Little Anie - Cap. 75 | 1ª Parte

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Little Anie | 1ª Parte

Pov Arthur

Domingo | 27 de Setembro de 2015 – Oito horas.

Tinha uma pequena perna quase me expulsando da cama – e era da Anie. Ela é muito espaçosa.

E a cama é enorme!

Mas ela tenta ocupar todo o espaço que seu pequeno corpo consegue.

É indecente!

Com cuidado, eu afastei sua perna para o lado e consegui me deitar direito na cama. Ela se virou, reclamando coisas incoerentes e abraçou um travesseiro que Lua havia colocado no meio.

Malandra!

Sabia que desse jeito Anie não a empurraria da cama, e sim, a mim. Quando Anie dormia primeiro que nós, era difícil acorda-la para ajeita-la na cama. Então, tínhamos que dar o nosso jeito para arrumar um espaço na mesma e tentar dormir com a pequena se virando na cama a noite inteira. Lua dizia que isso ela puxara de mim. Pois bem, não tenho como negar. Embora na maioria das vezes eu dormisse agarrado a Lua, quando isso não acontecia, como ela mesmo diz: Eu faço uma tour pela cama. Não que eu lembre ou note, mas eu acordo numa posição bem diferente da qual dormi. Isso a leva ter razão sobre o que fala de mim. Lua tem o sono muito leve. Já eu e Anie... uma pedra dormiria menos.

Me virei de lado, e observei as duas. Anie estava desembrulhada, e vestia um pijama da Minnie, a blusa era branca com o desenho estampado na frente, as mangas eram curtas e vermelhas, de bolinhas brancas e o short também era desse mesmo jeito. Já Lua, vestia uma camisola branca, curta, com sandálias coloridas estampadas na mesma. As alças finas, assim como a bainha e o laço, eram e azuis. Assim como a filha, ela estava desembrulhada. Uma de suas pernas estavam levemente encolhidas, enquanto a outra estava esticada.


Não passava das oito e dezessete, e as duas seguiam dormido. O que me deixou preocupado. Anie não costumava passar das oito horas, e Lua disse que ia ao salão. E no entanto, ainda não havia acordado. Era no mínimo, estranho.

Me estiquei o suficiente para tocar em Lua e ao mesmo, não acordar Anie. Comecei a passar a ponta dos dedos levemente em seus cabelos. O que talvez não colaborasse para que a mesma acordasse. Acariciei uma de suas bochechas e depois passei a mexer em sua orelha. Eu sabia que a isso a arrepiaria.

Bingo!

Lua se mexeu, batendo em minha mão e depois resmungou, puxando o lençol para se cobrir. Neguei com a cabeça, mesmo que ninguém estivesse vendo minhas tentativas de acorda-la.

– Aah não, Luh! – Exclamei quase sussurrando. – Acorda... – Pedi ainda baixo.
– Droga, Arthur! – Reclamou quando sem querer enfiei um dedo no ouvido dela. – Meu ouvido... – Empurrou minha mão.
– Desculpa. – Pedi rindo baixinho. – Foi sem querer. – Completei.
– Por que você não aproveita e dorme também? Hoje é domingo! – Falou abrindo os olhos.
– E não era você que ia ao salão fazer um monte de coisas? Meu bem, se continuar com essa disposição hoje nem da cama você levanta. – Comentei.
– Aah para... – Lua empurrou minha mão outra vez. – Tá cedo ainda. – Ela olhou para a filha. – Anie nem acordou ainda.
– Ela é uma dorminhoca igual a mãe. – Comentei.
– Porque você nem dorme, lindão! – Lua revirou os olhos.
– Dormir, eu durmo... só não faço disso um vício. – Pisquei um olho e Lua me mostrou língua.
– Ai, Arthur. Cala a boca!
– Só não mando vim calar, porque você tá muito longe. – Fiz um bico.
– Aaaaii... eu ainda quelo dormi! – Anie reclamou colocando as duas mãozinhas sobre os ouvidos.
– Aaaaii... mas já é tarde sua dorminhoca! – Impliquei cutucando sua barriga.
– Não é não! – Exclamou se afastando de mim. – Mamãe? Diz pra ele parar...
– Hoje ele acordou sendo chato, como você mesma comentou. – Lua disse. Levantei a cabeça para olha-la.
– O quê? Anie falou que eu sou chato? – Perguntei e voltei a olhar para a garotinha que tira o rosto enterrado no travesseiro.
– Ela disse que as vezes você fica chato. Eu concordo. – Pontuou e eu acabei infantilmente lhe mostrando língua.
– Não foi bem assim... – Anie murmurou.
– Ah não? – Lua perguntou irônica.
– Só um pouquinho... – A menina encolheu os ombros e se virou para me olhar. – Só quando você bliga com a minha mamãe. Assim você fica chato. – Me explicou e eu estava encarando-a quase boquiaberto.
– Então eu sou chato? E sua mãe não é nadinha?
– Oh, Arthur?! Eu nem estou na conversa, tá? – Lua reclamou.
– Mas você concordou.
– Não fica chateado, papai... – Anie pediu fazendo bico.
– Vocês também são chatas e eu nem fico falando. – Retruquei fazendo Lua ri.

Não que eu estivesse chateado, mas era bom que elas pensassem que sim.

– Não vem dizer que ficou chateado, Arthur?
– E se eu estiver? – Rebati.
– Eu nem vou falar mais nada... – Lua respondeu e levantou da cama. – Vem, Anie. Vamos tomar banho. – Lua chamou a filha.
– Papai?
– Sua mãe está chamando. – Respondi.
– Você tá com raiva?
– Não, Anie. Não tem ninguém com raiva aqui, filha. E vá logo... Sua mãe não costuma ser muito paciente.
– Tá.

