Ugly Love
Capítulo 19:
Pov. Lua
Eu sinto tanto a sua
falta, Arthur.
Pensamentos como esses
são o porquê de eu estar afogando minhas mágoas no chocolate. Faz três semanas
desde que ele me trouxe pra casa. Faz três semanas desde que eu coloquei meus
olhos nele. O Natal veio e se foi, mas eu mal notei porque eu trabalhei. Duas
noites de jogo que Arthur não apareceu. O Ano Novo veio e foi. Outro semestre
no colégio começou.
E Lua ainda sente falta
do Arthur.
Eu pego minhas raspas
de chocolate e meu leite com chocolate e os escondo na cozinha da pessoa que
está batendo na porta do apartamento. Eu já sei que não é Arthur, porque as
batidas na minha porta pertencem a Chad e Tarryn. Eles são os únicos amigos que
eu fiz aqui, tão ocupada como eu sou, e eles só são meus amigos porque nós
estamos em grupo. Esse é o porquê deles estarem batendo na minha porta agora.
Eu abro, e Chad está parado no corredor sem Tarryn.
— Onde está Tarryn?
— Ela recebeu um
telefonema para cobrir um turno. — ele diz. — Ela não pode vir hoje à noite.
Eu abro a porta
totalmente para deixá-lo entrar. Assim que ele pisa no apartamento, Arthur abre
a porta do seu apartamento. Ele congela quando seus olhos me encontram. Ele me
cativa com o seu olhar por alguns segundos até que o seu olhar desliza sobre o
meu ombro e cai sobre Chad. Eu olho pra Chad, que olha pra mim e levanta uma
sobrancelha. Ele aparentemente pode dizer que algo está acontecendo, então ele
respeitosamente se retira para o apartamento.
— Eu estarei no seu
quarto, Lua. — ele diz.
Isso foi legal do
Chad... me oferecendo privacidade com o cara do outro lado do corredor. No
entanto, anunciando que estaria esperando no meu quarto provavelmente não é o
respeito que Arthur gostaria de ver, porque agora ele está voltando para dentro
do seu apartamento. Seus olhos vão para o chão antes de fechar a porta. O olhar
no seu rosto envia pontadas de culpa direto para o meu estômago. Eu tenho que
lembrar para mim mesma que isso foi escolha dele. Eu não tenho nada que me
sentir culpada sobre, mesmo que ele esteja julgando mal a situação quando ele
apenas abriu a porta.
Eu fecho minha porta e
me junto a Chad no meu quarto. A silenciosa conversa animadora que eu tentei me
dar não fez nada para aliviar a culpa. Eu sento na cama, e ele senta à mesa.
— Isso foi esquisito. —
ele diz, olhando pra mim.
— Não se preocupe com
Arthur. Ele tem problemas, mas não são mais meus problemas.
Chad acena e não me
pergunta mais nada. Ele abre o guia de estudos e o coloca em seu colo enquanto
ele coloca os pés em cima da cama.
— Tarryn já fez
anotações do capítulo dois, então se você estiver no três, eu cobrirei o
quatro.
— Fechado. — eu digo.
Eu encosto no meu
travesseiro e passo a próxima hora preparando anotações do capítulo três, mas
eu não tenho ideia em como administrar minhas concentração, porque a única
coisa que eu posso pensar é sobre o olhar que passou no rosto de Arthur antes
dele fechar a porta. Eu poderia dizer que eu o magoei. Isso faz algo mesmo
agora, eu acho.
***
Depois que Chad e eu
trocamos anotações e respondemos as questões no final de cada capítulo, eu faço
cópias na minha impressora. Eu percebi que três pessoas dividindo três
capítulos e compartilhando respostas é trapacear, mas quem se importa? Eu nunca
aleguei ser perfeita.
Assim que terminamos,
eu caminho com Chad para fora. Eu posso dizer que ele está um pouco nervoso
depois de ter visto o olhar de Arthur mais cedo, então eu espero ele pegar o
elevador antes de fechar a porta do apartamento. Para ser honesta, eu estava um
pouco nervosa também.
