O Poderoso Aguiar | 41º Capítulo

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O Poderoso Aguiar
41º Capítulo – Confronto

Pov Arthur

Para mim não existia perigo. Nada de piratas saqueadores, briga entre mafiosos ou mesmo Dom Matteo não me causava medo algum. Eu me sentia muito forte para lutar contra todos eles. A minha única ruína, e disso eu tinha consciência há tempos, era Lua. Essa mulher um dia ainda me mataria de todas as formas possíveis.

Não era pelo fato de ser tarado por ela… ou apenas por isso. Ela fez minha vida se transformar em perfeição. Tudo… absolutamente tudo que ela fazia me levava ao céu. Batizamos nossos bebês e fizemos uma pequena comemoração. Estavam cada dia mais lindos e saudáveis e isso me enchia de orgulho.

Lua cumpria seu papel de mãe de forma impecável. Sinceramente eu pensei que no começo ela iria se atrapalhar para dar conta de dois bebês para amamentar, dar banho, trocar fraldas. Mas me enganei. Parecia que ela havia feito isso a vida toda.

O único inconveniente disso tudo era o tal período em que eu não poderia tocá-la. Meu Deus, isso é tortura. Quem inventou essa ideia de resguardo com certeza não dormia ao lado de uma mulher maravilhosa feito Lua. Praticamente um mês após o parto eu já não conseguia me segurar mais. Entretanto mesmo sendo o mesmo grosso de sempre, eu iria respeitar minha mulher. Nunca faltei com respeito com nenhuma delas, não seria com Lua, que era a dona da minha vida, que eu faria isso.

Canalizei todo o meu tesão nos negócios. Tinha pensado em me afastar, mas depois de uma conversa com Lua, achamos melhor eu ainda ficar à frente de alguns assuntos. O principal deles era Dom Matteo. Cheguei à conclusão que ele já viveu tempo demais. Estava na hora de acabar com sua mordomia.

Quando todos se retiraram após a festa eu me reuni com Chay e Micael no escritório. Para ser sincero, eu não estava com a mínima vontade. Não depois de ter ouvido de Lua que ela estava pronta pra mim. Se ela tivesse noção do quanto eu pensei nisso. Cheguei ao ponto de pensar nisso na igreja.

Absurdo.

Mas eu estava em ponto de bala. Trinta dias… trinta… sem sexo. Justo eu, que jamais fiquei mais de um dia.

Falando sério… eu tinha até medo de quando colocasse minhas mãos nela. Era tesão demais acumulado. Punheta era algo totalmente fora de propósito. Minhas mãos jamais substituiriam Lua. Tudo que estava guardado aqui… era dela.

O assunto entre nós três acabou estendendo-se demais. Mas não podia ser diferente. Estava tudo armado para Dom Matteo pegar Lua. Eu tinha que me certificar de todas as possibilidades. Uma delas era de ele não estar confiando tanto em Ricardo quanto parecia. Ele não poderia ser tão principiante.

Como podia confiar plenamente numa mulher? Quer dizer... não estava dizendo que as mulheres não são confiáveis. Ele não poderia confiar naquele tipo de mulher. Saiu fugida, com raiva e nojo das atrocidades a que era submetida.

O jeito era armar tudo com cautela e principalmente inteligência. Eu tinha pouco tempo pra isso, mas minha mente trabalhava a mil. Pelo que Tânia disse a Chay, Dom Matteo iria para uma casa que ele costuma usar para essas orgias. Era bem afastada e não tinha muita segurança por lá puramente para não chamar atenção. E era nesse ponto que ele pecou. Eu tinha Micael comigo que era mestre em desarmar sistemas de segurança. Além de tudo, Tânia que agora era braço direito dele. Eu só precisava de alguém para ir no lugar de Lua. Era bem capaz de aquela maluca querer se enfiar nesse meio. Eu só via uma saída: Brianna.

Combinei tudo com Chay e Micael e já na manhã seguinte eles me trariam os profissionais que eu iria precisar. E chega. Eu precisava estar ao lado da minha mulher antes que um enfarto fulminante me levasse.

