Isso é só entre eu e a Lua. Não vou discutir com você, Sophia. – Ele deixou claro.
– Até porque comigo as suas desculpas não irão colar. – Ela disse sarcástica.
– O assunto aqui agora, não é esse. Lua deixou do mesmo jeito que eu deixei Anie ir com ela passar o natal na casa dos avós.
– É óbvio. E por que você impediria?
– Não tenho motivos, do mesmo jeito que ela não tem.
– Para vocês dois! – Exclamei.
– Manchester é mais longe que Bibury. Anie não é acostumada.
– Não vamos morar lá, Sophia. E isso continua não sendo da tua conta. – Arthur respondeu tentando manter a calma. – Não vou perder meu tempo com você.
– Idiota.
– Intrometida. – Arthur retrucou.
– Meu papai não é idiota, tia Sophia. – Sophia resmungou chateada e Arthur virou-se para mim.
– Que dia vocês voltam?
– Quer saber a hora também? – Sophia continuou com as provocações. Mas Arthur ignorou.
– Segunda-feira, dia vinte e oito. – Respondi também ignorando o comentário da minha irmã.
– Certo. – Arthur suspirou. – Na terça-feira eu vou vê-la. Só vamos para Manchester na quarta-feira. – Ele me contou.
– Tudo bem. – Concordei. Eles estariam fazendo shows até dia vinte e oito.

Arthur abaixou-se novamente para se despedi da filha com um abraço demorado e vários beijos no rosto.

– Nos veremos na terça-feira. Tudo bem, pequena?
– Tudo bem. Mas eu posso ligar, papai?
– Claro que pode. Eu também vou te ligar. – Arthur sorriu e Anie voltou a se jogar nos braços dele.
– Tá bom. – Anie respondeu e Arthur se levantou com a filha no colo. Sophia saiu andando na frente e Harry logo atrás dele rindo. Doido para provoca-la.
– Eu estou usando o seu carro. – Comuniquei assim que chegamos a calçada.
– Tudo bem, Lua. – Arthur respondeu sem me olhar.

Eu sabia que ele estava muito chateado por conta da nossa conversa de ontem de madrugada. Agora eu nem sabia como trazer esse assunto à tona para poder dizer a verdade que, não houve outro homem. Arthur estava mantendo o controle, nada diferente do que eu conhecia sobre a personalidade dele. Arthur não é homem de gritar, de xingar, de jogar na cara. Ele simplesmente ignora quem o decepciona.

Londres | Quinta-feira, 24 de dezembro de 2015 – Onze horas da manhã.

– Aaaah, que saudades, meu amor. – Minha mãe pegou Anie no colo. Ela veio dormindo na viagem e estava bem chatinha. Em grande parte, eu sei exatamente o por que.
– Oi, vovó. – Anie disse bem baixo e depois meu pai a pegou no colo.
– E você, querida? Como está? – Minha mãe indagou ao me abraçar.
– Estou bem. – Respondi. Não estava a fim de voltar a relembrar esse assunto.
– Como bem, minha filha?
– Bem, mãe. As pessoas não dizem que a vida segue? – Perguntei. – A minha está seguindo. – Pontuei.
– Como ele pode fazer isso com você? Eu ainda não consigo entender, Lua.
– Emma, falei pra você para não tocarmos nesse assunto. – Meu pai a lembrou.
– Obrigada, pai. Eu não saí de Londres para recontar essa história pela milésima vez. Já basta a Sophia lembrando disso o tempo inteiro. – Contei.
– Mas não contou nenhuma vez para a gente. Soubemos mais pelos sites. Aquelas fotos, eles foram tão baixos.
– Emma. – Meu pai disse.
– Lua não quer que falamos mal do Arthur. Ela é uma boba. Ele fez o que fez com ela, e ela segue querendo defende-lo. – Sophia comentou.
– Se eu o defendesse, não tínhamos nos separados. Por favor, falem o que quiser dele bem longe de mim e da minha filha. Se o clima for esse, eu volto pra casa. – Avisei.
– Não vamos falar mais nisso, Lua. – Meu pai me tranquilizou. – Você não precisa ir embora, filha.
– Fale por você, John. Lua não pode aceitar o que o Arthur fez com ela.
– Palem de falar do meu papai. Ele nem tá aqui. – Anie disse chateada. – Quelo ir embola! – Ela acrescentou.
– Calma, querida. – Meu pai a abraçou. – Não vamos mais falar do seu pai. Não é, Emma? Não é, Sophia?
– Eu não aceitei nada, mãe. E é por isso que estamos nessa situação. Parem de falar essas coisas na frente da Anie. – Pedi e peguei as malas para levar ao quarto. Anie me seguiu em silêncio. Espero que o natal não seja tão ruim quanto eu estou imaginando.

