Little Anie - Cap. 79 | 1ª Parte

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Little Anie | 1ª Parte

Pov Lua

Segunda-feira | 19 de Outubro de 2015 – Onze e cinco da manhã.

Quando saímos da aula de ballet da Anie; por volta das nove e vinte, eu segui com ela para a clínica onde eu irei marcar a consulta dela com a pediatra. Que ficou para o dia vinte e oito, ou seja, semana que vem.

Fiquei indecisa se perguntava ou não sobre a consulta para mim. E acabei desistindo depois de um longo suspiro e a lembrança do meu estresse hoje pela manhã com Arthur. Fui eu que acordei falando alto. Fui eu que acordei estressada. Talvez fosse a famosa TPM. Mas decidi ver ou marcar alguma consulta só quando eu estiver de bem com ele novamente. Será melhor assim.

Chegamos em casa era um pouco mais de onze horas.

– Mamãe? Eu quelo comer. Eu tô com fome. Pode comer doce? – A pequena me perguntou assim que abri a porta de casa.
– Não, filha. Doce à essa hora não pode. Já é quase a hora do almoço. Então, a senhorita vai tomar um banhinho e depois nós vamos almoçar com o papai, está bem? – Lhe expliquei.
– Cadê o meu papai então? – Anie me perguntou indo para a cozinha. E eu me fiz a mesma pergunta internamente. Bom, de carro ele não tinha saído, já que eu estava com um, e o outro está na garagem, eu o vi quando cheguei.
– Boa pergunta... – Falei, mesmo sabendo que Anie não tinha escutado.
– Caroool! – Anie disse um pouco alto e pulou no colo da babá.
– Banha ela, Carol. Que essa mocinha disse que vai comer saladinha hoje. – Brinquei.
– E foi mesmo, Anie? – Carla entrou na brincadeira.
– Eu não. Eu não disse isso, mamãe. Eca! Eu quelo comer doce, mamãe. Não quelo salada. – Ela negou freneticamente com a cabeça.
– Vamos fazer assim então, eu coloco a salada no seu prato, junto com o bife à milanesa que eu estou acabando de preparar e sei que a senhorita adora – Carla cutucou a barriga de Anie que riu alto, se encolhendo no colo de Carol – com arroz, farofa e maionese...
– HUM! Eu quelo, Carla!
– E a salada junto?
– Tem que ter salada?
– Claro.
– Mamãe?
– Só se tiver salada junto. Eu vou comer também, filha.
– Agora vem a melhor parte.
– Qual, Carla? Sem salada?
– Não. – Nós rimos.
– E qual então?
– A parte que se você comer tudinho, você vai ganhar sobremesa... que é... tcharan... Bolo pudim de chocolate! E tá uma delícia.
– Aah, eu quelo! Quelo bolo!
– Só se almoçar direitinho.
– Tá... tá bom, então. – Ela fez um bico tão fofo que eu acabei apertando-a, ainda no colo da Carol.
– Aaaaii tão linda, amor da minha vida. – Lhe dei mais um beijo e um cheiro, antes de Carol leva-la para tomar banho. – Cadê o Arthur? Ele saiu? – Perguntei, me virando para olhar para a Carla.
– Não. Ele está no escritório e pediu para não ser incomodado. – Ela me respondeu e eu concordei.
– Seei... Bom, vou tomar um banho, antes do almoço.
– Já, já vai estar pronto.
– Tá, obrigada. – Agradeci e saí da cozinha.

Passei pelo escritório e a porta estava fechada. Quase a abri, mas recuei indo tomar um banho antes de irritar ainda mais Arthur hoje.

Tomei um banho rápido, e depois que vesti a calcinha, vesti um short de algodão cinza, um sutiã e uma blusa preta.


Peguei o secador e liguei, para secar os cabelos, já que eu os tinha lavado. Depois que terminei de seca-los, eu saí do quarto e encontrei Anie. Ela vestia uma blusa manga comprida de cor cinza, com botões, que tinha um desenho de um arco-íris e de uma nuvem na frente. A calça era de moletom, também na cor cinza. Ela não calçava sandálias, calçava meias azuis de princesa. Estava uma gracinha. E eu fiquei com vontade de apertá-la.


