Little Anie | 7ª Parte – Final
O que eu devo fazer sem você?
É tarde demais para catar os pedaços?
Muito cedo para se desfazer deles?
Você se sente abatida assim como eu?
Seu rosto, ele faz meu corpo doer
Isso não vai me deixar em paz
E me sinto como se estivesse afogando
Dificuldades para dormir
Sonhos inquietos
Você está em meus pensamentos
Sempre, sempre
Eu só me apavorei, apavorei
Prefiro me sufocar com minhas más decisões
Do que carregá-las para o meu túmulo
Você está em meus pensamentos
Sempre, sempre, sempre
[...]
O lado esquerdo da minha cama é um espaço vazio
Lembro que éramos estranhos
Então, me diga, qual é a diferença
Entre o antes e agora
– Always | Gavin James
Pov
Lua
Londres
| Quarta-feira, 23 de dezembro de 2015 – Oito e quinze da manhã.
Eu senti uma pontada forte na minha
cabeça quando abri meus olhos. Passei as mãos pelo rosto e bocejei em seguida.
Passei da conta ontem na bebida. Suspirei. Arthur estava em casa quando eu
cheguei. Eu não devia ter inventado aquela história de que eu tinha transado
com Ryan. É tudo mentira. Eu lembro de tudo o que eu fiz. Inclusive, de ter
vindo embora antes da Hanna voltar do banheiro. Foi Ryan quem passou dos
limites, não eu.
Flashback
ON
– Vamos para outro lugar, Lua. Hanna
sabe voltar pra casa e... vocês não moram no mesmo bairro.
– Ele disse passando o dedo indicador na minha coxa. Observei seus movimentos e
Ryan me encarou. – E então?
– Não posso. – Respondi em seu
ouvido e afastei as suas mãos de mim.
– Você sabe como provocar.
– Modesta parte, eu sei mesmo. –
Afirmei.
– Eu gosto disso. – Ele segurou
em meu rosto.
– Nunca ninguém reclamou. –
Sussurrei.
– Eu devo imaginar. – Ele roçou os
lábios na minha bochecha e depois desceu os beijos para o meu pescoço.
Talvez fosse a hora de voltar para
casa.
– É melhor você parar. – Avisei
tentando afasta-lo. – Eu estou bêbada, mas nem tanto. – Completei. – Para,
Ryan! – Embora eu falasse alto, minha voz era abafada pelo som alto da
música. E ele não parou. – Você tá louco! – O emburrei pelos ombros. – Nunca
vou transar com você! – Deixei bem claro.
– E por que você está me provocando?
– Eu? Só eu estou provocando? –
Perguntei irônica. – Você parece um adolescente que está louco para contar
aos amigos que transou com a garota que eles te disseram que você jamais
conseguiria.
– Mas você é exatamente essa garota
que o seu ex-marido me disse que eu jamais conseguira.
– E ele não estava errado. –
Pontuei e me levantei do enorme sofá. – E eu não sou mais uma garota, Ryan.
Mais um motivo para você não conseguir o que quer. – Falei e ele segurou o
meu braço.
– Então por que você fez isso hoje?
– Eu não fiz nada. E é isso que você
não entende. – Respondi e puxei o meu braço. Mas Ryan não o soltou. – Me.
Solta. – Mandei entredentes.
– O que o Arthur vai achar disso?
– Nada. Até porque agora eu não devo
satisfação a ninguém. Por que? Você vai sair daqui correndo e contar o nada que
aconteceu entre a gente? – Perguntei e Ryan negou.
– Eu não vou precisar dizer nada.
Ele vai ver, baby! Aliás, não só ele. – Ryan falou passando o polegar em
meu pescoço.
– Ridículo! Você é um imbecil! Odeio
que façam isso em mim. – Empurrei a mão dele para longe. Odiava que
deixassem marcas em mim e isso nem o Arthur fazia.
– Calma!
– Calma? Idiota! – Dei um murro
em seu peito e saí sem esperar Hanna voltar do banheiro.
Flashback
OF
Passei as mãos pelo rosto e respirei
fundo. Por que inventei uma história dessa para o Arthur? Eu não devia ter
permitido as provocações do Ryan. Eu acabei provocando de volta porque já estou
cansada dele e dessa conversinha para o meu lado.
Empurrei o lençol para o lado e me
levantei da cama. Hoje é o dia da apresentação da Anie. Ela vai ficar ansiosa o
dia inteiro – conheço a filha que tenho. A porta do quarto foi aberta e eu nem
precisei perguntar quem era.
– Bom dia, mamãe.
– Bom dia, meu neném. Você dormiu bem? –
Perguntei pegando-a no colo e lhe dando um cheiro.
– Eu dormir... mamãe?
– Oi. – Depositei um beijo em sua
bochecha.
– O meu papai veio aqui ontem... ele
até me colocou pala dormir... – A pequena sorriu e eu sorrir também. – Eu
adolei!
– Eu sei, meu amor.
– Agola... hoje é a minha dança... –
Anie me lembrou contente. – O meu papai disse que ele vai assistir eu dançar.
– É claro que vai, filha.
– A gente pode ligar pla ele?
– Agora? – Indaguei completamente
desanimada.
– Ééééé... eu quelo falar com o meu
papai! Mamãe... eu vou sentir saudades do meu papai.
– Eu imagino, Anie. – Suspirei.
– Por que ele não pode ir com a gente? –
Ela questionou e descansou a cabeça em meu peito.
– Já falamos que a situação é
complicada, filha...
– Mas eu não quelia ficar longe do meu
papai e nem de você, mamãe. – Anie soltou um suspiro.
– Eu sei que não, filha. – A apertei em
meus braços. – É difícil pra gente também... – Confessei.
Pov
Arthur
– Cara, a designer me ligou. Ela disse
que te liga, mas que ninguém atende.
– Deixei meu celular no carro, Judd. –
Respondi enquanto bebia um gole de café. – O que ela te disse? – Perguntei.
– Ela me enviou umas fotos, mas te
enviou também. – Ele me entregou o celular. – Falta a cozinha, a sala e o
banheiro. Mas tá ficando bem bonito. Ela quer te dar umas sugestões sobre o
canto alemão. É melhor você falar com ela. – Me avisou.
– Está ficando bonito mesmo. –
Concordei e devolvi o celular. – Britney já foi embora?
– Sim. Inclusive, ela viaja hoje. –
Harry me respondeu. – Acho que só vou amanhã. Vou ver as passagens ainda. – Ele
comentou pensativo. – Espero que tenha para amanhã. Você vai ficar aqui? – Me
indagou em seguida.
– Parece que sim, se você não se
importar. – Contei.
–
Você sabe que pode ficar, Arthur. – Ele assegurou.
– Lua vai passar o natal com a Anie em
Bibury. – Suspirei. – Decidimos isso na nossa última conversa.
– E como foi? – Ele me perguntou.
– Foi difícil. Anie está relutando. Na
verdade, eu também. Mas temos que ser maduros. E ainda mais depois de ontem... –
Suspirei outra vez. – Enfim... as coisas só estão se complicando. Então é bom
que a gente se esforce, pelo menos na relação com a nossa filha, para
decidirmos as coisas sem precisar ficar um clima pior do que o que já está.
– Você não diz o que aconteceu ontem,
Arthur. Só imagino que tenha sido uma coisa muito ruim, pelo modo como você
relembra. – Harry comentou.
– Se a Lua quiser te contar, você vai
saber. Porque eu assegurei para ela que eu não contaria. Você sabe como a Lua é
impulsiva.
– Aquela loira não pode ter aprontado,
Arthur. – Harry disse sem acreditar.