23h50min

Meu celular tocou duas vezes enquanto eu estava no banho. Anie já estava arrumada. Ela vestia um short vermelho com um cinto preto, uma blusa branca rendada e um tênis vermelho. Sim, ela quis ficar de tênis. Eu queria que ela se sentisse o mais à vontade possível. Estava sendo complicado. Ela passou a tarde toda no quarto e pediu que eu ligasse para o Arthur mais de cinco vezes. Porém o nosso combinado não havia sido esse.

Peguei o celular para ver quem estava ligando, e era o Arthur. Faltam poucos minutos para o natal e eu não estou nada empolgada. Tanto que é agora que eu vou começar a me arrumar. A mesa está linda e as comidas devem estar deliciosas. Meus pais chamaram alguns amigos deles para passarem o natal conosco. A casa está bem movimentada. Minha mãe ainda questionou algumas coisas sobre os últimos acontecimentos entre eu e o Arthur, mas acabei ignorando todos. Eu já tinha avisado que não iria passar esses dias falando sobre esse assunto. mas ela e Sophia pareciam esquecer.

Micael ficava na dele o tempo inteiro, enquanto eu estava quase perdendo a paciência com a minha irmã e a minha mãe. Ninguém consegue calar a boca da Sophia e ela está sendo muito inconveniente. Ela não poupa seus comentários na frente da Anie e isso está me incomodando bastante. Não sei se ela pensa que dessa forma, Anie irá começar a sentir raiva do pai. Uma das coisas que nenhum de nós dois gostaremos que aconteça – de nenhum dos lados. Nos esforçamos para sermos bons pais. Nossos problemas como casal não podem acabar atrapalhando a relação que temos coma a nossa filha.

O celular voltou a tocar e eu atendi.

LIGAÇÃO ON

– Quero falar com a Anie, Lua. – Arthur disse. Eu mal tive tempo de dizer ‘alô’.
– Vou levar o celular para ela. – Respondi.
– Ok.

Se a relação antes estava ruim, depois do que eu inventei então, está péssima. Caminhei até a sala e procurei por Anie. Ela estava junto com o meu pai, mas bem alheia a tudo que estava acontecendo – logo ela que é tão comunicativa.

– Seu pai quer falar com você, filha. – Contei.
– O meu papai? – Ela abriu um largo sorriso e eu assenti ao entregar o celular para ela.

