Ugly Love
Capítulo 14:
Pov. Arthur
Pov. Arthur
Seis anos antes
Tudo é melhor agora que
eu tenho Rachel. Dormir é melhor, sabendo que Rachel está dormindo do outro
lado do corredor. Acordar cada manhã é bem melhor, sabendo que Rachel está
acordando do outro lado do corredor. Ir pra à escola é melhor, agora que nós
vamos juntos.
—
Vamos matar aula hoje. —
eu digo pra Rachel quando paramos no estacionamento da escola. Eu tenho
certeza que matar aula é melhor com Rachel.
—
E se formos pegos?
Ela não soa como se realmente se importasse se
fôssemos pegos.
—
Eu espero que sejamos pegos. — eu digo pra ela. — Isso
significaria ficarmos de castigo. Juntos. Na mesma casa.
Minhas palavras a fazem sorrir. Ela se inclina sobre o
banco e desliza sua mão ao redor do meu pescoço. Eu amo quando ela faz isso.
—
Estar castigo com você soa realmente bem. Vamos fazer isso. — Ela se
inclina pra frente e me dá um simples e rápido beijo. Beijos simples são
melhores quando dados pela Rachel.
—
Você faz tudo melhor. —
eu digo pra ela. —
Minha vida é melhor com você nela.
Minhas palavras fazem Rachel sorrir de novo. Rachel
não sabe mas cada palavra que falo é dita com uma única razão. Fazê-la sorrir.
Eu saio do estacionamento e digo para Rachel que nós vamos para praia. Ela diz
que quer sua roupa de banho, então nós vamos para casa primeiro e pegamos sua
roupa de banho. Nós também pegamos um almoço e um cobertor. Nós vamos para a
praia. Rachel quer pegar sol enquanto lê. Eu quero olhar Rachel pegando sol
enquanto lê. Ela está deitada de bruços, apoiada em seus cotovelos. Eu coloco
minha cabeça em meus braços e a observo. Meus olhos seguem as curvas suaves dos
seus ombros... o balanço em suas costas...a forma como seus joelhos estão
dobrados e suas pernas estão no ar com seus pés cruzados nos tornozelos. Rachel
está feliz. Eu a faço feliz. Eu faço sua vida melhor. Sua vida é melhor comigo
nela.
—
Rachel... —
eu sussurro. Ela coloca seu marcador dentro do livro e o fecha, mas ela
não olha pra mim.
—
Eu quero que você saiba de algo.
Ela acena, mas ela fecha seus olhos quando quer focar
na minha voz e em nada mais.
—
Quando minha mãe morreu, eu parei de acreditar em Deus. — Ela coloca
a cabeça em seus braços e mantém seus olhos fechados. — Eu não
achei que Deus iria fazer alguém passar por tanta dor física. Eu não achei que
Deus faria alguém sofrer como ela sofreu. Eu não achei que Deus seria capaz de
fazer alguém passar por algo tão feio. — Lágrimas
rolam dos seus olhos fechados. —
Mas então eu conheci você, e cada dia depois disso, eu me perguntei como
alguém poderia ser tão bonita se não havia Deus. Eu me perguntei como alguém
poderia me fazer tão incrivelmente feliz se Deus não e eu entendi...apenas
agora...que Deus nos dá a feiura para que tomemos as coisas bonitas da vida
como concedidas. —
Minhas palavras não fazem Rachel sorrir. Minhas palavras fazem Rachel
olhar sério. Minhas palavras fazem Rachel chorar.
—
Arthur. —
ela sussurra. Ela diz o meu nome tão silenciosamente que é como se ela
não quisesse que eu escutasse. Ela olha pra mim, e eu posso ver que esse
momento não é dos momentos bonitos com ela. Não como é pra mim. — Arthur...eu
estou atrasada.
Pov. Lua
Chay: Quer jantar? Que horas você sai do trabalho?
Eu: Dez minutos. Onde?
Chay: Nós estamos por perto. Nós encontraremos você na frente.
Nós?
Eu: Dez minutos. Onde?
Chay: Nós estamos por perto. Nós encontraremos você na frente.
Nós?
Eu não posso ignorar a excitação que me inundou com
essa mensagem. Certamente o nós significa ele e Arthur. Eu não posso pensar em
mais ninguém que estaria com ele, e eu sei que Arthur voltou pra casa na noite
passada. Eu termino minha última papelada, então faço uma parada no banheiro
para checar o meu cabelo (eu odeio que me importo com isso) antes de ir lá fora
encontrar com eles. Os três estão parados próximos à entrada quando eu saio.