Eu caminho até a
cozinha e começo a fazer um prato de sobras. Não há sentindo em cozinhar, uma
vez que Chay não vai voltar pra casa até tarde da noite. Antes que eu termine
de colocar comida no meu prato, a porta da frente abre com uma pancada.
Arthur é o único que
abre a porta e a bate ao mesmo tempo. Se acalme. Se acalme, se acalme, se
acalme. Se acalme, Lua!
— O que foi isso? —
Arthur pergunta atrás de mim.
Eu nem mesmo me viro, e
continuo a fazer meu prato de comigo como se ele está aqui após semanas de
silêncio não estivesse me preenchendo com uma tempestade de emoções. Raiva está
sendo a mais prevalente.
— Ele está na minha
turma. — eu digo. — Nós estávamos estudando.
Eu posso sentir a
tensão saindo dele, e eu nem estou olhando pra ele.
— Por três horas?
Eu me viro e olho pra
ele, mas os palavrões que eu quero gritar ficam presos na minha garganta quando
eu o vejo. Ele está parado na porta da cozinha, agarrando a moldura da porta em
cima da sua cabeça. Eu posso dizer que ele não trabalhou nesses últimos dias,
porque sua mandíbula está forrada por uma fina camada de barba. Ele está
descalço, e sua camisa levantada, revelando o V. Primeiramente, eu o encaro.
Então eu grito com ele.
— Se eu quiser transar
com um cara no meu quarto por três horas, então bom pra mim! Você não tem o
direito de ter opinião sobre o que eu faço da minha vida. Você é um idiota, e
você tem sérios problemas, e eu não quero mais fazer parte deles.
Eu estou mentindo. Eu
realmente quero fazer parte dos seus problemas. Eu quero mergulhar nos seus
problemas e me tornar os seus problemas, mas eu tenho que ser uma garota
independente, obstinada que não desmorona só porque gosta de um cara.
Seus olhos estão
apertados, e sua respiração está vindo pesada e rápida. Ele joga seus braços e
caminha rapidamente pra mim, agarrando meu rosto, me forçando a olhar pra ele.
Seus olhos estão desesperados, e saber que ele está com medo que eu tenho mudado
é muito bom. Ele espera vários segundos antes de falar, permitindo que seus
olhos vagueiem pelo meu rosto. Seus polegares acariciam levemente minhas
bochechas, e suas mãos parecem protetoras e boas, e eu odeio absolutamente que
eu as quero em todos os cantos nesse momento. Eu não gosto em quem ele me
transforma.
— Você está dormindo
com ele? — ele pergunta, finalmente descansando seus olhos nos meus enquanto
eles procuram a verdade.
Isso não é da sua
conta, Arthur.
— Não. — eu digo.
— Você o beijou?
Ainda não é da sua
conta, Arthur.
— Não.
Ele fecha os seus olhos
e respira, aliviado. Ele coloca suas mãos no balcão ao meu lado e abaixa sua
testa no meu ombro. Ele não faz outra pergunta. Ele está machucado, mas eu não
sei o que diabos fazer sobre isso. Ele é o único que pode mudar as coisas entre
nós, e até onde eu sei, ele ainda não está disposto a fazer isso.
— Luh... — Ele diz em
sussurro aflito. Seu rosto se move para o meu pescoço, e uma das suas mãos
agarra a minha cintura. — Droga, Luh. — Sua outra mão se move para trás da
minha cabeça enquanto seus lábios descansam contra a pele do meu pescoço. — O
que eu faço? — ele sussurra. — Porra, o
que eu faço?
Eu aperto meus olhos,
porque a confusão e a dor na sua voz são insuportáveis. Eu balanço a minha
cabeça. Eu a balanço porque eu não sei como responder uma pergunta que eu nem
sei o significado por trás. Eu também balanço a minha cabeça porque eu não sei
como fisicamente afastá-lo.
Seus lábios encontram o
espaço atrás da minha orelha, e eu quero puxá-lo para mais perto e empurrá-lo
para o mais longe que eu puder. Sua boca continua a se mover pela minha pele, e
eu sinto meu pescoço se inclinar para que ele possa encontrar ainda mais de mim
para beijar. Seus dedos se enrolam em meu cabelo enquanto ele agarra a parte de
trás da minha cabeça para me segurar contra a sua boca.