Pov Arthur

– Oi, meu amor. Já é quase natal, pequena. – Lembrei. – Como você está?
– Bem... Só quelia que o senhor estivesse aqui. – Anie suspirou. – Minha vovó e minha titia vivem falando mal de você... mas eu não gosto e minha mamãe bliga com elas porque eu tô aqui.
– Eu adoraria estar com você, filha. – Confessei. – Você não precisa ligar para o que falam de mim, certo? Porque eu não ligo.
– Mas a minha mamãe não fala de mal de você.
– Eu sei, filha. Eu também não falo mal da sua mãe. Não tem porque fazermos isso. Você concorda?
– Eu concodo. – Ela afirmou e eu sorrir. – Quando é que eu vou embola?
– Vocês chegaram hoje, ainda vão passar mais uns dias aí.
– Muito?
– Só mais quatro dias. E depois a gente se ver, tá?
– Tá. Eu já tô com saudades, papai.
– Eu também... muitas, muitas, muitas saudades. – Contei.
– Já é natal?
– Quase. – Respondi entre risos. – Quando for, você vai saber. Eu comprei um presente lindo pra você. Quando você chegar, eu te entrego, tá?
– Tá, papai... eu não complei nenhum plesente... eu não tenho dineilo ainda.
– Eu sei, filha. Não se preocupa com isso, Anie. – Eu não pude segurar o riso. – Eu já te disse que não ligo para presentes. Você é mais importante para mim. – Garanti.
– Eu amo você, papai.
– Eu também te amo... Feliz natal, meu anjo.
– Feliz natal, papai! – Anie exclamou e eu sabia que ela estava sorrindo.
– Feliz natal, filha. – Ouvi a voz de Lua.
– Feliz natal, mamãe. A senhola quer dizer feliz natal plo meu papai? Papai?
– Oi, filha. – Respondi soltando um suspiro.
– O senhor quer dizer feliz natal pla minha mamãe? Ela tá escutando!
– Feliz natal, Lua. – Falei. Dentro de mim eu só queria que ela fosse feliz, agora eu não sei se com quem ou como, me importava mais.
– Feliz natal, Arthur. – Ela disse. Eu sentia que Lua tinha mudado. Ninguém precisaria me contar, eu jamais me enganaria. – Tem um presente lindo pra você. – Ouvir ela dizer. Agora ela com certeza estava falando com a nossa filha.
– Eu já vou ver, mamãe. – Anie disse animada.
– Eu já vou desligar, neném. Depois a gente se fala mais, tá? Você já jantou?
– Eu já! E teve soblemesa! Tava deliciosa, huuuum...
– Huuuum... eu não duvido. – Comentei. Emma é uma ótima cozinheira.
– Foi de chocolate e minha mamãe deixou eu comer! – Ela me disse contente.
– Que bom. Você deve ter adorado.
– Eu adolei muito. Eu comi duas vezes!
– Nossaaaa... – Comentei rindo. – Eu te amo muito...
– Amo muuuuuuuitão você também, papai.
– Um beijo, meu bebê.
– Um beijo, papai. – E assim encerramos a ligação.

LIGAÇÃO OF

Eu não sei que horas eu irei conseguir dormir. É o pior natal de toda a minha vida. Eu não vou aguentar se todos os outros forem assim.

Londres | Quarta-feira, 30 de dezembro de 2015 – Oito e quarenta e cinco da manhã.

Cheguei em frente à casa em que eu morava antes disso tudo acontecer e desliguei o carro. Ontem não deu para eu vim ver a Anie. Cheguei muito tarde do show. Ela com certeza já estaria dormindo.

Hoje viajaríamos para Manchester. Eu já tinha avisado a minha mãe e perguntado claro, se Isadora estaria por lá. Porque se estivesse, eu jamais sairia de Londres para passar raiva em outro lugar. E ela não estaria.

– Papai! – Anie exclamou assim que eu abrir a porta. – Que saudades!
– Ai que saudades de você também, meu bebê. – Lhe enchi de beijos. – Você está bem?
– Eu tô. Agola eu tô mais feliz. – Ela afirmou e eu sorrir.
– Agora eu estou feliz. – Falei lhe dando um beijo na ponta do nariz. – O seu presente está lá no carro.
– O que é, papai?
– Huuum... espero que você goste. Vamos lá. – Convidei.

Saímos de casa e fomos até o carro. Eu comprei duas luminárias de bailarinas para a Anie; uma de teto e um abajur. E estou torcendo para que ela goste.

– Dois?
– Sim. Mas tem que tomar cuidado. Podem quebrar.
– É de vidlo?
– Algumas partes. – Respondi. – Sua mãe está em casa?
– Sim. Ela tá arrumando minha mala.
– Aah, sim... vamos entrar para ver se você gosta.
– Tá. Eu quelo ablir logo. Eu tô ansiosa, papai.
– Eu sei, eu te conheço.

Voltamos para dentro de casa e eu coloquei as caixas sobre o sofá.