Micael e Arthur estão com Chay. Micael sorri quando ele me vê, já que ele é o
único que está olhando pra mim. Chay se vira quando eu os alcanço.
—
Pronta? Nós vamos pro Jack’s.
É uma boa equipe. Todos bons de se olhar a sua maneira
mas ainda mais quando eles estão ostentando suas jaquetas de pilotos e andando
em um grupo como esse. Eu não posso negar que eu sinto como se estivesse mal
vestida, andando perto deles com minhas roupas de hospital.
—
Vamos. —
eu digo. —
Eu estou faminta.
Eu olho pra Arthur, e ele me dá um pequeno aceno, mas
nenhum sorriso. Suas mãos estão plantadas firmemente nos bolsos da sua jaqueta,
e ele olha pra frente enquanto nós todos caminhamos. Ele caminha na minha frente
o tempo todo, então eu caminho próximo ao Chay.
—
Qual é a ocasião? —
eu pergunto nos dirigimos ao restaurante. — Nós estamos
celebrando o fato que nós três estamos de folga na mesma noite?
Uma conversa silenciosa passa a minha volta. Micael
olha pra Arthur. Chay olha pra Micael. Arthur não olha pra ninguém. Ele mantém
seus olhos em frente, focados na calçada na nossa frente.
—
Lembra quando nós éramos crianças e nossos pais nos levaram a La
Caprese? — Chay
pergunta.
Eu me lembro da noite. Eu nunca vi meus pais tão
felizes. Eu não tinha mais do cinco ou seis anos, mas é uma das poucas memórias
que eu tenho da minha infância. Foi o dia que o meu pais se tornou capitão da
sua empresa aérea. Eu paro no caminho e imediatamente olha pra Chay.
—
Você virou capitão? Você não pode virar capitão. Você é muito jovem. — Eu sei de
fato o quão difícil é se tornar capitão e quantas horas um piloto tem que ter
para ser considerado. A maioria dos pilotos nos seus vinte anos são copilotos.
Corbin balança sua cabeça.
—
Eu não virei capitão. Eu mudei muito de empresa aérea. — Ele aponta
seus olhos pra Arthur. —
Mas o Senhor me inscreva em mais horas aqui ganhou uma boa pequena
promoção hoje. Quebrando o recorde da empresa.
Eu olho pra Arthur, e ele está balançando sua cabeça
para Chay. Eu posso dizer que ele está embaraçado que Chay o chamou pra sair,
mas sua modéstia é apenas outra coisa que eu acho atraente nele. Eu tenho um
pressentimento que se o amigo deles Dillon for feito capitão, ele estará em
cima de um bar em algum bar, anunciando isso para o mundo inteiro num megafone.
—
Não é grande coisa. —
Arthur diz. —
É uma empresa aérea local. Não tem muita gente pra promover.
Micael balança sua cabeça.
—
Eu não fui promovido. Chay não foi promovido. Dillon não foi promovido.
Você está lá um ano a menos que todos nós, sem mencionar o fato que você só tem
vinte e quatro anos. —
Ele se vira e caminha para trás, de frente para nós três. — Abandone a
modéstia uma vez, cara. Esfregue um pouco na nossa cara. Nós faríamos isso com você
se os papéis fossem invertidos.
Eu não sei há quanto tempo eles são amigos, mas eu
gosto do Micael. Eu posso dizer que ele e Arthur são próximos, porque Micael
está genuinamente orgulhoso dele e não com inveja. Eu gosto que esses sejam os
amigos do Chay. Fico feliz por Chay que ele tenha esse suporte. Eu sempre o
imaginei vivendo aqui, trabalhando muito, passando todo o seu tempo sozinho e
longe de casa. Eu não sei por que, no entanto. Nosso pai era piloto, e ele
estava em casa por um tempo razoável, então eu não deveria ter equívocos quando
se tratava da vida de Chay como piloto. Eu acho que Chay não é o único que se
preocupa desnecessariamente com o seu irmão.
—
Eu vou ao banheiro. —
Micael diz. —
Eu encontro vocês.
Chay caminha até a recepcionista, e Arthur e eu
estamos atrás dele. Eu lanço um olhar na direção de Arthur.
