O
Poderoso Aguiar
37º
Capítulo | 1ª Parte – Em Suas Mãos
Pov
Lua
As coisas mudavam em minha vida com uma velocidade
impressionante. Num momento estava uma calmaria e em seguida vinha a
tempestade. Às vezes me via jogada para lá e para cá sem condições de agir com
clareza. Ficar três semanas sem Arthur foi angustiante, torturante.
No instante seguinte ele já quis ficar a sós. Viemos
para o Caribe passar um tempo. Arthur estava certo. Eu precisava relaxar. Às
vezes achava que não iria conseguir aguentar tanta coisa. Sou forte, como ele
mesmo já disse várias vezes. Mas nem sempre minha mente aguenta tanta coisa.
Fiquei maravilhada com a dedicação dele em querer me
proporcionar dias mais calmos. Entretanto aquela ideia de abandonar o mundo
ilegal não era bem vista aos meus olhos. Eu não sei explicar. Amo Arthur de
todas as formas possíveis e explicáveis. Mas aquele jeito durão, implacável e
rude me excitava além da razão. Eu tinha medo que isso se perdesse caso ele se
desligasse mesmo da máfia.
Mas eu discutiria isso com ele outra hora. Se ele
queria que me ver descansada e livre de preocupações… Então eu ficaria
quietinha. Entretanto eu sempre me esquecia da sua bipolaridade. Depois de
fazer sexo comigo de forma intensa e apaixonada, ele simplesmente dizia que
iria sair com uma amiga? Que merda de amiga era essa que eu nem tinha
consciência? E eu iria ficar aqui enquanto ele ia se divertir com uma ordinária
qualquer?
– ARTHUR AGUIAAAR! QUEM É ESSA AMIGA? – Ele apenas riu
e fechou a porta. – ARTHUUUUR.
Eu berrei já sentindo minha pulsação acelerada. Isso
não… Hoje eu iria matar Arthur antes que ele me matasse. Revirei minhas coisas
e peguei um vestido qualquer. Ele não iria fazer isso comigo. Já começava a
imaginá-lo na praia com alguma loira do lado. Minha garganta se fechou e
lágrimas quentes escorreram pelo meu rosto. Ele nem queria me tocar direito.
Olhei-me no espelho tocando o ventre volumoso. Será que eu estava tão feia
assim? Tremendo, eu calcei as sandálias e estavam prontas para sair quando a
porta se abriu e Arthur apareceu novamente. Olhei para o rosto perfeito e um
pouco assustado, o peito másculo desprovido de camisa… me subiu uma raiva tão
grande que avancei pra ele já esmurrando seu peito e chorando
incontrolavelmente.
– Seu maldito, desgraçado… por isso que me trouxe aqui?
Para matar as saudades de suas vagabundas? Vai ficar por ai se divertindo
enquanto eu fico trancada aqui?
– Calma… perdoe-me, por favor.
– Calma? Meu marido já vai sair com outra e quer que eu
tenha calma? – Eu já estava cansada. Somente agora eu percebia o quanto minha
mente estava desgastada. Deixei minha cabeça cair em seu peito enquanto
continuava a chorar. – Eu não suporto outra mulher perto de você, Arthur. Não
faça isso comigo.
– Venha cá… sente-se aqui. – Sentei-me na cama e ele se
ajoelhou aos meus pés. Seu olhar era angustiado. – Perdoe-me, por favor. Foi
uma brincadeira estúpida e imatura.
– Brincadeira? – Eu perguntei limpando as lágrimas com
as costas das mãos.
– Mas você me ofende também. Quantas vezes preciso
repetir que só amo você? Eu nunca irei trair você meu amor. – Ele se levantou e
foi até a jarra pegando um copo com água para mim. – Beba… acalme-se.
Admito que extrapolei no ciúmes. Arthur já me provou de
todas as formas possíveis o quanto ele me ama. Mas tinha que dar um desconto
também. Passei por coisa demais, sem contar meus agitados hormônios devido à
gravidez.
–Quem é ela, Arthur?
– Acalme-se um pouco… você irá comigo.