— Faça-me sair. — ele
diz, sua voz suplicante e quente contra minha garganta. — Você não precisa
disso. — Ele está beijando todo o caminho da garganta, interrompendo para
respirar somente quando ele fala. — Eu só não sei como parar de querer você.
Diga-me para ir embora, e eu irei.
Eu não digo pra ele ir
embora. Eu balanço a minha cabeça.
— Eu não posso.
Eu viro meu rosto em
sua direção enquanto ele faz seu caminho
até a minha boca, então
eu agarro a sua camisa e o puxo pra mim, sabendo exatamente o que eu estou
fazendo comigo mesma. Eu sei que essa vez não vai terminar bem como das outras
vezes, mas eu ainda quero muito isso. Se não mais. Ele para e olha nos meus
olhos.
— Eu não posso te dar mais
do que isso. — ele sussurra como um aviso. — Eu apenas não posso.
Eu o odeio por dizer
isso, mas o respeito ao mesmo tempo. Eu respondo o puxando pra perto até nossas
bocas se encontrarem. Nós abrimos as nossas bocas ao mesmo tempo e devoramos
completamente um ao outro. Nós estamos desesperados, puxando um ou outro,
gemendo, apreciando a pele um do outro.
Sexo, eu lembro pra mim
mesma. É só sexo. Nada mais. Ele não está me dando qualquer outra parte dele.
Eu posso dizer pra mim mesma que é tudo que eu quero, mas ao mesmo tempo, eu
estou tomando, tomando, tomando tudo que eu posso pegar. Decifrando cada som
que ele faz e cada toque, na tentativa de me convencer que o que ele está me
dando é bem mais do que provavelmente é. Eu sou uma tola. Ao mesmo, eu sou uma
tola meio consciente.
Eu desabotoo seu jeans,
e ele desprende meu sutiã, e antes de chegarmos ao meu quarto, minha camiseta
se foi. Nossas bocas nunca se separam enquanto ele chuta a porta, então arranca
meu sutiã. Ele me empurra na cama e tira meu jeans, então se levanta e tira o
seu. É uma competição. É Arthur e eu contra todo o resto. Nós estamos
competindo com nossas consciências, nossos orgulhos, nossos respeitos, nossas
verdades. Ele está tentando entrar em mim antes que qualquer parte do resto das
coisas esteja fora.
Assim que ele volta pra
cama, ele está sobre mim, contra mim, então dentro de mim. Nós ganhamos. Sua
boca encontra novamente a minha, mas é tudo que ele faz. Ele não me beija.
Nossos lábios se tocam e nossas respirações colidem e nossos olhos se
encontram, mas não há um beijo. O que nossas bocas estão fazendo é muito mais
do que isso. Com cada estocada dentro de mim, seus lábios deslizam sobre os
meus, e seus olhos ficam mais esfomeados, como se ele nunca tivesse me beijado.
Um beijo é tão mais fácil do que o que nós estamos fazendo. Quando você beija,
você pode fechar seus olhos. Você pode beijar e afastar os pensamentos. Você
pode beijar e afastar a dor, a dúvida, a vergonha. Quando você fecha seus olhos
e beija, você se protege da vulnerabilidade.
Isso é a gente se
protegendo. Isso é enfrentamento. Isso é um confronto. Isso é combate olho no
olho. Isso é um desafio, de mim pra Arthur, de Arthur pra mim. Eu desafio você
a parar isso, nós estamos silenciosamente gritando. Seus olhos permanecem
focados nos meus o tempo todo enquanto ele se move pra dentro e pra fora de
mim. Com cada estocada, eu escuto suas palavras de poucas semanas atrás
repetidas na minha cabeça. É fácil confundir sentimentos e emoções por algo que
eles não são, especialmente quando o contato visual está envolvido. Eu entendo
completamente agora. Eu entendo tão bem que eu quase desejo que ele estivesse
de olhos fechados, porque ele está mais do que provavelmente não sentindo o que
os seus olhos estão me mostrando agora.
— Você é tão boa. — ele
sussurra. As palavras caem na minha boca, me forçando a gemer em retribuição.