—
Parabéns, Capitão! —
Eu digo baixinho, mas eu não sei por que. Não é como se Chay suspeitaria
se ele me escutasse parabenizando Arthur. Eu acho que se eu falasse num tom que
só Arthur pudesse ouvir, teria mais significado. Arthur olha pra mim e sorri,
então olha para Chay. Quando ele vê Chay se virando pra nós, ele se inclina e
planta um beijo rápido do lado da minha cabeça. Eu deveria ter vergonha da
minha fraqueza. Um homem não deveria ser permitido me fazer sentir desse jeito
com um beijo roubado como ele me faz sentir. É como se, de repente, eu
estivesse flutuando ou afundando ou voando. Algo que não precise de suporte das
minhas pernas, porque elas apenas se tornaram inúteis pra mim.
—
Obrigado. —
ele sussurra, ainda ostentando aquele sorriso lindo, mas de alguma forma
modesto. Ele empurra o meu ombro com o seu e olha pra baixo. — Você está
bonita, Luh.
Eu quero pregar essas quatro palavras em quadro de
avisos e passar por elas todo dia no caminho pro trabalho. Eu nunca vou tirar
outro dia de folga novamente. Por mais que eu queira acreditar que ele está
sendo sincero com o seu elogio, eu franzo a testa pra a minha roupa que tenho
usado por doze horas seguidas.
—
Eu estou vestida com scrubs (?) da Minnie.
Ele se inclina na minha direção de novo até que nossos
ombros se tocam.
—
Eu meio que sempre tive uma queda pela Minnie. — ele diz em
voz baixa.
Chay se vira, então imediatamente limpo o sorriso do
meu rosto.
—
Cabine ou mesa?
Arthur e eu damos de ombro.
—
Qualquer um. —
ele diz pro Chay.
Micael volta do banheiro justo quando a recepcionista
começa a nos levar aos nossos lugares. Chay e Micael lideram o caminho, e
Arthur segue junto a mim. Bem perto. Sua mão agarra o minha cintura enquanto
ele se inclina na direção do meu ouvido atrás de mim.
—
Meio que tenho uma queda por enfermeiras, também. — ele
sussurra.
Eu levanto meu ombro para esfregar a orelha em que ele
sussurrou sua admissão, porque meu pescoço inteiro está coberto por arrepios.
Ele solta minha cintura e coloca distância entre nós quando os alcançamos. Chay
e Micael correm para cada lado da cabine. Arthur senta perto de Micael, então
eu sento perto do Chay, em frente a Arthur. Arthur e eu pedimos sodas, e Micael
e Chay pedem cervejas. Sua escolha de bebida é mais uma coisa para pensar.
Algumas semanas atrás, ele admitiu que ele não costumava beber, mas
considerando que ele estava bêbado na primeira noite que eu o conheci, eu
imaginei que ele pelo menos tomaria um drink hoje à noite. Ele certamente tem
motivo para celebrar. Quando as bebidas são trazidas para a mesa, Micael
levanta o seu copo.
—
Para nos mostrar. —
ele diz.
—
De novo. —
Chay adiciona.
—
Para trabalhar duas vezes mais que vocês. — Arthur diz
numa falsa defensiva.
—
Chay e eu realmente temos vidas sexuais que interferem com trabalhar
horas extras. —
Micael replica.
Chay balança sua cabeça.
—
Não discuta minha vida sexual na frente da minha irmã.
—
Por que não? —
eu pergunto. —
Não é como se eu não percebesse todas as noites aleatórias que você
passa fora do apartamento quando não está trabalhando.
Chay murmura.
—
Estou falando sério. Mude de assunto.
Eu concedo seu pedido de bom grado.
—
Quanto tempo faz que vocês três se conhecem? — eu faço
essa pergunta pra ninguém em particular, mas eu apenas me importo em escutar as
respostas que envolvam Arthur.
—
Arthur e eu conhecemos seu irmão desde que o encontramos na escola de
voo uns poucos anos atrás. Eu conheço Arthur desde que eu tinha nove ou dez
anos. — Micael diz.
—
Nós tínhamos onze anos. —
Arthur corrige. —
Nos conhecemos durante o quinto ano.
