Little Anie - Cap. 74 | 6ª Parte

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Little Anie | Cont. 6ª Parte

Pov Lua

Quando Arthur de fato fechou a porta do quarto, me embrulhei novamente e puxei o travesseiro dele para debaixo da minha cabeça. Anie ainda não tinha acordado e era provável que acordaria bem mais tarde. Olhei para o relógio, e o mesmo marcava: nove e vinte e cinco. Arthur estava muito atrasado. Ri imaginando a cara de paisagem que ele faria ao chegar ao local da reunião – o qual nem me lembrei de perguntar a ele.

Fechei os olhos e esperei que o sono voltasse, acho que não demorou muito.

Pov Arthur

Saí de casa muito atrasado que nem deu tempo de tomar café. Quando olhei para o meu relógio, era: nove e vinte e oito. Esperei o portão da garagem abri e saí com o carro. Espero que eles tenham comprado algo para comer. Provavelmente, John iria querer minha cabeça.

Nove horas, Arthur.
               
Nove horas em ponto.

Droga!

Ah... foi por uma boa causa. Causa essa, que eles não ficarão sabendo. Se bem que... bastava olhar para a minha cara, que meu sorriso idiota me entregaria. Que Desculpa eu usaria? Dormir demais? Uhm... nem de longe eles acreditariam. Eu não estava com cara de quem tinha acabado de acordar e saído correndo de casa.

Pensei em Lua... com certeza tinha virado para o outro lado da cama e puxado o lençol, dormiria novamente. Queria estar ao lado dela, mesmo que aquela preguiçosa aproveitasse o resto da manhã para dormir, eu podia aproveitar para olha-la. Ela fazia um bico enquanto dormia, e isso me fez rir, porque Anie também tinha esse costume. Na correria, não tive tempo sequer de dar um beijo de bom dia em minha filha.

Minha manhã não teria como ter começado melhor. Lua sempre arrumava um jeito de me surpreender. Ela estava me provocando desde a madrugada, mas eu não esperava me acordar e fazer amor com ela... Confesso: Eu estava morrendo de saudades. Quanta falta senti de cada toque dela. Só de pensar, meus pelos se eriçavam. Não era uma boa hora para pensar nisso. Eu estava dirigindo, e esses pensamentos iam acabar me desconcentrando.

Harry... meu orgulho não me deixava admitir para ele que eu estava errado. Por que não foi tão difícil assim admitir para Lua? Talvez porque ela fosse minha mulher, e perto dela eu acabava não me importando em parecer um idiota mal-educado. Eu teria algumas horas para pensar melhor a respeito de perdi desculpa. Não queria criar nenhum clima desagradável, e sabia que Harry pensava da mesma forma.

Peguei meu celular quando o sinal ficou vermelho, e o liguei. Logo o nome de John começou a piscar na tela... era o que faltava.

Ligação ON

– Bom dia, John. – Falei devagar, educado o tanto que podia.
– Achei que tinha esquecido que o dia amanhece. – Ironizou. Revirei os olhos.
– Isso é bem redundante... Não acha? Dia amanhece.
– Você me entendeu. Quero saber onde está. – Disse sério.
– Laura vive em Manchester e Lua ficou em casa. – Comentei segurando o riso e esperando pela resposta seca que viria. Deixei a ligação no viva voz. E voltei a dirigir.
– Você está atrasado há cinquenta e cinco minutos, Arthur. – Me lembrou. – Não venha de piadinha para cima de mim. Os caras estão impacientes aqui. – Completou.
– Foi mal, Joh... – Comecei. Mas ele me interrompeu.
– Muito atrasado.
– Estou à caminho... Só mais – Olhei para o relógio. – Dez minutos, caro John.
– Vou contar.
– Ok. – Desliguei.

Ligação OF

Dez minutos se os carros à minha frente resolvesse correr, porque pelo que eu estava vendo, um engarrafamento iria se formar. Não era hora para isso. Bati a testa no volante duas vezes. De duas, uma: ou John me mataria, ou Harry, Chay e Mika se encarregariam disso.

*

– Dez minutos. – Ouvi a voz de John quando abri a porta.
– Bom dia... Eu sei. – Retruquei.
– Seu relógio tá atrasado? Ou o quê?
– Ele não despertou. – Menti.
– Conta outra... você está há mais de uma hora atrasado.
– Peguei um engarrafamento no caminho. Senão, eu já teria chegado aqui há mais de vinte minutos. Me desculpem! – Pedi.
– Eu falei mais de uma hora, Arthur. – John insistiu, mas Harry resolveu mudar de assunto.
– A gente já começou... – Comentou.
– Sem problemas. – Respondi.
– Incluirá, No Worries? – Chay me perguntou.
– Sim. Eu terminei a mesma... Quero que esteja no novo CD.
– Temos vinte músicas. – Mika falou. – Oito são composições só do Arthur. Quatro minhas.
– Cinco Chay, Mika e Arthur. Três, Harry e Arthur. – John completou.
– Temos que decidir quais entrarão. – Chay falou mexendo em algumas folhas soltas, onde as canções estavam escritas.
– Antes, temos que decidir qual será o single dessa tour, concordam?
– Pensei em, I've Got You. – Mika sugeriu.
– Como single? – Indaguei.
– Não acha uma boa?
– Eu aposto em, Love Is Easy. – Falei.
– Eu também pensei nessa, mas era a minha segunda opção. – Mika riu.
– Podemos inseri I've Got You no CD, mas não como single, se concordarem. – Falei bebendo um gole de água. – E aí?
– Por mim, sem problemas. – Mika garantiu.
– Concordo. – Chay respondeu.
– Harry? – John o chamou. – Está escutando?
– Eu concordo também. – Ele respondeu vagamente.

Não estava tão animado quanto eu pensei. Harry era o primeiro a gostar de bagunça, as reuniões na maioria das vezes acabavam desse jeito. Teria que conversar com ele depois, mas parecia tão difícil. Eu não queria admitir que estava errado.