Então existia mesmo uma amiga. Isso não aliviava em
nada meu coração. Meu Arthur… meu poderoso chefão da máfia tinha uma amiga aqui
no Caribe? Lembrei-me dos dias em que ficou fora… já no primeiro dia o Chay
disse que não duvidava nada que ele tivesse vindo pra cá… Para ficar com ela?
Poderia ser infantilidade, mas eu jamais aceitaria a amizade de Arthur com uma
mulher. Mulher nenhuma iria querer ser apenas amiga dele.
– Diga-me quem é ela, Arthur?
– Está melhor?
– RESPONDA, PORRA! – Ele suspirou.
– Brigitte. Vamos lá… irá conhecê-la.
Brigitte… até o nome não me enganava… Arthur
levantou-se e estendeu a mão para mim. Ignorei e segurando na borda da cama,
levantei-me. Já entrava no sétimo mês de gestação e estava mais difícil me
levantar sem apoio.
– Vai assim? Sem camisa?
Ele revirou os olhos e pegou uma camiseta que apenas
jogou sobre os ombros. Saímos pela enorme porta da cozinha que dava acesso ao
extenso jardim. A piscina ficava um pouco mais afastada, mas ainda assim era
possível vê-la perfeitamente.
– Venha com cuidado.
Ele falou caminhando à minha frente. Mostrei língua às
suas costas, numa atitude infantil. Mas não conseguia desviar meu olhar das
costas e bunda musculosas que andavam a minha frente. Quando ele morresse iria
pagar por ser tão gostoso assim. Ele parou, as mãos na cintura e assoviou.
Franzi meu cenho e parei um pouco atrás dele. Era assim que ele mostrava que
havia chegado? Minha boca foi se abrindo em espanto quando vi uma enorme cadela
marrom e branca da raça Husky Siberiano se aproximar correndo e pular em volta
de Arthur.
– Oi menina… que saudade de você… – Ele se agachou,
acariciando a cabeça dela que se apoiou nas patas, a língua para fora, adorando
os carinhos dele. – Amor… venha conhecer a Brigitte. – Meus olhos se fecharam
enquanto caminhava para mais perto. Parei ao lado de Arthur e dei um tapão em
sua cabeça. –Ai…
– Nunca mais faça isso comigo, palhaço. – Ele levantou
a cabeça e me encarou.
– Não tenho culpa se não confia em mim. – Levantou-se
ainda me encarando. – De pé, Brigite. Tem que receber bem a minha esposa. – Ela
obedeceu e eu me derreti. Ela era linda e pelo pouco que vi, Arthur tinha
verdadeira adoração por ela.
– Oi Brigitte… – Ela abanou o rabo, a língua ainda para
fora.
– Ela está eufórica. Preciso levá-la para passear. Pode
vir caminhando até a praia? Não vou tocar em você, já que peguei nela.
– Basta ir devagar.
– Então vamos…
Caminhei ao lado dele que ia tranquilamente, como se há
pouco não tivesse quase me feito ter um colapso. O vento desmanchava os cabelos
dele e os meus. Contrariando o que disse anteriormente sobre não me tocar, ele
afastou uma mecha do meu rosto, colocando-a atrás da orelha.
– Eu amo seus cabelos.
Apenas pensei comigo mesmo: E eu amo você inteiro, seu filho da puta.
Chegamos à praia e esperei enquanto Arthur olhava para
os lados como se procurasse alguma coisa.
– O que foi? – Brigitte permanecia ao lado dele,
abanando o rabo, a língua ainda para fora.
– Procurando um lugar para se sentar. Não é bom
sentar-se na areia.
– E desde quando sabe disso?
– Desde sempre. Já ouvi minha mãe dizer.
Por fim sentei-me em uma pedra enquanto Arthur tirava
seus tênis. Abaixou-se e ficou com o rosto próximo ao meu.
–Ainda brava comigo?
Como eu poderia ficar brava com aquele verde intenso me
encarando? Aquela boca sexy se movendo e a voz rouca causando calafrios em
minha pele?
