O Poderoso Aguiar | 48º Capítulo

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O Poderoso Aguiar
48º Capítulo – De Volta às Origens

Pov Arthur

Planilhas e mais planilhas, acertos de contas… e ainda os dois carregamentos que chegariam daqui a pouco. Estava meio lento hoje, cansado… e imediatamente a palavra velhice veio a minha mente. Deus me livre… apenas vinte e cinco anos e já sentindo esse peso todo nas costas? Nem queria imaginar quando chegasse aos setenta. Isso se eu chegasse. Se continuasse nesse ritmo com Lua todas as noites eu iria me acabar cedo. Tentei não pensar nisso e me concentrei nos papéis à minha frente.

Estava há horas trancado no escritório, pois só assim iria ter um pouco de paz para poder trabalhar. A casa estava uma loucura com o casamento de Sophia e me ver tropeçando em pessoas estranhas o tempo todo estava começando a me irritar. As mulheres que se virassem para arrumar tudo. Não sei pra que isso… sinceramente? Casamento só o meu e pronto.

E a anã ainda fez questão que eu e Lua fôssemos padrinhos. Sem contar a cara de pau em dizer que fazia isso por Lua e não por mim. Felizmente Rita estava por aqui ajudando Lua com as crianças. Tânia também veio e dessa vez trouxe o filho desmiolado. Era bom tê-los por aqui… nunca se sabe quando iria precisar de algum serviço novamente.

Levantei-me e tranquei a porta, abrindo as duas maletas derramando euros, resultado do carregamento de três dias atrás. Conversei com meu pai durante muito tempo e resolvi parar com palhaçada. Embora muitas vezes eu me sentisse aperreado, pensando no que meus filhos iriam pensar de mim quando crescessem… a máfia estava no sangue. Ficar tanto tempo afastado só me deixou com sede. Queria trabalhar… trabalhar e esse casamento só veio atrapalhar meus planos.

Contei e recontei o dinheiro e só então os coloquei no cofre. Não que eu desconfiasse dos rapazes, mas Micael foi quem recebeu e como se não bastasse o casamento… ele sempre foi meio lesado. Voltei a me sentar e peguei alguns papeis para analisar. Diferentemente do que pensei, nosso negócio ia progredindo cada vez mais. Meu pai ficaria satisfeito quando visse os resultados. Conferi mais uma vez as horas e então guardei os documentos, preparando-me para sair. A porta se abriu de repente e Lua parou, me encarando ao ver que eu prendia a arma dentro do sobretudo.

– Vai sair?
– O dever me chama.
– Como assim o dever te chama? Hoje é o casamento da Sophia.
– E por causa disso o mundo tem que parar?
– Arthur Aguiar não me venha com gracinhas. Você é o padrinho.
– Eu não me esqueci disso, o que não quer dizer que tenha que ficar aqui no meio de um bando de malucas paparicando a noiva. – Ela suspirou colocando as mãos na cintura.
– Posso saber aonde vai?
– Tem um carregamento chegando agora… dois para ser exato.
– Dois? Arthur isso vai levar horas.
– Não vai não. E o casamento será daqui a seis horas, portanto tenho muito tempo.
– E vai chegar e ir assim para a igreja? – Eu dei um sorriso debochado.
– Acha que sou como as mulheres que precisam de três dias para se arrumar e ainda assim ficam mais ou menos? – Seu olhar estreitou-se.
– Está querendo dizer que eu fico mais ou menos, chefão?
– Eu disse AS MULHERES.
– Ah tá… melhorou bastante. E eu sou o que? Homem?

Terminei de prender a arma e em seguida coloquei meu pé sobre a cadeira, erguendo a calça e colocando outra arma.

– Se todo homem tivesse uma boceta deliciosa como a sua eu seria bissexual.
– Nojento… ordinário.
– Eu disse AS MULHERES… você é A MINHA MULHER.

Colei minha boca na dela antes que ela dissesse mais alguma besteira. Mas me afastei rapidamente evitando que meu corpo se acendesse em hora inapropriada.