– Você quer ajuda? – Perguntei.
– Quelo. – Anie respondeu. Comecei a abrir a primeira caixa e retirei a primeira luminária; era a de teto. – UAU! É de bailalina! – Anie abriu a boca surpresa. – Eu adolei! Obligada, papai! E tem outa? É outa dessa?
– Não. Essa é diferente.
– Uau! É linda também. As duas é pla mim?
– Sim. São pra você. Gostou?
– Adolei muito! – Anie me abraçou. – Obligada, papai.
– De nada, minha filha. Que bom que você gostou.
– O senhor sabia que eu ganhei o castelo da seleia da minha mamãe? – Anie me perguntou e eu neguei. – É da Aliel e é lindo. Vem ver, tá no meu quarto, papai.
– Vamos lá então...


*

Lua já tinha terminado de arrumar as roupas da nossa filha na mala. Ela só precisava me entregar os documentos da Anie e alguns medicamentos – nunca sabemos se vamos precisar.

– Você tem alguma recomendação? – Indaguei.
– Não. Você sabe cuidar da nossa filha, Arthur. – Ela respondeu séria. – Minha preocupação é outra.
– Não vou fugir com ela, Lua.
– Nem pensei nisso. – Ela esclareceu.
– É o que então? – Perguntei erguendo uma sobrancelha.
– Quero conversar com você...
– Achei que já estivéssemos fazendo isso.
– Sem ironias. – Lua acrescentou também erguendo as sobrancelhas.
– Pode falar. – Pedi.
– E sobre o assunto da semana passada.
– Desculpa, Lua. Mas eu não quero ouvir mais nada a respeito disso. O que você me disse, já foi mais que suficiente. – Contei.
– É que não foi exatamente daquela maneira.
– Deve ter sido pior. Que bom que você lembra... quer dizer, não sei se foi bom pra você, mas pelo que eu ouvi da sua boca naquela madrugada, foi ótimo. É o que agora? Ele está te ameaçando? – Perguntei e Lua suspirou.
– É que não aconteceu nada, eu inventei aquilo. Eu estava... ainda estou muito chateada. – Ela começou a dizer. Lua estava nervosa e não parava de mexer as mãos.
– E por que eu devo acreditar nisso? O estado que você chegou aqui não me faz pensar que você inventou essa história. Somos adultos, Lua. Não acho que vamos caminhar para uma reconciliação, com uma mentira no meio do processo. E as marcas? Foi você quem fez? Porque quando sou eu quem digo que não fiz nada, você não acredita. E eu não cheguei com nenhuma marca. – Deixei claro e Lua me encarou.
– A gente só não transou. – Ela confessou. – Mas...
– Eu não preciso saber dos detalhes, Lua.
– Você também beijou a Kate! – Ela jogou na minha cara.
– Não beijei ninguém. – Assegurei.
– Aaah, não... – Lua revirou os olhos. – Devem ter feito coisas piores.
– Isso é sério, Lua? Você faz merda e quer jogar a culpa pra mim também? Por favor...
– Eu não beijei o Ryan...
– Ele que te beijou? E o que mais? Pelo visto você lembra de tudo.
– Ele tentou e... eu vim embora. Vim embora porque ele não me deixava em paz. Ele me pressionava e falava várias coisas. Você estava certo quando disse que não seria diferente porque seria comigo.
– Você precisou comprovar, Lua? Pelo amor de Deus! E se você estivesse mais bêbada?
– Eu não estava tão bêbada. – Ela se defendeu. – Eu não faria isso, Arthur... você sabe.
– Como você pode ter certeza?
– Porque eu te conheço.
– Agora você me conhece?
– Para... tem as fotos... existem outras provas, Arthur.
– Pois é... e de você, só a palavra. Por que eu devo acreditar, Lua?
– Porque eu não teria coragem... – Ela começou a chorar. – Você sabe que eu tenho medo e que tudo isso está sendo difícil para mim.
– E por que você permitiu que ele fizesse isso com você?
– Quando eu percebi, eu o empurrei... eu pedia que ele parasse, mas ele não me ouvia. – Lua tentou enxugar as lágrimas; em vão.
– Você acha que eu acredito nisso?
– Eu quero... que você acredite... Arthur. – Ela respondeu entre lágrimas.