– Vou pegar um café. – Comentei me levantando.
– Traz um refrigerante pra mim, Arthur. Por favor... – Micael me pediu.

Era quase: onze horas. Eu ainda não havia bebido nada, a não ser um copo d'água. Deixei o celular sobre a mesa e saí da sala indo até a lanchonete que ficava no prédio.

Pov Lua

Abri os olhos e olhei automaticamente para o relógio: dez e cinquenta e dois. Eu não tinha dormido, eu tinha desmaiado. Será que Anie ainda não havia acordado? Estava tudo tão silencioso. Me sentei na cama e passei as mãos pelos cabelos. Estavam todos alvoraçados... Só então, lembrei que estava nua. Arthur havia me falado algo sobre vestir uma roupa, antes de sair. Ele sempre acha que Anie fará um monte de perguntas se me ver dormindo sem roupa. E ele está bem certo. A pequena está naquela fase de querer saber o porquê de tudo.

Peguei meu celular e vi que não havia nenhuma ligação. E resolvi ligar para Sophia. Não queria passar o sábado todo em casa. Chamou.... chamou... chamou... chamou...

Ligação ON

– Alô?
– Sophia?
– Eu, vos falo. – Ela riu.
– Engraçadinha. – Ironizei. – Está ocupada?
– Estou tentando arrumar minhas roupas. – Agora foi a minha vez de ri. – O quê? Tá tirando comigo é?
– Eu não. Longe disso... Só imaginando você tentando ser organizada. – Brinquei.
– Cara, irmãzinha... eu sou muito organizada, só não tenho tempo para pôr em prática minha organização toda.
– Ata... Quem não te conhece, que te compre. – Comentei. – Mas eu liguei para te convidar para sair. Topa?
– Pra onde?
– Almoçar fora, ir ao shopping, zoológico, aquário, sei lá... – Sugeri.
– Cinema?
– Sério, Sophia? – Revirei os olhos.
– E legal, ok? Você que é chata.
– Vou pensar nisso depois, e aí? Eu, você, a Anie e vou falar com a Mel. – Finalizei.
– Tá ok. Que horas mais ou menos? Acho que Micael não vem almoçar em casa.
– Acho que não mesmo. Arthur disse que não sabia que horas ia acabar a reunião. – Falei. – Bom, daqui a uma hora, tá bom pra você?
– Aham...
– Soph?
– O quê?!
– Vem aqui por casa... – Pedi gentilmente.
– Lua, você é muito preguiçosa, eu hein... preguiça até de dirigir. – Retrucou.
– Pra irmos todas juntas. – Argumentei.
– Seeeei... mas tudo bem, passo aí. – Cedeu e bati palmas.
– Te amo, maninha. Beeeijos!
– Beijos. – Ela riu.

Ligação OF

Olhei para a minha foto com Arthur e Anie na tela do celular, e resolvi ligar para ele também. Disquei rapidamente os números, ainda bem que Arthur não demorou a atender a ligação.

Ligação ON

– Amor...
– Achei que ainda estivesse desmaiada. – Comentou divertido.
– Na verdade, acabei de acordar. Acho que desmaiei mesmo. – Falei.
– O quê? Agora, Lua? Não acredito que Anie deixou você dormir esse tempo todo.
– Eu acho que ela ainda está dormindo também. Não veio aqui me chamar.... bom, não que eu tenha escutado. – Respondi.
– Você não deve ter escutado, isso sim... – Ele riu. – Sentiu minha falta, foi?
– Uhum... – Murmurei. – Quando vi que estava nua... lembrei de você. – Completei mordendo meu lábio inferior. – Ainda consigo sentir seus toques, seus beijos em mim... e bem embai... – Arthur me interrompeu.
– Não comece. Não faz assim... – Agora ele falou mais baixo, como se estivesse com receio de que alguém escutasse. Ri. – Só um momento... – Pediu em seguida, agora mais alto.
– Tá ok... – Respondi.
– Estou falando com os caras, querida. Não com você. – Esclareceu e eu engasguei.
– Seu filho da mãe! – Exclamei. Arthur riu alto. – Achei que estava sozinho.
– Estou trabalhando, Lua. Te falei.
– Então, por que atendeu?
– Ora, porque você estava ligando. – Podia apostar que Arthur estava de cenho franzido e ainda por cima, segurando o riso.
– Grosso. Idiota. Chato. Não te ligo mais. Vou desligar. – Falei irritada.
– Estressada. Linda. Revoltada. Dramática. – Retrucou só para me irritar ainda mais. – Amor da minha vida.

Quem disse que eu ainda estava irritada?

– Odeio quando faz isso... – Reclamei. – Me desarma.
– Eu sei... – Comentou calmo. – E é por isso que faço. – Riu. – Então... aconteceu alguma coisa? – Perguntou em seguida.
– Não. Desculpe atrapalhar... – Comecei.
– Tudo bem, Luh... mas é que eu não posso ficar conversando com você agora. Já cheguei muito atrasado. Deve imaginar como John me recebeu. – Explicou paciente.
– Sua culpa. – Falei. Ele riu alto.
– Tá bom... a gente conversa depois sobre isso. – Comentou.
– Olha... Não sei se falei com você que eu ia sair com Anie mais tarde.
– Sim. Você me disse quando saí de casa.
– Então, vamos almoçar fora. Você sabe que horas mais ou menos vai terminar por aí?
– Luh, acho que não vou poder ir encontrar vocês na hora do almoço. – Respondeu.
– Tudo bem.
– Já conversamos. Te expliquei que não tinha hora para sair daqui. Não fique chateada.
– Não estou. Eu só queria saber se talvez você poderia nos encontrar mais tarde. Talvez quando saí da reunião, a gente ainda esteja no shopping. Sophia quer ir ao cinema. Era isso... – Expliquei.
– Não vou prometer, está bem? – Perguntou e eu murmurei um "uhum". – Te ligo quando sair daqui. E se vocês ainda não tiverem ido para casa, vou até vocês, tá ok? – Sugeriu.
– Tá ok.
– Um beijo, linda... preciso desligar agora. – Avisou.
– Um beijo. Te amo.
– Amo mais.