– Preciso ir. Mas eu volto para o enforcamento do Micael.
– Não sei se me agrada você ter voltado à ativa. Sei que fui eu que insisti, mas você fica insensível demais.
– Eu não sou insensível e sabe disso. Fico menos frouxo, você quer dizer. E nem vem com besteira de “Não sei se me agrada”. É mulher de malandro que eu sei.
– Você é insuportável às vezes.
– Sei disso. Agora pare de me atrasar ou corro risco de não chegar a tempo.

Dei outro beijo rápido em sua boca e me afastei, mas ainda consegui ouvir suas palavras.

– Sophia mataria você. – Dei de ombros.
– Que se foda.

Passei pelos corredores e ganhei a varanda descendo as escadas até o volvo. Joseph vinha subindo com um enorme vaso de flores.

– Vai trabalhar, pai? – Baguncei seus cabelos. Desde o dia dos pais em que ele conseguiu me chamar de pai pela primeira vez… não parou mais.
– Sim.
– A anãzinha vai ficar brava.
– Você cuida dela hã? Eu volto logo. – Estava quase entrando no carro quando ele me chamou.
– Pai? Será que existe vestido de noiva infantil? – Franzi meu cenho. Ele queria se casar?
– Infantil?
– É… deve ser lá que a Sophia comprou o dela.

Eu ri alto jogando a cabeça para trás. Esse era nosso segredo… debochar da estatura de Sophia quando ela não estava por perto.

– Também acho que sim. Tome conta dessas cabecinhas de vento. Conto com você, garotão.
– Pode deixar pai.

Entrei no carro ainda rindo e dirigi tranquilamente até a marina, onde provavelmente os rapazes já estariam me esperando. Não deveriam estar nada satisfeitos por estarem aqui agora, principalmente Chay. Saltei do carro rapidamente ao reconhecer o iate que acabava de atracar. Reparei nos rapazes que riam a valer, acompanhados pelos três estivadores que subornávamos.

– E aí, chefe?
– Tudo tranquilo aqui?
– Com certeza. Os sapatos estão chegando, daqui a pouco chega… o outro carregamento.

Os sapatos femininos que acabavam de chegar vinham com o solado recheados de óxi, a nova droga do mercado. Tá… eu sei que pensei em parar de fornecer drogas. Mas eu não serei hipócrita e me fazer de Cristo. Se eu ofereço droga… é porque alguém procura. E se alguém procura… algum motivo tem e isso não era culpa minha.

Portanto… nada de culpas.

– Chefe… um comerciante está à procura de “proteção”.
– O que o babaca fez para precisar de proteção?
– Estava pegando a mulher de um cara aí… assassino… vagabundo… Foi jurado de morte.
– Tudo por causa de uma boceta? – Eles riam alto, falando coisas impublicáveis.
– Ele deve saber nosso preço Chay. Se não souber… informe. É só pagar e terá minha proteção.
– Eu já falei. Mas ele gostaria de conversar com você.
– Então terá que esperar. Sabe que não podemos nos demorar. Ainda temos que ver um duende se casando.
– A baixinha é fogo.
– Talvez seja bom para o Micael. Aquele cérebro vai pegar no tranco para acompanhar o ritmo da anã. Agora chega de conversa mole. Vamos ao trabalho.

Conferimos a carga em tempo recorde e enquanto meus homens colocavam a carga no furgão eu seguia com os estivadores em direção ao navio. Felizmente apenas parte dessa atividade era automatizada, assim eu podia contar com os humanos facilmente subornáveis para facilitar minha tarefa.

Essa carga teria que ser conferida cautelosamente. Armas de grosso calibre eram minha paixão, por isso mesmo eu fazia questão de conferir. Tanto que demorei o dobro do tempo que dedicava às demais cargas. Por fim constatei satisfeito que estava tudo em ordem. Fiz o pagamento dos estivadores, afinal eu NUNCA pagava antes. Eram sempre os mesmos, entretanto eu não poderia confiar que estariam sempre comigo, não sou tão louco assim. Conferi as horas e vi que ainda daria tempo para uma visita ao comerciante safado.