– Oi, meu amorzinho. Você está uma gracinha, filha. – Falei assim que ela parou na minha frente.
– É?
– Sim. E quem escolheu essa roupa? – Indaguei. Mesmo sabendo que foi ela quem escolheu.
– Fui eu, mamãe. Eu que escolhi. – Respondeu, olhando para a blusa. E puxando uma das mangas.
– Está com frio, meu amor?
– É... Só um pouquinho de flio. Me carrega! – Ele me pediu, erguendo os bracinhos. Sorri, e acabei carregando-a.
– A senhorita não acha que já está muito grandinha pra querer só que eu te carregue?
– Não, mamãe. Eu num acho.
Num acha, é? – Acabei lhe fazendo cócegas. E Anie empurrou minha mão enquanto ria.
– Ai, mamãe! É... É... – Ela continuou rindo. Agora me abraçando pelo pescoço. Acabei lhe dando um cheiro, fazendo-a se encolher em meu colo.
– Que menina cheia de cosquinha, mamãe...  – Brinquei.
– Para, mamãe! Tenho cosquinha... – Disse se remexendo em meu colo.
– Tá bom, tá bom... Vamos almoçar então?
– Vamos. Cadê meu papai?
– Ele está no escritório. – Respondi, enquanto descia a escada com Anie em meu colo. – Vou chamar ele. – Falei, colocando-a no chão quando chegamos na sala. – Vai indo pra cozinha, que nós já estamos indo atrás de você, tá meu amor?
– Táá... Mas não demolem muito, mamãe...
– Não vamos demorar, filha.
– Tá.  – Ela me jogou um beijo no ar. Retribui o beijo, fazendo-a rir.

Andei até o escritório e segurei na maçaneta. Não sabia se a porta estava trancada na chave. Então, eu demorei um pouquinho até decidir girar a maçaneta. E constatar que estava destrancada. Abri e empurrei um pouco a porta, colocando parcialmente metade do meu corpo para dentro do escritório.

– Posso entrar? – Perguntei baixo, porém que desse para Arthur ouvir.
– Já fez isso, né? – Ele retrucou e me olhou rapidamente; meio debochado, meio sério.
– Não, seu grosso. Mas eu vou entrar agora. – Falei e nem me dei o trabalho de pensar no barulho que a porta faria quando eu a empurrei.
– Grosso. A mais gentil falando.
– Eu sou grossa mesmo. Mas você não é. Então para de me tratar assim. Vamos almoçar, que a nossa filha estar nos esperando.
– Você fica prometendo as coisas que nem sabe se vai cumprir... – Ele falou, ainda sem me olhar.
– Tanto sei, que prometi. Vamos logo. Ou vai ficar sem almoçar? Ainda está chateado?
– Você me mordeu! – Arthur reclamou.
– Foi uma mordidinha de amor. – Me defendi.
– De amor? – Ele riu.
– Sim. Você nunca reclamou.
– Hum... Pode ir parando. – Pediu ele, fazendo um gesto com uma das mãos.

Me joguei em cima dele, colocando os braços ao redor de seu pescoço.