Eu falei… eu não me enganava. Um dia ainda eu iria cair morto e a culpa seria exclusivamente dela. Como consegue continuar assim… linda… absurdamente gostosa. Que mulher tem a sorte de ter dois filhos e ainda continuar com aquele corpo que me fazia revirar os olhos? Nenhuma… a minha é única. Eu fui a loucura… morri com aquele corpo sob o meu. Delirei com aquele rebolado, com aqueles gemidos. Lua estava tão tarada quanto eu, abrindo a bunda deliciosa para que meu pau se enterrasse completamente dentro dela. Minha vontade de descer a mão naquele traseiro por pouco não prevaleceu. Eu queria mais era fode-la incessantemente tentando recompensar o último mês perdido. Mas aquele pedido… vou admitir que sempre quis comer aquele rabinho dela, mas como ela nunca se manifestou, eu apenas insinuei. Mas agora… eu não esperava esse pedido justo hoje, quando estávamos voltando de um longo tempo na seca. Será que ela não sabia o risco que corria de sair machucada? Mesmo com todo cuidado que eu teria… porra… eu queria aquilo demais. Não sei se iria conseguir me refrear. Mas eu nunca negava nada para ela. Quer dizer… algumas coisas que colocassem ela ou aos meus filhos em risco, com certeza eu iria negar. Mas isso, jamais.

– Mas vamos tomar alguns cuidados. Não quero minha rainha machucada.

Levantei-me e fui até o banheiro, sentindo o olhar dele queimando em minhas costas. Olhei meu rosto no espelho… completamente em êxtase. Precisava me acalmar um pouco e também pegar algum lubrificante. Não poderia machucá-la jamais. Provavelmente haveria algum preservativo na gaveta ao lado da cama. Voltei para o quarto e a encontrei do mesmo jeito que deixei. De bruços na cama, os cabelos jogados para o lado. Os olhos estavam atentos a todos os meus ações. Assim que me aproximei da cama, ela se sentou, olhando para o tubo em minhas mãos. Mordeu os lábios e seu rosto ficou vermelho.

– O que é? Pode falar.
– Nada.
– Te conheço, Lua. O que se passa nessa cabeça?
– Hum… isso é um lubrificante, não é?
– Sim.
– Você… você costumava usar muito? – Suspirei e sentei-me ao lado dela.
– Lua, vamos deixar o passado onde deve ficar? Agora esse aqui… eu comprei logo depois que tocamos nesse assunto pela primeira vez. Está até lacrado, pode ver. – Ela balançou a cabeça.
– Esquece… foi bobeira minha. – Comecei a tirar o lacre do produto enquanto ela prestava atenção e me enchia de perguntas. – Por que então não tentou… quando eu estava grávida? Nos últimos dias… ou nesses agora em que estava de resguardo?
– Lembra-se que eu vivia lendo sobre gravidez? Aposto que não se lembra.
– Claro que me lembro.
– Então… eu li que sexo… assim não é muito indicado nos últimos dias ou meses de gestação. Pode ser mais propício a… a… você sabe…
– Sei… que nojo. Nem precisa continuar.

Eu ri e joguei o plástico fora, colocando o lubrificante na mesa ao lado. Deitei-me na cama e abracei seu corpo. Capturei sua boca num beijo ardente e apaixonado, puxando sua língua, sugando e soltando-a, deixando que a minha desvendasse sua boca. Meus dedos despenteavam seus cabelos, nós dois gemendo alto com um simples beijo.

– Tem certeza, amor?
– Tenho, Arthur. Eu quero muito.

Desci minha boca pelo seu colo, passando minha língua, sentindo sua maciez e seu cheiro enlouquecedor. Lua segurou minha nuca, impelindo seu corpo para grudá-lo ao meu. Meu pau já pulsava absurdamente a ponto de doer. Continuei descendo minha boca pelo seu corpo, mordendo sua barriga e depois enfiando minha língua no umbigo dela. Minha mão acompanhava o trajeto, já chegando ao clitóris, massageando com meu polegar. Dois dedos deslizaram pelas dobras encharcadas. Estoquei algumas vezes, girando meus dedos dentro dela fazendo Lua gemer mais alto e buscar novamente minha boca.

– Arthur… por favor…
– Calma, meu amor… você terá tudo…

Retirei meus dedos e girei seu corpo, deixando-a de bruços na cama. Ajoelhei-me ao seu lado, deslizando minhas mãos pelas costas macias. Inclinei meu corpo e afastando seus cabelos mordi seu pescoço e seus ombros. Lua remexeu os quadris e empinou a bundinha redonda e firme, encostando-a em meu pau. Eu grunhi e passei a morder suas costas, descendo minha boca pela linha da coluna, sorrindo ao ver a pele dela arrepiar-se. Desci mais meu corpo e empurrei suas pernas até deixá-la de quatro na cama.