– Vamos lá Chay… faremos uma visita ao devorador de bocetas alheias. O restante leva as cargas para a “sede”.

Chegamos ao luxuoso restaurante aberto há poucos meses. Já tinha ouvido falar, mas como na época estava com a atenção inteiramente voltada para minha família, não procurei saber detalhes.

– Como é o nome do vadio Chay?
– Steve.

Um senhor meio barrigudo e calvo, na faixa dos cinquenta anos se aproximou sorrindo e limpando o suor da testa.

– Senhor Aguiar é um prazer…
– Vamos direto ao assunto. Não tenho tempo para essas formalidades agora.
– Ah sim. É um homem muito ocupado. Vamos até meu escritório.

Fomos atrás do homem que a todo instante puxava as calças largas e balancei minha cabeça. Nessa idade e se envolvendo nessas bandalheiras. Se bem que… eu poderia ter cem anos e se encontrasse Lua novamente eu pegaria com certeza. Sentei-me antes mesmo que ele oferecesse.

– Sem rodeios… O que andou fazendo para ser jurado de morte?
– Bom… estou ficando com uma moça… ela é linda e… perfeita…
– Tem um namorado vagabundo. Quantos anos ela tem?
– Dezoito.
– Pelo menos isso. Chay já disse o meu preço. O que mais quer falar comigo?
– Era só… pra ter certeza que serei mesmo protegido.

Meus olhos se fecharam, daquele jeito que Lua costumava dizer que significava perigo.

– Não é pra isso que irá me pagar essa pequena fortuna?
– Sim… mas… é que é um mafioso então…
– Você é quem está dizendo que sou mafioso. E mesmo que seja, acima de tudo sou homem. E costumo honrar as bolas que tenho no meio das pernas.
– Ah… não… não quis dizer… – Levantei-me imediatamente. Era um pobre coitado borra botas.
– Acerte tudo com o Chay e em menos de seis horas contará com minha proteção. – Estendi minha mão e apertei firmemente a mão do gorducho. – Preciso ir agora. E… Chay? Não se demore ou a loira belzebu irá matar você.
– Com certeza. Não me demoro.

Rumei para casa, constatando que eu tinha exatos quarenta minutos para chegar, me arrumar e chegar à igreja com antecedência de quinze minutos, ou seja, faltava apenas uma hora para o casamento. Pelo menos não tinha aquele bando de perua falando e andando pela casa. Estava até quieto demais para o meu gosto. Passei pela sala, trombando nas inúmeras caixas de presentes espalhadas por todo lado. Fui direto ao meu quarto e assim que abri a porta vi Joseph brincando com os irmãos na cama.

– Mãe… ele chegou.

No mesmo instante Lua saiu do closet e admito que segurei o fôlego ao vê-la deslumbrante no vestido azul, ajustado perfeitamente às curvas sedutoras do seu corpo.

– Nossa…
– Quer me matar de preocupação? Está em cima da hora.
– Deixe de ser histérica. Termino de me arrumar antes que termine sua maquiagem.
– Então vá logo Arthur. Parece que sente prazer em massacrar a gente.
– Está ficando velha, Lua. Só sabe resmungar.

Dei um beijo nas crianças e fui para o banheiro, ciente de que ela mostrava língua às minhas costas. Mas tratei de me apressar. Hoje não estava a fim de ouvir as lamentações de Sophia.

***

Eu tentava segurar meu riso ao ver minha mãe lutar para segurar Lunna em seu colo. Os braços curtos a todo instante se esticavam em direção a mim no altar. Com um gesto de cabeça pedi para a minha mãe trocar, deixando-a com o Joseph e pegando o John. Uma coisa que não me agradava nada: Lunna só sossegava em colos masculinos. Cochichei ao ouvido de Lua.

– Sabe que essa safadeza a Lunna puxou de você não é?
– Não comece Arthur. E cale a boca e preste atenção ao casamento.