– Você gosta quando eu mordo... – Provoquei, mordiscando a lateral de seu pescoço e Arthur soltou um risinho pelo nariz.
– Se você me morder, eu vou te morder também. – Avisou, me puxando para sentar de frente pra ele, em seu colo.
– Não vai não...
– Vou sim... E com muita força. – Enfatizou. E eu mordi os lábios.
– Você não tá mais com raiva de mim? – Perguntei.
– Nunca senti raiva de você, Luh. Mas caramba, você é muito chata, mulher.
– Mas você me ama mesmo assim. – Falei, e virei o rosto, mesmo que Arthur não estivesse olhando diretamente para o meu rosto.
– Pois é, amo... Ei, você não acha que tá faltando pano nesse pedaço de short, não? – Perguntou, dando dois tapas em minha coxa.
– Nããão... E você podia parar de implicar com as minhas roupas.
– Se eu parar, você para de implicar comigo?
– Não.
– Então, não também... Ora. – Disse ele, divertido.
– Vamos logo almoçar, sua filha disse: 'não demolem'. – Rir com o final da frase e Arthur me seguiu.
– Essa danadinha... – Ele comentou rindo. – Vamos, antes que ela venha atrás da gente. Mas essa conversa ainda não terminou, dona Lua... Só pra você ficar sabendo. – Finalizou, me tirando de seu colo e levantando-se da cadeira.
– Uhm, tá. – Murmurei, revirando os olhos sem que ele percebesse. Senti seu braço por trás do meu pescoço e acabei entrelaçando nossos dedos. – Odeio discutir com você.
– Ainda bem que dessa vez foi você quem começou. – Ele ressaltou.
– Você me deu motivos. Mas mudando de assunto...
– Acho bom mesmo. – Arthur concordou.
– Eu marquei a consulta da Anie para semana que vem.
– Que dia?
– Dia vinte e oito, quarta-feira. Só tinha pra esse dia. Tirando isso, só em novembro e eu volto ao trabalho dia primeiro.
– Entendi, linda. – Ele me puxou para mais perto quando saímos do escritório.
– Por que demolalam tanto? Eu tô com fome, mamãe.
– Já estávamos indo, filha.
– Culpa da sua mãe, minha linda. – Arthur riu, pegando a filha no colo. – Que cheirinho... – Disse ele, cheirando-a no pescoço. – Está com frio, filha?
– Só um pouco de flio, papai.
– Uhm... E por que a senhorita não calça uma sandalinha ao invés dessa meia? Você pode escorregar, cair e se machucar. Só anda correndo... – Finalizou, enchendo-a de beijo na bochecha.
– Não iscurrega, papai... ela é de bolinha debaixo que não deixa cair, né mãe? – Anie lhe explicou e apontou para a sola da meia.
– Bolinha debaixo?
– Sim, amor. É meia antiderrapante, querido. – Esclareci e Arthur assentiu.
– Ah tá... – Ele sorriu, dando um beijo na testa da filha. – Vamos almoçar agora, porque eu também estou com muita fome. – Arthur disse, colocando Anie sentada em uma das cadeiras à mesa.
– Tem que comer salada igual que nem eu... minha mamãe que mandou.
– Sua mãe tá muito mandona pelo que eu estou vendo. – Arthur reclamou.
– Alguém tem que mandar, né, meu amor? – Falei dando de ombros.
– Hahaha, muito engraçada você. Nossa! – Ironizou ele.
– Meu bem, você tem que aceitar que eu sempre estou certa no que eu digo.
– Quem te contou uma piada dessas, meu bem? – Arthur sorriu, terminando de colocar salada em seu prato. – Odeio salada também. – Ele murmurou baixo. Mas eu fingi não ter escutado.
– Sou mulher e em nossa grande maioria, nós sempre temos razão.
– Tá bom, tá bom... se você diz... – Ele pegou um pedaço do bife à milanesa. – Fala alguma coisa, filha. – Ele riu, porque Anie estava muito concentrada em seu prato.
– Não quelia salada... – Ela reclamou outra vez.
– Anie, por que sempre tão reclamona quando o assunto é salada? Não é a primeira vez que você come, filha. – Falei, dando a primeira garfada na comida.
– Mas eu não gosto! – A pequena exclamou.
– Mas é para o seu bem, filha. – Arthur lhe explicou. – Pra crescer forte e saudável.
– É, eu sei. A mamãe fala isso.
– Então...

Voltamos a almoçar e Anie e Arthur fizeram a festa quando chegou a hora da sobremesa, nunca conheci outras pessoas que amam doces tanto quanto esses dois amam. Se desse confiança, eles acabavam aquele bolo pudim de chocolate todo só eles.

