O Poderoso Aguiar | 32º Capítulo

|

O Poderoso Aguiar
32º Capítulo – Muito Perto do Fim

Pov Lua

Coisas demais na minha cabeça. Às vezes eu achava que não ia suportar aquilo tudo. Era um pai vagabundo, irmão, minha mãe… e claro, meu marido quase morto. Parece que as coisas ficavam aguardando tranquilamente. Quando pensava que estava livre de uma… a outra vinha. Começava a ter dúvidas se era uma Poderosa mesmo. O único alívio era saber que tinha Arthur ao meu lado. Embora às vezes, minha vontade fosse de matá-lo. Não sei que prazer ele encontrava em tirar onda com minha cara. Fazendo-me quase morrer de tanto ciúmes ou simplesmente se fazendo de bravo comigo.

Entretanto devo concordar com ele em uma coisa: eu sou uma idiota. Quando demonstrações de amor ele já me deu? Mas ninguém pode me crucificar. Quem não sentiria ciúmes de um homem lindo e tesudo feito ele?

– Que besteira está pensando agora?
– Por que diz isso?
– Essas bochechas vermelhas não me enganam, Lua.
– Deixe de ser curioso.
– Lua…
– Ai, Arthur. Nós mulheres temos segredos, sabia?
– Sabia. Mas para mim não deve ter segredos. Fale agora. – Bufei.
– Estava pensando no quanto meu marido é lindo e gostoso. Está bom assim?
– Já imaginava isso. – Revirei meus olhos e olhei pela janela. Ele riu e afagou minha mão.
– Lua? – Quando olhei pra ele sua expressão era preocupada.
– Você está bem mesmo? Não tem sentido nada de anormal?
– Não. Por que pergunta isso?
– Você passou por muita coisa ultimamente, Lua. Isso pode ser prejudicial a vocês.
– E você contribui e muito para isso, não sabe?
– Porque você é tola. Eu vou te dizer algumas coisas e verá como tenho razão. – Esperei, encarando-o
– Você é linda. Existem outras mulheres lindas? Claro que existem. – Fechei minha cara e cruzei meus braços em frente ao peito, fazendo-o gargalhar. – Olha só você… Muito bem. Da mesma forma existem homens lindos. E eu pergunto: E daí? Eu não estou com você somente por sua beleza, e tenho certeza que o mesmo acontece com você. Eu acredito realmente que eu só iria me interessar por outra mulher, se existisse alguma brecha entre nós… se me faltasse alguma coisa. E não me falta absolutamente nada. Eu tenho tudo com você, Lua. – Merda de homem que sabia mexer comigo. Como eu poderia sentir raiva, brigar, maltratar um homem desse? – Você é… completamente diferente de todas que já conheci. É tão madura para a sua idade. Sinceramente às vezes eu me esqueço que você tem apenas dezenove anos.
– Eu sei Arthur. Eu tento pensar dessa forma, mas é uma coisa incontrolável. Quando eu vejo… já foi. E não adianta… você é lindo demais, gostoso demais… e eu morro de ciúmes mesmo. – Ele riu novamente.
– Eu também sinto isso e você sabe muito bem. Já me viu várias vezes tendo um ataque de ciúmes.
– Ah... sim… a piscina está lá para não me deixar esquecer.
– Pois é… apesar disso nem me passa pela cabeça que você poderá me deixar um dia… – Ele fez uma pausa. – Mesmo porque eu mataria você. – Dessa vez eu ri alto.
– E como iria ficar sem mim?
– Não ficaria. Eu me matava depois. – Olhei para ele assustada. E fiquei mais assustada ainda ao constatar que ele falava sério.
– Deus me livre, Arthur. Nem brinque com isso. – Ele, entretanto, mudou de assunto.
– Quando é que vamos sentir os bebês se mexendo?
– Também me pergunto isso.

Eu respondi, mas já olhando para o gigantesco hotel onde Arthur entrava. Abriu a porta pra mim e entregou as chaves para o manobrista. Passamos pela recepção e Arthur parou para verificar em qual quarto Pérola estava.

– Não vai pedir para anunciar você? – Ele apenas me olhou e nem se deu ao trabalho de responder. Pegamos o elevador e paramos no oitavo andar. Arthur deu uma leve batida na porta do quarto. Um tempo depois ouvimos a voz de Pérola.
– Quem é?
– Arthur. – Ela abriu rapidamente a porta e seu rosto demonstrava surpresa. Olhou de Arthur para mim antes de falar.
– Nossa… isso é realmente uma surpresa.
– Preciso falar com você, Pérola. – Ela abriu passagem para que entrássemos.
– Como vai, Lua?
– Estou bem, obrigada. – Sentei-me ao lado de Arthur, a mão dele entrelaçada na minha.
– Em que posso ajudá-lo, Arthur?
– Vou direto ao assunto. Conhece-me muito bem. O que você sabe a respeito da mãe da Lua?