Parei de sorrir ao ver o olhar bravo de Sophia sobre mim. Era impressão minha ou esse casamento estava demorando bem mais que o meu? Mas depois sorri novamente ao vê-la sorrindo para o Micael. Estava feliz e isso era o mais importante. Sophia também já sofreu muito na vida e merecia ser feliz. Lua segurou minha mão, afagando-a.

– Está se lembrando do nosso casamento?
– Claro que não. Por que deveria?
– Pensei que pelo menos para entrar na igreja deixaria as ferraduras em casa. Eu fico me lembrando de um dos dias mais felizes da minha vida… e você fala isso.
– Não fico me lembrando porque no dia do nosso casamento a noiva era muito mais linda. – Imediatamente ela ergueu a cabeça, os olhos fantásticos me olhando cheio de amor e carinho.
– E o noivo também.
– Eu me casaria com você quantas vezes fosse preciso… em todas as vidas.

Ela mordeu os lábios e balançou a cabeça. Até sabia o que ela estava pensando: bipolar. E talvez eu seja mesmo. Foi com alívio que ouvi o casal ser declarado marido e mulher. Mas ainda teríamos a festa na casa dos meus pais. Ainda na porta da igreja, como de costume fomos cumprimentar os noivos. Apertei a mão do Micael e bati em seu ombro.

– Cara… acho que agora começa a mais difícil e talvez pior fase da sua vida.
– Não fale assim Arthur. Você me deixa triste.
– Isso vale só pra ele Lua.
– É por minha causa, seu mafioso de meia pataca?
– Sophiazinha… claro que não.
– Está livre de mim agora Arthur… – Baixou a cabeça. – Saco… vou sentir sua falta. – Peguei-a num abraço apertado.
– Eu também irei sentir sua falta, sua maluca… às vezes.
– Idiota… eu te amo tanto.
– E eu te suporto tanto.

Ela bateu em meu peito, mas depois apertou os braços à minha volta. Eu a amava. Nem tinha como fingir. Aliás, quando o assunto era em relação a minha família, fingir sempre seria impossível.

***

Pov Lua

Estava debruçada sobre a mesa de centro na sala, acompanhada por Joseph e Sophia. Parecia que foi ontem que ela se casou quando na verdade já haviam se passado sete meses. Sentia uma falta tremenda dela em casa, mas tinha que ser assim. Ela estava feliz ao lado do seu marido na casa que ganhou de Arthur.

– Ah meu Deus…

Levantei-me correndo para pegar Lunna que ia em direção ao vaso de cristal. Ela e John começaram a andar pouco depois de completarem dez meses e o negócio agora era circular pela casa. Tive que fazer várias modificações, mas sempre passava alguma coisa. O vaso era um deles.

– Por favor, meu amor… estamos decidindo a festa de vocês. Por que não vai dormir feito seu irmão?
– Coloque-a no chiqueirinho, mãe. Eu fico perto dela.

Acabei fazendo o que Joseph falou, aliviada ao ver que deu certo, pelo menos por enquanto. Estávamos numa correria para ajeitar tudo, mas eu não conseguia me decidir sobre o tema da festa. Ouvi o carro de Arthur chegando e cheguei a estremecer.

– Eita… só de ouvir o carro?
– Sabe que estamos estremecidos, Sophia.
– Ainda?
– Sim. Acabamos nos desentendendo, para variar por bobeira.

Eu queria comemorar meu aniversário junto com as crianças. Arthur foi terminantemente contra. Criança era criança… adulto era adulto. Nada a ver misturar as coisas. Acabei ficando chateada e embirrei. Não fiz festa alguma em meu aniversário. E ordenei que ninguém tentasse fazer ou eu iria fazer uma bela desfeita. Agora vejo que foi infantilidade minha. E hoje eu pediria desculpas a Arthur.

– Você é idiota Lua. Ele apenas queria fazer algo especial pra você, aposto.
– É… só depois eu pensei nisso. Mas agora já foi… – Arthur entrou na sala, seu cheiro peculiar não deixava dúvidas.
– Olá… ainda nessa?
– Lua é indecisa demais, Arthur.