Ligação OF

Arthur havia desligando antes mesmo de eu ter tempo para comentar alguma coisa. Deixei o celular em cima da cômoda e pensei em me deitar novamente.

De onde estava vindo tanta moleza?

Eu não podia dormir outra vez. Já era quase: onze e vinte e três. Eu estava morrendo de fome e nem sabia onde minha filha se encontrava e muito menos se já tinha acordado. Anie não costumava passar das oito e quinze – a não ser que estivesse sentindo alguma coisa –. Ela era um reloginho.

Me levantei da cama e corri para o banheiro. Liguei o chuveiro e peguei o shampoo antes de me molhar. Tomei um banho demorado e quando saí, fui para o closet.

Eu precisava ir ao salão de beleza. Queria cortar o cabelo e pensar nisso me fez lembrar que eu também teria que levar Anie para cortar o dela. E isso também me fez recordar do quão chata ela é em relação a isso. Nunca vi uma garota que adore um drama, quanto Anie adora fazer para cortar o cabelo. Ela arruma uma desculpa para tudo e chora demais também. E eu também teria que marcar massagem e depilação – essa última, era a pior parte.

Que mulher gosta?

Mas como passaríamos duas semanas em Brighton, eu teria de ir antes da viagem. Eu necessitava de uma massagem, porque sempre que Arthur sugeria isso, não acabava só em massagem... não que eu estivesse reclamando, longe disso... era bom demais tudo que ele fazia. A depilação também era importante, minhas pernas que o digam – tá que também não eram só elas, mas ok –. De uns tempos para cá, venho me deixando para segundo plano e só hoje, na hora do banho, me toquei disso. Talvez fosse uma boa hora de passar o tempo me cuidando, em vez de ficar pensando besteira.

Arthur era amoroso e carinhoso demais, que mesmo eu estando um trapo, ele dizia que eu estava linda. Que eu era a mulher mais linda. E quando você está se sentindo tão pra baixo, nada melhor do que ser elogiada. Isso faz com que você esqueça por algum tempo que não está se sentindo tudo isso e o mais importante, te faz lembrar o quanto você é linda para alguém especial. Arthur era esse alguém especial para mim.

Peguei uma calcinha e um sutiã; ambos preto, e vesti. Peguei um short preto de tecido, com bolso nas laterais e depois uma blusa verde de alcinha, com botões que vinham do decote até a barra, e vesti. Procurei por uma sapatilha bege e quando a achei, calcei. Penteei meus cabelos e os prendi estilo rabo de cavalo. Voltei para o banheiro e escovei meus dentes.


Quando sai do quarto, passei pelo quarto de Anie, mas a pequena não estava lá. O barulho baixo da TV indicava que ela estava na sala. Desci a escada e Anie estava deitada no sofá ainda de pijama e assistia – mais uma vez – o filme da Frozen.

– Bom dia.
– Oi, mamãe. – Ela abriu os bracinhos, me chamando para um abraço. – Bom dia.
– Dormiu bem? – Perguntei.
– Dormi. – Respondeu. – A senhola demorou a acordar... eu chamei um monte. – Me disse.
– Você me chamou, linda? – Puxei a pequena para o meu colo. E beijei sua testa.
– Eu chamei. A senhola nem ouviu. – Reclamou.
– Desculpa, amor... – Pedi depositando um beijo terno em sua bochecha. – Você já tomou café?
– Já... a Carol fez ovo mexido... e também suco pra mim.
– Foi?
– Uhum...
– E estava gostoso?
– Tava, mamãe. Porque a senhola dormiu muito? – Perguntou me encarando.
– Eu estava com sono...
– E o meu papai? Pra onde ele foi? Pocurei ele e não vi... – Ri.
– Ele saiu, filha. Te deixou um beijo. – Falei. – Ele tinha uma reunião...
– Tááá... e ele vai demolar?
– Uhm... Não sei, meu anjo. Acho que sim. – Respondi.

Preferi não comentar nada sobre a possibilidade de Arthur nos encontrar mais tarde. Talvez não desse certo e Anie ia ficar chateada.

– Ei, nós vamos almoçar fora. Tia Soph vem passar aqui para irmos juntas. – Contei.
– Agora?
– Daqui a pouco... Primeiro a senhorita tem que tomar um banhinho. – Lhe fiz cócegas.
– Paaaraaa... – Anie riu. – Eu tava com pliguicinha... – Contou.
– É... mas não pode sair assim de pijama na rua.
– A senhola me banha?
– Banho... mas primeiro termine de assistir seu filme aí... que eu vou tomar café, tá?
– Tá, mamãe.
– E convidar sua tia Mel.
– Tá bom.

Coloquei Anie sentada no sofá e fui para a cozinha. Carla estava limpando o fogão.

– Oi, bom dia.
– Bom dia, Luh...
– Ah, Carla. Não precisa fazer almoço pra gente. Vou sair com Anie depois e Arthur não vai almoçar em casa. Mel está aí? Sophia vai passar por aqui, vamos dar uma volta. – Falei.
– Ela está no quarto. Disse que tinha umas pesquisas para fazer. – Respondeu.
– Cadê a Carol?
– Está arrumando a brinquedoteca.
– Aah... Vou tomar café antes.
– Quer que eu prepare alguma coisa?
– Não, tudo bem. Pode terminar de fazer o que estava fazendo.

Fiz um sanduíche com queijo, presunto, tomate e batata palha. Coloquei suco de maracujá em um copo e me sentei à mesa que havia na cozinha. Logo Anie apareceu.