Estranhamente a expressão dela não se alterou. Provavelmente ela já sabia que Arthur iria procurá-la e sim… ela sabia alguma coisa.

– Eu também serei direta com você, Arthur. Dom Matteo quer a mim. Por isso estou escondida aqui.
– Sim, a Tânia me falou. Mas por que ele quer você?
– Para que eu o leve até a mãe de Lua… ou melhor, para minha irmã.

Eu abri minha boca, mas tapei-a com a mão para abafar meu grito. Arthur por sua vez semicerrou os olhos… daquele jeito perigoso que costumava fazer.

– O que você está dizendo, Pérola? Está querendo dizer que você e Lua...

Ela me encarou com seus grandes olhos verdes. Minha respiração estava acelerada e era possível perceber meu peito subindo e descendo de forma incontrolável.

– Cláudia se casou aos quinze anos… apaixonada por Billy. Eu ainda era criança. Ainda nessa época meus pais se separaram justamente por causa do casamento. Minha mãe não aceitava. Desse jeito eu fiquei com minha mãe. Meu pai faleceu uns dois anos depois. E minha mãe faleceu há seis meses. – Arthur franziu o cenho.
– Eu não sabia disso. – Pérola ficou um tempo pensativa e depois suspirou.
– Você se lembra que minha mãe também não gostou quando vim morar com você? Na verdade nem era nada contra você. Nesses anos todos ela acompanhou a vida de Cláudia. Sabia tudo o que se passava com ela. E me contou que Billy conhecia Dom Matteo desde seu casamento. Vivia naquela vida que você já sabe: drogas, mulheres… ou melhor… meninas… E Billy acabou colocando Cláudia nesse meio. Depois que Lua nasceu… Cláudia fugiu. Ela não aguentava mais aquela vida.
– E teve coragem de abandonar a Lua?
– Ela não tinha para onde ir, Arthur. Acho que ela pretendia encontrar um lugar para ficar e só depois voltar para buscá-la. Ela mudou de nome, falsificou documentos e simplesmente desapareceu. A única que mantinha contato com ela era minha mãe.
– E você sabia disso?
– Minha mãe só me contou logo depois que… eu sai da nossa casa.
– E por que não me contou nada? Meu Deus do céu, Pérola… era minha chance de pegar Dom Matteo. Se Cláudia sabe tanto assim….
– Primeiramente porque eu sei das regras, Arthur. Nenhum contato, esqueceu? E depois… aquele maldito Pedro. Ele tentou… me violentar certa vez. Eles adoram pegar as mulheres que foram suas, Arthur. – Engoli em seco. Eu odiava ouvir aquilo. Odiava lembrar que várias mulheres passaram pela cama do meu marido.
– Desgraçado.
– Então… eu acabei implorando e deixei escapar… que eu era tia dele.
– E obviamente ele foi correndo contar para Dom Matteo.
– Exatamente. E desde então ele está atrás de mim. – Arthur inclinou-se em direção a Pérola.
– Onde Cláudia está?
– Eu… – Ele se levantou no mesmo instante, fazendo nós duas pularmos de susto.
– Nem me venha com essa. Você vai me dizer onde ela está e eu irei atrás dela. – Lágrimas silenciosas escorreram pelo rosto de Pérola.
–Eu… tenho medo, Arthur… – Ele andou de um lado a outro e depois parou à sua frente.
– Arrume suas coisas, Pérola. Irei tirar você daqui.

Minha respiração ficou suspensa. Se Arthur ousasse levar essa mulher para nossa casa…Tá certo que já conversamos sobre nossos relacionamento. Mas levar a ex-mulher… isso não. Ainda que fosse minha… tia. Pérola também pareceu constrangida.

– Vou levá-la para a casa dos meus pais. Sophia ficou anos lá. Não se preocupe. Estará bem mais segura do que aqui. – Ela não se moveu e Arthur deu um suspiro exasperado. – Eu não tenho o dia todo, Pérola. – Ela me olhou como se me pedisse permissão.
– Você o conhece tão bem quanto eu, Pérola.
– Eu… eu já volto. – Assim que ela se afastou, Arthur sentou-se ao meu lado e beijou minhas mãos.
– Obrigado, amor. – Sorri e passei a mão em seus cabelos. Tinha que aprender a lidar com meu ciúme. Não tinha saída.