A garotinha levantou-se da cama e saiu correndo para o banheiro. E antes que Lua gritasse um: “Arthur? Por favor, pega o shampoo, o sabonete e a toalha da Anie”, eu levantei da cama e fui buscar. Abri a porta do banheiro e deixei sobre a bancada da pia.

– Obrig... – Fechei a porta antes de escutar o restante da palavra.

Sorri voltando para a cama, onde acabei me jogando. Lua não precisava saber que eu estava fingindo estar chateado com ela e com a nossa filha.

Elas demoraram no banho e quando saíram, Lua pediu para que a filha não saísse correndo, porque ela poderia acabar caindo.

Lua saiu do quarto. Com certeza foi ajudar Anie a vestir uma roupa. Ela demorou quase meia hora e quando abriu a porta do quarto, empurrou fechando-a com tudo.

– Droga! –– Exclamou bufando. – Você podia pelo menos tentar convencer a sua filha de que ela precisa sim cortar os cabelos. – Falou indo para o closet.

Eu bem sabia o drama danado que Anie fazia para não cortar os cabelos. Não sei para que tudo aquilo...

– Arthur? Você tá me ouvindo? Sei que não está dormindo. – Disse séria.
– Aah, então quer dizer que o chato agora tem utilidade? – Perguntei irônico, sem me dar ao trabalho de me mexer na cama para encara-la.
– Não me obrigue a responder. – Avisou. – Não sabia que você era tão sensível assim. – Completou.
– Por que? Só você pode? – Perguntei.
– Olha, eu realmente não quero me irritar com você. – Me disse. – Então, não insiste para que isso aconteça. Sabe que não precisa se esforçar muito. – Finalizou. Eu quase ri com esse final.
– Eu só fiz uma pergunta... Vocês que ficam aí reclamando de mim. Sou tão legal com vocês... Bom, pelo menos, eu me esforço para ser.

Tá... Eu estava apelando demais. Lua girou o corpo e me encarou. Ela estava bem séria, com uma das sobrancelhas erguidas.

– Você tá falando sério?
– Estou com cara de quem está brincando?
– Você está muito dramático para o meu gosto, isso sim. – Retrucou calçando a sapatilha.
– E vocês duas me magoaram. Então, quem está bem pior sou eu. – Respondi no meu melhor tom de magoado fingido. Lua riu.
– Quer que eu peça desculpas, é isso? – Me perguntou.
– Você é quem deve saber... – Falei me espreguiçando. Dando a Lua a melhor visão do meu corpo que os olhos dela podiam ver naquele momento.
– Olha... Arthur... Não tenta mudar o foco, seu cretino! – Ela jogou um dos travesseiros em mim.
– Não tenho culpa se você perde o foco ao olhar para o meu corpo. Pensando bem, você está proibida de ficar quase me comendo com os olhos. – Conclui e o travesseiro foi leve se comparado a sandália que ela acabou me jogando. Peguei no ar e coloquei a mesma no chão, ao lado da cama. – Sem contar que você é um perigo para o meus estado físico. – Completei.
– Aaah! Você ainda não viu nada, meu bem. – Lua comentou divertida.
– E nem faço questão de ver. – Retruquei.
– Para de testar minha paciência... as vezes eu acho que você gosta de me ver irritada. – Falou.
– Irritada você fica sexy. Uma gostosa impossível de tocar. Sacou? – Sorri maroto e Lua me encarou incrédula.
– Eu sempre desconfiei que você sente prazer em implicar comigo. – Contou, me fazendo ri alto.
– Eu não diria prazer... não ainda. – Comentei dando ênfase nas últimas palavras.
– Vai logo, Arthur. Para de fingir e vai convencer Anie a ir comigo.
– E quem te garante que ela irá me ouvir? – Perguntei e Lua revirou os olhos.
Será que meu papai tá tliste, mamãe? Não quelo que ele fique chateado comigo. Isso te responde? – Perguntou e andou até a porta. – Mal ela sabe que o pai, é um fingido de meia tigela. – Finalizou, virando-se de costas para mim. – AAAAAII! – Gritou quando a puxei pela cintura, chocando suas costas contra meu peito. Lua estava com um vestidinho preto.
– E a mãe, uma abusada autoritária muito gostosa. – Provoquei levantando um pouco o vestido e mordendo o lóbulo de sua orelha, e em seguida, dando um tapa ao lado de seu bumbum. – Que no momento, está de castigo. – Avisei. – E de vestido curto. – Eu o puxei para baixo. Lua soltou um gemido baixo, apertando minhas duas mãos.

Eu adorava provocar essa mulher!