– Hoje tem a apresentação da Anie...
você vai?
– Sim. Não perderei por nada. – Ele
assegurou. – É por isso que vou viajar só amanhã. – Explicou.
– Ontem ela estava bem ansiosa. –
Sorrir ao lembrar. – Demorou a dormir... – Franzi o cenho. – Fiquei lá com
ela... até esqueci que tinha que voltar pra cá. – Contei.
– A gente podia voltar ao bar. O que
você acha?
– Eu estive pensando sobre isso, Judd.
Mas eu não lembro bem da cara do barman. – Falei.
– Podíamos perguntar. Quem ajudou a
Kate não vai esquecer, Arthur. – Harry garantiu. – Ela sumiu?
– Já era tempo. – Respondi. – Não sei o
que ela ganhou com isso. – Falei com raiva.
– Talvez ela pensasse que você voltaria
para questionar sobre o que ela tinha aprontado.
– Só se fosse para matar aquela
desgraçada. – Respondi. – Nunca eu havia tido esses pensamentos antes. –
Confessei.
– Vamos ver um dia aí...
– Pode ser depois dessas festas de fim
de ano. Só temos que rezar para que ele não seja demitido. Mas e se foi só ela
que fez isso?
– Dinheiro resolve essas coisas,
Arthur. Você não lembra de nada mesmo?
– Nada. Vem alguns flashs, mas só de
quando eu ainda estava no bar. Depois disso, não me recordo de mais nada.
Pensa, Harry... se a Kate tivesse realmente conseguido o que queria, ela ainda
estava me atormentando. Ela tinha mandado fotos disso para a Lua também. Ou
você acha que ela ia perder a oportunidade? – Questionei.
– Sim. É o que eu também penso. – Ele
afirmou. – Mas vamos resolver isso.
– Obrigado. – Agradeci com um aperto de mão.
Pov
Lua
Londres
– Dezoito horas e quarenta e cinco minutos.
Anie já estava toda arrumada. Ela ficou
a coisinha mais linda da minha vida. Eu estou tão emocionada. Anie está
crescendo tão rápido, que às vezes isso me assusta, me faz querer que o tempo
pare, mas sei que ele não me obedece.
Ela está triste e ao mesmo tempo
ansiosa porque o pai não ligou hoje. Eu estou preocupada, porque meus
pensamentos me levaram para a noite anterior e para tudo o que eu disse a ele.
Mas acredito que o Arthur não deixará de ir à apresentação da nossa filha por
minha causa. Sei que ele sabe separar as coisas. Talvez a minha raiva que tenha
me levado a passar dos limites. E Anie não tem nada a ver com isso.
– O meu papai ainda não ligou? – Ela me
perguntou pela milésima vez e soltou um suspiro de frustração.
– Não. Eu já disse que ele vai nos
encontrar no local da apresentação. – Respondi calçando a minha sandália.
Eu estava com um body decotado na cor
vinho, de tecido de veludo; uma saia longa em tons de rosa e vinho; calcei uma
sandália bege; peguei um relógio na cor vinho com detalhes rose, e uma bolsinha
quase da mesma cor da sai. Penteei meus cabelos e depois fiz uma maquiagem bem
rápida.
Eu não queria chegar atrasada com Anie
para a apresentação que está marcada para as sete e meia da noite. então me
passei perfume e peguei a chave do carro – que aliás, eu precisava devolver
para o Arthur.
– O meu papai disse que ia me ligar. –
Anie disse ao se aproximar de mim. – Mamãe? Ele disse que ia me levar pra
escola de balé.
– Mas como ele ia te levar se sou eu
quem vou te levar? – Indaguei ao olha-la.
– Ele me disse ontem, mamãe. De noite.
De noite o meu papai veio me ver. – Ela me contou. – Meu papai dormiu aqui. Ele
que me colocou pra dormir.
– Ele não dormiu aqui, filha. Talvez ele
tenha ficado só até você dormir... – Falei tentando disfarçar que eu não sabia
de nada. – Vamos? Já estou pronta e você também. – Sorrir e Anie assentiu. –
Você está tão linda, meu bebê. – A elogiei e Anie sorriu mais ainda.
– Obligada, mamãe. Eu tô nervosa. – Ela
confessou baixinho.
– Meu anjo, você não precisa ficar
nervosa. Nós já conversamos sobre isso. Vai dar tudo certo. Você sabe toda a
coreografia, filha. Eu sei que você sabe. – Lhe
passei segurança.
– Mas mesmo assim... e eu também quelo
que o meu papai vá e o tio Harry também! – A pequena exclamou.
– Mas eles irão, meu amor. Não vão
perder isso por nada. Por que você está tão preocupada?
– Porque o meu papai não ligou. E ele
disse que ia ligar... – Ela lamentou.
– Mas ele vai ver você, filha. –
Garanti. Arthur tinha que ir a essa apresentação!
Mel já tinha viajado para a casa dos
pais, Carla e Carol para a casa da mãe. Sophia tinha me dito que ia ver a
apresentação da sobrinha. Eu não podia impedi-la de ir e estava torcendo para
que ela não arrumasse nenhuma confusão com o Arthur. Embora eu tivesse quase
certeza de que ele com aquele jeito calmo, jamais vai dar corda para a conversa
da minha irmã – ainda mais no dia da apresentação da nossa filha.
Anie segurou em minha mão e nós
descemos a escada. Estávamos sozinhas em casa e esse vazio é desesperador. É
como se nunca mais nada fosse voltar a ser como era antes. Eu me sentia tão
inquieta dentro da minha própria casa.
Londres
| School of Dance Royal – Dezenove horas e dez minutos.
Anie soltou um suspiro completamente
nervosa. As apresentações estavam prestes a começar e Arthur ainda não tinha
chegado. Eu estava nervosa, preocupada e insegura. Eu não queria ligar para o
Arthur para perguntar se ele viria ou não, e nem para o Harry. Arthur não podia fazer isso com a nossa
filha.
– Hey, neném? – Sophia chegou e eu nem
disfarcei o meu desapontamento. Anie a abraçou rapidamente para depois voltar a
olhar esperançosa para a entrada do auditório. – Nossa, que recepção! – Sophia
exclamou revirando os olhos. – O que ela tanto espera?
– O Arthur. Ele ainda não chegou. – Respondi.
– Espero que nem venha.
– Nem começa, Sophia. Você sabe que
Anie vai ficar muito triste se isso acontecer. – Falei chateada.
– Você nem devia ter avisado ele. – Ela
continuou. – As pessoas já estão te olhando, imagina quando ele chegar aqui?
Não vão parar de cochichar que ele te trocou por outra.
– O que importa hoje é a nossa filha,
não o que os outros vão cochichar, Sophia. – Deixei claro.
– Eu não consigo te entender. – Sophia
fechou as mãos em um gesto de irritação. – Parece que gosta de sofrer. Você tá
usando a sua filha como desculpa para continuar vendo-o, mesmo depois de tudo!
– Não diz o que você não sabe! –
Exclamei. – Eu jamais usaria a minha filha para o que quer que fosse. Você não
tem nada a ver com isso. Eu não quero discutir com você. E eu não precisaria de
nenhuma desculpa para vê-lo caso quisesse. – Concluí.
– Agora era só o que me faltava... –
Ela revirou os olhos. – Nós brigarmos por causa do Arthur. – Acrescentou.
– É você quem quer brigar. – Retruquei.
– Arthur não tá nem se importando para o que os outros estão falando ou
pensando. – Comentei. – Assim como eu estou fazendo também.
– A é? Pelo visto você está sabendo
muito a respeito das reações dele.
– Eu conheço ele, Soph.