Ele abaixa a mão direito entre nós, colocando pressão em mim de um jeito que
normalmente faria minha cabeça cair pra trás e meus olhos se fecharem. Não
dessa vez. Eu não recuo desse confronto. Especialmente quando ele está me
olhando diretamente nos olhos, desafiando suas próprias palavras. Embora eu me
recuse a recuar, eu o deixo saber do que ele está fazendo comigo. Eu não posso
ajudar, mas eu o deixo saber disso, porque eu não tenho controle sobre minha
voz nesse momento. Ela está possuída por uma garota que acha que quer isso
dele.
— Não pare. — minha voz
diz, ficando mais possuída por ele quanto mais isso continua.
— Não estava planejando
isso.
Ele aplica mais
pressão, dentro e fora de mim. Ele agarra minha perna atrás do meu joelho e a
puxa entre os nossos peitos, encontrando um ângulo ligeiramente diferente para
entrar em mim. Ele segura minha perna firmemente contra o seu ombro e de algum
jeito me penetra ainda mais fundo.
— Arthur. Oh, meu Deus.
— Eu gemo seu nome e o nome de Deus e ainda mais alto o nome de Jesus algumas
vezes. Eu começo a tremer debaixo dele, e eu não tenho certeza de qual dos dois
gozou primeiro, mas nós estamos nos beijando agora. Nós estamos nos beijando
tão forte e tão fundo quanto suas estocadas dentro de mim.
Ele é barulhento. Eu
sou barulhenta. Eu estou tremendo. Ele
está tremendo mais. Ele está sem fôlego.
Eu estou respirando o suficiente para os dois.
Ele entra em mim mais
uma vez e me segura firmemente contra o colchão com o seu peso.
— Luh. — ele diz, gemendo meu nome contra a
minha boca, enquanto seu corpo se recupera dos tremores. — Porra, Luh. — Ele
lentamente sai de dentro de mim e pressiona sua bochecha contra o meu peito. —
Puta merda. — ele respira. — Isso foi tão bom, Isso. Nós. Tão fodidamente bom.
— Eu sei.
Ele rola para o lado e
mantém o braço envolto em mim. Nos deitamos juntos silenciosamente. Eu – não
querendo admitir que eu deixei ele me usar de novo. Ele – não querendo admitir
que isso foi mais do que apenas sexo. Ambos mentindo para nós mesmos.
— Onde Chay está? — ele
pergunta.
— Ele estará em casa
mais tarde.
Ele levanta sua cabeça
e olha pra mim, suas sobrancelhas franzidas numa linha de preocupação.
— Eu devo ir. — Ele sai
da cama e coloca seu jeans. — Venho mais tarde?
Eu aceno enquanto me
levanto e coloco meu jeans.
— Pegue minha blusa na
cozinha. — eu peço pra ele. Eu coloco meu sutiã e o abotoo. Ele abre a porta do
meu quarto, mas ele não sai. Ele para na porta. Ele está olhando pra alguém.
Merda.
Eu não tenho que ver
para saber que Chay está parado lá. Eu imediatamente corro para a porta para
parar o que quer que esteja pra acontecer. Quando eu seguro a porta e abro
mais, Chay está parado na sua porta do outro lado do corredor, encarando
Arthur.
Eu faço o primeiro
movimento.
— Chay, antes que você
diga algo...
Ele levanta a mão para
eu me calar. Seus olhos caem um segundo
para o meu sutiã, e ele
estremece como se estivesse esperando que o que ele ouviu realmente não
aconteceu. Ele olha pra longe, e eu imediatamente me cubro, constrangida que
ele ouviu tudo. Ele olha de volta pra Arthur, e seus olhos são uma mistura
igual de raiva e desapontamento.
— Há quanto tempo?
— Não responda isso,
Arthur. — eu digo. Eu só quero que ele saia. Chay não tem direito de estar
perguntando isso pra ele. É ridículo.
— Um tempo. — Arthur
diz, envergonhado.
Chay acena lentamente,
deixando isso se aprofundar.
— Você a ama?
Arthur e eu nos
olhamos. Ele olha de volta para Chay como se ele estivesse decidindo pra qual
dos dois ele vai dar uma resposta para agradar. Tenho certeza que é a sua
sacudida de cabeça não agrada nenhum de nós.