– Chegamos! – Eu a soltei antes que voltássemos para o quarto. – Eu nem devia te ajudar, por conta do abuso mais cedo... Mas sou uma boa pessoa. Pode agradecer depois. – Deixei claro erguendo uma sobrancelha.
– Pelo que entendi... – Lua se encostou na parede. – Estou de castigo. – Me lembrou.
– Abro uma exceção para o nosso prazer, querida. – Piquei um olho. Abrindo a porta do quarto de Anie. – É aqui que tem uma garotinha birrenta? – Perguntei quando a vi deitada na cama.
– Não quelo corta meu cabelo, papai. Eu gosto dele. – Choramingou. – Fala pra minha mamãe.
– É só um pouco, filha. Você não quer ficar ainda mais linda? Hum? – Perguntei me sentando na cama, onde Anie permaneceu deitada.
– Mas eu já sou linda. – Respondeu me fazendo ri.
– Sim, você já é muito linda, meu bebê. – Concordei. – Mas crianças cortam os cabelos também.
– Todas as clianças?
– Sim, todas.
– Por que?
– Ora, porque sim. Crianças não sabem cuidar de cabelo grande sozinhas.
– Mas a minha mamãe me ajuda.
– É claro, mas tem que cortar só mais um pouquinho. – Insisti. – Nem vai doer, Anie. Não precisa chorar. – Conversei com ela calmamente.
– O senhor vai?
– Eu? Ah, filha... eu não. – Respondi. – Você vai com a sua mãe e a tia Mel.
– Você não tá chateado?
– Não, filha. Eu já falei que não.
– Você não é chato sempre... Não falei isso.
– Eu sei, amor. Eu entendi. – Respondi acariciando seu rosto. – Vamos lá, levante. Você tem que tomar café antes de ir.
– Tá bom... – Ela aceitou e sentou-se na cama. – Me ajuda a calçar meu tênis?
– Claro, meu amor. – Sorri. Anie vestia uma bermudinha branca e uma bata da mesma cor, com renda de cor bege na frente.
– Eu tilei... Minha mamãe tinha calçado em mim. – Contou enxugando as lágrimas.
– Uhm... birrenta. – Falei pegando o tênis de cor bege com detalhes de pequenas pedrinhas brilhantes. E calcei na pequena. – Prontinho.
– É novo. – Ela esticou as perninhas me mostrando o tênis. – Você gostou, papai?
– É lindo. – Respondi. – Está parecendo uma bebê mocinha. – Sorri e Anie jogou a cabeça para trás, soltando aquela gargalhada gostosa de criança. – Eu amo sua gargalhada, amor. – Confessei pegando-a no colo e beijando sua bochecha. – E amo você... muito...
– Muito... – A pequena completou, me fazendo sorri.

Saímos do quarto e eu a coloquei no chão.

– Diz pra sua mãe, que depois eu quero conversar com ela, tá meu anjo? – Pedi.
– Tá, papai. – Anie saiu correndo para a escada.
– Cuidado aí, meu amor! Não corra...

*

Já fazia quase meia hora desde que eu havia entrado no quarto. E nada de Lua voltar. Eu já tinha tomado banho e feito a barba. Minha vontade de provoca-la já estava quase indo embora quando a ouvir falar com Mel no corredor.

Sorri.

– Achei que ia morar na cozinha. – Comentei. – Estava com medo de mim é? – Lua riu.
– Sentiu minha falta, foi? – Perguntou convencida. – Achei que a abusada aqui estivesse de castigo. – Disse indo para o closet.
– Você não me respondeu. – Lembrei.
– Eu não tenho medo de você. – Falou. – O que quer falar comigo? Anie disse que queria conversar.
– Um obrigada seria um bom começo. – Falei baixo indo pegar o controle da televisão. Lua riu.
– E eu agradeceria pelo que exatamente? – Se fingiu de desentendida.
– Não venha bancar a desentendida. – Respondi. – Só eu consigo convencer a sua filha quando você não consegue. – Me gabei.
– Isso não é uma novidade. – Lua retrucou. – Quando eu voltar... a gente se acerta. – Me disse e pegou a bolsa. – Tchau.
– Ei? Volta aqui!
– O que foi?
– Você leva ao menos uma lingerie decente por baixo desse vestido? – Lua riu alto.
– Eu só uso roupas decentes, meu amor.
– Lua, eu estou falando sério.
– E eu também. – Ela me jogou um beijinho.
– Lua? Volta aqui! – Mandei, mas ela já havia fechado a porta e saído.

Eu ainda tinha que ligar para a casa em Brighton e ver se Richard – o caseiro – estava por lá. Fazia quase oito meses que não íamos lá.

Não era a época ideal para irmos à praia. Estávamos no outono, ventava e quase não tinha sol o dia todo. O inverno estava bem ali.

A casa estaria vazia, e eu podia aproveitar isso com Lua e Anie. Não precisávamos ir à praia todos os dias para que pudéssemos aproveitar essas férias fora de época. Tinha outras coisas, outros programas que poderiam ser feitos em família, além desse.

E eu ainda tinha que correr com a surpresa que faria a Lua. Eu precisava de uma ajudinha de algumas pessoas de Brighton. Como eu não sabia se íamos mesmo, foi o jeito deixar tudo para cima da hora mesmo.

Onze e trinta e dois – Ligação ON

– Arthur?
– Oi, Lua. – Respondi.

Eu estava jogado na cama desde a hora que elas haviam ido para o salão. O silêncio estava tão bom, que eu havia até cochilado. Acordei alguns minutos antes da ligação. Estava passando um jogo de beisebol na TV.

– O que aconteceu? – Perguntei.
– Você está ocupado? – Me perguntou. Ela queria algum favor.
– Mais ou menos... Está passando um jogo interessante de beisebol na TV. – Respondi e eu podia apostar que ela estava de cenho franzido.
– O quê? E desde quando você entende de beisebol, Arthur? – O riso em sua voz era palpável.
– Desde hoje. E se você estiver interessada, o time eu estou torcendo, está ganhado, ok?! – Respondi sério.
– Com certeza quando você ligou a TV ele já estava na frente. – Retrucou.
– Ele virou, Lua. Virou! – Exclamei. – Eles são bons. – Completei. Ela riu.
– Tá, ok. Não quero falar de beisebol. – Me disse.
– Ligou por quê? Que eu me lembre, você me deixou falando sozinho. – Lhe disse.
– Eu preciso que você venha buscar a Anie. – Falou calmamente.
– Por que já? Você não está com ela? – Indaguei.
– Eu estou. E ela já cortou o cabelo. Mas não quer ficar aqui me esperando, e nem com Mel e muito menos com os funcionários. Por que ela tem que ser tão birrenta? Pra quem ela puxou isso? – Reclamou me fazendo rir.
– Quer mesmo que eu responda? – Perguntei irônico.
– Não seja idiota. Eu estou falando sério.
– Se eu fosse você, começaria a me tratar melhor, hein? – Comentei e a ouvir bufar. – Não estou nem um pouco afim de levantar dessa cama.
– Por favor... Sei que não vai deixa-la me tirar do sério.
– Não vejo porque não!
– Arthur...
– O que você ainda irá fazer aí? – Indaguei.
– Depilação e massagem... Vai demorar um pouco.
– E o que você estava fazendo aí esse tempo todo?
– Cortando os cabelos, fazendo hidratação e pitando unhas. Por quê?
– Mulheres! – Exclamei.
– E aí, Arthur?
– Eu vou, eu vou. Pela a minha filha, Lua. Eu já comentei que sou uma boa pessoa?
– Sim, amor. O melhor pai e marido do mundo. Agora, vem. Não demora! – Mandou.
– Gentil sempre. – Ironizei. – Qual o endereço? – Perguntei.
– Anota aí... – Pediu. – Já?
– Aham... – Murmurei e Lua falou o endereço.
– Beijos.
– Tá... Eu pego quando chegar aí. – Falei e ela riu.