– Parece que não o suficiente. – Ela
revidou. – Não acredito que estou ouvindo isso de você, Lua. Até a Mel está
sendo mais dura que você.
– Mel está sofrendo. Você nem sabe o
que está falando. – Pontuei. – Nossas situações são bem diferentes.
– Onde? Você tem uma filha e ela vai
ter um filho e vocês foram traídas. Não vejo nada de diferente.
– O pai da minha filha não abandonou
ela. Você deve agradecer por não estar passando por esse momento sozinha. Não
venha querer comparar o que aconteceu comigo, com o que está acontecendo com a
Mel.
– Ainda né? Ou você acha que o Arthur
vai se privar de algumas coisas por conta da filha de vocês? São homens, Lua.
– É sério que você quer falar mal do
Arthur como pai? – Perguntei debochada. – Por favor, Sophia. É o dia da
apresentação da minha filha. Não vou admitir que você faça uma cena aqui. –
Avisei me afastando dela porque Anie tinha corrido para a entrada do local.
Pov
Arthur
– Hey! – Exclamei ao pegar Anie no
colo. – Você está tão linda, filha. – Lhe enchi de beijos.
– Você veio, papai! – Ela exclamou me
abraçando forte.
– É claro que eu vim, meu amor. Eu
prometi que viria. – Acariciei sua bochecha.
– Mas você demolou... eu pensei que não
vinha.
– Eu estou aqui, pequena. – Pontuei e
sorrir em seguida.
– E eu também! – Harry depositou um
beijo na bochecha de Anie. – Estou ansioso para ver você arrasar novamente,
querida. – Ele contou piscando um olho e Anie riu jogando a cabeça para trás.
– Você está sozinha aqui fora? – Indaguei
por não ver Lua por perto.
– Eu só coli. – Ela colocou a mãozinhas
sobre o rosto.
– Onde está a sua mãe, pequena? – Harry
perguntou depois de me encarar irônico. Talvez ele soubesse que eu não queria
perguntar se Anie estava sozinha, porque eu já sabia da resposta.
– Ela tá ali – Anie apontou para o
auditório. – conversando com a tia Sophia.
– Meu Deus! Fiquei pensando onde você
tinha se metido. – Lua chegou falando e Anie a olhou com um meio sorriso
pedindo desculpas, como sempre fazia.
– Boa noite, Luh. – Harry a abraçou,
algo que eu não podia fazer. – Você está linda, querida. – Ele a elogiou, algo
que agora eu não me via mais fazendo. E ela realmente estava linda. Eu adorava
quando Lua vestia essas roupas. Ela sabe como vestir roupas sexys em todas as
estações do ano. Enquanto eu sentia frio, Lua parecia estar à vontade com aquele
body decotado e de alças.
– Obrigada, querido. – Lua sorriu. –
Boa noite, Arthur.
– Boa noite. – Respondi.
– As apresentações já começaram? –
Harry indagou.
– Não. Mas já vão começar. Vamos logo
entrar. Anie já estava agoniada. – Lua nos contou.
– Vocês vieram combinando com a Anie? –
Ele riu.
– Idiota. – Retruquei.
– Ora, você veio de verde a Lua de
vinho.
– Nem começa, Judd. O tom de verde é
diferente! – Falei.
– O meu papai tá lindo! – Anie me
elogiou.
– Obrigado, querida. – Sorrir lhe dando
um beijo na bochecha.
– Você não tem o que fazer, Harry. –
Lua comentou ao revirar os olhos.
– Onde vamos sentar? Ai! Vocês estão
chatos demais, eu hein! – Ele reclamou. – Boa noite, Sophia.
– Boa noite, Harry.
– Boa noite. – Falei também, mas ela me
ignorou e eu não liguei.
Me sentei com Anie em meu colo em uma
das cadeiras ao lado do corredor que dá acesso ao palco. Seria mais fácil de
sair com ela quando a professora a chamasse.
As pessoas me olhavam como se fosse
errado eu estar ali. Eu podia sentir seus julgamentos e isso me afetaria se eu
ligasse.
– Deixa eu tirar uma foto sua? Sabia
que você é a minha elfo favorita? – Perguntei baixinho, Anie assentiu e depois
descansou a cabeça em meu peito.
– A gente pode tilar uma foto eu, você
e a minha mamãe? – Ela me perguntou contando nos dedos e depois me mostrou os
três dedos. – Nós tlês!
– Pode, filha. – Respondi e Anie pegou
o celular da minha mão.
– Tem certeza que o senhor não quer ir
com a gente?
– Tenho. Por que você está perguntando
isso?
– Vai ser mais legal se o senhor for e
eu quelia que fosse. – Anie respondeu triste.
– É melhor não. Eu vou ficar muito
triste longe de você, mas você vai estar com a sua mãe e vai ser muito legal
também.
– Mas ia ser maaaaaiiis legal!
– Eu sei, meu amor. – Beijei seus
cabelos.
Eu não queria falar sobre isso. Essa
noite eu me despediria de Anie e não a veria até dia vinte e oito. É já está
sendo muito difícil.
Ver Lua também está sendo difícil. Só
consigo lembrar de tudo o que ela me disse ontem de madrugada. As marcas não
estavam mais no pescoço dela. Sim, eu me dei o trabalho de observar. Era
torturador pensar que ainda poderiam estar ali ou que um dia estiveram. Lua não
devia ter permitido isso acontecer. Mas ela não parecia nada arrependida. Por
que eu devia lamentar? Talvez porque estivesse doendo em mim, mais do que o
arrependimento dela – se é que ela chegou a se arrepender em algum momento do
dia de hoje.
– O senhor vai passar o natal com
alguém então? – Anie indagou curiosa e um pouco apreensiva.
– Não vou passar o natal com ninguém. –
Respondi.
– De verdade? – Ela insistiu.
– É claro, Anie. Com quem mais eu
passaria o natal? – Questionei.
– E por que todo mundo tá dizendo então
que o senhor tlocou a minha mamãe por outa? É mentila não é, papai? – Ela me
encarou séria.
– Sim. É mentira. As pessoas falam
demais e se incomodam demais também. – Falei.
– Eu aquedito em você papai.
– Obrigado. Eu não mentiria pra você,
meu anjinho. – Assegurei. Anie se ajeitou em meu colo e me deu um beijo
demorado na bochecha. – Eu amo tanto você.
– Eu também te amo, papai.
Anie voltou a olhar para o palco e eu
olhei para o lado – Harry estava sentado entre eu e Lua, e Sophia estava do
outro lado da irmã. Toda vez que ela me olhava, ela me olhava com raiva. Eu
sabia porque ela estava me tratando assim, mas não aceitava. Meu problema com a
Lua tem que ser resolvido entre nós, e ninguém tem mais nada a ver com isso.
Mas parece que essas pessoas não entendem. Soltei um suspiro longo e voltei a
olhar para o palco. A apresentação estava quase terminando, era a primeira da
noite. Acho que a da Anie vai ser a terceira.
*
– Vamos, filha? Sua professora está
chamando. – Lua se aproximou da Anie e a pequena sorriu assentindo.
– Você vem, papai? – Perguntou
virando-se para mim.
– Vamos lá... – Respondi e Lua foi na
frente.
Lua foi a primeira a abraçar a pequena
e depois foi a minha vez. Lhe desejamos boa sorte e pedimos para que ela
ficasse tranquila que ia dar tudo certo. Acreditamos demais nela. Ficamos
esperando Anie ir para o corredor atrás do palco com a professora e as outras
crianças. Todas estavam tão lindas. Lua sorriu mais uma vez antes de dar um
tchauzinho para a nossa filha e se virar para voltar ao lugar que ela estava
sentada. Me afastei apara que ela fosse na frente. Não falamos nenhuma palavra.