– Não… – Diante de minha negativa, ele me beijou
suavemente. Roçou os lábios e depois penetrou sua língua calmamente. Eu suspirei
fazendo-o rir.
– Quietinha aí. – Então ele correu… forte e másculo com
Brigitte ao seu lado.
– Anda, menina… tá fora de forma?
Estava ai mais uma faceta do meu poderoso. Em nossa
casa não havia animais tão mansos. Apenas quatro cachorrões que eu tinha até
medo de olhar para eles. Jamais ficavam à vista, felizmente.
Quando eu poderia imaginar Arthur assim? Livre, solto,
despojado… correndo pela praia com uma cadela e sorrindo feito uma criança?
Pegou algo no bolso da calça que eu não tinha percebido antes. Parecia um osso
artificial. Atirou-o longe e sem qualquer ordem, Brigitte disparou para buscar.
Ele me olhou ainda sorrindo e não pude reprimir um
sorriso também. Eu poderia ficar o dia inteiro aqui vendo essa cena. Arthur e
Brigitte brincando na praia, deixando sempre um sorriso em meu rosto. Gargalhei
quando Brigitte se embaralhou nas pernas de Arthur, jogando-o ao chão.
Agora eu entendia seu desejo de abandonar a máfia.
Apesar de toda a casca que usava, Arthur era um homem comum. E estava cansado
de ser durão o tempo todo. Agora eu o via livre como jamais vi e imaginei em
minha vida. Sorri novamente quando ele me olhou. Era esse o pai que meus filhos
teriam. Passei a mão pelo meu ventre sentindo-os se mexendo.
– Vocês não imaginam o pai maravilhoso que espera por
vocês, meus anjos. – Outro chute forte foi a resposta. – Fiquem felizes mesmo.
É o melhor pai do mundo. – E eu tenho o melhor marido do mundo também. Ainda
que me fizesse raiva, nervosismo… ele me deixava cada vez mais apaixonada.
Eu estava encarapitada num banco alto à mesa da
cozinha. Mordiscava um palito de cenoura enquanto observava a empregada Evangeline
preparar uma salada. Eu não me lembrava de Arthur ter dito que teria mais
alguém na casa além de nós, mas tudo bem. Ela parecia ser boa pessoa. Além do
mais, passei uma manhã tão maravilhosa com Arthur na praia que nada iria
estragar meu dia. Tão logo ele subiu para um banho, eu corri para a cozinha.
Meu estômago já estava reclamando. Foi então que encontrei a senhora na
cozinha. Aparentava ter mais de sessenta anos, era baixinha e gordinha. Mais
parecia uma vovó com os óculos na ponta do nariz.
– Está aqui há muito tempo?
– Há anos. Desde quando Ricardo comprou essa casa. Está
vendo a intimidade não é? O menino Micael ainda nem era nascido.
– Mesmo? Nossa… mais de vinte anos… acho lindo isso.
Você mora aqui ou não?
– Ricardo permite que eu fique numa casa bem lá no
fundo… acho que nem chegou a ver. Mas geralmente não fico aqui. É meio isolado
de tudo e às vezes pode ter alguma mulher precisando de mim. Fica complicado
sair daqui a tempo.
– Como assim? Não entendi.
– Eu sou parteira. Se ficasse aqui todos os dias… acho
que você não viu a distância daqui até o centro mais habitado.
– Não mesmo. Mas me diga uma coisa… disse que é
parteira. Faz parto assim… sozinha… sem um médico por perto?
– Às vezes simplesmente não dá tempo, Lua. E outras
vezes as próprias mães escolhem isso.
– Ai… sem anestesia… sem nada?
– Antigamente a maioria das mulheres tinha o parto em
casa… Eu fui enfermeira durante vinte anos. Quando conheci os Aguiar eu tinha
acabado de deixar o hospital. Eles precisavam de alguém para cuidar de tudo.
Acabei ficando.
– Entendo… então conhece Arthur desde criança?
– Sim… era um garoto lindo. Aliás é até hoje.
– Ele sempre foi assim? Mandão e turrão? – Ela riu.