– Porra… faz ideia do quanto amo essa bunda?
– É toda sua… inteiramente sua.
– Sim… será minha daqui a pouco…

Eu olhava quase hipnotizado para aquela maça gigante à minha frente, aquele orifício minúsculo que piscava me chamando, quase me deixando maluco. Deslizei um dedo e circulei lentamente sua entrada. Lua gemeu e rebolou um pouco. Não resisti e passei minha língua no buraco apertado fazendo o corpo de Lua cair para frente, a cabeça enterrada no travesseiro. Assim então eu tive a visão privilegiada… como se não bastasse aquele rabinho que me chamava cada vez mais eu ainda podia ver a fenda apertada, brilhante… e que escorria seu tesão. Enlouqueci e enterrei meus dedos na carne macia, abrindo sua bunda e enterrando minha língua no cuzinho apetitoso.

– Ah… oh… merda, Arthur… – Impeliu novamente seu corpo para frente e alucinado de tesão eu desferi um forte tapa em sua bunda. – Ah… gostoso, filho da puta…

Deslizei minha boca e praticamente engoli a buceta úmida, sugando com voracidade como se tivesse encontrado água no deserto. Meus dedos se entranhavam cada vez mais na carne da bunda perfeita, quase separando-a completamente.

– Deus… vai me matar, Arthur. – Ergui-me no mesmo instante, já tonto de tanto desejo.
– Você é quem vai me matar, Lua… juro que vai.

Fui até a mesa e peguei o lubrificante e um preservativo. Lua engatinhou na cama e parou a beira passando a língua na cabeça do meu pau. Ele latejou, subindo e descendo e por uns instantes apenas deixei minha cabeça pender para trás, suspirando. Lua não perdeu a chance e engoliu-o, mordendo levemente toda a extensão dolorida pelo desejo incubado. Pegando-me de surpresa, Lua deu um tapa em minha bunda.

– Rebola em minha boca, gostoso.

Eu quase ri da ordem que geralmente era minha, mas minha tara por ela falou mais alto. Impeli meus quadris, estocando com vontade dentro de sua boca gulosa. Mas eu tinha que parar… eu já não conseguia domar meu corpo. Puxei-a pelos cabelos, falando quase sem som.

– Chega… vire-se…

Ela se virou, obediente, ficando na mesma posição anterior. Coloquei-me atrás dela e destampei o tubo, espremendo todo o conteúdo naquele buraquinho que já me fazia salivar.

– Ah….

Ela gemeu e eu joguei o tubo vazio a um canto qualquer, uma de minhas mãos segurando com firmeza em sua bunda. Um dedo circulou o cuzinho lubrificado e lentamente fui penetrando-o.

– Porra… que delícia… – Lua gemia sem parar. Seu corpo já trêmulo.
– Mais… Arthur…
– Mais um, amor?
– Sim… mais um... seu pau… tudo…

Eu ri e penetrei outro dedo, eu mesmo gemendo alto ao sentir o quão apertada ela era. Estoquei dentro dela, descendo a outra mão e beliscando seu clitóris.

– Seu vagabundo… acabe logo com isso, pelo amor de Deus.

Era o que eu mais queria. Retirei lentamente meus dedos e peguei a camisinha, abrindo rapidamente a embalagem e deslizando ainda mais rápido em meu pau. Segurei novamente sua bunda, abrindo-a. Segurei meu pau e pincelei em sua boceta, passando pelo clitóris e voltando a raspá-lo em sua fenda.

– Ah… vou morrer…
– Vai nada, safada… você aguenta…

Mas eu não me aguentaria de tanta vontade. Segurei e olhei meu pau muito grosso e em seguida olhei aquele buraquinho minúsculo, balançando a cabeça. Encostei-me nele forçando a entrada com a cabeça inchada do meu pau. Lua gemeu abafadamente, enterrando o rosto mais uma vez nos travesseiros.

– Relaxe, amor… prometo que irei devagar.

Foi complicado. Lua era pequena demais para meu pau muito espesso, e eu quase não conseguia segurar meu tesão. Sua carne ia se abrindo para mim, enquanto eu forçava cada vez mais minha passagem. Nós dois gemíamos, minha respiração já estava disparada, meu coração batendo absurdamente que chegava a doer meu peito. As costas de Lua brilhavam de suor, assim como meu corpo inteiro.