Ligação OF

Respirei fundo e me levantei da cama, indo direto para o closet. Eu não estava com nenhum pingo de vontade de sair daquela cama – e muito menos de casa –, mas eu conhecia muito bem minha filha para saber que ela não pararia de pedir a mãe, para vim embora. Anie era muito inquieta, e as vezes isso nos irritava. Ela queria tudo no tempo dela, do jeito dela. E Lua era bem menos paciente que eu. Anie não me irritava com tanta frequência quanto irritava Lua.

Ah... Não mesmo!

Tirei meu short e vesti uma calça de moletom preta e uma camisa manga comprida de listras grandes em tons cinza e preto. Encolhi as mangas até os cotovelos e depois calcei um sapatênis preto. Passei as mãos pelos cabelos, na tentativa de arruma-los, passei perfume e peguei meu celular e a chave do carro antes de sair do quarto.

*

Demorei um pouco mais de vinte minutos para chegar até o endereço que Lua havia me passado. O trânsito ajudou bastante. Quase não havia veículos àquela hora, era domingo ainda por cima. Não tinha o sufoco da hora do almoço igual nos dias de semana.

Peguei o celular e mandei uma mensagem para Lua.

Mensagem ON

“Eu já cheguei. Estou aqui na frente”

Enviei. Uns dois minutos depois, ela me respondeu.

“Pode entrar. Estou na terceira porta a direita, se você pegar esse correr não tem como errar, amor.”

“Lua? Fala sério que eu ainda vou ter que ir te procurar?”

Mandei. Revirei os olhos e esperei pela resposta dela. O que custava Lua vim trazer Anie aqui na frente? Com certeza ia ter um monte de mulheres nessa sala. E iam todas ficar me encarando como se eu fosse um intruso. Que estava no lugar errado.

“Eu já te falei onde estou. Não vai custar nada, amor.”

“Você tá usando amor só pra me convencer. Já custou e muito eu ter levantado da cama e vindo pra cá.”

Deixei claro.

“Tá insinuando que eu estou mentindo que você não é meu amor?”

“Não insinuei nada. Pontuei. Te conheço. Tá... Eu vou aí.”

“Te amo, lindo!”

Mensagem OF
                        
Foi a última mensagem que ela mandou. Não respondi. Mas sorri. Era impossível não sorri.

Sai do carro e liguei o alarme. Entrei e passei pela recepção onde tinha três funcionárias. Fora as cinco clientes que estavam sentadas ali, umas lendo revista e outras conversando. Segui pelo corredor que Lua falou, até encontrar a tal porta que ela citou na mensagem.

Abri a mesma e de fato: estava cheia de mulheres e uma miniatura que correu e abraçou minhas pernas.

– Paaapaai! – Anie exclamou e parece que tínhamos nos tornado o centro das atenções. Lua segurava o riso e isso era palpável.
– Oi, linda. – A peguei no colo. – Por que não quis ficar esperando sua mãe?
– Vai demolar muito. – Respondeu passando os braços ao redor do meu pescoço.
– Pronto! Agora ela para de ficar pedindo para eu te ligar o tempo todo. – Lua comentou entregando uma pequena bolsa a Anie. – Obrigada, amor. – Lua me olhou.
– Você sabia que eu vinha... – Comentei.
– Eu sabia. – Admitiu. – Anie ainda não almoçou... por favor. Não dê besteiras a ela, Arthur. Essa mocinha já está ficando muito mal-acostumada. – Disse e saímos da sala.
– Não tô mal custumada não, mamãe. – Anie retrucou nos fazendo ri e encostou a cabeça em meu ombro.
– Tá ok. Que tipo de pai você acha que eu sou, hein? – Perguntei empurrando-a levemente pelo ombro.
– Um pai que não sabe dizer não. – Respondeu me abraçando pela cintura.
– Por isso que eu tô aqui mesmo. – Dei de ombros e Lua riu. – Bom, a gente já vai.
– Posso comer torta de limão de soblemesa?
– Pergunta aí pra durona da tua mãe.
– Ai meu Deus! Deixa de ser antipático, Arthur. Hoje você tá demais.
– A é? Nem vou discutir com você. – Retruquei.
– Pode, filha. Mas só se comer bem no almoço.
– Tá, mamãe. – Anie a abraçou e Lua lhe deu vários beijos na bochecha.
– Tchau, Arthur.

Me disse, mas eu sai com Anie antes de lhe responder.

– Por que tá assim com a minha mamãe? – A pequena me perguntou.
– Estamos bem, filha. Bem. – Assegurei.
– Não tá não. Você nem falou com ela... nem beijou. Vocês sempre se beijam, papai. – Notou.