Ele não disse nada. Aproximou-se de Lunna e brincou com ela.

– Tudo bem Joseph?
– Sim, pai.
– Arthur… o que acha? Dê uma ideia para a festa.

Ai que vontade de bater na Sophia. Já não tínhamos brigado justamente por causa de festa?

– O que exatamente?
– O tema. Difícil para gêmeos… ainda mais um casal.
– Faça da Branca de Neve e os sete anões. Um anão nós já temos.
– Seu ordinário.

Sophia atirou uma almofada contra ele, mas eu não aguentei e gargalhei. Quando ergui a cabeça ainda sorrindo ele me encarava.

– Senti falta disso. Venha cá…

Não resisti à carinha pidona e corri para pular em seus braços. Embora ele sempre dormisse com os braços à minha volta, eu senti falta desse abraço apertado… e da boca que agora devorava a minha.

– Tem crianças… poderiam pelo menos sair daqui.
– Joseph… cuide da Lunna. Preciso conversar com a sua mãe.

Eu sabia muito bem qual era a conversa, tanto que ele me levou no colo… em direção ao nosso quarto. Chegando lá nem foi preciso dizer nada. Jogou-me na cama e se aproximou tirando a roupa enquanto eu tratava de tirar a minha. Gemi em deleite ao sentir o calor da sua pele contra a minha… fervendo…

– Precisa… parar… com essas… criancices…
– Perdoe-me… por favor… eu te amo.

Ele descia a boca pelo meu pescoço, mordendo e lambendo até alcançar meus seios, sugando-os como se fosse um bebê faminto. Suas mãos seguravam minha bunda com força, separando minhas carnes enquanto eu segurava seu pau com firmeza, punhetando, sentindo seu liquido escorrer entre meus dedos.

Escorreguei meu corpo pelo dele até alcançar seu pau, a cabeça brilhante praticamente se enfiando em minha boca. Arthur gemeu e segurou minha cabeça, rebolando seus quadris, aumentando a fome que eu sentia dele. Abracei-o pela bunda, abrindo mais a boca, deixando-o completamente atolado em minha boca, quase me tirando o fôlego, mas me proporcionando um prazer indescritível.

Ele me segurou com força pelos braços quase me machucando e jogou-me de qualquer jeito na cama. Entretanto eu cai na posição que ele queria, completamente aberta e disponível para ele. Sem perder tempo ele se colocou no meio das minhas pernas, a língua quente e ávida passeando pelo meu clitóris até se enterrar totalmente em mim. Eu gemi junto com ele, rebolando meus quadris e puxando-o para mim. Eu adorava as preliminares com Arthur... aliás adorava tudo com ele. Mas hoje eu tinha pressa… tinha fome… tinha URGÊNCIA dele.

–Arthuur… por favor…

Nem foi preciso dizer mais nada. Ele ainda sugou e mordeu minha boceta, antes de se levantar e se colocar sobre mim, erguendo minhas pernas até seus ombros, empurrando seu pau para dentro do meu corpo e fechando os olhos extasiado. Mas logo esse momento passou e ele abriu os olhos, começando a bombear seu pau com força dentro de mim, seus dentes trincados e uma fina camada de suor deslizando pelo seu peito. Eu tentava acompanhar seu ritmo mas ele segurava minha cintura com firmeza, prensando-me contra o colchão.

– Nunca mais… nunca mais faça isso.
– Nunca… nunca…

Nosso tesão era tanto que em pouco tempo gozávamos, alucinados, gritando o nome um do outro. Nossas reconciliações eram sempre arrebatadoras, mas nem de longe isso superava o prazer que era tê-lo todos os dias, conversando comigo, rindo… dando patadas… ou simplesmente dando-me um beijo de boa noite.

– Vamos parar com isso Lua. Eu fico sem rumo quando não falo com você. Ainda mais agora que voltei definitivamente para os negócios… chega um momento em que quero apenas deitar-me ao seu lado e desfrutar da sua companhia.