– Mamãe?
– Oi, filha...
– Posso sentar aí? – Ela apontou para o meu colo.
– Pode, amor.
– Por que ontem a senhola e o meu papai estavam bligados? – Perguntou baixo.
– Adultos brigam, pequena. – Respondi. Não ia falar com Anie sobre esse assunto.
– Por que?
– Porque temos muitos assuntos para conversar e as vezes acabamos nos desentendendo.
– Por que?

Meu Deus! Por que tanto por quê?

– Aah, filha... porque a vida é assim. – Falei.
– É que ele fica chato. – Reclamou. Dei uma risada.
– É... as vezes ele fica mesmo. – Concordei.
– Nem quis ir comer pizza... eu quelia. – Lembrou.
– Eu também queria ter ido.
– A gente pode ir comer hoje?
– Agora?
– É...
– Anie, primeiro vamos almoçar. Depois a gente pede uma pizza.
– Pode ser a pizza pimeiro? – Perguntou erguendo o dedo indicador.
– Não. Não pode.
– Aaah... mamãe. Se fosse meu papai, ele ia deixar.
– Mas eu não sou ele... – Respondi. – Vamos já para o banho, senão vamos nos atrasar.

Falei e levantei, colocando Anie no chão. Ela seguiu para a sala e eu fui até a pia lavar o copo. Quando retornei para a sala, a pequena não estava mais lá. Subi os degraus e bati na porta do quarto de Mel.

– Entra... – Ouvi a mesma dizer.
– Você está muito ocupada? – Perguntei quando adentrei o quarto.
– Não muito... Estou fazendo uma pesquisa.
– Combinei com Sophia de irmos almoçar fora... e ela vai passar aqui daqui a pouco. Você vem com a gente?
– Faz tempo que não saímos juntas. – Comentou.
– É... faz mesmo. De lá pensamos em ir ao shopping, zoológico, aquário e cinema. Ou pelos menos, um ou dois desses.
– Tudo bem, vou sim. – Ela sorriu.
– Tá... vou banhar Anie.
– Vou me arrumar.

Sai do quarto e fechei a porta.  Anie estava no quarto dela e já tinha tirado a calça do pijama. Estava debruçada sobre a cama e folheava um livro de historinha.

– Vamos tomar banho, meu amor?
– Tá né... – Respondeu me seguindo até o banheiro.
– Onde você vai querer ir depois do almoço? – Lhe perguntei.
– Assistir o filme da Cinderela... A senhola vai?
– Se você quiser ir...
– Eu quelo!
– Então vamos. – Sorri.

Terminei de tirar o resto da roupa que Anie vestia e pequena correu para o banheiro. Depois de passar o shampoo nos cabelos dela e ensaboa-la, liguei o chuveiro novamente, para a água tirar toda espuma do cabelo e sabão do corpo da menina.

A garotinha colaborou bastante e não fez nenhuma sapequice – o que era raro na hora do banho. Anie adorava uma bagunça.

Ela mesmo escolheu a roupa que vestiria. Anie estava crescendo, e agora, ela mesma queria escolher as próprias roupas.

Como pode? Ela só tem três anos...

Escolheu um conjuntinho: short com estampa quadriculada, em tons goiaba e marrom, com um lacinho no cós. A blusa era branca, com três gatinhos estampados na frente. A sandalinha era de couro, cor: rose e marrom.


– Amarra meu cabelo assim também, mamãe. – Pediu apontando para o jeito que meus cabelos estavam presos.
– Não quer que eu faça uma trança? – Sugeri.
– Não, mamãe. Quelo igual o da senhola.
– Tudo bem, vem aqui.

Penteei seus cabelos e peguei uma liguinha de cabelo preta, e os amarrei. Anie se olhou no espelho e sorriu.

– Obrigada, mamãe.
– De nada, meu anjo... – Beijei sua bochecha. – Agora vamos, tia Soph deve tá chegando. Vou só pegar minha bolsa. – Falei.
– Vou espelar lá na sala.
– Tá... Cuidado na escada. – Pedi. Anie assentiu.

Antes de sair do quarto dela, fui até uma das gavetas e peguei uma toalhinha. Fui até meu quarto e peguei uma bolsa bege claro, coloquei minha carteira dentro, a toalhinha da Anie, alguns remedinhos – nunca se sabe quando vamos precisar. Arthur sempre me pergunta o porquê de eu sempre leva-los. Passou a fazer parte das minha precauções desde que nossa filha nasceu –, me passei perfume e peguei o celular, depois sai do quarto fechando a porta em seguida.

Mel já estava com Anie na sala – ela vestia um macacão longo, preto, com uma faixa da mesma cor e tecido no meio, marcando a cintura. Calçava uma sapatilha preta e ao seu lado, uma bolsa branca, com detalhes preto –. E a garotinha já estava com uma mamadeira de vitamina na boca.


– Está com fome, amor?
– A Carol já tinha feito pra mim, mamãe... – Respondeu apontando para a mamadeira.
– Tá bom... mas vai ter que almoçar. – Avisei.
– Tá, eu vou.

A campainha tocou e eu me levantei para atender. Era Sophia. Ela vestia um vestido longo de meia, na cor cinza. Calçava uma sandalinha preta, baixa, com pedrinhas na parte de cima. E segurava uma bolsa preta.


– Boa tarde.
– Boa tarde, Soph. – Nos abraçamos.
– Cadê a bebê da dinda? – Ela olhou para Anie, que mesmo com o bico da mamadeira na boca, sorriu para a tia. – Oi, Mel. – Sophia abraçou a cunhada.
– Oi, Soph. Tudo bem?
– Tudo sim. Você está linda. – Elogiou.
– Sophia?
– Oi. – Minha irmã me encarou.
– Por que você não disse que eu estou linda, também? – Ergui uma sobrancelha e fingi está chateada.
– Ah, Lua. Me poupe! E você quem tem que me elogiar... sou eu quem está engordando... – Sophia se jogou no sofá ao lado da sobrinha. – Oi, boneca...
– Oi, titia...
– Tudo bem?
– Sim...
– Vamos assistir filme? – Perguntou.
– Da Cinderela?
– Qual você quiser.
– Quelo esse. – A garotinha sorriu.
– Então vamos assisti-lo. Mas agora... Vamos comer! Porque eu estou com muita fome. – Falou se levantando.
– Carla? – Chamei. – Nós já vamos. – Avisei.