– AHHH…

Eu gritei quando me senti completamente dentro dela, preenchendo-a se sendo esmagado pelo ânus apertado. Lua também gemia e tremia violentamente. Inclinei-me um pouco para frente e abracei suas costas, beijando-a.

– Tudo bem?
– Sim… preciso… de você agora.

Ainda segurando em seus quadris eu afastei ligeiramente os meus, saindo um pouco de dentro dela e voltando novamente. Eu estremeci com a sensação deliciosa. Lua rebolou em meu pau, impelindo seu corpo para frente e voltando novamente. Porra… era muito bom… Quase sem perceber fui aumentando o ritmo, estocando dentro do cuzinho apertado, fazendo Lua gemer cada vez mais alto e rebolar insanamente em meu pau. Apertei minhas mãos em sua bunda, abrindo-as novamente e dessa vez metendo meu pau com mais força, abrindo seu rabinho completamente. Lua me acompanhava, mordendo o travesseiro para silenciar seus gritos. Meu pau se expandia dentro do apertado ânus e minha vontade insana de gozar dentro dele aumentava, assim como aumentava a força das minhas estocadas.

– Oh… goza dentro de mim…

Não esperei mais nada. Sai de dentro dela rapidamente, arrancando a camisinha e voltando a meter com força, sem sequer pensar que pudesse machucá-la. Deslizei uma das mãos e penetrei três dedos na boceta que também latejava e escorria sem parar.

– Goza pra mim agora…

Meus dedos trabalhavam com rapidez, enquanto meu pau arrombava aquele cuzinho que estava me levando a loucura. Faltou espaço para os meus dedos quando o corpo de Lua contraiu-se e ela empinou a bunda em minha direção, nossos quadris chocando-se com força. Meu pau expandiu-se e mordendo com força meus lábios eu finalmente deixei minha porra inundar aquele canal minúsculo que ora me abrigava. Lua tremia e o travesseiro não foi suficiente para abafar seus gritos.

– Ah… gostosa… tesuda… – Eu gemi empurrando seu corpo com o meu. Caímos juntos na cama, arfando feito loucos, nossa pele suada grudada uma na outra.
– Meu pai… por que não fiz isso antes? – Eu ri e puxei-a para mim.
– Então não machuquei você.

Eu estava de olhos fechados, ainda apreciando a sensação maravilhosa que acabei de vivenciar. Meus dedos enrolavam algumas mechas dos cabelos de Lua em volta do rosto. Estranhei quando ela não respondeu e abri meus olhos. Fui engolfado pela intensidade daquele olhar e quase perdi o fôlego.

– Se tivesse me machucado eu não estaria pensando em fazer de novo.

Envolvi todo o seu corpo pequeno com meus braços longos, sorrindo. Como alguém que era sua vida, também poderia ser uma ameaça a ela? Lua era assim.

***

Ajeitei minha gravata em frente ao espelho e peguei o paletó. Lua estava sentada na cama amamentando John. Lunna estava por aí com Sophia. E eu sentia que Lua não desgrudava os olhos de mim. Estava assim… gulosa. Desde a nossa noite espetacular há quatro dias, ela vinha sendo cada vez mais ousada e tarada. Comer o rabinho gostoso dela agora era obrigação. A sua primeira vez rapidamente se transformou em quatro… naquele mesmo dia. Sai da cama morto, mas feliz.

– Está indo onde estou pensando?
– E eu leio mentes por acaso?
– Não lê, mas sabe perfeitamente bem do que estou falando. Pelo amor de Deus, Arthur… você prometeu.
– Dom Matteo é meu, Lua. – Através do espelho eu a vi abaixar e balançar a cabeça.
– Não faça isso conosco. – Sentei-me na cama e segurei seu queixo.
– Hey… cadê aquela mulher forte e valentona?
– Virou uma rata. – Eu ri e beijei seu nariz.
– Olha… eu prometi a você que não faria nada imprudente e que sempre voltaria inteiro para os seus braços, não foi?
– Sim.
– E desde quando eu deixo de cumprir o que prometo a você, Lua?
– Nunca deixou.
– Então… você sabe que preciso fazer isso. Está tudo muito bem arquitetado. – Sorri.
– Aliás… sua máscara ficou linda. – Ela fez uma careta, fazendo-me rir novamente.
– Mesmo que a mesma tenha sido moldada em mim, ela nunca ficará parecida comigo.
– Tem razão, amor. Ela não é gostosa como você.
– Não me provoque, Arthur.