Aliás, a única coisa que falamos um para o outro foi o ‘boa noite’ quando eu
cheguei.
As pessoas nos olhavam sem disfarçar.
Eu não me incomodo com fato de saber o que elas estão pensando a meu respeito,
me incomodo em saber que elas estão se importando demais com assuntos que não
lhes dizem respeito. Quem elas pensam que são para me julgar dessa forma ao
me olharem? Eu não consigo compreender. A única pessoa que devia fazer
isso, hoje nem está olhando na minha cara – e nem fui eu que admiti que transei
com outra pessoa –, eu deveria fazer o mesmo.
Lua sentou-se em seu lugar e eu fiz o
mesmo. Não pude deixar de escutar o que as pessoas que estavam sentadas na fileira
de trás cochichavam: o quão linda Lua é e que não conseguem entender porque eu
a trair. Por que as pessoas não cuidam da sua própria vida? Elas podiam
prestar a atenção na apresentação das crianças. Vieram aqui para isso.
– Que saco! Esse povo pensa que sabe de
tudo. Falam isso só porque leram aquela notícia idiota. – Falei irritado.
– Calma, Arthur. Desde quando você liga
para isso? – Harry me questionou.
– Desde quando ele escuta falarem a
verdade. Ela dói, não é mesmo? – Sophia me provocou. Eu nem sabia que ela
estava escutando o que eu falava com o Harry.
– Achei que você estivesse me
ignorando. – Retruquei.
– E estou. Só que agora eu não poderia
perder a oportunidade de falar. – Elas
Sorriu forçado.
– Acho bom vocês pararem com isso.
Vocês não vão brigar na hora da apresentação da minha filha. – Lua deixou bem
claro ao olhar para mim e depois para a irmã.
– É a sua irmã que quer estragar tudo.
– Resmunguei.
– A tá... foi bem eu que...
– Chega, Sophia. – Lua a interrompeu. –
Eu já te disse que isso é só entre eu e o Arthur. Pronto. Não quero repetir
isso novamente. – Lua finalizou e Sophia bufou inconformada.
Apresentação
de Balé: A Magia do Natal
– Boa noite. Agora seguiremos com a
apresentação da turma do primeiro ano, de três a quatro anos de idade, do turno
da manhã e da tarde. A Magia do Natal foi o tema escolhido, as crianças
estão representando a Mamãe Noel, os Elfos de Natal, os presentes, os
biscoitos, e as renas. Pedimos o silêncio da plateia durante a apresentação.
– Vou gravar tudo. – Harry sussurrou e
eu acabei sorrindo.
Eu acabo ficando muito emocionado e
completamente bobo ao assistir a minha filha no palco. Aquele pinguinho de
gente não sabe o quanto é a responsável pelos grandes turbilhões de sentimentos
que tudo relacionado a ela provoca em mim. Eu sou um pai de sorte por ter uma
filha tão incrível como a Anie.
Ela subiu no palco já procurando por
mim e pela mãe. Eu sei que a nossa presença a deixa bastante segura. Anie ainda
é muito pequena e eu acabo me surpreendendo com as coisas que ela faz, aprende,
fala, pergunta e descobre. Sempre notei que sua esperteza e inteligência são
avançadas para a sua tão pouca idade. Talvez o fato de conviver mais com
adultos do que com outras crianças, contribua para isso.
Não desviei o olhar daquela pequena
durante a sua apresentação e ela arrasou como sempre. Talvez eu tenha deixado
algumas lágrimas caírem. Depois dos aplausos, Lua passou por mim, ela ia buscar
a nossa filha, ainda teriam outras apresentações.
– Estou tão orgulhoso de você, meu
amor. – Contei assim que Anie parou em minha frente. Segurei seu rosto entre as
mãos, lhe dei um beijo na ponta do nariz e depois nas suas duas bochechas. –
Você dançou tão lindo. Eu te amo. – Acrescentei.
– Obligada, papai. A minha mamãe também
disse que dancei lindo!
– Eu também achei que você dançou lindo.
– Harry comentou. – Coisinha mais linda do titio. – Ele a puxou para um abraço.
*
As apresentações terminaram perto das
nove e meia da noite. Agora eu terei que me despedir da minha filha. Tentei me
preparar a noite toda para esse momento, mas não conseguir. Meu peito estava
doendo. A sensação de perda gritava novamente. Nunca me imaginei passar por
isso. Natal é uma data especial para mim e é a primeira vez que eu estou
abrindo mão de viver essa data; depois que conhecia a Lua.
O natal perderia todo o significado se
eu fosse para Bibury com elas. O clima já estar ruim entre eu e Sophia, eu nem
quero imaginar como ficaria quando Emma me visse. E eu não quero ser o
responsável por estragar o natal de ninguém. Já basta a culpa que eu estou
carregando de ter perdido a família que eu tanto sonhei em construir. Eu vivia
a realização de um sonho que infelizmente eu perdi.
Anie não se afastou de mim desde que a apresentação
dela acabou. Harry, Lua e Sophia caminhavam na nossa frente. Eu não sei o que eles
estavam conversando, mas eu podia escutar os risos.
– Agola o senhor já vai? – Anie parou
de andar e puxou a minha mão que ela segurava.
– Sim. Já está tarde e a senhorita
precisa dormir. – Respondi.
– Amanhã que minha mamãe disse que vamos
pra casa da vovó com o tio Micael e a tia Sophia. – Ela me contou. Cheguei a
pensar que John viria busca-las. Lua não se atreve a dirigir em rodovias em viagens
longas.
– Sim, é amanhã. – Confirmei.
– E depois é natal! – Ela exclamou. –
Ainda dá tempo do senhor ir também, papai. – A pequena me lembrou.
– Eu não vou, filha. – Pontuei. Me abaixei
para ficar do tamanho de Anie. – Vamos nos encontrar daqui há alguns dias. –
Assegurei.
– Mas eu vou sentir saudade mesmo assim...
– Eu também vou sentir saudade, meu
anjo. Só não chora, por favor, Anie. – Pedi baixinho. – Vai passar rápido,
filha. E depois a gente não vai precisar fazer isso de novo.
– Você plomete?
– Eu prometo, filha. Vamos nos ver
todos os dias. E essa semana... eu tenho que viajar por conta dos shows, não ia
poder ver você todos os dias. – Expliquei.
– E depois?
– E depois eu vou te ver. – Garanti e
acariciei seu rosto.
Pov
Lua
Arthur e Anie estavam um pouco afastados
de nós. Ele estava abaixado para ficar do tamanho da filha, e eu não podia
escutar o que eles estavam conversando, mas podia ter uma ideia do assunto.
Anie não está nada contente de ter que ir para a casa dos meus pais amanhã sem
o Arthur – e eu também não queria que ela estivesse passando por isso.
– Será que eles ainda vão demorar? – Sophia
perguntou e eu virei o rosto para encara-la.
– Por favor, Sophia. – Respondi.
– Eu sei que você está chateada com o Arthur,
Soph...
– Chateada? – Ela o interrompeu sendo irônica.
– Mas ele é pai da Anie. – Harry completou.
– Eu não disse que ele não é. – Ela retrucou.
– Não sei porque você está do lado dele. Devia saber de tudo isso, como sabiam
do Chay também. Ainda bem que Micael não sabia disso, porque se eu descobrisse
que sim, ele ia me pagar! – Sophia exclamou.
– Somos amigos!
– Então a Lua não devia confiar em
você.
– Ora por que? Sempre foi assim!
– Porque você vai induzi-la a acreditar
nessa desculpinha do Arthur.