– Até me assustei quando o vi à frente dos negócios do
pai. Ele sempre foi muito decidido, desde criança. Mas era sempre tão carinhoso
que sinceramente… jamais o imaginei nessa vida. Ele só me chamava de Dinda.
– Caramba…
– E pra mim ele era sempre o meu menino. Vivia
perambulando aqui pela cozinha. Mas depois cresceram, as visitas ficaram cada
vez mais raras. E quando vinha, na maioria das vezes estava sozinho. Ai passava
horas com a Brigitte.
– Brigitte é dele?
– Sim. Foi um presente de Ricardo. Era um filhote
ainda.
– Arthur não vinha com os pais… nem com as namoradas?
– Desde quando conheço meu menino… você foi a única que
veio aqui com ele. As outras vinham… mas nunca com ele.
Era impossível não me sentir lisonjeada. Nenhuma das
ex-mulher dele esteve aqui ao mesmo tempo em que ele… apenas eu. Era ou não era para me sentir poderosa?
– Pra ser sincera eu nem sei onde estamos exatamente.
– Porto Rico. Essa é uma das áreas menos habitadas da
região. Para chegar até aqui de carro leva em média meia hora, quarenta
minutos. Aposto que o Arthur vai levá-la para conhecer tudo. Ele ama esse
lugar. Sempre quando vem pega o veleiro e desaparece por aí… e sempre leva a
Brigitte. Levantei-me para pegar um suco e vi que ela reparava em minha
barriga, franzindo o cenho.
– São dois bebês?
– Sim. Como sabe?
– Sua barriga está grande… como se fosse ter os bebês a
qualquer momento, mas ela ainda não está na posição… então imaginei que seria
mais de um.
– Estou entrando no sétimo mês
– Hum… então está perto. Sabia que na maioria das vezes
quando a gravidez é múltipla não se chega aos nove meses.
– Mesmo?
– Não é uma regra, claro.
– Vejo que estão se dando bem.
Olhei para a porta da cozinha a tempo de ver meu marido
em toda sua beleza entrando e passando a mão pelos cabelos. Foi até Evangeline
e a abraçou.
– Dinda… não sabia que estava aqui.
– Nem vou perguntar como está. Estou vendo que está
ótimo.
Arthur beijou a cabeça dela, numa demonstração rara de
carinho. Creio que nem mesmo com Rita eu o vi agir assim.
– Cheguei hoje cedo. Rita me avisou que viria… e que
sua esposa está grávida. – Arthur rolou os olhos.
– E claro pediu que ficasse de olho em mim.
– Conhece sua mãe, menino. – Somente então Arthur veio
até mim, sentando-se ao meu lado.
– Não está cansada?
– Não. Estava aqui conversando com ela e acabei me
distraindo.
Arthur passou a mão em meu ventre enquanto conversava
com Evangeline. Era como se eu estivesse ao lado de outro homem. Um irmão gêmeo
dele. Totalmente à vontade, conversando numa cozinha. Raramente eu via Arthur
com outra roupa a não ser seus ternos caríssimos. Eu babava, admito. Mas vê-lo
assim… apenas de calção… sem camisa… descalço… hum… coisa rara e deliciosa de
se ver.
– Como está o Henry?
– Trabalhando muito. Já disse que está na hora de se
aposentar. Mas ele não quer sair daquela delegacia de jeito nenhum.
– Ele está forte ainda. Pode trabalhar por um bom
tempo.
Depois disso dediquei-me apenas a prestar atenção na
conversa dos dois. Teria que me acostumar com as mil faces do meu marido. Cada
uma mais linda e encantadora que a outra. Difícil escolher.
Depois do almoço fomos para o quarto. Arthur queria
sair e me mostra tudo, mas eu estava realmente cansada. Então ele simplesmente
deitou-se ao meu lado na cama enquanto conversávamos.
– Lua… está com pressa de voltar pra casa?
– Eu estou com você. Já me sinto em casa. – Arthur
ergueu seu corpo e prensou sua boca na minha com força.
– Sempre tem que me desarmar, não é?
– Então baixe a guarda. Me Pouparia trabalho. – Ele riu
e deitou-se em meu colo. Meus dedos automaticamente se enfiaram em seus
cabelos.