Mel se levantou. Sophia pegou na mão de Anie e saímos de casa.

– Tenho que ir na cadeilinha?
– Não, filha... até porque, sua cadeirinha tá no carro do seu pai.
– Se formos ao shopping... Tenho que me controlar para não sair comprando as coisas. Micael já disse que eu não me controlo. – Revirou os olhos ao ligar o carro. – Eu não sabia que o seu irmão era tão mão de vaca, Mel.
– O que é mão de vaca?
– Gente que chora pra gastar dinheiro, pequena. – Sophia explicou.
– Sabe que ela vai dizer isso pra ele, né? – Comentei.
– É bom que ele se toca.
– Mas você nem sabe o sexo do bebê, Soph...
– Mel, minha intuição diz que é menina. Que Mika não ouça, mas acho que ele nem tem preferência, ou não quer falar... sei lá... Eu quero que seja uma menininha.
– Rosa, flor, rosa, lacinhos, rosa, vestidos, rosa, rosa...
– Aah, Lua... Vai se catar! – Exclamou.
– Já falei rosa? – Sophia deu um tapa na minha coxa, já que eu estava no banco do passageiro. Mel e Anie estavam no banco de trás. – Aaaaii...
– Eu nem sou assim, tá?
– Pobre da minha sobrinha... uma rosinha ambulante... – Brinquei.
– Só não vou mandar você ir se... porque tem criança aqui. – Avisou.
– Te amo, maninha.
– Eu sei... – Ela deu de ombros. – E você, Mel? Quando é a próxima consulta? – Mudou de assunto.
– Dia doze de outubro.
– Eles vão nascer pertinho, né? – Comentei.
– Sim, eu estava pensando nisso. – Sophia sorriu.
– Já pensou no mesmo dia, Soph? – Mel perguntou.
– E olha que a gente nem combinou...
– Mamãe?
– Oi, filha.
– Toma... – Anie me entregou a mamadeira.

Quando chegamos ao restaurante, Sophia demorou quase dez minutos para encontrar uma vaga. Quando ela enfim achou, estacionou e adentramos no local. Ainda bem que ainda tinham umas três mesas desocupadas – dada a hora que era: meio dia e cinquenta e dois.

– Quelo batata-frita. – Anie pediu.
– Filha...
– Eu quelo!
– Olha, tem que comer acompanhado de outra comida também. Não saímos de casa pra você vim comer a mesma coisa que come em casa, só que hoje no centro de Londres. – Falei baixo.
– Mas...
– Boa tarde. – O garçom se aproximou.
– Boa tarde. – Falamos. Ele deixou três cardápios e logo se retirou.
– Então eu quelo escolher...
– Fish ‘n’ chips, filha. Eu sei o que você come. Mamãe vai pedir esse, tá?
– Com um monte de batata-frita, tá?
– Tá bom. – Concordei e resolvi que pediria dois pratos do mesmo peixe empanado com as famosas batatas-fritas.
– Vou pedir salada com atum de forno. – Mel comentou. – Só de pensar em fritura meu estômago embrulha.
– Olha, não vão vomitar aqui. – Pedi segurando o riso, fazendo tanto Sophia quanto Mel revirarem os olhos.
– Vou pedir estrogonofe de carne, com muita batata palha e arroz branco. – Sophia escolheu.
– Quelo suco de laranja.
– Tá bom... Vou pedir de Maracujá com manga.
– Lua, isso deve dá dor de barriga. – Soph comentou.
– Que nada, Soph.
– Acerola e laranja é mais aceitável. – Ela disse.
– Vou pedir de melancia com limão e hortelã.

Depois de esperarmos alguns minutos, o garçom voltou. Fizemos nossos pedidos e não demorou muito para que ele os trouxesse.

Terminamos de almoçar entre uma conversa e outra. Anie comeu tudo – inclusive as batatas-fritas do meu prato.

– Onde nós vamos depois daqui?
– Quelo assistir filme...
– Então vamos assistir filme e depois vamos dar uma volta no shopping, tá linda?
– Tá, dinda... e tomar sorvete?
– E tomar sorvete. – Soph concordou.
– De chocolate.
– Quero de morango! – Sophia respondeu e Anie fez uma careta.

Seguimos para o shopping e depois de comprar os ingressos para assistir ao filme, compramos quatro baldes de pipoca e três latinhas de Coca-Cola. Anie ficaria mal-acostumada.

O filme demorou pouco mais de duas horas. Já era quase: quatro horas da tarde.

– Quelo sorvete, mamãe.
– Vamos comprar filha.
– De chocolate.
– Tá bom...
– Você duas vão querer também?
– Eu quero. – Soph respondeu.
– Não, Luh.
– De morango, maninha... Aaai, olha essa blusa, e essa sainha? Vou falir... – Sophia puxou Mel para uma loja.