– Chega, Sophia. Isso já está chato. –
Reclamei.
– Eu não estou fazendo isso e nem nunca
faria. – Harry deixou claro.
– A tá, a tá... – Soph revirou os
olhos.
– Eu não quero que você fique falando
desse jeito perto da Anie. Ela não gosta que falem do pai dela, você sabe. – Lembrei.
– Você devia contar a verdade pra ela.
– Nem a Lua sabe a verdade. – Harry resmungou.
– Minha filha só tem três anos, Sophia.
Ela não vai entender nada. – Respondi. – E ela nem tem nada a ver com isso. –
Esclareci.
– Anie é esperta.
– Eu não vou falar, nem você e nem ninguém!
– Exclamei irritada.
– Vou chamar é um táxi. Não vou esperar
aqui até amanhã. Até parece que eles não vão se ver nunca mais.
– Nossa, você tá louca. – Harry disse e
se afastou indo para perto de onde Arthur e Anie ainda estavam.
– O que foi que eu disse? São só cinco
dias. Arthur viaja com frequência.
– Sophia, para. Você não é burra! Isso
é bem diferente das viagens do Arthur. – Respondi e ela me encarou entediada. Anie
abraçou o pai antes de começar andar até mim.
– O meu papai disse que é só um pouco
de dias.
– Sim, querida. São poucos dias. – Afirmei.
– E que depois eu vou com ele pla casa
da vovó Laura.
– Como assim? Você vai deixar, Luh? –
Sophia perguntou surpresa.
– E por que ela não deixaria? – Arthur questionou.
– Mas é o meu papai! – Anie exclamou.
– Por vários motivos. Você quer que eu
diga aqui na frente da sua filha? – Sophia provocou.
– Sophia eu já pedi pra você parar. –
Falei entredentes.
– E pelo que eu sei, nenhum é da tua
conta. – Arthur retrucou. – Isso é só entre eu e a Lua. Não vou discutir com
você, Sophia. – Ele deixou claro.
– Até porque comigo as suas desculpas não
irão colar. – Ela disse sarcástica.
– O assunto aqui agora, não é esse. Lua
deixou do mesmo jeito que eu deixei Anie ir com ela passar o natal na casa dos
avós.
– É óbvio. E por que você impediria?
– Não tenho motivos, do mesmo jeito que
ela não tem.
– Para vocês dois! – Exclamei.
– Manchester é mais longe que Bibury.
Anie não é acostumada.
– Não vamos morar lá, Sophia. E isso
continua não sendo da tua conta. – Arthur respondeu tentando manter a calma. – Não
vou perder meu tempo com você.
– Idiota.
– Intrometida. – Arthur retrucou.
– Meu papai não é idiota,
tia Sophia. – Sophia resmungou chateada e Arthur virou-se para mim.
– Que dia vocês voltam?
– Quer saber a hora também? – Sophia
continuou com as provocações. Mas Arthur ignorou.
– Segunda-feira, dia vinte e oito. –
Respondi também ignorando o comentário da minha irmã.
– Certo. – Arthur suspirou. – Na terça-feira
eu vou vê-la. Só vamos para Manchester na quarta-feira. – Ele me contou.
– Tudo bem. – Concordei. Eles estariam
fazendo shows até dia vinte e oito.
Arthur abaixou-se novamente para se
despedi da filha com um abraço demorado e vários beijos no rosto.
– Nos veremos na terça-feira. Tudo bem,
pequena?
– Tudo bem. Mas eu posso ligar, papai?
– Claro que pode. Eu também vou te
ligar. – Arthur sorriu e Anie voltou a se jogar nos braços dele.
– Tá bom. – Anie respondeu e Arthur se
levantou com a filha no colo. Sophia saiu andando na frente e Harry logo atrás
dele rindo. Doido para provoca-la.
– Eu estou usando o seu carro. –
Comuniquei assim que chegamos a calçada.
– Tudo bem, Lua. – Arthur respondeu sem
me olhar.
Eu sabia que ele estava muito chateado
por conta da nossa conversa de ontem de madrugada. Agora eu nem sabia como trazer
esse assunto à tona para poder dizer a verdade que, não houve outro homem. Arthur
estava mantendo o controle, nada diferente do que eu conhecia sobre a
personalidade dele. Arthur não é homem de gritar, de xingar, de jogar na cara. Ele
simplesmente ignora quem o decepciona.
Londres
| Quinta-feira, 24 de dezembro de 2015 – Onze horas da manhã.
– Aaaah, que saudades, meu amor. –
Minha mãe pegou Anie no colo. Ela veio dormindo na viagem e estava bem
chatinha. Em grande parte, eu sei exatamente o por que.
– Oi, vovó. – Anie disse bem baixo e depois
meu pai a pegou no colo.
– E você, querida? Como está? – Minha
mãe indagou ao me abraçar.
– Estou bem. – Respondi. Não estava a fim
de voltar a relembrar esse assunto.
– Como bem, minha filha?
– Bem, mãe. As pessoas não dizem que a
vida segue? – Perguntei. – A minha está seguindo. – Pontuei.
– Como ele pode fazer isso com você? Eu
ainda não consigo entender, Lua.
– Emma, falei pra você para não tocarmos
nesse assunto. – Meu pai a lembrou.
– Obrigada, pai. Eu não saí de Londres
para recontar essa história pela milésima vez. Já basta a Sophia lembrando
disso o tempo inteiro. – Contei.
– Mas não contou nenhuma vez para a
gente. Soubemos mais pelos sites. Aquelas fotos, eles foram tão baixos.
– Emma. – Meu pai disse.
– Lua não quer que falamos mal do Arthur.
Ela é uma boba. Ele fez o que fez com ela, e ela segue querendo defende-lo. –
Sophia comentou.
– Se eu o defendesse, não tínhamos nos
separados. Por favor, falem o que quiser dele bem longe de mim e da minha
filha. Se o clima for esse, eu volto pra casa. – Avisei.
– Não vamos falar mais nisso, Lua. – Meu
pai me tranquilizou. – Você não precisa ir embora, filha.
– Fale por você, John. Lua não pode
aceitar o que o Arthur fez com ela.
– Palem de falar do meu papai. Ele nem
tá aqui. – Anie disse chateada. – Quelo ir embola! – Ela acrescentou.
– Calma, querida. – Meu pai a abraçou. –
Não vamos mais falar do seu pai. Não é, Emma? Não é, Sophia?
– Eu não aceitei nada, mãe. E é por
isso que estamos nessa situação. Parem de falar essas coisas na frente da Anie.
– Pedi e peguei as malas para levar ao quarto. Anie me seguiu em silêncio. Espero
que o natal não seja tão ruim quanto eu estou imaginando.
23h50min
Meu celular tocou duas vezes enquanto
eu estava no banho. Anie já estava arrumada. Ela vestia um short vermelho com
um cinto preto, uma blusa branca rendada e um tênis vermelho. Sim, ela quis
ficar de tênis. Eu queria que ela se sentisse o mais à vontade possível. Estava
sendo complicado. Ela passou a tarde toda no quarto e pediu que eu ligasse para
o Arthur mais de cinco vezes. Porém o nosso combinado não havia sido esse.
Peguei o celular para ver quem estava
ligando, e era o Arthur. Faltam poucos minutos para o natal e eu não estou nada
empolgada. Tanto que é agora que eu vou começar a me arrumar. A mesa está linda
e as comidas devem estar deliciosas. Meus pais chamaram alguns amigos deles para
passarem o natal conosco. A casa está bem movimentada. Minha mãe ainda
questionou algumas coisas sobre os últimos acontecimentos entre eu e o Arthur,
mas acabei ignorando todos. Eu já tinha avisado que não iria passar esses dias
falando sobre esse assunto. mas ela e Sophia pareciam esquecer.