No fundo eu me sentia extremamente aliviado de saber que aquele imbecil não havia feito nada com a minha mulher. A culpa que Lua carregaria dessa noite, com certeza não a deixaria viver em paz. Eu a conhecia muito bem para afirmar isso.

– E por que você acha que eu teria coragem de fazer o que você não fez comigo? – Questionei e Lua negou freneticamente ainda chorando. – Você acha que eu te amo menos?
– Não. Eu não queria acreditar... mas... mas tem as fotos, Arthur. O que você quer que eu faça?
– Que acredite em mim, assim como eu acredito em você.
– Você acredita? – Ela perguntou nervosa.
– Eu acredito, Lua. Só fiquei desapontado... eu não quero que você faça besteiras das quais irá se arrepender. Porque você não é assim... é isso que você precisa entender. – Joguei a pasta de documentos da Anie sobre a cama e me aproximei dela. Lua se afastou. – Não vou te machucar. Você não precisa fugir sempre que eu me aproximar.
– E se tudo isso fosse verdade? – Ela me perguntou.
– De você ter transado com outro? – Questionei e Lua assentiu. – Não poderíamos mudar nada. – Respondi. – Você já teria feito a sua escolha. Acho que não conseguiríamos passar por cima disso. – Confessei.
– Só por que teve outro homem? Você teve outras mulheres.
– Nenhuma depois de você. Se fosse antes de mim, outro homem na tua vida, jamais me incomodaria. E não eram mulheres, eram garotas. Porque eu era um garoto também. Mulher só você. Você aceitaria se fosse ao contrário?
– Claro que não. – Lua pontuou.
– Só por que teve outra mulher? – Repeti sua pergunta. – Você está vendo? Não aceitaríamos isso, Lua. Porque não suportaríamos e você sabe disso.
– Por que aconteceu com a gente?
– Porque eu ignorei o problema. Não foi sua culpa. – Segurei seu rosto. – Não deixa mais que o Ryan tenha esse tipo de atitude com você, Lua. Eu sei o quanto você odeia o que ele fez contigo, as marcas que ele deixou. E é por isso que eu nunca as fiz... porque eu te conheço. Nenhum outro homem te compreenderia, te conheceria tão bem como eu compreendo, como eu conheço.
– Eu sei... por que você está dizendo isso agora? – Ela ainda chorava e socou o meu peito com as mãos fechadas.
– Porque é difícil pra mim também. Nunca imaginei que esse nosso ano terminaria dessa forma... e agora, agora eu quero te beijar. Mesmo sabendo que você está magoada e que talvez, odeie isso.
– Eu não vou odiar. – Lua falou tão baixo que se eu não estivesse tão próximo de seus lábios, eu teria que pedir para ela repetir. Abri um breve sorriso antes de encostar os meus lábios nos dela. Nós dois sabemos que esse beijo está bem longe de resolver os nossos problemas. Mas nós estamos com saudades. Agora, com esse beijo eu posso assegurar que Lua sente a minha falta tanto quanto eu sinto a dela. Cessei o beijo olhando em seus olhos.
– Eu acredito em você e o que me machuca ainda mais é saber que é você quem não acredita em mim. E se você estivesse mentindo...
– Eu não estou.
– Eu saberia. Uma hora ou outra eu saberia, Lua. Ryan vai fazer questão de me contar. Mas eu acredito em você. Vou me surpreender? – Questionei.
– Só se acreditar nele. – Lua encolheu os ombros.
– Foi o que eu pensei. Mas... – Suspirei. – quando eu voltar de Manchester, revolvemos a minha a parte da história. Porque eu garanto que não transei com ninguém também. Você também vai acreditar? – Perguntei e Lua não disse nada. – Espero ter essa resposta quando eu voltar. – Avisei. – Feliz ano novo, querida. – Sorrir antes de deixar o quarto.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Boa tarde, leitores! 😊

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior – confesso que esperava bem mais </3.