Eu não tenho ideia se essa regra está quebrando a
regra de não perguntar sobre o passado, mas Arthur não parece desconfortável
falando sobre isso. A garçonete nos traz uma cesta de pães, mas nenhum de nós
sequer abriu o cardápio ainda, então ela nos diz que voltará para pegar o nosso
pedido.
—
Eu ainda não acredito que você não é gay. — Chay diz
para Arthur, mudando completamente de assunto de novo enquanto abre o cardápio.
Arthur olha pra ele por cima do cardápio.
—
Eu pensei que nós não estávamos discutindo sobre vidas sexuais.
—
Não. — Chay diz. — Eu disse
que nós não íamos discutir minha vida sexual. Além disso, você nem sequer tem
uma para discutir. —
Chay coloca o cardápio sobre a mesa e se vira diretamente pra Arthur. — Sério. Por
que você não namora?
Arthur dá de ombros, mais interessado na bebida entre
suas mãos do que encarar o meu irmão.
—
Relacionamentos não valem o resultado final pra mim.
Algo em meu coração quebra, e eu começo a me preocupar
se um dos rapazes possam realmente ter escutado ele se fragmentando sobre o
silêncio. Chay se inclina na sua cadeira.
—
Droga. Ela deve ter sido uma verdadeira cadela.
Meus olhos estão de repente grudados em Arthur,
esperando pela sua reação para uma possível revelação sobre o seu passado. Ele
balança sua cabeça levemente, silenciosamente descartando a suposição de Chay.
Micael gentilmente limpa sua garganta, e sua expressão muda enquanto ele perde
o sorriso normalmente fixado no seu rosto. É óbvio pela reação de Micael que
qualquer problema que Arthur tenha em seu passado, ele está definitivamente
ciente dele. Micael se sente ereto em sua cadeira e levanta seu copo, colocando
um sorriso forçado em seu rosto.
—
Arthur não tem tempo para garotas. Ele está muito ocupado quebrando
recordes da companhia para se tornar o capitão mais novo que a nossa companhia
aérea já viu.
Nós pegamos a interrupção de Micael para o que ela é e
levantamos nossos copos. Nós brindamos juntos, e todos bebemos nossas bebidas.
O olhar agradecido que Arthur lançou na direção de Micael não passou
despercebido por mim, embora Chay pareça não perceber. Agora eu estou mais
curiosa ainda sobre Arthur. E igualmente preocupada que eu esteja perdendo
minha cabeça, porque quanto mais tempo eu passo com ele, mais eu quero saber
tudo que há para saber sobre ele.
—
Nós devemos comemorar. —
Chay diz.
Arthur abaixa o seu cardápio.
—
Eu achei que era isso que nós estávamos fazendo.
—
Eu digo depois disso. Nós vamos sair hoje à noite. Nós precisamos
encontrar uma garota para colocar um final nesse seu período de seca. — Chay diz.
Eu quase cuspo minha bebida, mas felizmente, eu sou
capaz de segurar minha risada. Arthur nota minha reação e bate no meu tornozelo
em baixo da minha com seu pé. Mas ele deixa seu pé perto do meu.
—
Eu estou bem. —
Arthur diz. —
Além disso, o capitão precisa do seu descanso.
Todas as letras do cardápio começam a ficar borradas
enquanto minha mente as substitui com palavras como acabar e período de seca e
descanso. Arthur fixa seus olhos em mim e se arruma ligeiramente em sua cadeira
para que nossos joelhos se toquem. Ele passa o seu pé em torno do meu
tornozelo.
—
Dormir realmente soa muito bem. — ele diz. Ele
troca o meu olhar pelo cardápio na frente dele. — Vamos nos
apressar e pedir para que eu possa ir pro meu apartamento e dormir. Eu sinto
como se não tivesse dormido em mais de nove dias, e é tudo em que sou capaz de
pensar agora.
Minhas bochechas estão pegando fogo, junto com outras
áreas do meu corpo.
—
Na verdade, eu meio que tenho desejo de dormir agora mesmo. — Arthur diz.
Ele deixa seus olhos encontrarem os meus. — Aqui na
mesa.
Agora a temperatura do resto do meu corpo corresponde
ao calor nas minhas bochechas.
—
Deus, você é deprimente. — Chay diz,
sorrindo. — Nós
deveríamos ter trazido Dillon.
—
Não, nós não deveríamos. —
Micael imediatamente diz com um exagerado rolar de olhos.