Micael ficava na dele o tempo inteiro,
enquanto eu estava quase perdendo a paciência com a minha irmã e a minha mãe. Ninguém
consegue calar a boca da Sophia e ela está sendo muito inconveniente. Ela não poupa
seus comentários na frente da Anie e isso está me incomodando bastante. Não sei
se ela pensa que dessa forma, Anie irá começar a sentir raiva do pai. Uma das
coisas que nenhum de nós dois gostaremos que aconteça – de nenhum dos lados. Nos
esforçamos para sermos bons pais. Nossos problemas como casal não podem acabar
atrapalhando a relação que temos coma a nossa filha.
O celular voltou a tocar e eu atendi.
LIGAÇÃO
ON
– Quero falar com a Anie, Lua. – Arthur
disse. Eu mal tive tempo de dizer ‘alô’.
– Vou levar o celular para ela. –
Respondi.
– Ok.
Se a relação antes estava ruim, depois
do que eu inventei então, está péssima. Caminhei até a sala e procurei por
Anie. Ela estava junto com o meu pai, mas bem alheia a tudo que estava
acontecendo – logo ela que é tão comunicativa.
– Seu pai quer falar com você, filha. –
Contei.
– O meu papai? – Ela abriu um largo
sorriso e eu assenti ao entregar o celular para ela.
Pov
Arthur
– Oi, meu amor. Já é quase natal, pequena.
– Lembrei. – Como você está?
– Bem... Só quelia que o senhor estivesse
aqui. – Anie suspirou. – Minha vovó e minha titia vivem falando mal de você...
mas eu não gosto e minha mamãe bliga com elas porque eu tô aqui.
– Eu adoraria estar com você, filha. –
Confessei. – Você não precisa ligar para o que falam de mim, certo? Porque eu não
ligo.
– Mas a minha mamãe não fala de mal de
você.
– Eu sei, filha. Eu também não falo mal
da sua mãe. Não tem porque fazermos isso. Você concorda?
– Eu concodo. – Ela afirmou e eu
sorrir. – Quando é que eu vou embola?
– Vocês chegaram hoje, ainda vão passar
mais uns dias aí.
– Muito?
– Só mais quatro dias. E depois a gente
se ver, tá?
– Tá. Eu já tô com saudades, papai.
– Eu também... muitas, muitas, muitas
saudades. – Contei.
– Já é natal?
– Quase. – Respondi entre risos. –
Quando for, você vai saber. Eu comprei um presente lindo pra você. Quando você
chegar, eu te entrego, tá?
– Tá, papai... eu não complei nenhum
plesente... eu não tenho dineilo ainda.
– Eu sei, filha. Não se preocupa com
isso, Anie. – Eu não pude segurar o riso. – Eu já te disse que não ligo para
presentes. Você é mais importante para mim. – Garanti.
– Eu amo você, papai.
– Eu também te amo... Feliz natal, meu
anjo.
– Feliz natal, papai! – Anie exclamou e
eu sabia que ela estava sorrindo.
– Feliz natal, filha. – Ouvi a voz de
Lua.
– Feliz natal, mamãe. A senhola quer dizer
feliz natal plo meu papai? Papai?
– Oi, filha. – Respondi soltando um
suspiro.
– O senhor quer dizer feliz natal pla
minha mamãe? Ela tá escutando!
– Feliz natal, Lua. – Falei. Dentro de
mim eu só queria que ela fosse feliz, agora eu não sei se com quem ou como, me
importava mais.
– Feliz natal, Arthur. – Ela disse. Eu sentia
que Lua tinha mudado. Ninguém precisaria me contar, eu jamais me enganaria. –
Tem um presente lindo pra você. – Ouvir ela dizer. Agora ela com certeza estava
falando com a nossa filha.
– Eu já vou ver, mamãe. – Anie disse
animada.
– Eu já vou desligar, neném. Depois a
gente se fala mais, tá? Você já jantou?
– Eu já! E teve soblemesa! Tava deliciosa,
huuuum...
– Huuuum... eu não duvido. – Comentei.
Emma é uma ótima cozinheira.
– Foi de chocolate e minha mamãe deixou
eu comer! – Ela me disse contente.
– Que bom. Você deve ter adorado.
– Eu adolei muito. Eu comi duas vezes!
– Nossaaaa... – Comentei rindo. – Eu te
amo muito...
– Amo muuuuuuuitão você também, papai.
– Um beijo, meu bebê.
– Um beijo, papai. – E assim encerramos
a ligação.
LIGAÇÃO
OF
Eu não sei que horas eu irei conseguir
dormir. É o pior natal de toda a minha vida. Eu não vou aguentar se todos os
outros forem assim.
Londres
| Quarta-feira, 30 de dezembro de 2015 – Oito e quarenta e cinco da manhã.
Cheguei em frente à casa em que eu morava
antes disso tudo acontecer e desliguei o carro. Ontem não deu para eu vim ver a
Anie. Cheguei muito tarde do show. Ela com certeza já estaria dormindo.
Hoje viajaríamos para Manchester. Eu já
tinha avisado a minha mãe e perguntado claro, se Isadora estaria por lá. Porque
se estivesse, eu jamais sairia de Londres para passar raiva em outro lugar. E ela
não estaria.
– Papai! – Anie exclamou assim que eu
abrir a porta. – Que saudades!
– Ai que saudades de você também, meu
bebê. – Lhe enchi de beijos. – Você está bem?
– Eu tô. Agola eu tô mais feliz. – Ela afirmou
e eu sorrir.
– Agora eu estou feliz. – Falei lhe
dando um beijo na ponta do nariz. – O seu presente está lá no carro.
– O que é, papai?
– Huuum... espero que você goste. Vamos
lá. – Convidei.
Saímos de casa e fomos até o carro. Eu comprei
duas luminárias de bailarinas para a Anie; uma de teto e um abajur. E estou
torcendo para que ela goste.
– Dois?
– Sim. Mas tem que tomar cuidado. Podem
quebrar.
– É de vidlo?
– Algumas partes. – Respondi. – Sua mãe
está em casa?
– Sim. Ela tá arrumando minha mala.
– Aah, sim... vamos entrar
para ver se você gosta.
– Tá. Eu quelo ablir logo.
Eu tô ansiosa, papai.
– Eu sei, eu te conheço.
Voltamos para dentro de casa
e eu coloquei as caixas sobre o sofá.
– Você quer ajuda? –
Perguntei.
– Quelo. – Anie respondeu.
Comecei a abrir a primeira caixa e retirei a primeira luminária; era a de teto.
– UAU! É de bailalina! – Anie abriu a boca surpresa. – Eu adolei! Obligada,
papai! E tem outa? É outa dessa?
– Não. Essa é diferente.
– Uau! É linda também. As
duas é pla mim?
– Sim. São pra você. Gostou?
– Adolei muito! – Anie me
abraçou. – Obligada, papai.
– De nada, minha filha. Que
bom que você gostou.
– O senhor sabia que eu ganhei
o castelo da seleia da minha mamãe? – Anie me perguntou e eu neguei. – É da Aliel
e é lindo. Vem ver, tá no meu quarto, papai.
– Vamos lá então...
*
Lua já tinha terminado de
arrumar as roupas da nossa filha na mala. Ela só precisava me entregar os documentos
da Anie e alguns medicamentos – nunca sabemos se vamos precisar.
– Você tem alguma
recomendação? – Indaguei.
– Não. Você sabe cuidar
da nossa filha, Arthur. – Ela respondeu séria. – Minha preocupação é outra.