Engoli em seco, odiando-me. Arthur andava mais estúpido do que nunca… no sentido de ser grosseiro. E ainda assim eu o amava cada dia mais. Nunca me canso de repetir que amo cada faceta desse homem que só trouxe felicidade à minha vida. Acho mesmo que eu gosto de provocá-lo, deixá-lo irritado… ele ficava tão encantador. Mas ele levava a sério e acabava ficando magoado comigo. Ele se levantou e foi até o banheiro. Pouco depois ouvi o barulho da ducha. Ele sequer me chamou… então as coisas não estavam tão boas. Estava me levantando para ir atrás dele quando ouvi a ducha ser fechada.

– Mas que… – Ele voltou ainda se enxugando e pegou a calça.
– Pensei que fosse ficar mais comigo.
– Só vim fazer um lanchinho.
– Arthur… por favor… – Ele continuou se vestindo sem me olhar. – Eu já pedi desculpas.
– Eu sei. – Ele se aproximou e me puxou para os seus braços.
– Mas eu falei sério… só vim porque não suportava mais ficar brigado com você. Mas ainda tenho muito o que fazer.
– Então… estamos bem? – Beijou minha boca demoradamente, em seguida se afastou.
– Apesar de tudo… sempre estivemos bem. Eu volto logo.

Assim que ele saiu eu me joguei na cama, sorrindo e abraçando-me ao travesseiro. Idiota… uma coisinha tão besta e ficamos dias de cara virada para o outro. Realmente eu tinha muita sorte. Se fosse outro homem, certamente a essa hora estaria num bordel.

– Da pra tirar esse sorriso idiota do rosto e vir olhar a festa dos seus pimpolhos? – Olhei pra porta encontrando Sophia me encarando.
– Ai… Sophia… estou tão feliz.
– Deixa de ser idiota, Lua. Até parece que não sabe que ele nunca resisti.
– Eu sei, mas é que…
– Ah… vista uma roupa, sua despudorada. Estou te esperando lá embaixo.

Pulei da cama e corri para uma ducha rápida. Agora sim eu conseguiria resolver todos os assuntos pendentes.

***

Por fim eu estava exausta. Bem que dizem que o melhor da festa é esperar por ela, principalmente quando se é o anfitrião. Pensei que um mês daria tempo para organizar tudo, mas vi que me enganei. Tive que correr e hoje, dia da festa, eu estava um farrapo.

Olhava algumas crianças correndo e gritando pelo jardim. Desde quando tínhamos amigos com crianças tão pequenas? Estou começando a achar que Arthur “alugou” algumas crianças, só pode. John caminhava pelo jardim segurando a mão de Mel. Era doido por ela. Lunna ria a valer, a boca suja de chocolate sentada no colo do avô.

– Ficou tudo lindo Lua.
– Não sei o que seria de mim se não fosse você Sophia.
– Adoro essas coisas. E olha como eles estão felizes. Olha só a carinha da Lunna.
– Essa daí adora farra, sabe disso.
– E o John está entrando no clima. Viu como ele pulava na hora do parabéns?
– E os gritos? – Nós duas gargalhamos.
– E ele não se desgruda da Mel. Ao passo que a Lunna fica com qualquer um… que seja homem.
– Você também Sophia? Já não basta Arthur falar essas coisas?

Aliás… por falar em Arthur… onde ele estava? Olhei ao redor e o vi conversando com Chay e Micael. A cara carrancuda me assustou. Logo em seguida ele se afastou e eu o segui com o olhar. Foi até o chefe dos seguranças e entrou com ele em cada. Agora eu tinha certeza: estava acontecendo alguma coisa.

Esperei Sophia se distrair e marchei atrás dele. Estava no escritório pelo jeito. Entrei sem bater e o vi andando de um lado a outro enquanto dava ordens ao segurança. Parou de supetão ao me ver.