—
Qual é o problema com Dillon? — eu pergunto. — Por que
todos você o odeiam tanto?
Chay dar de ombros.
—
Não é que nós o odiamos. Nós apenas não o suportamos, e nenhum de nós
previu isso até depois que nós o convidamos para nossa noite de jogos. Ele é um
idiota.
E aí está o possessivo amor fraternal que eu senti
falta todos esses anos.
—
Ele é perigoso?
—
Não. — Chay diz. — Eu só sei
como ele trata o seu casamento, e eu não quero você envolvida com isso. Mas eu
já deixei claro pra ele que você está fora dos limites.
Eu sorrio com o seu absurdo.
—
Eu tenho vinte e três anos, Chay. Você pode parar de agir como o papai
agora.
Seu rosto se aperta, e por um segundo, ele começa
mesmo a se parecer com o nosso pai.
—
O inferno que eu vou. —
Chay rosna. —
Você é a minha irmã mais nova. Eu tenho padrões pra você, e Dillon não
está perto de atingir nenhum deles.
Ele não mudou nem um pouco. Tão chato quanto era no
colégio, e ainda é, eu amo que ele queira o melhor pra mim. Eu só tenho medo
que essa versão do melhor pra mim não exista.
—
Chay, nenhum cara irá chegar perto dos padrões que você colocou pra mim.
— Ele acena,
achando tudo justo. —
Droga.
Se ele alertou Dillon para ficar longe de mim, isso me
faz pensar se ele alertou Arthur e Micael também. Então novamente, ele pensou
que Arthur era gay, então ele provavelmente não vê uma possibilidade ali. Eu me
pergunto se Arthur pode alcançar os padrões de Chay. Meus olhos querem muito
olhar pra Arthur agora, mas eu tenho medo que isso seja muito óbvio. Em vez
disso, eu forço um sorriso e balanço minha cabeça.
—
Por que eu não nasci primeiro?
—
Não teria feito diferença. — Chay responde.
***
Micael sorri para a garçonete e confere a conta.
—
É por minha conta hoje. —
Ele coloca dinheiro suficiente para cobrir a conta e a gorjeta, e todos
nós nos levantamos e nos esticamos.
—
Então quem vai pra onde? —
Arthur pergunta.
—
Bar. — Chay
responde imediatamente, falando sem pensar como se ele estivesse reivindicando
algo.
—
Eu acabei de sair de um turno de doze horas. — eu digo. — Eu estou
acabada.
—
Se importa se eu pegar uma carona com você? — Arthur
pergunta enquanto nós saímos do restaurante. — Eu não
sinto que gostaria de sair hoje à noite. Eu só quero dormir.
Eu gosto como ele não disfarça a ênfase na frente do
Chay quando ele diz dormir. É como se ele quisesse assegurar que eu saiba que
ele não tem nenhuma intenção de realmente dormir.
—
Sim, meu carro está atrás do hospital. — eu digo,
apontando naquela direção.
—
Tudo bem, então. —
Corbin diz, fechando suas mãos. — Você idiota
deprimente vá dormir. Micael e eu iremos sair. — Chay se
vira, e ele e Micael não perdem tempo indo em outra direção. Chay se vira,
andando pra trás no ritmo de Micael.
—
Nós beberemos em sua homenagem, O Capitão!
Arthur e eu permanecemos imóveis, parados em um
círculo de luz vindo de um poste enquanto olhamos eles irem embora. Eu olho pra
calçada e movo um dos meus sapatos para o limite do círculo de luz, olhando
enquanto ele desaparece na escuridão. Eu olho para o poste, imaginando por que
está brilhando sobre nós com a intensidade de um holofote.
—
Faz parecer como se estivéssemos num palco. — eu digo,
ainda olhando pra luz. Ele inclina sua cabeça para trás e se junta a minha
inspeção da curiosa iluminação.
—
O paciente inglês. —
ele diz. Eu olho para ele interrogativamente. Ele gesticula para o poste
sobre nossas cabeças. —
Se nós estivéssemos em um palco, provavelmente seria uma produção de O
paciente inglês. —
Ele move sua mão entre nós. — Nós já estamos vestidos a caráter. A enfermeira e o
piloto.