*

– Toma, limpa as mãos... – Falei entregando a toalhinha a Anie.
– Lua, não resisti. – Sophia me mostrou a roupinha de criança que tinha acabado de comprar.
– Falei pra ela se controlar... – Mel comentou.
– E não adiantou. – Completei.
– Não mesmo.
– Mika pode até me chamar de louca, mas nem ele vai resistir quando ver essa roupinha.
– Homens não se apegam muito a isso, Soph.
– E eu não sei? Já vi que vou ter que decidi tudo sozinha...
– Você sempre pode contar comigo. – Falei.
– Não para decidir quais tons de rosa usar no quarto. – Ela riu alto.
– Idiota! Não sou tão anti-rosa desse jeito.
– Eu sei, maninha... – Sophia me jogou um beijo no ar.
– Mamãe? Eu posso blincar ali? – A pequena apontou para o parquinho próximo à praça de alimentação.
– Pode. Mas cuidado, tá bom?
– Tá. – Ajudei Anie a descer da cadeira e ela correu para o parquinho.
– Será que eles ainda estão na reunião?
– Duvido muito, Sophia. – Respondi.
– Vou pedir um milk-shake. – Mel levantou-se. – Amanhã você trabalha, Soph?
– Sim. Tenho plantão a noite.
– Você tá trabalhando a noite?
– Sim, mas vou trocar de horário daqui a alguns meses.
– Vai trabalhar até quando?
– Até quando eu conseguir passar mais de uma sem fazer xixi. – Ela riu.
– Aaah, Sophia. – Falei e Mel riu. – Ei, Mel? Compra pra mim de crocante de biscoito, tá? – Pedi e ela assentiu, saindo logo em seguida.
– Sabe se ela voltou a falar com o Chay?
– Não. Nem falamos sobre isso.
– Micael não me diz nada.
– Eu não sei de nada...
– Não tá falando com ele também?
– Não.
– E Arthur?
– Eles já conversaram...
– Micael ficou estranho.
– É a irmã dele, Soph... normal. – Mel voltou com os dois milk-shakes. – Eu preciso marcar uma hora no salão.
– E eu fazer uma hidratação no cabelo, enquanto ainda tenho “tempo”. – Sophia fez aspas no ar.
– Quero fazer as unhas. – Mel riu. – Não me lembro da última vez que pintei.
– Tenho que cortar os cabelos e levar Anie para fazer o mesmo. Já estou até me preparando para o drama dela. – Revirei os olhos. – Estou pensando em fazer isso amanhã. Vamos, Mel?
– Por mim tudo certo. – Ela concordou.
– Então está combinado.
– Eu vou dormir o dia todo, pra passar a noite toda acordada. Olha, semana passada uma mulher muito escandalosa foi ter bebê. – Comecei a rir do jeito que Sophia contava a história. – Até a medica se estressou. Não queria nem deixar fazerem o toque nela.

Pov Arthur

A reunião terminou perto das quatro horas da tarde. Almoçamos por aqui mesmo. Eu ainda estava pensando em falar com Harry, mas antes disso eu ligaria para Lua, para saber se ela já tinha chegado em casa.

Ligação ON

– Oi, Arthur...
– Nossa, você já foi mais romântica. – Reclamei.
– Oi, meu amor...
– Sim, agora melhorou. Você tá onde?
– No shopping. Agora que vocês terminaram por aí?
– Sim. Agorinha. Vão demorar aí?
– Anie está brincando e eu e as meninas estamos num papo bom.
– Vou passar aí então.
– Avisa ao Mika que Sophia está aqui.
– Ok... e ah, Luh...
– Fala...
– Vou falar com o Harry. – Contei.
– Achei que já tinha falado.
– Vai com calma tá. Ok, eu errei... é difícil admiti.
– Estou orgulhosa. – Falou.
– Te amo, linda.
– Te amo.

Ligação OF

Quando desliguei o celular, Mika e Harry ainda estava na sala. John e Chay haviam acabado de sair.

– Sophia está no shopping com a Lua e a Mel. – Avisei. – Vou passar lá, você vai?
– Vou sim... Mas antes, vou ao banheiro. Me espera aqui.
– Tá.

Micael saiu da sala e Harry se levantou para ir embora. Ok. Era a hora de conversar com ele. E pedir desculpas.

– Quero falar com você, Harry. – Falei. Ele me encarou.
– É só falar... – Respondeu calmo.
– Bom, é sobre ontem. Não queria voltar àquele assunto, mas queria te pedir desculpas pelo jeito que falei e agi. Reconheço que estava errado. Eu estava um pouco irritado ontem com a Lua porque eu acabei falando umas coisas pra ela... e a gente acabou discutindo. Enfim... – Soltei o ar que nem sabia que estava prendendo.
– Você acabou tendo uma atitude muito precipitada. Nós só estávamos conversando e Lua nem me disse nada de mais... Ela só estava preocupada porque nem tinha falado com você.
– Eu sei... a gente conversou depois que chegamos em casa. Ela estava bem irritada.
– Imagino. – Harry comentou. – Tudo bem, Arthur. Sei que não foi por mal, deve ter acontecido algo mais grave que isso.
– Foi uma coisa chata que eu acabei dizendo de madrugada quando cheguei em casa... nem me lembrava.
– Vish... Mas que bom que já se acertaram. Por mim tá tudo bem também. Relaxa!
– É a gente se entendeu depois de muita conversa. Sabe que quando a Lua tira pra falar, não quer mais parar. – Disse e ele riu concordando.
– Eu sei... Bom, preciso ir. Minha mãe ficou de passar em casa. Nem sabe... Naomi casou. – Contou. Minha boca se abriu, mas Harry não esperou que eu falasse algo, ele foi embora.

Será que ela por isso que ele estava meio “pra baixo”?

– Vamos, Arthur. – Mika me chamou.
– Vamos. – Peguei minha carteira e chave do carro que eu tinha deixado sobre a mesa e coloquei no bolso.

Demoramos quase vinte e cinco minutos para chegar ao shopping. Mandei uma mensagem para Lua quando entramos no local.

Mensagem ON

“Onde vocês estão?”

Menos de um minuto depois, ela respondeu:

“Na praça de alimentação. Em frente a área de lazer das crianças. Minha blusa é verde.”

Mensagem OF

Lua é muito detalhista. Guardei o celular no bolso e rumei com Micael para a praça de alimentação.