Espero que gostem do deste capítulo. E que COMENTEM! O retorno de vocês é muito importante. Fiz um mega esforço para postar esse capítulo hoje. Vocês nem fazem ideia. Estou cheia de trabalhos para essa semana na faculdade, mas como eu havia prometido trazer um capítulo em breve, aqui ele está.

Abriram os links? Haha que amor aquele figurino da Anie. Viram os posts dos pais no insta? <3 Muito amor.

Um beijo e até a próxima atualização.
Não deixem de comentar sobre esse finalzinho haha sei que surpreendi muita gente.
O novo ano reserva muitas surpresas para esse casal e para vocês também, leitores.

27 comentários:

  1. Milly do céu, que bom que as coisas começaram a se resolver. Ansiosa para ver o que vai acontecer após o retorno do Arthur. Arrasou em mais um capítulo,como sempre. Ansiosa para ver o que vai acontecer nos próximos capítulos, tomara que o Arthur consiga provas que não aconteceu nada entre ele e a kate. Beijos, Ana Júlia.

    ResponderExcluir
  2. Sophia fica caladinha por favor🤫. Ai anie estava muito lindaa❤❤

    ResponderExcluir
  3. Meu deus Milly que capítulo foi esse,simplesmente amei!!!A Anie é coisa mais linda de todas e fica mais linda ainda vestida de bailarina *___*.Sabe é tão difícil pra eles estarem separados e ainda mais da forma que foi,adoro que eles separam as coisas pra não fazer a filha deles sofrerem e odiei que a Sophia se meteu nisso,achando errado a decisão da Lua, ela não tem que se meter onde não é chamada, ela não tem ideia de como esta sendo difícil pra eles.
    Milly que final foi esse, simplismemte chocada kk sério não esperava por isso!!!Adorei que eles conseguiram pelo menos conversar e amei que terminou em beijo *__* pelo menos deu uma amenizada na situação e a lua esclareceu a história com o Ryan,agora só falta ela acreditar no Arthur assim como ele acreditou nela!!!
    Caroline

    ResponderExcluir
  4. Ameeeeeeeeeeeiiiiiii demais, que raiva que eu estou da Soph, sei que ela quer defender a irmã dela mas só está atrapalhando. Acho muito bacana quando eles priorizam a relação deles de pais com a Anie. Esse Ryan tá insuportável. Tomara que a Lua abra os olhos e confia mais no Arthur, que ele prove logo que a Kate é uma vaca mentirosa. Super amei esse capítulo, vc arrasou como sempre Milly.

    ResponderExcluir
  5. Estou super curiosa para ver como a história vai se desenrolar. Anciosa para ver o retorno de Arthur e Anie.

    ResponderExcluir
  6. Amei o cap principalmente o beijo! Ñ aguento mais eles separados!

    ResponderExcluir
  7. Milly, vc deixa essa história cada dia mais incrível, parabéns! Anie estava uma fofura como sempre, Sophia estava irritante e ainda bem que Lua resolveu a questão de Rian.

    ResponderExcluir
  8. Obrigada Milly pelo esforço. Tenha uma boa volta às aulas e a gente vai ter que ser forte para esperar por uma nova att. Sophia tbm não colabora, quero ver ela pedir desculpas quando o Arthur provar que não transou com a kate. Tadinha da Anie morrendo de medo do Arthur não aparecer na apresentação. Anie a todo instante pedindo ao Arthur para passar o Natal com elas, fiquei até com os olhos cheios de lágrimas. Que final foi esse Brasil, até que enfim um beijo do nosso casal 😍 ainda bem que a lua esclareceu a história do Ryan. Tomara que ela pense na atitude do Arthur, ele deu um voto de confiança a ela, pq como ele diz a conhece muito bem, lua deveria fazer o mesmo com o arthur. Lua deveria analisar melhor as fotos, pq o Arthur deve estar meio desmaiado e a Kate que está por cima dele.

    ResponderExcluir
  9. O Arthur deve ter ficado nega alíviado de saber que não ouvi nada entre a lua e o Ryan, Aff a Sofhia não tem um pingo de consideração pela a afilhada ficar falando mal do Arthur na frente da pequena Annie, Esse concerteza foi o pior natal da vida deles, Que o ano novo Seja muito melhor e a Lua acredite no Arthur.
    Milly mais um capítulo maravilhoso e obrigada pelo o seu esforço, continue assim...Amei o capítulo,atualiza logo,por favor, Beijos.