— Ao menos está
planejando isso? — Chay pergunta.
Eu continuo estudando
Arthur como se alguém estivesse perguntando pra ele quando é o significado da
vida. Eu acho que eu quero a resposta pra pergunta de Chay mais do que ele
quer.
Arthur respira e
balança sua cabeça novamente.
— Não. — ele sussurra.
Não. Ele nem sequer
está planejando me amar. Eu sabia sua resposta. Eu esperava isso. No entanto,
ainda machuca como o inferno. O fato que ele nem sequer pode mentir sobre isso
para salvá-lo de desapontar Chay prova que isso não é algum jogo que ele está
jogando. Isso é Arthur. Arthur não é capaz de amar. Não mais, de qualquer
jeito.
Chay agarra a moldura
da porta e pressiona sua testa contra seu braço, inalando uma lenta, firme
respiração. Ele olha de volta pra Arthur com olhos como flechas destinadas a um
alvo. Em toda a minha vida, eu nunca vi Chay zangado assim.
— Você apenas comeu a
minha irmã?
Eu estou esperando que
Arthur caia pra trás com o impacto das palavras de Chay, mas ele dá um passo em
sua direção ao invés disso.
— Chay, ela é uma
mulher crescida.
Chay dá um passo rápido
em direção de Arthur.
— Saia.
Arthur olha de volta
pra mim, e seus olhos se desculpam e estão cheios de remorso. Eu não tenho
certeza se isso é por mim ou por Chay, mas ele faz o que Chay mandou. Ele sai.
Eu ainda estou para na
porta do meu quarto, olhando para Chay como se eu pudesse voar através desse
corredor e cobri-lo. Chay me atravessa com um olhar tão firme quanto a sua
postura.
— Você não é um irmão,
Lua. — ele diz. — Não se atreva a me dizer que eu não tenho permissão pra ficar
puto. — Ele entra no seu quarto e bate a porta.
Eu pisco rapidamente,
lutando contra as lágrimas de raiva por causa de Chay, lágrima de dor por causa
de Arthur, e lágrimas de vergonha por causa do egoísmo das escolhas que eu fiz
pra mim mesma. Eu me recuro a chorar na frente deles.
Eu caminho até a
cozinha e recupero minha blusa, então visto-a enquanto eu faço meu caminho em
direção à porta da frente e cruzo o corredor. Eu bato na sua porta, e Arthur a
abre imediatamente. Ele olha atrás de mim como se ele se esperasse que Chay
estivesse parado lá, então ele dá um passo para o lado e me deixa entrar.
— Ele vai superar isso.
— eu digo pra ele depois que ele fecha a porta.
— Eu sei. — ele diz
calmamente. — Mas não vai ser do mesmo jeito.
Arthur caminha para sua
sala de estar e senta no sofá, então eu o sigo e sento do seu lado. Eu não
tenho nenhuma palavra de conselho, por que ele está certo. As coisas mais do
que provavelmente não serão mais as mesmas entre ele e Chay. Eu me sinto uma
merda por ser a razão disso.
Arthur suspira enquanto
puxa minha mão pro seu colo. Ele envolve seus dedos nos meus.
— Luh, — ele diz. — Eu
sinto muito.
Eu olho pra ele, e seus
olhos sobem e encontram os meus.
— Pelo que?
Eu não sei por que eu
estou fingindo não saber sobre o que ele
está falando. Eu sei
exatamente sobre o que ele está falando.
— Quando Chay me
perguntou se eu planejava amar você. — ele diz. — Eu sinto muito se eu não pude
dizer sim. Eu apenas não quis mentir pra nenhum de vocês.
Eu balanço a minha
cabeça.
— Você tem sido mais do
que honesto sobre o que você quer de mim, Arthur. Eu não posso ficar brava com
você por isso.
Ele respira
profundamente enquanto ele se levanta e começa a andar pela sala. Eu permaneço
no sofá e o assisto enquanto ele trabalha para juntar seus pensamentos. Ele
finalmente para e trava suas mãos atrás da cabeça.