– O que está acontecendo?
– Uma festa… lá fora… é lá que deveria estar.
– Estou falando sério. O que está acontecendo? – Ele prendeu o topo do nariz entre o polegar e o indicador e voltou a andar.
– Estou apenas passando instruções. Da pra sair Lua?
– Mentira sua. Só saio quando disser a verdade.
– Saia Lua.
– Não saio.
– AGORAAA.
– NÃO. – O segurança olhava de mim para Arthur completamente sem graça por estar presenciando essa cena.
– Não me irrite mais do que já estou.
– Então me conte merda!
– Depois… cacete! Pode ser? Vamos esperar acabar essa festa?

Tive que aceitar… ele não diria mesmo e se eu continuasse insistindo talvez nem depois ele iria falar. Voltei para a festa contrariada, a vontade imensa de ir até o Chay e Micael que ainda conversavam. Nunca o relógio demorou tanto a dar voltas. Felizmente as crianças já estavam cansadas e então subi com os três. Joseph me ajudou a dar banho nos dois e em pouco eles dormiam.

– Tome um banho também Joseph… para dormir fresquinho.
– Está bem. Boa noite. – Abracei-o fortemente e beijei seu rosto.
– Obrigada por me ajudar tanto. Eu te amo viu?
– Eu também.
– Boa noite meu amor. Durma com os anjos.
– Você também.

Eu iria dormir com um capetinha… do jeito que Arthur estava atacado… Resolvi tomar um banho também. Estava toda grudenta… suada. Demorei-me além do normal e quando sai Arthur tinha acabado de entrar no quarto, tirando a camisa. Ele sequer me olhou.

– Arthur?
– Lua, por favor…
– Você prometeu Arthur. O que está acontecendo? – Aproximei-me tocando seu peito. – Sou sua companheira… sua amiga… não confia em mim? – Ele me abraçou.
– Claro que confio. Só não quero preocupá-la. Eu irei proteger vocês sempre.
– Agora está me preocupando de verdade. – Segurei seu rosto olhando-o nos olhos. – Diga… qual o problema. – Ele suspirou.
– Chay e Micael vieram me avisar… – Passou a mão pelo cabelo e fechou os olhos com força.
– Dom Matteo… – Engoli em seco, o coração disparado.
– O que tem ele? – Ele voltou a abrir os olhos… estavam agoniados.
– Ele está livre… fugiu da prisão. – Meu coração quase parou dessa vez e até senti dor ao respirar.
– Fu… fugiu? Mas como? Não é segurança máxima?
– Eu não sei como Lua. – Ele me apertou em seus braços.
– E agora Arthur?
– Não se preocupe Lua. Eu irei proteger vocês… sempre.
– Eu sei disso amor.
– Confie em mim. Já estamos agindo.
– Eu confio.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/M: Eu estou pensando em fazer uma maratona de O Poderoso Aguiar. O que acham? Faltam menos de 10 capítulos para o “The End” da história. E eu queria finalizar logo ela. Mas para isso, preciso que vocês colaborem comentando todos os capítulos.

Ps¹: Sinto falta de mais comentários nos posts.

Se concordarem, começo a maratona amanhã mesmo.

Um beijo... E uma boa semana a todos!

8 comentários:

  1. Dom Metteo volto só pra atrapalhar tudo. Acaba com ele Aguiar!

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  2. Não gostei do Dom Metteo está solto!

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  3. Luar e Arthur vivem entre tapas & beijos.

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  4. Arthur estupido Lua amaaa...rsrs
    Dom Metteo sulto aii meu pai

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  5. Muito bom cap! Jà quero mais Hahaha

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  6. O capítulo foi perfeito, apesar de eu está sentindo falta de momentos mais românticos dos dois, eu acho que com toda essa tensão a Lua deveria fazer uma surpresa pro Arthur.

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  7. Estou preocupada com a Lunna porque da última vez o Dom Matteo disse que ele ainda tinha Lunna pra se vinfar do Aguiar

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  8. Amei, to super ansiosa pra saber o que vai acontecer, posta mais vc demora e eu quase enlouqueço de ta tanta curiosidade.

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