Eu abracei-a pelo pescoço. Era uma boba mesmo. A princípio quis ir comigo nessa empreitada. Maluca de pedra. Vê lá se eu iria permitir uma sandice dessa? Mas Dom Matteo queria Lua e precisávamos de alguém para se fazer passar por ela. Brianna foi a única que me veio à mente. Tinha o típico físico parecido com o de Lua, exceto que Lua é mais voluptuosa que ela. Mas como Dom Matteo não a via há muito tempo, não iria notar logo de cara.

A ideia da máscara obviamente foi de Sophia. Parece que anda assistindo filmes de Hollywood demais. Mas insistiu tanto que acabei aceitando e chamando os profissionais que iriam fazer o serviço. Tenho que dar a mão à palmatória. Ficou perfeita. Estavam todos reunidos agora no quarto de hóspedes enquanto preparavam Briana.

– Fique tranquila. Eu prometo que volto logo. Dessa vez não irei me sujar, Lua… não mesmo. Eu simplesmente quero esse homem atrás das grades. Se alguém quiser dar cabo dele… que façam isso, mas eu não irei me sujar.
– Pois eu acho que você deveria meter logo uma bala na cabeça dele. Ele não ficará preso por muito tempo.
– Claro que vai, Lua. Os crimes dele são hediondos demais. A justiça aqui é bem séria, não se esqueça disso.
– Mesmo assim. Ainda acho…
– Você não acha nada. Gosta de me contrariar que eu sei.
– Arthur? – Ouvi meu nome e em seguida uma batida na porta.
– Entre, Cláudia.
– Estamos prontos.

Lua me encarou, engolindo em seco. Cláudia se afastou da entrada do quarto e logo atrás dela estava Brianna. Lógico que eu que sou casado com Lua e quase morro por ela, saberia que não são a mesma pessoa. Mas para alguém que não a via sempre… seria fácil confundir. Estava perfeita. Até mesmo a peruca quase no mesmo tom dos cabelos de Lua.

– Nossa…
– Falei que ficaria parecida, amor.
– Ainda assim… – Por fim segurei seu rosto em minhas mãos. John ainda pendurado ao seio dela, dormia.
– Anjo… quantas vezes tenho que dizer que você é minha vida. Essa coisinha ai em seu colo é minha paixão… a Lunna igualmente. Eu não posso e não quero ficar sem vocês. Quero ver meus filhos crescendo e quero estar ao seu lado quando der o grito ao ver o primeiro cabelo branco. – Ela riu um pouco.
– Eu volto. Eu sempre volto. – Lua afastou-se um pouco e entregou John à mãe. Segurou meu rosto e buscou minha boca com voracidade, sua língua já se embolando na minha.
– Eu te amo tanto, Arthur… tanto.
– Eu também te amo. E é por isso que repito: eu volto.

Apertou seus braços em volta do meu pescoço, beijando-me mais uma vez. Levantei-me abraçando-a pela cintura. Eu teria que mais uma vez cumprir uma promessa. Não queria nem me imaginar longe disso tudo.

– Boa sorte, meu amor. E me ligue assim que… colocar as mãos naquele monstro.
– Eu chegarei aqui antes que a ligação telefônica seja completada. – Ela sorriu e me abraçou forte novamente. Peguei John no colo, apertando-o em meu peito.
– Eu te amo tanto, meu filho. Fique bonzinho aí com a mamãe. O papai volta logo.

Percebi que Lua limpou lágrimas com as costas das mãos. Era melhor eu ir antes que desistisse da ideia. Entreguei nosso filho a ela dando mais um beijo em sua boca.

– Vamos Cláudia… Brianna? Tudo bem?
– Sim senhor.
– Ótimo.

Saímos do quarto com Lua em nosso encalço. Encontrei Sophia e Micael na sala paparicando Lunna. Assim como fiz com John eu a apertei em meu braços, os olhinhos muito abertos me encarando.

– Minha vida… logo, logo estarei de volta. Fique bem. – Beijei sua bochecha e entreguei novamente a Sophia.
– Tome cuidado, Arthur. Por favor.
– Fique tranquila, baixinha.