Tive que segurar o riso. Mas de fato eu ainda não tinha beijando Lua hoje. Preferi mão dizer nada. Quando chegamos ao carro, notei que a cadeirinha de Anie tinha ficado no carro de Lua. E eu não iria voltar para buscar.

– Minha cadeilinha tá no carro da mamãe.
– Eu sei, amor. Vai sem cadeirinha mesmo. – Falei.
– Papai?
– Oi.
– Então deixa eu ir aí do seu lado?
– Tá bom, filha.
– Você viu o meu cabelo? Eu não quis cortar muito, papai. – Contou e só então olhei para os cabelos dela.
– Vi sim, amor. Ficou lindo. – Sorri e fechei a porta do carro. Dei a volta e sentei no banco do motorista. – Que tal irmos comprar sorvete, filha?
– De chocolate?
– Sim. De chocolate.
– Quelo biscoito, papai e murffins. – Pediu.
– Vou comprar também.
– Tá bom.

Treze e cinquenta – Promete? Plometo, papai.

Eu já tinha almoçado com Anie. Comemos sorvete e torta de limão de sobremesa. Agora ela estava na sala, tinha ficado lá assistindo filme com a Carol.

Eu tinha uma ligação para fazer. Eu queria preparar uma surpresa bem romântica para Lua. E ela nem sonhava o que seria.

Lua estava precisando. Nós estávamos precisando de um tempo só nosso. E eu queria muito aproveitar essas semanas com ela e com Anie. Falando nela...

– Papai? Olha o que eu desenhei. – Me mostrou uma folha de papel com os rabiscos dela. – É a branca de neve. – Apontou para o desenho.
– É hein? Que branca de neve linda... – Elogiei lhe dando um beijo na testa. – Vem aqui, filha... quero conversar com você. – Falei.
– O que é papai? Fiz alguma coisa?
– Não, amor. Não fez... quero te contar uma novidade. Uma surpresa que vou fazer para a sua mãe.
– Surplesa? Pra minha mamãe? – Perguntou batendo palmas.
– É. Mas olha aqui... você tem que guardar segredo. – Avisei.
– Tá, papai. Me conta. Quelo logo saber!
– Então, pequena... vou te explicar direitinho, você tem que colaborar...
– O que é cobolar, papai? – Me perguntou confusa.
– É colaborar, filha. – Corrigi. – Me ajudar, amor. Entendeu agora?
– Entendi. – Sorriu.
– Você sabe que vamos viajar amanhã, né? – Perguntei.
– Sei, papai. Minha mamãe contou e falou pra tia Mel também.
– Pois é... Presta atenção. – Pedi. Anie sentou-se direito na cama e deixou o desenho de lado. Me olhando atenta. – Aconteceu algumas coisas comigo e a sua mamãe, faz um tempinho. Bem pouco tempo, aliás. Lembra que ela estava triste?
– Eu lembro, papai que minha mamãe tava tliste. Ela ficou tliste por que você viajou aquela vez e demolou voltar. Selá que ela sentiu sua falta e por isso cholou?
– Não, filha. – Soltei um riso fraco. – É claro que ela sentiu minha falta, eu também senti falta dela, e sua, meu anjo. – Passei o polegar pela sua bochecha. – Mas não foi por isso que sua mãe chorou, amor. Foi por uma coisa bem mais grave, mas você não vai entender. É muito pequena pra isso. E não conta nada disso pra ela, tá? É nosso segredo, pequena.
– Tá, papai. Não vou contar. – Afirmou.
– Ok. Eu acredito em você. – Sorri. – Bom, aí... agora ela tá mais feliz, você não acha?
– Eu acho. Mais do que quando fomos ver a vovó Emma e o vovô John. Que ela cholava e eu vi, mas ela dizia que não era nada.
– É, amor... Você não precisava se preocupar com isso. Então, agora eu quero fazer uma surpresa pra sua mamãe. Ela merece. Só que eu preciso que a senhorita me ajude.
– O que eu vou fazer?
– Bom, eu tenho que escolher uns bombons e balões.
– Balões das plincesas?
– Não, filha. – Ri. – Das princesas não. Outros balões.     
– De qual?
– A gente vai escolher depois, tá? Mas a sua mãe não pode saber. – Deixei claro.
– Tá. Eu já falei que não vou contar, papai.
– E cheirinho, quando chegarmos em Brighton, você vai ter que dormi no seu quarto. – Comentei.
– Sozinha? Aah, papai...
– Filha, eu e sua mãe vamos estar em casa também.
– Mas e se eu não consegui dormir?
– É claro que vai consegui dormir, meu amor.
– Mas é que as vezes eu não consigo.
– Pelo menos, dormi sozinha só no dia que chegarmos lá...
– Mas e a surplesa? Não vou ver?
– Anie, é pra sua mãe, meu amor...

Tá sendo mais difícil do que pensei. Eu só precisava convencê-la a dormi sozinha no dia que chegarmos. E fazê-la prometer que guardaria segredo até lá.

Eu estava pensando em passar uma noite romântica com Lua, e eu não podia explicar isso a Anie. Porque ela é uma criança de apenas três anos. E não entenderia nada.

– Tá bom... Não quer que eu participe?
– Não é isso, amor. É que é uma surpresa de gente adulta. Vem aqui... – A chamei para o meu colo e peguei o meu celular. – O que você acha dessas flores? – Lhe perguntei.
– Que é bonita. É pra minha mamãe?
– Aham... É. Você acha que ela vai gostar?
– Eu acho.

Mostrei a ela as flores, os balões em formato de coração que eu já tinha escolhido. Escolhemos os bombons e eu tive que comprar uma caixa para ela também. E nesse meio consegui convence-la de que não lhe aconteceria nada caso ela dormisse sozinha só uma noite no quarto dela em Brighton. Que eu e Lua estaríamos no quarto ao lado e qualquer coisa, íamos até ela. A pequena aceitou.