– Não quero nem ver o estrago que Sophia deve ter feito com o cartão de crédito. – Ele comentou.
– Eu acho que elas não estão fazendo compras.
– Tudo que ela vê de criança quer sair comprando.
– Não puxou a Lua. – Ri. – Mas a Anie... essa sim puxou a tia.
– Olha ali elas... – Mika apontou para uma mesa onde as três estavam. – Anie não está com ela?
– Tá... Deve estar brincando. – Apontei para o parquinho.
– Aah sim...
– Búúú... – Abracei Lua por trás, e beijei sua bochecha.
– Aaaii... Arthur... – Ela bateu em meus braços.
– Sentiu minha falta, linda? – Sussurrei.
– Já falei... principalmente quando acordei e...
– Safada. – Murmurei, depositando um beijo molhado em seu pescoço. Ela riu e me encarou mordendo discretamente o lábio inferior.

Eu vestia uma blusa manga comprida de listras: dois tons de azul, dois tons de cinza. Uma bermuda jeans que vinha até o joelho e calçava um sapatênis cinza.


– Olá, Mel. – Lhe abracei de lado e depositei um rápido beijo em sua cabeça.
– Oi, Arthur...
– Soph, tudo bem?
– Tudo sim. Preciso mostrar a roupinha que comprei. – Anunciou contente.
– Te falei, Arthur. – Micael retrucou.
– Foi só uma... – Ela esclareceu. Me sentei ao lado de Lua.
– Cadê a Anie?
– Está brincando ali... – Apontou para o escorregador. – E aí, falou com Harry? – Perguntou mais baixo.
– Falei.
– Eee...?
– Tá tudo resolvido. – A olhei. – Pedi desculpas, admiti que estava errado. – Completei.
– Esse é o meu Arthur. – Me fez ri e beijou meu ombro.
– Vou lá ver minha filha... Estou com saudades dela. – Avisei me levantando.

*

Anie nem desconfiava que eu estava ali. Estava entretida demais brincando mais algumas crianças que estavam no local. Eles falavam sem parar naquela língua do: era pra ser “R”, mas vai “L” mesmo.

– Posso brincar aí também? – Perguntei quando cheguei perto dela.
– Papaaai... – Ela soltou quase que sem acreditar e correu para o meu colo. – Eu tava com saudades. – Contou.
– Papai também estava com saudades de você. – Me levantei com a pequena em meu colo e sai do parquinho. – Quer um sorvete?
– Quelo. – Segui com ela para comprar sorvete.
– Como foi seu dia?
– Eu acordei e chamei minha mamãe, mas ela não acordou. Carol me deu café e eu assisti o filme da Frozen de novo. – Ela deitou a cabeça em meu ombro. – Depois minha mamãe acordou e me deu banho, a gente comeu no staulante, e eu comi peixe e... – ela riu. – comi também a batata-frita do prato da minha mamãe. – Ri junto com ela.
– Vai ficar uma bolinha...
– Não vou não. – Ela riu. – A gente assistiu o filme da Cinderela e comeu pipoca e eu tomei flifelante de Coca-Cola. E comi sorvete de chocolate e a tia Soph de molango...
– Nossa, você comeu muito... quer sorvete de novo?
– Quelo, papai. De uva agola. – Pediu.
– Tá bom...
– O filme foi legal? Você não já assistiu ao filme da Cinderela?
– Foi muito legal... O vestido dela é lindo, papai. Não é de desenho, a Cinderela é de verdade. Os ratinhos também... e o gato...
– Uhm... eu não sabia que tinha outro filme.
– É novo, papai. Assiste comigo?
– Outro dia a gente assiste, tá?
– Tá... mas não demola.
– Quero um sorvete de uva e outro de creme, por favor. – Pedi.

*

Quando saímos do shopping era umas cinco e vinte da tarde. Anie estava no meu colo, e cochilava. Lua vinha logo atrás com Mel e Sophia. Ela trazia uma naninha de uma joaninha que Anie tinha feito eu comprar.

Nos despedimos no estacionamento, e Lua foi no banco de trás com Anie já adormecida. Mel foi no banco do passageiro ao meu lado.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/A: Oi? Alguém aí? 0-0 Saudades senti.

Sei que não é uma hora muito cedo para atualizar a fic haha... mas foi agora que eu terminei. Vocês sentiram saudades de Little Anie? <3 Eu senti muita saudade de vocês. Faz 1 mês e 4 dias desde a última atualização dessa história. E ó... tem muita coisa para acontecer... aah se tem!

O que acharam desse capítulo? Vamos interagi mais, certo? Podem falar o que quiserem. Preciso saber a opinião de vocês.

O acharam dos looks? Gostaram? Comentem! Modéstia parte, eu adoro monta-los. <3

Não sei se a viagem a Brighton vai aparecer no próximo capítulo. Caso não dê para escrever nele, será no outro – depois dele.

Vou me esforçar para atualizar mais durante a semana.

Um enorme beijo... é tão bom estar de volta com a minha fanfic <3

E um ótimo final de semana.

25 comentários:

  1. Estávamos sentindo muitaaas Saudades sim . Anie tão fofa dizendo q o aguiar as vezes é um chato kkkkkkk . Aí , aí , aí esse casal não perde o pique, lua sempre surpreendendo o Arthur. As safadezas deles que fogo hein rsrssrsrs . Ansiosa para os próximos capítulos e para saber oq vai acontecer nesta viagem . Ainda teremos a separação ? Te acalma coração . XX adaline

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    1. Que boooom \o/ fico feliz em saber disso, Adaline <3

      kkkkkkkkkkk Anie é engraçada quando tá mais apegada com a mãe, fica expondo os defeitos do pai kkk só porque a mãe vai concordar com ela.

      Esses dois amam se provocar, isso sim! Adoram uma safadeza kkkk

      Logo, logo postarei um capítulo novo.

      PS: A viagem vai ser só amor, sexo e conversa, muita conversa... OPS!

      Não posso revelar tantas coisas, te acalma, Ada kkkkk

      Beijos... Obrigada pelo comentário.