– Não vou fugir com ela, Lua.
– Nem pensei nisso. – Ela
esclareceu.
– É o que então? –
Perguntei erguendo uma sobrancelha.
– Quero conversar com
você...
– Achei que já estivéssemos
fazendo isso.
– Sem ironias. – Lua acrescentou
também erguendo as sobrancelhas.
– Pode falar. – Pedi.
– E sobre o assunto da semana passada.
– Desculpa, Lua. Mas eu não quero ouvir
mais nada a respeito disso. O que você me disse, já foi mais que suficiente. –
Contei.
– É que não foi exatamente daquela
maneira.
– Deve ter sido pior. Que bom que você
lembra... quer dizer, não sei se foi bom pra você, mas pelo que eu ouvi da sua
boca naquela madrugada, foi ótimo. É o que agora? Ele está te ameaçando? – Perguntei
e Lua suspirou.
– É que não aconteceu nada, eu inventei
aquilo. Eu estava... ainda estou muito chateada. – Ela começou a dizer. Lua
estava nervosa e não parava de mexer as mãos.
– E por que eu devo acreditar nisso? O estado
que você chegou aqui não me faz pensar que você inventou essa história. Somos adultos,
Lua. Não acho que vamos caminhar para uma reconciliação, com uma mentira no
meio do processo. E as marcas? Foi você quem fez? Porque quando sou eu quem
digo que não fiz nada, você não acredita. E eu não cheguei com nenhuma marca. –
Deixei claro e Lua me encarou.
– A gente só não transou. – Ela confessou.
– Mas...
– Eu não preciso saber dos detalhes,
Lua.
– Você também beijou a Kate! – Ela
jogou na minha cara.
– Não beijei ninguém. – Assegurei.
– Aaah, não... – Lua revirou os olhos. –
Devem ter feito coisas piores.
– Isso é sério, Lua? Você faz merda e
quer jogar a culpa pra mim também? Por favor...
– Eu não beijei o Ryan...
– Ele que te beijou? E o que mais? Pelo
visto você lembra de tudo.
– Ele tentou e... eu vim embora. Vim embora
porque ele não me deixava em paz. Ele me pressionava e falava várias coisas. Você
estava certo quando disse que não seria diferente porque seria comigo.
– Você precisou comprovar, Lua? Pelo
amor de Deus! E se você estivesse mais bêbada?
– Eu não estava tão bêbada. – Ela se
defendeu. – Eu não faria isso, Arthur... você sabe.
– Como você pode ter certeza?
– Porque eu te conheço.
– Agora você me conhece?
– Para... tem as fotos... existem outras
provas, Arthur.
– Pois é... e de você, só a palavra. Por
que eu devo acreditar, Lua?
– Porque eu não teria coragem... – Ela
começou a chorar. – Você sabe que eu tenho medo e que tudo isso está sendo difícil
para mim.
– E por que você permitiu que ele
fizesse isso com você?
– Quando eu percebi, eu o empurrei...
eu pedia que ele parasse, mas ele não me ouvia. – Lua tentou enxugar as lágrimas;
em vão.
– Você acha que eu acredito nisso?
– Eu quero... que você acredite... Arthur.
– Ela respondeu entre lágrimas.
No fundo eu me sentia extremamente
aliviado de saber que aquele imbecil não havia feito nada com a minha mulher. A
culpa que Lua carregaria dessa noite, com certeza não a deixaria viver em paz. Eu
a conhecia muito bem para afirmar isso.
– E por que você acha que eu teria
coragem de fazer o que você não fez comigo? – Questionei e Lua negou freneticamente
ainda chorando. – Você acha que eu te amo menos?
– Não. Eu não queria acreditar...
mas... mas tem as fotos, Arthur. O que você quer que eu faça?
– Que acredite em mim, assim como eu
acredito em você.
– Você acredita? – Ela perguntou nervosa.
– Eu acredito, Lua. Só fiquei
desapontado... eu não quero que você faça besteiras das quais irá se arrepender.
Porque você não é assim... é isso que você precisa entender. – Joguei a pasta
de documentos da Anie sobre a cama e me aproximei dela. Lua se afastou. – Não vou
te machucar. Você não precisa fugir sempre que eu me aproximar.
– E se tudo isso fosse verdade? – Ela
me perguntou.
– De você ter transado com outro? –
Questionei e Lua assentiu. – Não poderíamos mudar nada. – Respondi. – Você já
teria feito a sua escolha. Acho que não conseguiríamos passar por cima disso. –
Confessei.
– Só por que teve outro homem? Você teve
outras mulheres.
– Nenhuma depois de você. Se fosse
antes de mim, outro homem na tua vida, jamais me incomodaria. E não eram mulheres,
eram garotas. Porque eu era um garoto também. Mulher só você. Você aceitaria se
fosse ao contrário?
– Claro que não. – Lua pontuou.
– Só por que teve outra mulher? – Repeti
sua pergunta. – Você está vendo? Não aceitaríamos isso, Lua. Porque não suportaríamos
e você sabe disso.
– Por que aconteceu com a gente?
– Porque eu ignorei o problema. Não foi
sua culpa. – Segurei seu rosto. – Não deixa mais que o Ryan tenha esse tipo de
atitude com você, Lua. Eu sei o quanto você odeia o que ele fez contigo, as marcas
que ele deixou. E é por isso que eu nunca as fiz... porque eu te conheço. Nenhum
outro homem te compreenderia, te conheceria tão bem como eu compreendo, como eu
conheço.
– Eu sei... por que você está dizendo
isso agora? – Ela ainda chorava e socou o meu peito com as mãos fechadas.
– Porque é difícil pra mim também. Nunca
imaginei que esse nosso ano terminaria dessa forma... e agora, agora eu quero
te beijar. Mesmo sabendo que você está magoada e que talvez, odeie isso.
– Eu não vou odiar. – Lua falou tão
baixo que se eu não estivesse tão próximo de seus lábios, eu teria que pedir para
ela repetir. Abri um breve sorriso antes de encostar os meus lábios nos dela. Nós
dois sabemos que esse beijo está bem longe de resolver os nossos problemas. Mas
nós estamos com saudades. Agora, com esse beijo eu posso assegurar que Lua
sente a minha falta tanto quanto eu sinto a dela. Cessei o beijo olhando em seus
olhos.
– Eu acredito em você e o que me
machuca ainda mais é saber que é você quem não acredita em mim. E se você estivesse
mentindo...
– Eu não estou.
– Eu saberia. Uma hora ou outra eu
saberia, Lua. Ryan vai fazer questão de me contar. Mas eu acredito em você. Vou
me surpreender? – Questionei.
– Só se acreditar nele. – Lua encolheu
os ombros.
– Foi o que eu pensei. Mas... – Suspirei.
– quando eu voltar de Manchester, revolvemos a minha a parte da história. Porque
eu garanto que não transei com ninguém também. Você também vai acreditar? –
Perguntei e Lua não disse nada. – Espero ter essa resposta quando eu voltar. – Avisei.
– Feliz ano novo, querida. – Sorrir antes de deixar o quarto.
Continua...
SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.
N/A: Boa tarde, leitores! 😊
Obrigada pelos
comentários do capítulo anterior – confesso que esperava bem mais </3.
Espero que gostem do deste capítulo. E que
COMENTEM! O retorno de vocês é
muito importante. Fiz um mega esforço para postar esse capítulo hoje. Vocês nem
fazem ideia. Estou cheia de trabalhos para essa semana na faculdade, mas como
eu havia prometido trazer um capítulo em breve, aqui ele está.