– Vamos blicar de maquiagem?
– Convida a sua mãe, meu anjinho. Ela que adora essas coisas. – Arthur sorriu de lado, tentando convencer a filha.
– Mas eu quelo que vocês dois blinquem comigo. Quelo maquiar a minha mamãe e você, papai.
– EU? – Arthur falou tão alto, que eu acabei deixando o controle cair no chão. Ele só me olhou e depois voltou a encarar Anie, que virou as costas para ele e saiu da sala, provavelmente indo buscar as maquiagens.
– Eu me assustei. – Comentei. – Que droga!
– Vai brincar com ela disso, Lua. Ai, por favor! – Ele implorou, me olhando tão pidão, que se eu não fosse tão eu, teria aceitado na hora. Mas neguei rindo.
– Ela quer que você brinque também, deixa de ser machista, meu Deus!
– Não sou machista! Ela vai me sujar todo. – Explicou.
– Tem água pra tomar banho, mas se quiser demaquilante, eu te empresto. – Rir, mas ele ficou me olhando sério.
– Eu não estou rindo. – Resmungou.
– Ai que chato. Você vive reclamando de mim, e hoje é você quem está insuportável. – Reclamei.
– Eu não vivo reclamando de você. – Falou.
– A tá... – Respondi e olhei para a escada, onde Anie vinha descendo devagar, segurando a maleta dela de maquiagem, que eu tinha comprado meses atrás, para evitar que ela acabasse as minhas. – Desce com cuidado, amor.
– Tá, mamãe... Eu tô descendo. – Ela me respondeu de um jeito muito fofo.

Quando ela chegou ao sofá; onde eu estava sentada, colocou a maleta sobre ele e a abriu com cuidado, tirando o estojo de maquiagem de lá. Eu tinha lhe dado dois estojos, um com brilho e outro sem brilho. Fora os batons, blush e uma base – que eu nem faço ideia onde ela esteja acabando. Só espero que não seja em uma das paredes aqui de casa – que eu também tinha comprado.