— Eu não tinha direito
de perguntar pra você sobre o rapaz. Eu não permito que você pergunte sobre mim
ou sobre a minha vida, então eu não tinha direito de perguntar sobre a sua. —
Não há como argumentar contra essa lógica. — Eu só não sei como lidar com essa
coisa entre nós. — Ele caminha para perto de mim e eu me levanto. Ele passa
seus braços ao redor dos meus ombros e me segura contra o seu peito. — Eu não
sei um jeito fácil ou educado de dizer isso, mas o que eu disse para o Chay é a
verdade. Eu nunca vou amar alguém novamente. Não vale a pena pra mim. Mas eu
estou sendo injusto com você. Eu sei que estou mexendo com a sua cabeça, e eu
sei que eu machuquei você, e eu sinto muito por isso. Eu só gosto de estar com
você, mas toda vez que eu estou com você, eu tenho medo que você esteja vendo
isso mais do que realmente é.
Eu sei que deveria ter
algum tipo de reação para tudo que ele acabou de dizer, mas eu ainda estou
processando suas palavras. Cada uma das suas confissões deveria ser um sinal
vermelho, já que elas também estão acopladas com a dura verdade que ele não
planeja me amar ou ter um relacionamento comigo, mas o sinal vermelho não
surge. O sinal verde surge.
— Sou eu
especificamente que você não quer amar, ou é o amor em geral que você não quer
experimentar?
Ele me afasta do seu
peito então ele pode me olhar enquanto ele responde minha pergunta.
— É o amor em geral que
eu não quero, Luh. Nunca. É você especificamente que eu apenas...quero.
Eu caio pra dentro e
pra fora e me apaixono por essa resposta. Eu estou tão ferrada. Tudo que ele
diz deveria me fazer correr, mas ao invés disso, isso me faz querer passar meus
braços ao seu redor e dar pra ele o que quer que ele esteja disposto a tirar de
mim. Eu estou mentindo pra ele, e estou mentindo pra mim mesma, e eu não estou
fazendo bem pra nenhum de nós, mas eu não posso impedir as palavras que estão
saindo da minha boca.
— Eu posso lidar com
isso desde que continue simples. — eu digo pra ele. — Quando você fez a merda
que você fez algumas semanas atrás indo embora e batendo a porta? Isso não
mantém isso simples, Arthur. Coisas como aquela fazem isso complicado.
Ele acena, pensando
sobre o que eu disse.
— Simples. — ele diz,
registrando a palavra na sua boca. — Se você pode fazer simples, eu posso fazer
simples.
— Ótimo. — eu digo. — E
quando isso se tornar muito difícil pra qualquer um de nós, nós terminamos isso
pelo nosso bem.
— Eu não estou
preocupado sobre isso se tornar muito difícil pra mim. — ele diz. — Eu estou
preocupado sobre isso se tornar muito difícil pra você.
Eu estou preocupada
comigo também, Arthur. Mas eu quero o aqui e o agora com você muito mais do que
eu me preocupo em como isso vai me afetar no final. Com esse pensamento, eu de
repente descubro qual é minha única regra. Ele teve esses limites todo o tempo,
protegendo-o da vulnerabilidade a qual eu fui submetida.
— Eu acho que eu
finalmente tenho minha única regra. — eu digo. Ele olha pra mim e levanta uma
sobrancelha, esperando que eu fale. — Não me dê falsa esperança de um futuro, —
eu digo. — Especialmente se você sabe no seu coração que nós nunca teremos uma.
Sua postura
imediatamente enrijece.
— Eu fiz isso? — ele pergunta
genuinamente preocupado. — Eu dei pra você falsas esperanças antes?
Sim. Trinta minutos
atrás, quando você me olhou nos olhos todo o tempo que você esteve dentro de
mim.
— Não. — eu digo
rapidamente. — Apenas tenha certeza que você não vai fazer ou dizer coisas que
me farão acreditar no contrário. Enquanto nós dois virmos isso pelo que é, eu
acho que estaremos bem.
Ele me encara em
silêncio por um tempo, me estudando. Avaliando minhas palavras.
— Eu não posso dizer se
você é muito madura para a sua idade ou realmente delirante.