Abriram os links? Haha que amor aquele
figurino da Anie. Viram os posts dos pais no insta? <3 Muito amor.
Um beijo e
até a próxima atualização.
Não deixem de comentar sobre esse finalzinho
haha sei que surpreendi muita gente.
O novo ano reserva muitas surpresas para
esse casal e para vocês também, leitores.
Milly do céu, que bom que as coisas começaram a se resolver. Ansiosa para ver o que vai acontecer após o retorno do Arthur. Arrasou em mais um capítulo,como sempre. Ansiosa para ver o que vai acontecer nos próximos capítulos, tomara que o Arthur consiga provas que não aconteceu nada entre ele e a kate. Beijos, Ana Júlia.
ResponderExcluirSophia fica caladinha por favor🤫. Ai anie estava muito lindaa❤❤
ResponderExcluirMeu deus Milly que capítulo foi esse,simplesmente amei!!!A Anie é coisa mais linda de todas e fica mais linda ainda vestida de bailarina *___*.Sabe é tão difícil pra eles estarem separados e ainda mais da forma que foi,adoro que eles separam as coisas pra não fazer a filha deles sofrerem e odiei que a Sophia se meteu nisso,achando errado a decisão da Lua, ela não tem que se meter onde não é chamada, ela não tem ideia de como esta sendo difícil pra eles.
ResponderExcluirMilly que final foi esse, simplismemte chocada kk sério não esperava por isso!!!Adorei que eles conseguiram pelo menos conversar e amei que terminou em beijo *__* pelo menos deu uma amenizada na situação e a lua esclareceu a história com o Ryan,agora só falta ela acreditar no Arthur assim como ele acreditou nela!!!
Caroline
Ameeeeeeeeeeeiiiiiii demais, que raiva que eu estou da Soph, sei que ela quer defender a irmã dela mas só está atrapalhando. Acho muito bacana quando eles priorizam a relação deles de pais com a Anie. Esse Ryan tá insuportável. Tomara que a Lua abra os olhos e confia mais no Arthur, que ele prove logo que a Kate é uma vaca mentirosa. Super amei esse capítulo, vc arrasou como sempre Milly.
ResponderExcluirEstou super curiosa para ver como a história vai se desenrolar. Anciosa para ver o retorno de Arthur e Anie.
ResponderExcluirAmei o cap principalmente o beijo! Ñ aguento mais eles separados!
ResponderExcluirMilly, vc deixa essa história cada dia mais incrível, parabéns! Anie estava uma fofura como sempre, Sophia estava irritante e ainda bem que Lua resolveu a questão de Rian.
ResponderExcluirObrigada Milly pelo esforço. Tenha uma boa volta às aulas e a gente vai ter que ser forte para esperar por uma nova att. Sophia tbm não colabora, quero ver ela pedir desculpas quando o Arthur provar que não transou com a kate. Tadinha da Anie morrendo de medo do Arthur não aparecer na apresentação. Anie a todo instante pedindo ao Arthur para passar o Natal com elas, fiquei até com os olhos cheios de lágrimas. Que final foi esse Brasil, até que enfim um beijo do nosso casal 😍 ainda bem que a lua esclareceu a história do Ryan. Tomara que ela pense na atitude do Arthur, ele deu um voto de confiança a ela, pq como ele diz a conhece muito bem, lua deveria fazer o mesmo com o arthur. Lua deveria analisar melhor as fotos, pq o Arthur deve estar meio desmaiado e a Kate que está por cima dele.
ResponderExcluirO Arthur deve ter ficado nega alíviado de saber que não ouvi nada entre a lua e o Ryan, Aff a Sofhia não tem um pingo de consideração pela a afilhada ficar falando mal do Arthur na frente da pequena Annie, Esse concerteza foi o pior natal da vida deles, Que o ano novo Seja muito melhor e a Lua acredite no Arthur.
ResponderExcluirMilly mais um capítulo maravilhoso e obrigada pelo o seu esforço, continue assim...Amei o capítulo,atualiza logo,por favor, Beijos.
Ah que felicidade de ver mais uma atualização, e como sempre você lily arrasando...Lua e Arthur faça as pazes logo pra alegria da annie.Espero ver outro capítulo logo logo, Obrigada pelo esforço
ResponderExcluirBy ju
Eu amei esse capítulo <3
ResponderExcluirAnie é um amor e só quer os pais juntos logo, como eu.
E estou muita raiva da sophia.
Eu amo a relação do Arthur e da Lua com a Anie,são ótimos pais!
Por favor faz esse casal se reconciliar logo <3
Ale
Milly, estou anciosa para os próximos capítulos, quero logo que Arthur e Lua se reconciliem. Mas, ao mesmo tempo gosto como eles tem se desenvolvido separados, só fico com pena da Anie no meio de tudo isso. Posta logo.
ResponderExcluirMais um capítulo maravilhoso. Sophia me deu uma raiva,tudo bem que ela quer defender a irmã, mas não precisa ser na frente da Anie e julgando o Arthur dessa maneira, enquanto a Lua não quer tocar no assunto. Ainda bem que a Lua falou a verdade, deu pra ver o quanto ela ainda ama o Arthur ao se importar com o que ele pensa,sobre ela ter outro, só falta acreditar nele. Que lindo que eles se beijarem. A parte triste é passar o Natal separados, mas que o Ano novo passem juntos. Anie perfeita na sua apresentação de balé, que ela ainda seja muito feliz
ResponderExcluirEstou na espectativa de novidades para Lua e Arthur, nesse ano que para eles vai se iniciar. Anie como sempre linda e esperta
ResponderExcluirEu acompanho essa história desde o comecinho, e sempre fico lendo tudo de novo!
ResponderExcluirAnie é um amor de criança e não falem mal do papai dela ein!
A roupinha da apresentação dela, muito linda!
Estou ansiosa pela viagem do Arthur com Anie, espero que se divirtam muito.
E também estou ansiosa pela volta do Arthur, pra ele e lua se acertarem logo. E espero que lua corra um pouco atrás do Arthur, porque ele acreditou na história dela com o Ryan, e não acreditou em nada do que Arthur disse sobre a armação.
Os capítulos estão cada vez mais incríveis, você arrasa sempre! <3
Muito bom!
ResponderExcluirDeixou o gostinho de quero mais kkk
Ansiando o próximo
Eu venho aqui todos os dias pra ver se tem capítulo novo, fico ansiosa demais esperando..
ResponderExcluirE estou lendo a história tudo de novo, eu amo! Posta o próximo cap. logo, por favorrrr <3
Aaaaa espero q eles se resolvam logo.Esse beijo,aaaai meu coração é 😍 😭
ResponderExcluirestou vivendo apenas pelo próximo capítulo, eu to muito ansiosaaaa
ResponderExcluirNão vejo hora de saber o desenrolar dessa linda estória, ansiosa pelos proximos capítulos. Quero ver eles sendo muito felizes
ResponderExcluirPosta logo
ResponderExcluirBoa tarde. Como deixei bem explicado no capítulo anterior, agora eu não tenho um momento certo para postar. Gostaria muuuito de agilizar as atualizações, mas para mim HOJE/AGORA é totalmente impossível. Tenho MUITOS trabalhos para entregar na faculdade. Não posso me dar ao luxo de parar com eles para escrever um cap. de L.A. Super espero que você compreenda. (a hora que eu conseguir um tempo, pode ter certeza que eu vou postar um cap.)
ExcluirUm Beijo.
Posta maiiis
ResponderExcluirPosta maaais
ResponderExcluir#postamais....:'(
ResponderExcluirCADÊ A ATUALIZAÇÃO ��
ResponderExcluirCadê a atualização❓❓
ResponderExcluir