– Plonto! – Ela começou e abriu o estojo de maquiagem com brilho. – Qual a cor que a senhola quer?
– Uhm... A cor que você escolher. – Sorri. – Hoje é você quem está maquiando. – Lhe dei uma piscadinha. E Anie sorriu, tentando me imitar. Ela sempre faz isso, mas ainda não consegue fazer igual.
– Vou escolher esse e esse! – Ela apontou para uma sombra marrom e depois, para uma lilás.
– Uhm... Você não acha que vai combinar mais se essa aqui – apontei para a de cor marrom – for dessa sem brilho? – Apontei para o outro estojo de maquiagem.
– É, mamãe. Vou usar desse então. Pra ficar mais bonito. – Ela deixou o estojo de sombra com brilho de lado e Arthur; que estava no outro sofá, soltou um riso abafado que Anie acabou não percebendo.
– Sim, com esse ficará mais bonito, amor. – Afirmei. – Depois é a vez do seu pai. – Provoquei e Arthur virou o rosto rapidamente para me encarar.
– Nem inventa, Lua. Nem inventa. – Disse, todo sério. Mas eu acabei ignorando-o.
– Ele não gosta de blicar comigo!
– Isso não é verdade, filha. Eu sempre brinco, só hoje que eu não estou afim.
– Porque é de maquiar... – Ela retrucou de um jeito hilário e Arthur revirou os olhos. Ele só não tinha achado graça nenhuma, porque tinha sido com ele. Se fosse com outro, ele já estava irritando.
– Seu pai quer dar uma de machista. – Me intrometi na conversa. E Arthur voltou a me encarar.
– Lá vem você com essa história de novo. Você sabe que não é nada disso, Lua.
– Então deixa de chatice, ora.
– É feio não queler blicar com clianças. – Anie falou baixo. E nós a encaramos. – Fecha o olho, mamãe.
– Aposto que foi a sua mãe quem disse isso.
– Não foi minha mamãe.
– Ei! Eu não disse nada. Não tenho culpa se nossa filha não puxou a sua esperteza!
– Haha... Nossa, que engraçadinha você. Acho que vou morrer de rir. – Ele disse, revirando os olhos.
– Você se ofendeu, é porque no fundo eu estou certa.
– Aah, Lua, cala a boca. – Disse, não de um jeito grosso, mas de um jeito de quem não queria mais continuar com essa discussãozinha.
– Não pode mandar calar a boca! É mal de educação. – A pequena disse, nos fazendo cair na risada.
– É falta de educação, que se diz, meu anjo. – Arthur a corrigiu, em meio a gargalhada. Eu não consegui dizer nada, só rir.
– É... Foi isso que eu quis dizer. – Ela concordou e riu também.
– E eu posso mandar sim, sua mãe fala demais. – Ele completou e eu lhe mostrei língua.
– Seu pai que é chato e a gente não precisa dele na nossa brincadeira de menina! – Falei e Arthur me deu um sorrisinho de deboche.
– Me dá o controle, deixa de falar bobagem. – Pediu.
– Eu podia jogar em você. – Ameacei.
– Você que sabe, depois a gente pode se acertar... e eu também posso não ser nada gentil com você. – Me provocou. – E não vai ser te jogando as coisas. Vai ser de um outro jeito. – Ele piscou um olho para mim, e eu virei o rosto para ele não ver que eu sorria. Mas não adiantou nada. – Vai rindo... sei que gosta mesmo. – Completou.
– Fecha o olho, mamãe. – Anie pediu outra vez.
– Mas tá fechado, filha.
– Fica piscando. – A pequena reclamou.
– Quando você vai passar o batom pra sua mãe ficar de boca fechada? – Arthur perguntou divertido e eu acabei lhe mostrando o dedo do meio. – É falta de educação fazer esse gesto perto de crianças.
– Não fiz pra ela, fiz pra você! – Falei.
– Plonto! Agola eu vou passar o batom. Roxo, pra combinar com a maquiagem do olho.
– Roxo? – Arthur quase gritou, de tanto que exagerou.
– É, pra combinar.
– Não tem outra cor, amor? – Perguntei abrindo os olhos e mexendo na maleta dela.
– É que esse que combina.
– Você vai ficar linda, meu amor. – Ele provocou. – Vou querer muitas fotos suas.
– Não se preocupa, vou bater mil só porque você quer. – Resmunguei e tanto Anie quanto Arthur, riram.
– Ainda não passou esse batom nela, Anie?
– Para, Arthur! Que chato! Você não ia ver esse jogo chato de beisebol que você nem entende?