Eu medito um pouco sobre o que ele disse,
provavelmente um pouco demais. Eu sei que ele está dizendo que ele é o piloto,
mas se isso realmente fosse uma produção de O paciente inglês, eu acho que ele
deveria ser o soldado do que o piloto. O soldado é o personagem que está
envolvido sexualmente com a enfermeira. Não o piloto. Mas o piloto é a pessoa
que tem um passado secreto...
—
Aquele filme é a razão de eu ter me tornado enfermeira. — eu digo,
olhando diretamente pra ele.
Ele coloca suas mãos nos seus bolsos, deslocando seu
olhar da luz acima para mim.
—
De verdade?
Meu sorriso escapa.
—
Não.
Arthur sorri. Aquele verso.
Nós viramos ao mesmo tempo em direção ao hospital. Eu
me pego usando a trégua na nossa conversa para construir um poema muito ruim na
minha cabeça. Arthur sorri pra ninguém mais Arthur somente sorri para mim.
—
Por que você está sorrindo? —
ele pergunta.
Porque eu estou recitando envergonhada rimas de
terceira série sobre você. Eu prendo meus lábios, forçando meu sorriso a
desaparecer. Quando eu sei que ele se foi, eu o respondo.
—
Apenas pensando no quão cansada eu estou. Procurando por um – eu olho
pra ele – sono realmente bom essa noite.
Ele está sorrindo agora.
—
Eu sei o que você quer dizer. Eu não acho que já estive tão cansado
assim. Eu que deveria dormir assim que nós entrarmos no carro.
Isso seria bom. Eu sorrio, mas retiro as metáforas da
conversa. Realmente foi um dia longo, e eu estou mesmo cansada. Nós andamos em
silêncio, e eu não posso ajudar, mas noto que suas mãos estão firmemente
enfiadas nos bolsos da sua jaqueta, como se ele estivesse me protegendo delas.
Ou talvez ele esteja as protegendo de mim. Nós estamos somente a uma quadra do
estacionamento quando ele diminui os passos, então para completamente.
Naturalmente, eu paro de andar e me viro para ver o que prendeu sua atenção.
Ele está olhando para o céu, e meus olhos focam a cicatriz que corre pela sua
mandíbula. Eu quero perguntar sobre isso. Eu quero perguntar sobre tudo. Eu
quero perguntar pra ele um milhão de perguntas, começando por sua data de
aniversário e como foi o seu primeiro beijo. Depois disso, quero perguntar
sobre seus pais, sua infância e seu primeiro amor. Eu quero perguntar sobre
Rachel. Eu quero saber o que aconteceu com eles e por que o que aconteceu o fez
querer evitar qualquer forma de intimidade por mais de seis anos. Acima de
tudo, eu quero saber o que há em mim pra ele finalmente colocar um fim nisso.
—
Arthur. —
eu digo, cada pergunta querendo sair da ponta da minha língua.
—
Eu senti um pingo de chuva. — ele diz. Antes de a sentença sair da sua boca, eu
sinto um também. Nós dois estamos olhando pro céu agora, e eu estou engolindo
todas as perguntas junto com o bolo na minha garganta. As gotas começam a cair
mais rápido, mas nós continuamos parados aqui com nossos rostos virados em
direção ao céu. As gotas esporádicas se transformam em chuvisco, e então elas
viram uma chuva completa, mas nenhum dos dois se move. Nenhum dos dois faz uma
arrancada louca para o carro. A chuva está escorrendo pela minha pele, pelo meu
pescoço, dentro do meu cabelo, e ensopando a minha blusa. Meu rosto ainda está
voltado para o céu, mas meus olhos estão fechados agora. Não há nada no mundo
que se compare com sentir e cheirar a chuva recém-caída. Assim que esse
pensamento passa pela minha mente, mãos quentes encontram o meu pescoço e
deslizam para a minha nuca, roubando a força dos meus joelhos e o ar dos meus
pulmões. Sua altura está me protegendo da maior parte da chuva agora, mas eu
mantenho meus olhos fechados e voltados para o céu. Seus lábios cobrem
gentilmente os meus, e eu me pego comparando a sensação e o cheiro de chuva
recém-caída com o seu beijo. Seu beijo é muito, muito melhor. Seus lábios estão
molhados de chuva, e eles estão um pouco frios, mas ele contrabalança isso com
a carícia quente da sua língua contra a minha. A chuva caindo, a escuridão nos
cercando, e estar sendo beijada assim me faz sentir como se realmente