Depois eu mandaria mensagem para a pessoa que estava me ajudando e pediria para que a mesma comprasse o champanhe de minha escolha. E as velas de sua preferência. Já que eu não entendia muito disso.

Eu já tinha lhe explicado como queria tudo. Nos mínimos detalhes. Richard ficou encarregado de estar em casa quando ela chegasse e de lhe entregar a cópia da chave do quarto. Eu teria que ser bem convincente para enganar Lua de que tinha esquecido a chave do quarto aqui em casa, quando chegássemos lá amanhã.

– Promete que vai guardar segredo, filha? – Lhe perguntei outra vez.
– Plometo, papai. Eu já falei.
– De dedinho?
– Tá bom, de dedinho. – Entrelaçamos nossos dedinhos.
– Te amo.
– Eu também te amo... – Anie me abraçou.
– O que estão aprontando, hein? – Ouvimos a voz de Lua.
– Nada. A gente lá tem cara de quem apronta alguma coisa? – Perguntei.
– Não. Imagina. – Respondeu indo para o closet.
– Você demolou muito, mamãe. – Anie comentou descendo do meu colo e indo atrás da mãe.
– Já sabe né, filha?
– Já, papai. – Ela tentou piscar um olhinho, mas como não sabia. Acabou piscando os dois. Sorri.

Dezenove e quinze – O que tá acontecendo?

– Você reparou que eu cortei o cabelo? – Lua me perguntou quando entrou no quarto pela milésima vez.

Ela andava de um lado para o outro. Entrava e saia do mesmo. Eu já não estava mais aguentando a vontade de ri.

– Você disse que ia cortar. – Dei de ombros. Ela me olhou meio chocada.
– Achei que ia dizer outra coisa... – Comentou.
– O que você esperava ouvir? – Lhe perguntei.
– Nada... nada. – Ela soltou-se na cama de costas para mim.

Lua ficava inquieta quando eu resolvia não lhe falar nada. Ela estava linda e muito cheirosa. Notei que até as unhas ela havia pintado. E sei que estava cheia de coisas que queria me contar, mas que estava se segurando por não saber se eu estava chateado com ela. O que não era o caso.

Meu celular apitou. Droga! Era uma mensagem de Jessy. Ele estava ao lado de Lua. Ela o pegou, e jogou ao meu lado. Levantando em seguida da cama. Eu não o peguei e Lua ergueu uma sobrancelha.

– O que foi? – Indaguei fingindo não ser nada demais.
– Não vai responder sua amiguinha Jessy? Vai ver é ela quem está te irritando, seu cretino! – Exclamou com raiva.
– Ei, pode ir parando. – Avisei.
– O que tá acontecendo? – Me perguntou tentando se controlar.
– Eu que te pergunto. Fica falando de coisas que não sabe.
– Você tá me escondendo alguma coisa.  – Retrucou. – Tá achando que eu sou burra?
– Eu não estou nem falando nada. – Me defendi.
– Por que você não olha na minha cara? Por que hoje você fez de tudo pra gente discuti? Você me irritou... Ficou me ignorando. E quando eu cheguei, nem olhou pra mim. Você acordou diferente e a gente nem brigou ontem. Estávamos bem... e você age assim do nada. Se eu fiz alguma coisa, ou se você quer dizer algo, por que não fala logo? Poxa! Que droga, Arthur! – Disse chateada. Eu sabia que Lua estava fazendo de tudo para não brigar.
– Eu não tenho nada para te dizer.
– Tá bom, Arthur. Tá bom. Eu vou te dizer só uma coisa. – Avisou. – Eu não quero mais saber de você vim querer falar comigo depois. Nem nada. Tá me ouvindo? Eu odeio quando você age assim. Isso me irrita muito e você sabe. Faz por que quer. E só mais uma outra coisa, amanhã pode ir a Brighton sozinho com a sua amiga nova. Que eu não vou mais pra nenhum lugar com você e Anie muito menos. – Finalizou indo em direção a porta do quarto.
– Anie é minha filha também...
– Eu não disse ao contrário.
– E vai me deixar ir com outra mulher? – Provoquei. Lua parou e me encarou.
– Você que sabe... e sabe também, que eu não vou voltar atrás.

Tá... eu tinha ido longe demais. Lua estava irritada comigo agora e achando que eu estava aprontando alguma coisa – e insinuando que eu tinha outra. Essa era a minha mulher. Era hora de pôr um fim na brincadeira de fingir estar chateado com ela, antes que Lua ficasse de verdade chateada comigo.