– Você que não gosta e fica criticando. Eu tô assistindo, só que eu não faço isso com a boca, se você não sabe. – Ele ergueu uma das sobrancelhas.
– Nossa! – Abri a boca. – Que descoberta! – Exclamei, fingindo surpresa.
– Você tá muito engraçadinha hoje... – Ele comentou. – Vou ter que pensar em um jeito de como resolver isso mais tarde.
– Não vai ter mais tarde. – Avisei.
– Ora, se não vai ter, Lua. Vai ter e muito querida, pra você lembrar quem é que manda. – Ele tentou falar sério, mas acabou caindo na risada quando eu o encarei.
– Depois a engraçadinha sou eu. – Falei e ele me jogou um beijo. – Ai. – Reclamei e Anie me olhou.
– A senhola não fica quieta, mamãe. – Justificou ela.
– A tá, ok. Vou ficar quieta agora.
– Tá bom! – Ela respondeu.
– Duvido. – Retrucou, Arthur. Só para implicar comigo mesmo. Peguei uma das almofadas e acabei jogando na direção dele, sem que ele percebesse.
– AI BORROU TUDO, MAMÃE! – Anie gritou levemente irritada.
– Culpa do seu pai. – Me defendi, pegando o espelho. Minha bochecha estava suja de batom roxo. – Você está de castigo.
– Eu não fiz nada. – Anie disse confusa.
– Não, amor. Não é você. É o seu pai. – Eu disse e olhei para Arthur que me encarou tipo: “É o que?”
– Ah, Lua, para! – Ele riu. – Eu pedir o jogo todo com essa tua frescura.
– É você quem está me irritando!
– Meu papai tá de castigo? – Anie riu. – Ele não vai comer bolo de chocolate de soblemesa? – Indagou com toda sua inocência.
– Não. Ele não vai filha. – Eu decidi concordar com ela.
– É outra coisa que a tua mãe acha que eu não vou comer, querida. – Ele me provocou outra vez.
– Por que você não vai pegar os lencinhos pra mamãe tirar a maquiagem?
– Onde que tá?
– Tá naquela parte embaixo da pia que a mamãe usa, você sabe qual é, né?
– Eu sei, mamãe. – Anie levantou do sofá.
– A embalagem é azul e branca, filha.
– Tá, mamãe.
– Não corra!
– Não vou correr!
– Para de falar essas coisas perto dela, Arthur.
– Não falei nada, Lua. Ela nem sabe o que eu quis dizer.
– Anie adora fazer perguntas. – Pontuei.
– Eu sei, isso ela puxou pra você. – Ele comentou. – Curiosa e mandona!
– Esperta também.
– Dramática.
– Inteligente. – Falei.
– Ousada.
– Carinhosa. – Sorri ao falar e Arthur riu alto.
– Haha... Atrevida! – Ele se levantou do sofá.
– Decidida. – Falei.
– Autoritária. – Ele falou. – E eu ainda estou falando da pequena. – Ressaltou.
– Linda.
– Sim, ela e você. – Ele concordou, e sentou-se ao meu lado. – Você está engraçada. – Pincelou meu nariz e eu fechei os olhos. – Você podia deixar ela te maquiar assim, quando fosse sair. – Arthur riu.
– Por que você não deixa ela fazer isso contigo?
– Não uso essas coisas. Você que gosta. – Ele cheirou meu pescoço. – A gente podia sair. Aproveitar seus últimos dias de férias.
– Aonde você quer ir? – Lhe perguntei.
– Não sei, amor. – Ele voltou a cheirar meu pescoço.
– ANIE? VOCÊ ENCONTROU, FILHA?
– Ela tá demorando.
– Eu encontei... – Ouvimos ela dizer, já descendo os degraus. – É esse?
– É, amor. É esse mesmo. – Sorri e esperei ela chegar perto de mim.
– Você quer ir dar uma volta, anjinho? – Arthur perguntou para a nossa filha, e ela concordou, balançando a cabeça.
– Aonde?
– Eu ainda não sei. – Arthur abriu os braços e a pequena se jogou no colo dele. – Mas a gente decide isso depois, meu amor. Você está tão lindinha com essa roupa.
– É de arco-íris, papai. – Anie se afastou e mostrou o desenho em sua blusa, para o pai.
– Aham... eu notei. É um arco-íris muito fofo, amor.
– Eu posso escolher minha roupa de ir passear? – Anie perguntou, ainda abraçando Arthur pela cintura, mas virou o rosto para me olhar.
– Mas agora é só você, mocinha, quem está escolhendo as suas roupas, filha.
– É mesmo. – Ela riu, nos fazendo rir também.
– Vamos, vou ajudar você a trocar de roupa.
– E o sapato também. Não pode ir com essa meia, não é? Nem com outa.
– Não. Não pode ir só de meia, filha.
– Vou queler ir de tênis. Meu tênis azul de florzinha, que tem rosa também. Mas ele é bonito.
– Tá. Pode ser seu tênis de florzinha.