***

Quando finalmente Arthur estacionou em nossa casa, meu corpo pedia cama. Estava morta de cansaço. Levamos Pérola para casa de Ricardo e tivemos que recontar toda a história. Quem diria… a ex-mulher de Arthur era minha tia. Ah… essa vida estava acabando com minha sanidade.

– Quase que você foi meu tio.
– Puff… deixa de conversa fiada.
– É verdade.
– Quero esquecer esse assunto por ora. Estou cansado, amanhã temos um longo dia. Tudo o que quero agora é um banho e depois fazer amor com minha mulher. – Mordi meus lábios, já adorando aquela ideia.
– Amor ou sexo? – Ele riu.
– Primeiro sexo… depois amor. – Ele segurou minha mão enquanto caminhávamos até a entrada da casa.
– Por que não o contrário?
– Porque eu estou cansado e nervoso. E quando estou assim tenho que extravasar.
– Ah… e vai fazer isso dentro de mim?
– Ah Lua... nem me fale isso que já fico duro só de imaginar. – Eu gemi só em ouvir isso. – É verdade. Sabe o que parece? Parece que você se fechou com medo que os bebês saiam a qualquer momento.
– O que quer dizer com isso?
– Quero dizer que você está ainda mais apertada que normalmente é. Porra, Lua! Se você soubesse a vontade que eu tenho de… Argh…

Eu arfei. Eu conhecia aquele jeito selvagem dele muito bem. E eu só faltava palpitar por isso. Apertei a mão dele e ele me olhou. Sabia que minhas bochechas deviam estar pegando fogo.

– Você não vai me machucar.
– Puta que pariu… mas é gostosa mesmo. Bastou eu falar. – Agarrei-me a ele, segurando em seus cabelos.
– Sim. Bastou você falar e já estou louca para sentir você… – Ele curvou um pouco o corpo e capturei sua orelha, mordendo-a de leve.
– Inteiro dentro de mim. – Ele rosnou e apertou minha cintura com tanta força que fiquei na ponta dos pés.
– Acho que não vou conseguir esperar até sair do banho.

Arthur engoliu minha boca, quase arrancando minha língua. E foi assim que entramos em casa. Aos beijos… um quase comendo o outro.

– Hãhã…

Arthur se separou de mim no mesmo instante. Sophia estava parada ao lado de Micael, torcendo as mãos. Claro que sabia que estava procurando a morte, interrompendo Arthur desse jeito

– O que é?
– Não brigue comigo, Arthur. Mas tem uma mocinha querendo falar com você.
– Brianna?
– Sim. – Arthur girou e foi direto para o escritório. Lembrei-me das palavras de Tânia: bem ao estilo da Lua.

Não perdi tempo e corri atrás. Arthur, incrivelmente não se opôs. Pelo contrário, segurou minha mão enquanto entrávamos no escritório.

Uma garota um pouco mais baixa que eu, pele. Clara e cabelos castanhos estava sentada no sofá de couro olhando para a porta. Sua boca se abriu ao olhar para Arthur. Posso dizer que literalmente ela babou no meu marido. Tinha minhas dúvidas se as garotas de Dom Matteo eram tão ingênuas quanto diziam.