– Eu notei sim que você cortou os cabelos, e isso, desde a hora que você entrou no quarto dizendo que eu e Anie estávamos aprontando alguma coisa. Eu notei até que você pintou as unhas. E gostei do tom, combina com você. Você está muito cheirosa e eu estou louco para te tocar e sentir quão macia sua pele deve estar. Eu pensei nisso o resto da tarde. – Finalizei e Lua me encarou.
– Por que tudo isso agora?
– Eu não estou chateado com você. – Esclareci. – Eu só quis passar o dia te provocando, te irritando... – Admiti. – Já disse que você fica bem sexy, zangada. Mas agora a coisa ficou séria. Não quero que fique chateada de verdade. – Pedi. – Foi só uma brincadeira.
– E quem é Jessy? Ela não é uma brincadeira. – Retrucou.
– É uma mulher. Não vou mentir. – Comecei.
– Nem se você quisesse mentir... acha que sou burra?
– Lua? Me deixa falar. – Pedi um pouco sério. – Você nem sabe escutar.
– Você quer me fazer de boba, Arthur.
– Eu já disse, foi só uma brincadeira. O que mais quer que eu diga? Você anda muito estressada. – Reclamei.
– Você me estressa. Você gosta de me irritar. Para de rir! Eu não fico sexy, eu fico querendo te matar! – Exclamou alto. Não parei de ri. – Cara... Para, Arthur! Hoje você acordou insuportável. – Finalizou. Levantei da cama e andei até ela. – E... E-eu... eu odeio quando você faz isso... Aaah, droga! – Gemeu baixo quando a puxei pela cintura.
– Odeia nada. Você gosta disso. Gosta quando te tiro do sério... Te irrito... – Sussurrei mordendo o lóbulo de sua orelha. Lua apertou meus braços. – Eu disse que você estava cheirosa... – Comentei cheirando seu pescoço.
– Você nem disse nada sobre o meu cabelo. – Reclamou. Ri contra seu pescoço.
– Quem disse?
– Eu estou falando. Você só me disse essas coisas porque eu me irritei de verdade. Eu fiquei lá a manhã toda... eu pensei em você e também pensei que ia gostar. Que íamos... sei lá... fazer alguma coisa o resto da tarde. Mas você me irritou, me ignorou. Não falou nada. E agora essa Jessy manda uma mensagem. Você não quer me dizer quem é ela. E eu fico pensando mil coisas e odeio ter que estar pensando isso. – Admitiu triste.
– Shh... eu não falei nada, mas isso não quer dizer que eu não tenha notado. Eu notei. Eu notei muito. Desculpa, vai loirinha... Aah, Lua! Não pensa nessa mulher, não se preocupe. Acredita em mim... Depois eu te explico tudo. Você não precisa ficar pensando mil besteiras. – Lhe dei um selinho. – Hum? Vamos lá... quero te beijar... – Caminhei de costas até a cama. – Eu sei que você quer me contar um monte de coisas. – Lua tentou segurar o sorriso. – Eu passei o dia pensando em você também. – Admiti. – E eu comprei aquele sorvete que você adora. Um pote só pra você. – Pincelei seu nariz com a ponta do dedo.
– Não me olha assim... você disse que eu estava de castigo. Obrigada pelo sorvete... eu até já tomei um pouquinho. – Encostou o rosto em meu peito.
– Eu falei mesmo... e pelo que eu me lembre, também falei que ia abrir uma exceção. Não vem me enrolar. – Deitei na cama e puxei Lua para cima de mim.
– Para o nosso prazer... – Lembrou.
– Siiim... com certeza. – Virei ficando sobre ela. – Você relaxou? – Perguntei beijando seu ombro esquerdo.
– Aham... mas acho que nem adiantou muito. – Lua arqueou as costas e eu ri baixinho.
– Foi mesmo?
– Para de fingir... você foi o responsável. – Me acusou puxando meus cabelos.
– Bobinha... Não tenho culpa se você leva a sério minhas brincadeiras.
– Você é péssimo nisso, Arthur.
– Vai mesmo me deixar ir a Brighton com outra mulher? – Levantei a cabeça para olha-la.
– Não. Não mesmo. – Respondeu.
– Hum... eu sabia que isso era da boca pra fora. – Mordi seu lábio inferior. Lua soltou um gemido.
– Falei no impulso... – Ela virou o rosto. – Mas se fosse verdade e você fosse... Íamos ter sérios problemas.
– Não vou a lugar algum sem você, linda... – Depositei um beijo molhado em seus lábios. – Agora deixa eu tirar sua roupa... Ou vamos ter sérios problemas. – Brinquei. Lua me deu um tapa no braço. – Você disse que queria... sei lá... fazer alguma coisa. – Falei enquanto tirava a camiseta dela e depois o short.
– É... eu disse. Mas não sei se você tá merecendo. – Comentou me fazendo encara-la.
– O que, Blanco? – Perguntei deitando novamente sobre ela. – Você não pode estar falando sério, querida. – Abri o feixe do sutiã dela e o joguei para o lado. – Nem sempre a gente ganha as coisas que merece mesmo. – Apertei o bico de um de seus seios.
– Aaarthuur...
– Você não concorda comigo, amor?
– Eu... Eu... – Comecei a chupar um de seus seios e Lua perdeu a fala. Puxou meus cabelos enquanto apertava minha cintura com as pernas.
– Sabe, Lua? Eu podia fazer isso a noite toda com você, caso não estivesse pensando em fazer outras coisas. – Comentei e Lua abriu os olhos quando comecei a descer minha mão até chegar no cós de sua calcinha. – Aqui em baixo deve estar tão e até mais delicioso que aqui em cima.
– Aai meu Deus!
– Não é Deus, Lua. Sou eu, seu marido. – Falei descendo os beijos pela sua barriga. – Desse jeito você para relaxa de verdade... – Comentei beijando a parte interior de suas coxas. – Eu sabia que estaria tão macia quanto pensei... – Sorri passando um dos dedos pela sua intimidade. Lua gemeu um pouco alto. – Shh... – Desse jeito vai acabar chamando atenção.
– Não fala... desse jeito...
– Por que? – Subi os beijos até chegar aos seus lábios. – Você gosta de ouvi-las. – Nos beijamos. O beijo era lento. E eu sentia as unhas de Lua cravando-se lentamente em minhas costas.
– Tira... Tira o... seu short, Arth... – Voltei a beija-la.
– Está com pressa? – Voltei a beijar e mordiscar seu pescoço.
– Uhm... Hum...
– Temos a noite toda... eu acho. – Falei e Lua riu fazendo força para virar e ficar sobre mim. – Pronto... – Coloquei Lua por cima. – O que você tá pensando em...
– Primeiro, tirar o short. – Ela o puxou para baixo junto com a boxer.
– A cueca foi junto.
– Menos trabalho. – Lua sorriu sem mostrar os dentes. E voltou a deitar sobre mim.
– Me desculpa por hoje... – Pedi acariciando sua bochecha.
– Você sabe que eu desculpo. – Respondeu.
– Sabe que eu te amo muito... e que faço e faria qualquer coisa por você. – Lua assentiu me dando um selinho. – Não desconfia de mim, não tem nada que eu precise esconder de você.
– Eu sei, amor... você não precisa dizer nada, Arthur.
– Só mais uma coisinha... – Pedi e Lua concordou. – Você está linda. – Elogiei. – E eu estou feliz em ver que você está feliz também.
– Você me faz feliz... Você, a nossa filha e tudo o que faz pela gente. E eu quero muito passar um dia a sós com vocês. Nós precisamos... – Concordei.
– Vai ser incrível. – Comentei.
– Não tenho dúvidas. – Lua segurou meu rosto com as duas mãos. – Eu te amo tanto. – Vi seus olhos se fecharem vagarosamente quando segurei em sua cintura e coloquei meu membro em sua entrada, abaixando Lua com cuidado.
– Eu também te amo. – Colei os lábios nos dela.