Anie subiu a escada falando, falando e falando. E eu subi atrás com Arthur, que ria baixinho de toda a faladeira da nossa filha.

– Que horas é isso?
– Quase quatro horas, Luh.
– A gente pode ir tomar sorvete? – Perguntei e Arthur sorriu.
– Pode sim, queria.
– Eu vou pegar o meu tênis, mamãe.
– Tá, eu vou te ajudar.
– Vou trocar de roupa também. – Arthur me avisou e seguiu para o nosso quarto.
Anie abriu a parte do guarda-roupa dela onde ficavam os sapatos e começou a procurar o que ela ia levar.

– É esse, pega pra mim que eu não chego, mamãe.
– Pronto – Falei, lhe entregando o sapato. – A roupa agora.
– Quelo ir com minha blusa de manga comprida de gatinho.
– De gatinho?
– É... de gatinho que tem bolso e lacinho.
– Essa? – Perguntei, pegando uma blusa manga comprida de listra, que tinha as características que Anie estava descrevendo.
– É. Essa daí que eu quelo vestir. Com meu short, esse aqui... combina, mamãe?
– Combina, amor. Combina com o seu tênis.
– Então eu quelo vestir ele.
– Ok.

Sorri e Anie se aproximou de mim. Tirei a roupa que ela vestia, para lhe vestir a roupa de sair. Depois lhe ajudei a calçar o tênis. Fiz um coque em seu cabelo e chequei se não ia desmanchar. Mas estava bem firme. Lhe passei perfume e ela seguiu comigo para o quarto.


– Olha a minha roupa, papai. – Já chegou, chamando a atenção de Arthur e eu segui para o closet.
– Nossa, que linda a minha princesa. – O ouvi elogia-la.
– Obrigada, papai.

Tirei minha roupa e troquei de lingerie também. Vesti um sutiã sem alça, e uma calcinha short; ambos de cor preta. Depois vesti uma blusa de alcinha, com detalhe de renda no busto, e de estampa de flores. E uma saia preta, com um bordado nas laterais. Calcei uma sandalinha preta, com detalhes dourados e algumas pedrinhas na parte de cima.


Passei uma base no rosto, rímel, lápis de olho e batom. Me passei perfume e peguei uma bolsa pequena de lado, preta, com detalhes dourados no centro. Só para levar o celular, a toalhinha de Anie e um batom.

– Mamãe!
– Já estou indo, filha.
– Papai?
– Oi?
– O que é que você tá fazendo?
– Nada, filha. Só estou olhando aqui mesmo... – Voltei para o quarto e Arthur olhou para a filha e guardou o celular.
– Vamos tomar sorvete. Sua mãe quer tomar sorvete.
– De taça com aqueles negocinhos de cor?
– Negocinhos de cor?
– Acho que ela quer dizer: granulado.
– Aah, sim... Tá bom, de taça. Você está muito exigente, pequena.
– É que eu gosto.
– É muito neném pra ser tão exigente assim.
– Mas eu gosto de sorvete!

Arthur vestia uma bermuda alaranjada, e um sapatênis da mesma cor, e uma blusa azul; dois tons de azul um mais escuro e o outro mais claro.


Estava lindo!

– Vamos?
– Vamos, querida.
– Eu vou na fente! – Anie saiu correndo.
– Eu ia pedir pra ela não correr. – Arthur comentou, e passou um dos braços por trás do meu pescoço. – Você está linda.
– Obrigada. Você também está, eu nem ia comentar nada. – Sorri discreta. E Arthur me deu um selinho quando eu fiz um bico.
– Por que já?
– Você é muito convencido. – Respondi.
– Hahaha...

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: MEU DEUS! QUANTO TEMPO! EU TAVA MORRENDO DE SAUDADES!

Oi? Alguém aí? Como vocês estão?

Bom, resolvi postar agora um cap. normal de Little Anie – sem ser do especial. Que eu ainda vou finalizar. Não me matem haha

O que acharam do capítulo? Valeu a pena os mil anos de espera? (Quase 4 meses sem Little Anie (cap. normal)) Eu estava com muitas saudades da Anie e desse casal que é só amor <3

Hahaha Arthur é uma figura, adora ficar implicando com a Lua e com a filha. Quem aí achou que Arthur ia ser maquiado nesse cap.? Haha quem sabe isso acontece no próximo ;-)

O que acharam dos looks? Vocês abriram os links? Eu estava com saudades até disso.

Anie toda fofa e falante à bessa. Quem pode com isso? <3 Amo demais! Ninguém segura essa pequena.