Dei um beijo em sua cabeça e fiz sinal para que Micael nos acompanhasse. Desci as escadas e parei em frente à limusine de Dom Matteo que Cláudia usaria. Antes de entrar eu olhei novamente para minha casa e vi Lua parada com John no colo, mordendo os lábios. Voltei novamente e parei em frente a Lua. Peguei uma de suas mãos e coloquei em meu peito.

– Está sentindo isso aqui? Bate por vocês. Mas estou deixando com você agora. Então… para continuar vivo, eu preciso voltar.
– Ah… Deus… Merda… – Eu não queria fazê-la chorar, não mesmo. Mas eu precisava dizer alguma coisa que a deixasse mais tranquila.
– Tudo bem… eu vou me controlar. – Eu juro.
– Ótimo. Pense que fui ali… comprar um presentinho pra você.
– Nosso lubrificante acabou… – Joguei minha cabeça para trás e gargalhei. Essa era minha poderosa.

***

O veículo deslizava silenciosamente e eu não fazia a mínima ideia de onde estávamos. Eu estava completamente escondido atrás da imensa poltrona de couro preto e já me sentia incomodado. Apesar de termos quase certeza que a limusine não seria revistada quando chegássemos, preferi não arriscar. Peguei a escuta que estava em minha camisa. Precisava falar com os rapazes.

– Micael?
– Sim, chefe.
– Como estão as coisas? Falou com Tânia?
– Sim. A casa realmente está com apenas três seguranças. Mais pessoas poderiam chamar a atenção.
– Tânia está na escuta, correto?
– Sim. E já descobriu o sistema de alarme. Irei passar todas as coordenadas pra ela para que consiga desativá-lo.
– Ótimo. Vocês já estão nas redondezas, suponho.
– Estamos, chefe. Prontos para entrar em ação.
– Micael, não tire essa escuta por nada nesse mundo. Como falei não quero matar aquele desgraçado. Mas eu preciso da polícia na hora certa.
– Eu ainda acho que não deveria estar lá quando a polícia chegasse, chefe.
– Eu sei me cuidar, Micael. Continue ai.
– Sim, senhor.
– Cláudia?
– Arthur? Já passei pelo portão e por dois seguranças. Apenas me olharam e olharam para Brianna. Tudo está indo como esperávamos.
– Ótimo. Te chamo daqui a pouco.

Assim que Arthur entrasse com Brianna, ela iria mandar dois dos seguranças embora, segundo ela, a mando de Dom Matteo. Pelo jeito ela era tão poderosa quanto Lua. Eles a obedeciam sem pensar duas vezes, pelo que soube. À medida que ia me aproximando do meu alvo minha pulsação disparava. Esperei tempo demais para ficar cara a cara com esse bandido. Ser desprezível que só de me lembrar das atrocidades que fez minha pele se arrepiava. Está certo que não sou nenhum santo. Já machuquei, matei, torturei. Mas o fato de abusar de moças inocentes, praticamente crianças fazia meu sangue ferver.

Sem contar que ele queria a minha Lua. Estava pedindo para morrer, só pode. E hoje ele achava que iria realizar seu sonho. Iria encostar as mãos nojentas na minha mulher. Deu vontade de gargalhar. Só se ele tivesse me matado primeiro. Esse foi o erro dele: me deixar vivo. Entretanto eu contei e muito com a sorte. Ter Brianna disposta a se vingar e principalmente Arthur. E jamais poderia me esquecer de Tânia. Apesar de ser grata por eu ter ajudado seu filho, ela teve que se submeter àquele homem, e isso eu não desejava para mulher nenhuma.

– Arthur?
– Fale, Cláudia.
– Preste atenção.

Você irá sair da limusine agora e irá entrar na segunda porta à sua direita. Essa porta da acesso a um quarto que é uma espécie de esconderijo. A parede dele na realidade é uma estante falsa, que por conseguinte dá acesso ao quarto onde Dom Matteo estará com Brianna.

– Entendi.
– Ali há um busto de Cleópatra… a saída será acionada quando tocar o peito direito dela. – Rolei meus olhos. Era a cara dele fazer esse tipo de coisa.
– E o restante do plano?
– Os dois seguranças já se foram. Micael e Chay estão assumindo o lugar deles. O outro está vigiando a porta do quarto de Dom Matteo. Eu farei a troca assim que entrar com Brianna.
– Tânia já está ai, certo?
– Sim. Micael está passando instruções pra ela. Pelo que pude perceber as câmeras da garagem já foram desativadas.
– Tudo bem, Cláudia. Estou saindo da limusine agora.
– O caminho está livre, Arthur.