Eu dou de ombros,
guardando meus delírios bem fundo no meu peito.
— Uma mistura pouco
saudável dos dois, eu tenho certeza.
Ele pressiona seus
lábios contra o lado da minha cabeça.
— Isso parece muito
fodido para dizer em voz alta, mas eu prometo que eu não vou dar pra você
esperanças sobre nós, Luh.
Meu coração franze a
testa ao escutar suas palavras, mas meu rosto força um sorriso.
— Ótimo. — eu digo. —
Você tem sérios problemas do tipo que me assustam, e eu prefiro cair de amores
por um homem emocionalmente estável algum dia.
Ele sorri.
Provavelmente porque ele sabe que as chances de encontrar alguém disposto a
entrar nesse tipo de relacionamento, se você pode chamar assim, são
extremamente baixas. Mas de alguma forma, a única garota que pode estar bem com
isso aconteceu de morar do outro lado do corredor. E ele realmente gosta dela.
Você gosta de mim,
Arthur Aguiar.
***
— Chay descobriu. — eu
digo enquanto eu pego o que se tornou meu assento usual próximo ao Cap.
— Uh-oh. — ele diz. — O
garoto ainda está vivo?
Eu aceno.
— Por ora. Não tenho
certeza quanto tempo vai durar, no entanto.
A porta do lobby se
abre, e eu observo Dillon entrar. Ele tira um chapéu da sua cabeça e balança a
chuva de si enquanto caminha em direção ao elevador.
— Algumas vezes eu
desejo que os voos que o enviam caiam. — Cap diz, olhando pra Dillon.
Eu acho que o Cap não
gosta do Dillon também. Eu estou começando a me sentir um pouco mal por Dillon.
Ele nos identifica
antes de alcançar os elevadores. Cap está se movendo para pressionar o botão de
subir, mas Dillon o alcança antes dele.
— Eu sou bastante capaz
de chamar meu próprio elevador, velho. — ele diz.
Eu lembro vagamente de
ter um breve pensamento dez segundos atrás sobre Dillon e como eu me sentia mal
por ele. Eu jogo esse pensamento pra trás agora. Dillon olha pra mim e pisca.
— O que você está
fazendo, Lua?
— Lavando elefantes. —
eu digo com uma cara séria.
Dillon me lança um
olhar confuso, sem entender minha resposta aleatória.
— Se você não quer uma
resposta sarcástica, — Cap diz pra ele. — não faça uma pergunta estúpida.
A porta do elevador se
abre, e Dillon olha pra nós antes de entrar no elevador. Cap olha pra mim e
sorri. Ele levanta uma mão no ar e eu bato nela.
Pov. Arthur
6 anos antes
—
Por que tudo é amarelo?
Meu pai está parado na
porta do quarto de Rachel, olhando para uns poucos itens que nós recolhemos nos
meses Que ele soube sobre a gravidez.
—
Parece que Garibaldo vomitou aqui.
Rachel ri. Ela está
parada na frente do espelho do banheiro, dando os toques finais na maquiagem.
Eu estive deitado na sua cama a observando.
—
Nós não queremos saber se é menino
ou menina, então nós compramos cores neutras.
Rachel responde a
pergunta do meu pai como se fosse uma de muitas, mas nós sabemos que é a
primeira. Ele não perguntou sobre a gravidez. Ele não perguntou sobre os nossos
planos. Ele geralmente sai da sala se Rachel e eu estamos lá. Lisa não é muito
diferente. Ela não passou do ponto da decepção e da tristeza ainda, então nós
não a pressionamos. Isso leva tempo, então Rachel e eu estamos dando isso pra
eles. Agora mesmo, Rachel só tem a mim para falar sobre o bebê, e eu só a
tenho, e embora isso pareça muito pouco, é mais do que suficiente para nós.
—
Quanto tempo a cerimônia vai durar?
— meu
pai pergunta pra mim.
—
Não mais do que duas horas. —
eu digo pra ele.
Ele diz que nós devemos
ir. Eu digo pra ele que assim que Rachel estiver pronta, nós podemos. Rachel
diz que está pronta. Nós vamos.
***
—
Parabéns. — eu digo pra Rachel.