– Por que pergunta?
– Como eu já te disse… quero descansar um pouco. E não
é só por mim. Principalmente por sua causa e dos bebês.
– Mas se ficarmos mais tempo como farei com minhas
consultas?
– Não estamos numa selva, Lua. Claro que aqui existem
hospitais, maternidades. Podemos ligar para Melanie e pedir que envie seus
histórico para o médico que escolhermos aqui.
– É uma ideia tentadora. – Ele se virou ficando de
barriga pra cima e me encarando.
– Preciso sair mais com você. Fazer coisas que os
casais normais fazem.
– Definitivamente não somos um casal normal
– Então passou da hora de sermos. – Baixei um pouco a
cabeça para me encontrar com ele, buscando sua boca.
– Eu vou adorar isso… embora eu não possa imaginar
minha vida melhor do que já é.
– Sempre há uma coisinha para consertar.
Não falei mais nada. Se ele queria melhorar, por mim
tudo bem. Eu sabia que não tinha como melhorar o que já era perfeito.
Semanas
Depois
Eu poderia nomear os últimos dias como os melhores de
minha vida. Eu nem de longe imaginei que Arthur poderia sim, conseguir melhorar
o que já era perfeito. Hoje, quarenta dias após termos chegado a Porto Rico,
éramos um casal normal, como ele mesmo disse. Saímos várias noites para jantar,
visitamos outras ilhas, saíamos para velejar, como agora. Sem nunca esquecer, é
claro, das minhas consultas que agora estavam mais frequentes. Foi uma luta
conseguir uma médica que me agradasse… ou seja… nada de linda demais feito a
Melanie. Arthur por outro lado não aceitava um homem como médico. A barriga já
estava imensa e às vezes até respirar ficava difícil. Sem contar que para fazer
amor com Arthur foram várias tentativas até encontrar a melhor posição.
Ele se afastou completamente dos negócios. Depois de
dar uma resposta atravessada ao Chay ele não voltou a ligar para falar dos
negócios. Estavam se virando por lá. Pelo que Arthur me disse, Ricardo voltou à
ativa. Pérola e Bree continuavam morando com ele. E Tânia estava quase
conquistando de vez a confiança de Dom Matteo e assumindo o negócio de tráfico
de menores. Arthur se animou com essa notícia. Ricardo e Tânia estavam com um
plano, mas preferimos ficar de fora.
– Está se sentindo bem?
Olhei para Arthur que remexia nos botões do painel de
controle do veleiro. Estava levemente bronzeado, os cabelos esvoaçando… vontade
de avançar nele e beijar muito.
– Estou bem. Pensando em nós dois.
– Coisas boas, espero.
– Existe coisa ruim entre nós? – Terminou de ajustar as
coisas e sentou-se ao meu lado.
– Já existiu.
– Num passado tão distante que nem me lembro mais.
– Mas infelizmente está chegando a hora de voltarmos.
– Por que tem tanto medo que nossos bebês nasçam aqui,
Arthur?
– Não é medo, Lua. Mas nossa família ficará triste por
não poder vê-los assim que nascerem.
– Eu irei quando quiser.
– Faremos o seguinte… passamos esse final de semana e
depois iremos. Ai faltarão apenas duas semanas para o provável dia do parto. – Abracei
seu pescoço e me aconcheguei em seu peito.
– Vou sentir falta daqui. Está tão bom. – Senti seus
lábios pressionarem meus cabelos por um bom tempo.
– Podemos voltar sempre. Podemos morar aqui se quiser.
– Seria delicioso… ver você nadando nu como hoje… – Ele
se afastou e me olhou com um ar incrédulo.
– Tudo isso pra me ver pelado?
– Não imagina a delícia que você estava… saindo da água
com esse corpão nu… esses cabelos molhados e aquele …
– Pau duro.
– Isso. – Falei e estremeci fazendo Arthur gargalhar.
– Será que vai continuar tão safada assim depois que
nossos filhos nascerem?
– Eu já era antes, Arthur… quer dizer… fiquei depois
que conheci você.