Segui pelo caminho que Cláudia a indicou e abri a tal porta. Era um quarto pequeno, cheio de armas e livros. Meus olhos imediatamente pousaram sobre o busto de Cleópatra. Em breve eu iria sair daqui e ficar frente a frente com o carcamano. Dei mais uma conferida em minha arma e coloquei-a de volta em minha cintura. Dei uma olhada nos vários livros e meu estômago revirou. Tudo…absolutamente tudo tinha a ver com pornografia infantil. Na verdade não eram livros, eram álbuns que continham toda espécie de imagem que se possa imaginar. Eu que sempre tive sangue frio cheguei a sentir ânsia de vômito. Meu Deus…ele era muito mais doente do que pensava. Até mesmo crianças de seis, sete anos estavam ali em poses eróticas e alguns até… em atos sexuais. Joguei o álbum a um canto e me sentei no chão, inspirando com força. Eu já fiz de tudo na vida. Mas ver uma criança ser maltratada dessa forma era demais pra mim. Meu ódio e repulsa por ele só aumentavam a cada maldito minuto que eu passava aqui.

– Arthur?
– Sim, Micael? – Falei tão baixo que por um momento pensei que ele não tivesse ouvido.
– O sistema de alarme está todo desativado. Tânia é foda mesmo. – Eu ri, balançando a cabeça.
– Cláudia já nos deixou de sobreaviso… já está levando a Brianna até o quarto de Dom Matteo.
– Tudo bem. E ai vocês fazem a troca, certo?
– Isso aí. Quando os outros seguranças ocuparem nosso posto, serão dominados por Bernardo e Chay. – Eu só esperava que Bernardo não mijasse pra trás agora. Costumava ter uns ataques que me dava nos nervos.
– Vou falar com a Cláudia agora, Micael.
– Ok, chefe.
– Cláudia?
– Arthur?
– Não se esqueça da escuta da Brianna. Tenho que saber a hora certa de entrar.
– Estou terminando de ajustar, Arthur. Já estou chegando ao quarto de Dom Matteo.
– Ótimo. Cuidado.

Fiquei esperando, as mãos cruzadas sobre o queixo. Meus pensamentos voaram até Lua e meus filhos. Pouco tempo longe deles e eu já estava praticamente louco de tanta saudade. Quando eles estivessem um pouco mais velhos faríamos uma viagem… algum lugar lindo onde eles pudessem se divertir e eu pudesse curtir minha família.

Cheguei a rir. Sempre soube que mais cedo ou mais tarde eu teria um herdeiro. Tinha que ser assim. Mas jamais me imaginei pai de gêmeos e completamente apaixonado pela mãe deles. Não via a hora de voltar pra casa e apertar os três em meus braços.

– Ora… ora… enfim irei realizar meu sonho. – Parei de respirar ao ouvir a voz do vagabundo. Isso quer dizer que Brianna já estava com ele.
– Sabe que você sempre foi minha, não é Lua?

Fechei meus olhos com força. Não era Lua ali… não era Lua ali. Eu tinha que me lembrar disso toda hora antes que invadisse aquele quarto. Só de tocar no nome dela eu ficava puto.

– Hum… está gostosinha ainda… pena que a bocetinha não deve estar tão apertadinha.

Silêncio.

– DIGA ALGUMA COISA! – Ele berrou e ouvi o gemido de Brianna.
– Senhor…
– Engraçado… faz tempo que não a vejo, mas me parece… sei lá. Acho que O Todo Poderoso não anda cuidando bem de você. Agora nós vamos ver se o pau dele faz um serviço tão bom quanto o meu. Vá até a cama… e tire a roupa.
– Sim, senhor.
– Gatinha obediente. O papai gosta disso. Sabe, Lua… quero ouvir você gritar bem forte quando eu tiver comendo seu rabo. Nada me dará mais prazer que cornear O Todo Fodão Poderoso.

Eu não queria ouvir mais nada. E principalmente, não poderia deixar aquele vagabundo encostar suas mãos mais uma vez em Brianna. Toquei o busto de Cleópatra e a porta começou a girar.