– Brianna?
– Sim, senhor Aguiar. – Arthur apertou a mão dela e em seguida passou o braço em minha cintura.
– Essa é minha esposa… Lua.
– Oi, Lua.
– Olá.
– Quer falar comigo?
– Sim. Acho que só o senhor pode ajudar a mim e a minha irmã.
– Dom Matteo está com sua irmã também?
– Está.
– Quantos anos tem, Brianna?
– Dezesseis. Hum… e sua irmã?
– Catorze. – Arthur passou as mãos nos cabelos tranquilamente e em seguida sentou-se, encarando a garota.
– Como foi que chegou até mim? Ao que me consta os homens de Dom Matteo estão atrás de você.
– Eu fico sempre escondida. E além disso uso a peruca que… que roubei. – Arthur ergueu a sobrancelha cinicamente.
– Anda aprontando por aí?
– N-não. Foi só para me proteger mesmo.
– Sei… mas ainda não me respondeu como chegou até aqui.
– Ontem à noite eu estava dormindo num banco e vi quando seu irmão passou com uma moça morena.
– Chay?
– Sim… um grandão. Aí fiquei só esperando enquanto eles saíam do… do… –Arthur revirou os olhos, impaciente.
– Do motel. – A garota ficou vermelha e baixou a cabeça.
– Sim. Aí quando saíram corri para falar com ele. Ele não acreditou muito, mas depois que eu falei que Tânia podia confirmar… ele ligou para ela e me trouxe para cá.
– E que provas você tem contra Dom Matteo?
– Bem… eu tenho dois filmes… que eu roubei do irmão dessa daí. – Olhou para mim.
– Dessa daí o cacete. Olha lá como fala comigo, pirralha. Eu sou a esposa desse homem, a dona dessa casa… – Eu sabia que minhas bochechas deviam estar quase roxas de tanta raiva.
– Hey… calma,amor.
– Desculpe. Eu não falei por mal.
– Acho bom.
– Continue, Brianna.
– Então... O Pedro gostava de filmar tudo. Ele tem vários filmes. Mas eu consegui pegar pelo menos esses dois. Tem todos eles… todos.
– Está com eles aí?
– Ah… sim. Eu sempre guardava muito bem guardado. Er… o senhor pode se virar?

Ele franziu o cenho, mas nada disse. Apenas girou a cadeira ficando de costas pra nós. Ela rapidamente desceu a calça e retirou um embrulho. Uma mistura de jornal e papelão, no meio das coxas e em seguida se vestiu de novo. Estendeu-o para mim.

– Obrigada. – Arthur se virou novamente e pegou o embrulho. Abriu-o e tirou dois pequenos CD’s lá de dentro.
– Eu irei ver isso junto com Lua. Você ficará aos cuidados do meu pai, assim como outra amiga. Amanhã eu irei procura-la.
– Está certo. Eu só peço… por favor, senhor. Aguiar. Aja depressa. Minha irmã…
– Fique tranquila. Eu lhe dou minha palavra. Agora venha que o Micael irá levá-la até a casa dos meus pais.

Enquanto Arthur dava instruções ao Micael, Sophia conversava com a garota. Eu só pensava nos filmes que estavam nas mãos de Arthur. Provavelmente não seria coisa agradável de se ver. Assim que eles se foram segui com Arthur até a sala de TV.

– Você mesma disse que assistia filme pornô. Isso aqui não deve te deixar muito horrorizada.

Mas o pior foi que deixou. Nem nos filmes que assisti, vi tamanha orgia… tamanha… nojeira. Essa era a palavra. Arthur observava, o maxila travado, os olhos quase se fechando em fenda. Ali estavam James, Pedro, Dom Matteo e vários outros… todas com garotinhas. Arthur balançou a cabeça e tirou o filme, colocando o outro em seguida. E foi ali que meu coração disparou e meu estômago revirou. Pedro com a tal Brianna. Realmente ela se parecia muito comigo. Confesso que quase pedi para que Arthur tirasse o filme. Mas antes que eu falasse qualquer coisa, ouvimos a voz do Pedro.

– Ahhh… Lua… rebola no meu pau… – A respiração de Arthur ficou suspensa. E o desgraçado continuou. – Rebola, maninha… vou gozar em você gostosa. – As mãos de Arthur fecharam-se.
– Desgraçado, filho da puta. – Ele saiu da sala tão rápido que foi apenas um borrão passando por mim. Corri atrás dele.
– Arthur… Arthur…

Mas ele caminhava em direção ao cativeiro do Pedro. Era o fim. E eu nem poderia ter o gostinho de acabar com meu irmão na manhã seguinte. Arthur iria matá-lo com as próprias mãos. E com a fúria que ele estava… era melhor ficar fora do caminho dele.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

8 comentários:

  1. Meu pai do céu tô mega ansiosa para o próximo capítulo posta o próximo logo por favor

    ResponderExcluir
  2. Quase n acreditei q Pérola é tia da Lua,mds,fiquei chocada.Esse Pedro não vale nada,que NOJO desse traste,credo,pensar essas coisas da própria irmã?q absurdo.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom o capitulo,ansiosa para o proximo!
    Apaixonada pela web!
    Ana Julia

    ResponderExcluir
  4. Eita que o Arthur ficou possesso!!VAI acabar com o Pedro em um segundo

    ResponderExcluir
  5. Meu Deus, é agora que o Pedro morre! Mais?

    ResponderExcluir
  6. Nunca imaginei que pérola fosse tia dá lua!

    ResponderExcluir
  7. Posta mais pelo amor de Deus

    ResponderExcluir