PS¹: Quero agradecer a paciência de todos vocês (que ainda estão aqui) diante da minha demora com o andamento da fanfic. E toda a compreensão de vocês. Não vou dizer aqui quando vou voltar novamente, porque não posso dar essa certeza. O que posso dizer, é que vou voltar a postar, sim. Quando eu tiver um tempo, eu vou voltar, e se eu tiver só um pouquinho de tempo, vou escrevendo de pouquinho em pouquinho até dá para postar aqui pra vocês, combinado? Minhas aulas na universidade começam segunda-feira, dia 04.

Sei que tive um tempão de férias, mas eu não estava com vontade, inspiração para escrever e é preciso isso. E quando isso acontece, é melhor não insistir. Porque me conheço e sei que é melhor esperar, para escrever o que e do jeito que eu gosto. Bem, sempre procurando melhorar. E sei que vocês entendem. Apesar de gostar e querer muito atualizações mais rápidas, vocês gostam de histórias bem escritas.

MUITO OBRIGADA, PELA COMPREENSÃO ATÉ AQUI! <3

PS²: Até que o N/A não foi tão grande hahaha

Comentem!

Beijos e até breve.

12 comentários:

  1. No final a espera sempre Vale a pena,amei.Arthur tava meio estressadinho kakak queria so só ver se Anie perguntasse pra ele o que a Lua ia proibi-lo de comer,kakak ai Ai.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Esses dois não conseguem ficar muito tempo sem de falar, adoram irritar um o outro.
    O que dizer da fofura de Anie? Já tava morrendo de saudades dessa sapeca, tava doida pra ver ela maquiando o Arthur.

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  4. Vale a pena esperar... Capítulo top... Amei os looks achei mega fofo o da Anie ela é muito fofa ��... Amo essas briginhas bestas desse casal...
    By' annak

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  5. Amo a implicância dessa família �� sempre vai valer a pena esperar por mais capítulos tbm estava com saudades dessa fofura toda q é a anie xx:noemi

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  6. aaaaah, estava jurando que o arthur seria maquiado, fiquei até imaginando essa cena na minha cabeça . quanta implicância desse casal , mas é tão fofo , quero um marido assim um casamento assim . anie como sempre um amorzinho , com o mesmo gênio da lua kkkkkkk . xx adaline

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    1. Kkkkk eu também to imaginando ele maquiado!! Seria muiito engraçado rsrs

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  7. Amo quando tem briguinhas hahahah a web está incrível, amo little Anie. Ansiosa pelos próximos capítulos.

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  8. Amando muiitoo!! Anciosa para o proximo cap. A Lua vai conseguir engravidar?? Vai ser menino?? Vc me deixa muito curioca rsrs

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  9. Que saudade dessa web!! Nem vc bem que poderia postar só mais capitulos, né??
    By:Mylla

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  10. APENAS LOUVA A MINHA ESPOSA APÓS 2 ANOS
    Minha esposa e eu casamos há 11 anos, mas ela desenvolveu depressão, ansiedade e TOC; tornando nossa vida realmente difícil. Tenho atuado como pai e mãe há mais de um ano, pois ela tem medo de fazer qualquer coisa. Tentei tanta dificuldade em mantê-la, meus 2 filhos e eu mesmo, mas o peso da situação finalmente me levou para baixo. Entrei em um ataque de pânico / ansiedade e assustou meus filhos com minhas ações. Desde então, ela me disse para sair de nossa casa e eu tenho morado com minha irmã. Eu amo minha esposa e filhos tanto, mas eu falhei com eles. Eu não poderia viver minha vida sem eles. toda a esperança estava perdida para mim antes de encontrar o médico de ajuda Aki em quem confiei, contei-lhe a minha longa história e ele me ajudou a recuperar meu amor com suas orações em 2 dias. Se você tiver algum problema de casamento ou relacionamento Ligue para o Dr. Aki +1 (954) 299-3106 ou email prayerstosavemarriage01@gmail.com para o médico de ajuda :)

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  11. QUE SAUDADES DE LITTLE ANIE. SEMPRE ATUALIZO O SITE PARA VER SE TEM CAP NOVO :(

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