– TIRE LOGO A ROUPA, VADIA. ESTOU HÁ ANOS ESPERANDO PRA TE FODER. – Terminei de empurrar a porta com a mão e vi o velho babão.
– E acho que irá esperar mais longos anos… na solitária. – Ele se virou, o rosto em choque, os olhos quase saltando das órbitas. – Surpresa… – Cantarolei.

Ele deu um passo para o lado estendendo a mão. Rapidamente eu tirei o revolver da cintura e disparei contra o aparelho na mesa. Brianna correu para um canto, encolhendo-se.

– Só para assustar… seu sistema se alarme já está desativado mesmo.
– Seu… seu…
– Perdendo a fala diante de mim? Logo você… que queria tanto me pegar.
– Mas eu peguei... peguei sua deliciosa esposa.

Avancei sobre ele tão rápido que eu mesmo fiquei impressionando. Deferi-lhe um soco no queixo, jogando-o de costas na mesa.

– Dobre sua língua. Agora… você acha mesmo que eu deixaria minha esposa vir até aqui? Você acha que Cláudia iria permitir que Lua tivesse o mesmo fim desgraçado que ela?
– Mas… – Ele olhou para Brianna que acabava de tirar a peruca.
– SEU MALDITO!

Ele berrou e fez menção de pegar algo, que imaginei ser uma arma. Mas era burro mesmo. Eu já estava com a minha na mão. Bati o revolver com toda força na mão dele fazendo-o berrar e se contorcer de dor. Avancei sobre ele novamente pegando-o pelo pescoço e jogando-o na cama.

– Saia daqui, Brianna. O assunto agora é com esse vagabundo. – Ela correu porta afora e então me voltei para ele, prensando meu joelho contra sua barriga.
– Pensou que seria fácil assim, hã? Acha que me descuido do que é meu?
– Meus seguranças saberão… eles tem ordens… se algo me acontecer… eles mesmo vão foder a gostosa da sua esp…

O soco foi certeiro em sua boca, um jato de sangue manchando minha mão. Seu rosto adquiriu uma cor escarlate e pensei que iria sofrer algum colapso ali. Mas vaso ruim não quebra, eu sei.

– Foi tão fácil pegar você… todos contra você: Cláudia… Tânia… Brianna… é o seu fim, Matteo. – A essa altura meus homens já levaram a polícia até seu antro… e você irá apodrecer na cadeia.
– Não… não vai me matar, fodão? – Outro soco mais vez, dessa vez em seu estômago. Ele berrou e tentou me acertar em vão.
– Não irei me sujar com você, seu porco. Tem muito presidiário que adora sujeitos da sua laia.
– Arthur? Ouvi a voz do Micael, mas dessa vez vindo da porta.
– Os homens já estão chegando. – Ainda sacudi Dom Matteo pelo colarinho, jogando-o novamente na cama. Eu ia me afastando quando ouvi a voz fraca e debochada de Dom Matteo.
– Não peguei a Lua… mas ainda tem a doce Lunna. Minha reação foi imediata. Peguei minha arma e apontei para ele.
– PAPAI!

O grito surgiu exatamente da porta por onde entrei. Olhei assustado e vi um garotinho…na faixa dos seis anos. Filho dele?

Mesmo machucado Dom Matteo avançou sobre mim e a arma disparou. Ouvi gritos e a porta foi escancarada. Dom Matteo estava de costas para a porta, sobre meu corpo tombado na mesa. Empurrei-o para o lado e ouvi o disparo.

– MICAEL… NÃO…

Meu único pensamento foi correr para o lado do garoto que chorava e escondi seu rosto em meu peito. Micael, Chay e Bernardo entraram seguidos por mais homens, policiais talvez. Ouvia os berros de Dom Matteo mas sequer olhei em sua direção. Ergui minha cabeça e vi Cláudia e Tânia pálidas, assustadas. Fuzilei-as com os olhos. Dom Matteo tinha um filho… um garotinho que assistiu aquela cena horrorosa.

Como ninguém sabia da existência dele?

Alguém me devia explicações.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/M: Que capítulo tenso, hein? Será que o Arthur ficará uma fera com a equipe dele?

Sim ou Claro?

E essa cena hot? WOOW! (emoji cara de safado) kkkk Esses dois não cansam nunca.

Será o fim de Dom Matteo? E o garoto, quem é?

Aguardem os próximos capítulos...

Beijos.

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