    ResponderExcluir
  10. Ah que felicidade de ver mais uma atualização, e como sempre você lily arrasando...Lua e Arthur faça as pazes logo pra alegria da annie.Espero ver outro capítulo logo logo, Obrigada pelo esforço
    By ju

    ResponderExcluir
  11. Eu amei esse capítulo <3
    Anie é um amor e só quer os pais juntos logo, como eu.
    E estou muita raiva da sophia.
    Eu amo a relação do Arthur e da Lua com a Anie,são ótimos pais!
    Por favor faz esse casal se reconciliar logo <3

    Ale

    ResponderExcluir
  12. Milly, estou anciosa para os próximos capítulos, quero logo que Arthur e Lua se reconciliem. Mas, ao mesmo tempo gosto como eles tem se desenvolvido separados, só fico com pena da Anie no meio de tudo isso. Posta logo.

    ResponderExcluir
  13. Mais um capítulo maravilhoso. Sophia me deu uma raiva,tudo bem que ela quer defender a irmã, mas não precisa ser na frente da Anie e julgando o Arthur dessa maneira, enquanto a Lua não quer tocar no assunto. Ainda bem que a Lua falou a verdade, deu pra ver o quanto ela ainda ama o Arthur ao se importar com o que ele pensa,sobre ela ter outro, só falta acreditar nele. Que lindo que eles se beijarem. A parte triste é passar o Natal separados, mas que o Ano novo passem juntos. Anie perfeita na sua apresentação de balé, que ela ainda seja muito feliz

    ResponderExcluir
  14. Estou na espectativa de novidades para Lua e Arthur, nesse ano que para eles vai se iniciar. Anie como sempre linda e esperta

    ResponderExcluir
  15. Eu acompanho essa história desde o comecinho, e sempre fico lendo tudo de novo!

    Anie é um amor de criança e não falem mal do papai dela ein!
    A roupinha da apresentação dela, muito linda!
    Estou ansiosa pela viagem do Arthur com Anie, espero que se divirtam muito.
    E também estou ansiosa pela volta do Arthur, pra ele e lua se acertarem logo. E espero que lua corra um pouco atrás do Arthur, porque ele acreditou na história dela com o Ryan, e não acreditou em nada do que Arthur disse sobre a armação.

    Os capítulos estão cada vez mais incríveis, você arrasa sempre! <3

    ResponderExcluir
  16. Muito bom!
    Deixou o gostinho de quero mais kkk
    Ansiando o próximo

    ResponderExcluir
  17. Eu venho aqui todos os dias pra ver se tem capítulo novo, fico ansiosa demais esperando..
    E estou lendo a história tudo de novo, eu amo! Posta o próximo cap. logo, por favorrrr <3

    ResponderExcluir
  18. Aaaaa espero q eles se resolvam logo.Esse beijo,aaaai meu coração é 😍 😭

    ResponderExcluir
  19. estou vivendo apenas pelo próximo capítulo, eu to muito ansiosaaaa

    ResponderExcluir
  20. Não vejo hora de saber o desenrolar dessa linda estória, ansiosa pelos proximos capítulos. Quero ver eles sendo muito felizes

    ResponderExcluir
  21. Respostas
    1. Boa tarde. Como deixei bem explicado no capítulo anterior, agora eu não tenho um momento certo para postar. Gostaria muuuito de agilizar as atualizações, mas para mim HOJE/AGORA é totalmente impossível. Tenho MUITOS trabalhos para entregar na faculdade. Não posso me dar ao luxo de parar com eles para escrever um cap. de L.A. Super espero que você compreenda. (a hora que eu conseguir um tempo, pode ter certeza que eu vou postar um cap.)

      Um Beijo.

      Excluir
  22. CADÊ A ATUALIZAÇÃO ��

    ResponderExcluir
  23. Cadê a atualização❓❓

    ResponderExcluir