estivéssemos sobre um palco e nossa história apenas alcançou o clímax. Parece
como se o meu coração, minha barriga e minha alma estivessem todos lutando para
sair de mim e entrar nele. Se todos os meus vinte e três anos estivessem
representados em um gráfico, esse momento seria o ápice da curva. Eu
provavelmente deveria estar um pouco triste e desapontada sobre essa
realização. Eu tive alguns relacionamentos sérios no passado, mas eu não posso
me lembrar de cada beijo com cada rapaz onde eu senti isso. O fato de que eu
não estou nem em um relacionamento com Arthur e eu me sinto afetada assim por
ele deveriam me dizer alguma coisa, mas eu estou muito envolvida na sua boca
para examinar esse pensamento. A
chuva se transformou em um aguaceiro, mas nenhum de nós parece estar sendo
afetado por isso. Suas mãos descem para a minha cintura, e eu aperto sua camisa
com as mãos, o puxando pra perto. Sua boca se aperta a minha como se nós
fôssemos duas peças de um mesmo quebra-cabeça. A única coisa que possivelmente
poderia me separar dele agora seria um relâmpago. Ou o fato que está chovendo tanto
que eu não consigo respirar. Minhas roupas estão grudadas em partes minhas que
eu nem sabia que roupas poderiam grudar. Meu cabelo está tão saturado que não
pode absorver nem mais uma gota de água. Eu o empurro até que ele solta minha
boca da sua, e então eu enterro minha cabeça embaixo do seu queixo e olho pra
baixo então eu posso respirar sem me afogar. Ele envolve seus braços ao redor
dos meus ombros e me conduz pelo estacionamento, levantando sua jaqueta sobre
minha cabeça. Ele acelera o passo, e eu o acompanho até que estamos correndo.
Nós finalmente alcançamos o meu carro, e ele se aproxima da porta do motorista
comigo, ainda me protegendo da chuva. Uma vez que estou dentro do carro, ele
corre para o lado do passageiro. Quando nossas portas estão fechadas, o
silêncio dentro do carro amplia a intensidade das nossas respirações pesadas.
Eu levo minhas mãos atrás da minha cabeça e reúno meu cabelo, então espremo o
excesso de água dele. Ela escorre pelo meu pescoço, minhas costas e meu banco.
É a primeira vez que eu me sinto aliviada por ter bancos de couro na Califórnia.
Aviso: Primeiramente, quero pedir desculpas por ter demorado tanto pra atualizar a fic. Eu ando muito ocupada com a faculdade, to em época de muitos trabalhos pra fazer, e por conta disso fiquei sem tempo de entrar aqui no blog. Espero que me entendam, eu posso demorar a postar, mas podem ter certeza que eu não vou abandonar a fic enquanto eu não terminar ela.
Agora outra coisa, eu to cansada de avisar que essa fanfic é DIFERENTE de todas, e vocês sempre comentam as mesmas coisas. Gente, pelo amor de Deus dê uma chance pra história. Vocês estão acostumados com a mesmice de sempre. NÃO! Não vão ter os 6 na fic, apenas Lua, Arthur, Micael e Chay. Aceitem! To cansada de sempre escrever as mesmas coisas, e vocês perguntarem as mesmas coisas. E o "pov" do Arthur só vão ser atuais quando ele contar o segredo dele. Então, se acalmem e mergulhem nessa história. É esse o meu aviso pra vocês, me desculpem se fui grossa, não era minha intenção, mas as vezes cansa falar as mesmas coisas.
Comentem aí, mais tarde eu vou postar um capítulo de hot pra vocês!
Adorei o capítulo e to fascinada pela história ♥♥
ResponderExcluirAmo a web ser diferente posta mais
ResponderExcluirO thur tá nos padrões do chay será em
ResponderExcluirEssa história está maravilhosa! Estou ansiosa pra saber os mistérios do Arthur. Mais?
ResponderExcluirEsses dois na chuva ❤ bate uma saudade, assim eu não aguento. Vai ter hot hoje? Obaa só não demora..
ResponderExcluirFany
Esse beijo merece um Oscar !!
ResponderExcluirLouca esperando o próximo !
Chay ainda acha que Arthur é gay hahahah, mas acho que Arthur se encaixaria nos "padrões" do Chay!
ResponderExcluirQUE BEIJO!!!!
Helena
Essa conversa entre códigos foi maravilhosa!
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