A noite estava só começando...

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/A: Olá? Boa tarde, gente! <3

Sim, eu voltei depois de um sumiço de 1 semana e 1 dia haha – com a atualização de Little Anie – os últimos três dias eu fiquei sem internet e só hoje pela manhã que meu pai mandou ajeitar. Então, cá estou!

O que acharam do capítulo? Estou sentido falta de vocês nos comentários </3 Vamos falar/comentar aí galera... interagir. Não é tão difícil :-)

Sei que estou demorando muito a postar os capítulos dessa fic. Mas como eu os escrevo agora, fica difícil postar um por dia. Eu canso também. Isso cansa. Tem dias que eu nem quero papo com a história e que sei lá... eu simplesmente vou fazer outras coisas. Tenho 2 livros com a leitura atrasada e mais uns cem – nem sou exagerada – que quero muito ler e não tá dando. Heeelp!

Meu Deus! Oh tempo que tá passando rápido. Atualizo a fic em um dia e penso em descansar um, e quando vejo já se passaram quatro dias. Fica difícil assim.

Bom, acho que não tenho mais nada a falar, a não ser pedir que colaborem e comentem nos capítulos – não só de Little Anie, mas como nos das outras duas fics também – É importante saber o que estão achando. O incentivo de vocês nos dá força para continuar e melhorar a cada capítulo.

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior.

Um super beijos... até mais (eu quero muito postar outro capítulo amanhã. Acho que vou nomeá-lo de “Enfim... Brighton” hahaha <3

Bye.

17 comentários:

  1. Vou começar nomear os capítulos de "superação" pq você está demais, sempre melhorando.. Quero um boy desse para me buscar no salão kkk, essa relação dele com Anie é linda, quero Brighton logoo #vemamanha
    Gata está se superando nesses hots, assim que agente ama 😍😍

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  2. Parabéns Milly cada dia arrasando mais,sem comentários para a sua fic,é a melhor que eu já li.
    Amei o capitulo,amo o Arthur irritando a lua,amo o Arthur com a Anie,amo o Arthur com a lua,amo o amor deles ou seja eu amo o Arthur kkkkk é muito pedir um desse na minha vida kkkk
    Não vejo a hora de chegar a tão espera viagem para Brighton e ver a surpresa do Arthur para a lua *____*
    Caroline

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  3. Cada vez mais encantada! Que história linda!

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  4. Amando tudo como sempre mais quero a viagem logo ����

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  5. " Dormir eu durmo , só não faço disso um vício " essa foi boa kkkkkkkkk ai aguiar ta merecendo uns tapas . oq foi isso ? lua morta de ciúmes kkkkkkk tadinha . ja estou na expectativa em relação a essa surpresa . sera q anie vai conseguir guarda segredo . eu super , hiper , mega apoio um novo cap. amanha .
    Xx adaline

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  6. Cada dia mais apaixonada nessa web!! Arthur adora tirar a lua do sério kkkk,Anie adora uma birra e Lua tão ciumenta!

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  7. O que falar desse Capítulo? Maravilhoso demais Hahaha...
    Aline

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  8. Essa Fic é perfeita, cada dia estou mais viciada, estou ansiosa para os próximos capítulos ♡♡

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  9. Lua louca pra ouvir um elogio do Arthur kkk... que fofa à anie é, Arthur adora irritar a filha e a mulher.

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  10. Ansiosa para o próximo capítulo!

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  11. Pelo amor posta logo outro cap, eu amo essa web!

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  12. Arthur irritando a Lua é o melhor hahhaha e ela ainda cai nessas brincadeiras dele!! Quero só ver se Anie vai conseguir ficar quietinha com essa surpresa do pai e ainda colaborar pra tudo dar certo em Brighton!! Já quero ver essa surpresa aí!
    Helena

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  13. Adorei o cap,Arthur adora estressar a Lua,quero so ver essa viagem no que vai dar.Ansiosa pelo proximo cap.

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  14. fazia tempo que não lia essa web, não gosto de esperar os cap kkkk me atualizei e estou amando o desenrolar da história, ver que eles estão superando a perda juntos e colocando o amor acima das dificuldades ameii espero que não demore tanto kkkk

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  15. Ansiosa pra supresa da viagem bem que podia rolar um milagrezinho divino né e rolar um baby milagre tipo a SUPRESA kkkkkkkkkkk maissssssssssssssssssssssssssssssssss?

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  16. Mal posso esperar por Brighton, sério hahahaha
    A web está muito boa, eu amo little Anie... Posta outro capítulo, por favor!!!!! Ficamos um tempinho sem, merecemos.

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  17. que saudade de Little Anie :(

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