– Ah… tá bom... quem ficava assistindo filme
pornográfico do irmão? – Sorri, meio envergonhada, meio pervertida.
– Mas você ficou louco quando eu fiz o que aprendi.
– Lua… para ser sincero, eu fiquei louco por você desde
a hora que passou pela minha porta, já te disse isso. – Apertei-me mais a ele.
– Seremos sempre assim? Eu te amo tanto. – Ele inspirou
e soltou o ar com tanta força que cheguei a ficar apreensiva.
– Olhe para mim… – Olhei em seus olhos e não soube
dizer o que vi ali: medo… angústia… quase
desespero.
– Jura para mim que não vai me deixar… eu não digo no
sentido de ir viver sua vida longe de mim. Eu digo no sentido de… partir dessa
vida e me deixar aqui… sem rumo. – Segurei seu rosto, o mesmo desespero que via
agora em seus olhos, ameaçando me dominar também.
– Está falando sobre o parto? Está com medo que eu não
resista? – Ele enterrou as mãos em seus cabelos… eu nunca vi Arthur assim… tão
vulnerável… nem quando estava à beira da morte.
– Porra… você é tão pequena… tão frágil…
– Amor… se os médicos perceberem que não darei conta… irão
fazer uma cesárea e tudo certo. Você ouviu a médica… estou em perfeitas
condições assim como nossos filhos.
– Eu não quero ser apenas metade para os meus filhos,
Lua. – Engoli com dificuldade, minha voz saindo num sussurro.
– O que quer dizer?
– Se você se for… metade de mim irá também… a melhor
parte de mim. – Abracei-o com tanta força que meus braços começaram a formigar.
– Isso não vai acontecer. Eu serei forte porque eu
quero estar com vocês… nossos filhos irão crescer saudáveis e nós dois
ficaremos velhinhos sentados numa cadeira de balanço a espera deles.
Ele colocou a mão em meu ventre e deitou a cabeça em
meu colo. Estava quieto mas seu corpo tremia ligeiramente. Eu podia dizer com
certeza que ele chorava. Eu não tinha medo. O fato de ter dois filhos jamais me
assustou. Eu sabia que teria que ser forte. Aliás eu era bem resistente a dor.
E na verdade… eu só tinha um pequeno medo pelos bebês… sei lá… Mas por mim… a
tão falada dor do parto não me amedrontava. Eu já senti uma dor com certeza,
bem pior que essa. A dor de quase perder o melhor pai que meus filhos poderiam
ter… e o amor da minha vida.
Continua...
Se leu, comente! Não custa nada.
N/M: Olá,
meninas? Tudo bem? Espero que sim :-)
Estou sem tempo de ficar postando sempre um capítulo
por dia, como vinha fazendo há algumas semanas. E vocês já sabem os motivos.
Então, estou atualizando sempre que dá...
Aaaaaah <3 que
capítulo mais cute & love! Concordam? Tão lindo e Arthur nos surpreendendo cada
vez mais – positivamente, lógico –. O que dizer desse final? Coração tá que
aguenta <3 esses dois tem
o poder de nos levar ao ápice da irritação, assim como tem o poder de nos levar
ao ápice de puro amor por eles.
Tentarei postar a continuação desse capítulo amanhã –
não prometo nada.
Confesso, quis deixá-los curiosos haha não me matem :´)
#SePreparemParaAPróximaAtualização.
Kiss, Bye... até breve.
Arthur querendo matar a Lua do Coração :) tadinha!!
ResponderExcluirSuper fofos ♡
Que lindo...eu amei ver o Arthur todo preucupado
ResponderExcluirQue lindos adorei!
ResponderExcluirAmei esse capítulo...
ResponderExcluirLua e Arthur vivem entre tapas e beijos Hahaha...
ResponderExcluirAiiin ve o Arthur fofo é lindo e ele e a Lua são perfeitoos
ResponderExcluirAmei posta maiss capítulo lindo demais viu
ResponderExcluirQue lindo...posta ++++++ por favor não vejo a hora dos bebês nascerem
ResponderExcluirQue capitulo amorzinho 😍❤
ResponderExcluir