—
Parabéns. — ela diz pra mim.
Nós nos formamos três
horas atrás. Agora estamos deitados na minha cama, pensando sobre o nosso
próximo passo. Ou pelo menos eu estou, de qualquer jeito.
—
Vamos morar juntos. —
eu digo pra ela.
Ela ri.
—
Nós meio que já moramos juntos,
Arthur. — ela
ressalta.
Eu balanço a minha
cabeça.
—
Você sabe o que eu quis dizer. Eu
sei que nós já temos planos para depois que começarmos a faculdade em agosto,
mas eu acho que nós deveríamos fazer isso agora.
Ela levanta uma
sobrancelha e olha pra mim, provavelmente tentando ler minha expressão para ver
se eu estou sério.
—
Como? Pra onde nós iríamos?
Eu chego até a minha
mesa de cabeceira e abro a gaveta de cima, eu retiro a carta e entrego pra ela.
Ela começa a ler em voz alta.
Caro Sr. Aguiar,
Ela olha para mim, e
seus olhos estão arregalados.
Parabéns pela sua
inscrição estamos satisfeitos em informar que o seu pedido para habitação
familiar foi processado e aprovado.
Rachel sorri.
Em anexo você
encontrará um envelope de retorno e a papelada final que precisará ser
devolvida na data marcada.
Rachel olha para o
envelope e rapidamente vira a papelada anexada.
Estamos ansiosos
para receber os formulários preenchidos. Nossas Informações para contato estão
embaixo se você tiver quaisquer dúvidas. Atenciosamente, PaigeDonahue,
secretária.
Rachel cobre seu
sorriso com a mão e joga a carta de lado, então se inclina na minha direção e
me abraça.
— Nós temos que nos
mudar agora? — ela
diz.
Eu amo o quão evidente
é a animação em sua voz. Eu digo que sim. Rachel está aliviada. Ela sabe de
verão bem como eu sei o quão estranhas as próximas semanas podem ser na mesma
casa que os nossos pais.
—
Você já perguntou ao seu pai?
Eu digo pra ela que ela
esquece que nós somos adultos agora. Nós não temos mais que pedir permissão.
Nós só temos que informar. Rachel diz que ela quer informá-los agora. Eu pego
na sua mão, e nós caminhamos juntos para a sala de estar e informamos aos
nossos pais que nós vamos nos mudar. Juntos.
N/A: Arthur com ciúmes da Luh, e ele não admite nunca hahaha É Chay não gostou nada de saber do relacionamento deles, e pior foi o que o Arthur falou pra ele. Tadinha da Luh :/
Os capítulos do grande segredo, estão se aproximando...
COMENTEM AÍ!!!
Esse segredo tá me matando de curiosidade !!
ResponderExcluirAí acho que a Luh tinha que deixar o Arthur sofrer um pouco. E ainda falta muito pra ele admitir que gosta dela? Hahaha
ResponderExcluirBt: Naat'
Puta que pariu Lua, você gosta de sofrer em...
ResponderExcluirPoxa Arthur que merda em. Eu acho qur não aguentaria nem olhar mais na cara dele depois de ter dito com todas as letras que não planeja amar ela. Eu não teria de jeito algum ido proucura-lo minutos após o ocorrido.
ResponderExcluirA Lua é uma boba apaixonada, ao invés de dar um tempo e "seguir em frente" para o Arthur parar com essa palhaçada toda!!
ResponderExcluirPosta mais! Ansiosa para saber desse tal segredo.
POSTA MAIS PELO AMOR DE DEUS
ResponderExcluirNão vejo a hora da lua e Arthur ficarem juntos
ResponderExcluirLua devia ter falado para o Arthur que ele a machucou e que esta apaixonada por ele
ResponderExcluirNão sei se quero da uns tapas no Arthur ou na Lua.
ResponderExcluirLua tem que deixar o Arthur na mão uma vez pra ele parar de fazer essas coisas, ele machuca ela e ela fica se mostrando estar bem mas por dentro está sofrendo..
ResponderExcluirQuero saber esse segredo logo !!
Helena
eu to sofrendo com esse cap, emude skkkkkkkkkkkk quero o proximo
ResponderExcluir