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  2. Estava morrendo de saudades dessa fic que amo 😍😍. Desde já estou ansiosa esperando o próximo. Amo os momentos de Luar com Anie.

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    1. Espero que tenha dado para matar ao menos um pouco da saudade, Piedade ;-)

      Lua e Anie <3 sinto que sempre estou em falta com capítulos só para elas :-( Agora estou tentando mudar isso :-D elas merecem!

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  3. Sou apaixonada nessa história! Você descreve tão bem, consigo imaginar direitinho a história enquanto leio! Parabéns!

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    1. Ooow... Letícia. Fico feliz em saber disso :-D Obrigada <3 que bom... as vezes me preocupo se estou detalhando demais :-/ e ler isso, me faz ver que estou no caminho certo.

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  4. Amei o capítulo ����

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  5. Anie e Arthur são tão fofos! Lua e Arthur lindos!

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  6. Que saudades dessa web ❤ eu estava sumida do blog *desculpa* kkk que bom que eles estão se falando denovo. Duas perguntinhas mel e chay vão voltar a se falar ? E toda vez que o Harry aparece na web eu fico imaginando ele ..Será que poderia colocar uma foto dele?

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    1. É a Fany kkk esqueci de colocar

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    2. Percebi, Fany 0-0 Mas está desculpada, relaxa :-D

      Sim... foi só um estresse basico kkk

      Respondendo as suas perguntas:

      1 - Sim, vão. Porém, irá demorar um pouco. Vou escrever mais sobre a situação deles. Estou devendo isso.

      2 - Haha... posso sim. No próximo capítulo eu posto uma foto dele para você ver. Sei o quanto é difícil ler e ficar imaginando como um personagem é... sem ter alguma foto ao mesmo. Relaxa, vou postar uma pra você imaginar melhor.

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  7. Tava com saudade <3!!! Esses dois não mudam o jeito deles hahaha a Anie fofa como sempre querendo escolher o look dela!! Os looks estão lindos!!
    Helena

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    1. Espero que tenha dado para matar um pouco da saudade, Helena... :-D

      Haha... Não mudam mesmo. Adoram ficar só na provocação. Depois reclamam quando não passam disso.

      Anie se achando a adolescente hahaha querendo escolher tudo o que vai usar. Lua e Arthur estão feitos com ela haha

      Que bom que gostou dos looks. Amo colocar eles.

      Beijos... Obrigada pelos comentários!

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  8. meu deus, que felicidade ter a fic de voltaaaaaa
    meu deus finalmente arthur deixou esse orgulho de lado e fez o certo e também achei q harry estava meio pra baixo por esse motivo mas tem mas dentro disso.
    anie muito gulosa, adoro
    mel e chay tem q ter aquela conversa logo
    Lua ta uma amorzinho de pessoa e parece bem consigo mesmo, amo
    adorei o cap, ansiosa para o próximo

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    1. Que feliz estou eu de ver que vocês estão amando os capítulos <3 Nada paga.

      Sim, ele sabia que estava errado e sabia também que Lua não ia parar de falar enquanto ele não reconhecesse isso. Harry é muito gente boa... Um amigão mesmo!

      Anie é graça de tudo <3 quem não a ama?!

      Sim, Natália. Eles irão ter. Aguardem! Já falei que estou devendo muito na fic a respeito de Mel e Chay <3

      Lua é linda... mas nunca é demais tirar um tempo só para si.

      Que bom que gostou tanto. Isso me deixa feliz demais... Saber que estou indo bem com a história.

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  9. Amo amo amo essa web. Cada detalhe da história. Já estava com Saudades.

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    1. Fico muito feliz em saber disso <3 Vocês nem fazem ideia. É disso que eu falo, quando peço que comentem. Porque cada comentário é importante para nos fazer continuar...

      As vezes me pergunto o que devem estar achando quando passo a detalhar demais a história. É bom saber/ler que gostam.

      Espero que tenha dado para matar ao menos um pouco da saudade da história...

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  10. Tava morta de saudades tá tudo perfeito nesse capítulo já ansiosa pro próximo

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    1. Aaaah <3 Fico tão feliz!

      Que bom quee gostou...

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  11. Ahhh tava morrendo de saudades.A Mel e o Chay têm que conversar logo,mas n acho que ela deva perdoa-lo ele n merece.Anie falando errado é a coisa mais fofa do mundo��.Essa moleza da Lua me cheraria a gravidez,mas eles n vão mais ter filhos, então me cheira a cansaço pós sexo mesmo kkkkkkkk.Amei os looks.

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    1. Eles irão conversar, Anna. Calma! Mas vai demorar muito para eles se acertarem... 0-0

      Aaah... Anie e sua famosa troquinha de "R" por "L" e outras letras mais... hahaha é a coisinha mais linda <3

      Não. Não é gravidez... haha depois do que eles fizeram... é cansaço pós-sexo mesmo (emoji cara de safado)

      Que bom que gostou dos looks! :-D

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  12. Estava com muita saudade de Little Anie!!!! Melhor web ❤
    Posta outro cap. pelo amor de Deus hahahah

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    1. E eu com saudades daqui... e dos comentários de vocês... e de vocês... <3

      Obrigada... Obrigada pelo elogio <3 :-D

      Logo, logo vou postar outro.

      Beijos... Obrigada pelo comentário!

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  13. Muito bom esse capítulo, amo esse casal e a relação deles com a anie,só tou um pouco triste por que vai ter separação,adoro eles juntos. O Arthur é muito safado só pensa em sexos e a lua não fica atrás.bjs ansiosa para o próximo capítulo.

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    1. Que bom que gostou. Fico feliz!

      Não fique triste ainda... tem muita coisa linda para acontecer antes e depois disso.

      "À males que vem para bem" Anotem!

      Hahaha... eles amam se provocar. Tem coisa melhor do que uma relação cheia de amor com o amor da nossa vida? Aah.. acho que não!

      Já, já atualizo!

      Beijos e obrigada pelo comentário.

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