Ugly Love
Capítulo 13:
Pov. Arthur
6 anos antes
Pov. Arthur
6 anos antes
—
Você acha que o fato que nós não podemos fazer isso é o porquê de nós
gostarmos tanto de fazer isso? —
Rachel pergunta.
Ela está se referindo a me beijar. Nós nos beijamos
muito. Toda chance que temos e até as chances que não temos.
—
Quando você diz não podemos, você diz porque nossos pais estão juntos?
Ela diz que sim. Sua você está sem fôlego, porque eu
estou frequentemente beijando o caminho pro seu pescoço. Eu gosto disso que eu
posso tirar seu fôlego.
—
Você se lembra da primeira vez que eu te vi, Rachel?
Ela murmura um som que parece sim. — E você
lembra-se de eu caminhando com você até a sala do Sr. Clayton? — Ela me dá
outro sim mudo. —
Eu quis beijar você naquele dia. — Eu faço meu
caminho de volta pra sua boca e a olho nos olhos. — Você quis
me beijar?
Ela diz que sim, e eu posso ver nos seus olhos que ela
está pensando naquele dia. O dia que ela tornou-se meu tudo.
—
Nós não sabíamos dos nossos pais naquele dia. — eu explico.
— No entanto,
nós ainda queremos fazer isso. Então não, eu não acho que isso é o por que de
nós gostarmos disso agora. —
Ela sorri. —
Viu? — eu falo
baixinho, encostando meus lábios lentamente nos dela.
Para mostrar pra ela o quão bom isso é. Ela tira o seu
travesseiro e se apoia nos cotovelos.
—
E se nós só gostamos de beijar em geral? — ela
pergunta. — E se não
tem nada a ver comigo ou com você em particular?
Ela sempre faz isso. Eu digo pra ela que ela poderia
ser uma advogada porque ela gosta de ser a advogada do diabo. Mas eu amo quando
ela faz isso então eu sempre vou junto com ela.
—
Bem pensado. —
eu digo pra ela. —
Eu gosto de beijar. Eu não sei ninguém que não goste de fazer isso. Mas
há uma diferença disso e simplesmente gostar de beijar.
Ela olha pra mim com curiosidade.
—
Qual é a diferença?
Eu desço minha boca para a dela mais uma vez.
—
Você. — eu
sussurro.
—
Eu gosto de beijar você.
Isso responde a sua pergunta, porque ela se cala e
traz a sua boca de volta pra minha.
Eu gosto que Rachel pergunte sobre tudo. Isso me faz
olhar as coisas de diferentes maneiras. Eu sempre gostei de beijar as garotas
que eu beijei no passado, mas somente porque eu estava atraído por elas. Isso
realmente não tem a ver com elas em particular. Quando eu beijei todas as
outras garotas, eu senti prazer. Esse é o porquê das pessoas gostarem de
beijar, porque é bom. Mas quando você beija alguém por causa do que ela é, a
diferença não está em encontrar o prazer. A diferença é encontrar a dor que você
sente quando você não está beijando ela. Não doía quando eu não estava beijando
qualquer outra garota que eu já beijei. Só dói quando eu não estou beijando
Rachel. Talvez isso explique porque se apaixonar é tão doloroso. Eu gosto de
beijar você, Rachel.
Pov. Lua
Arthur: Você está ocupada?
Eu: Sempre ocupada. O que houve?
Arthur: Eu preciso da sua ajuda. Não vai levar muito
tempo.
Eu: Estarei aí em cinco minutos.
Eu deveria ter me dado dez minutos ao invés de cinco,
porque eu não tomei banho hoje. Depois de um turno de dez horas na noite
passada, eu tenho certeza que preciso de um. Se eu soubesse que ele estava em
casa, um banho teria sido minha prioridade máxima, mas eu pensei que ele não
estaria de volta até amanhã. Eu amarro meu cabelo em um coque frouxo e mudo
minhas calças de pijama para um par de calças. Ainda não é muito tarde, mas eu
tenho vergonha de admitir que eu ainda estava na cama. Ele grita pra eu entrar
depois que bato na porta, então eu a abro. Ele está em pé na cadeira perto da
janela na sala de estar. Ele olha para mim, então ele acena com a cabeça em
direção a uma cadeira.
—
Pegue aquela cadeira e empurre pra cá. — ele diz,
apontando para um lugar a poucos passos dele. — Eu estou
tentando medir isso, mas eu nunca comprei cortinas antes. Eu não sei se eu devo
medir a moldura externa ou a janela em si.
Bem, eu vou pro inferno. Ele está comprando cortinas.
Eu arrasto a cadeira para o outro lado da janela e subo nela. Ele me dá uma
ponta de fita métrica e começa a puxar.
—
Tudo depende do tipo de cortina que você quer, então eu pegaria medida
de ambas. — eu sugiro.
Ele está novamente vestido casualmente em um par de
jeans e uma camiseta azul escura. De algum jeito o azul escuro da sua camiseta
faz seus olhos parecerem menos azul. Eles parecem mais claros. Quase
transparentes, mas eu sei que isso é impossível. Seus olhos são tudo menos
transparentes com a parede que ele mantém atrás deles. Ele digita a medida no
seu celular, e então nós tiramos uma segunda medida. Uma vez que ele tem ambas
as medidas no celular, nós descemos e colocamos as cadeiras de volta na mesa.
—
O que você acha de um tapete? — ele pergunta, encarando o chão embaixo da mesa. — Você acha
que eu devo ter um tapete?
Eu dou de ombros.
—
Depende do que você gosta.
Ele acena lentamente com a cabeça, ainda encarando o
chão vazio.
—
Eu não sei o que eu gosto mais. — ele diz
calmamente. Ele joga a fita métrica sobre o sofá e olha pra mim. — Você quer
vir?
Eu evito acenar imediatamente.
—
Pra onde?
Ele tira o cabelo da sua testa e alcança sua jaqueta
jogada nas costas do seu sofá.
—
Onde quer que as pessoas comprem cortinas.
Eu deveria dizer não. Escolher cortinas é algo que
casais fazem. Escolher cortinas é algo que amigos fazem. Escolher cortinas não
é algo que Arthur e Lua deveriam fazer se eles querem ficar com as suas regras,
mas eu absolutamente, positivamente, e definitivamente não quero fazer mais
nada. Eu dou de ombros para fazer minha resposta parecer mais casual do que ela
é.
—
Claro. Deixe-me fechar a porta.
***
—
Qual é a sua cor favorita? — eu pergunto pra ele quando estamos no elevador. Eu
estou tentando manter o foco na tarefa em mãos, mas eu não posso negar o desejo
que tenho por ele me alcançar e me tocar. Um beijo, um abraço...qualquer coisa.
Nós permanecemos em lados opostos do elevador. Nós não nos tocamos desde aquela
noite que transamos. Nós nem nos falamos ou mandamos mensagens desde aquele
dia.
—
Preto? —
ele diz inseguro da sua resposta. — Eu gosto de
preto.
Eu balanço a minha cabeça.
—
Você não pode decorar com cortinas pretas. Você precisa de cor. Talvez
algo próximo ao preto, mas não preto.
—
Azul marinho? —
ele pergunta. Eu noto que seus olhos não estão mais focados nos meus.
Seus olhos estão se deslocando lentamente pelo meu pescoço até os meus pés.
Todo lugar que seus olhos focam, eu posso sentir.
—
Azul marinho pode funcionar. — eu digo calmamente. Eu tenho quase certeza que essa
conversa só está acontecendo pelo bem de se ter uma conversa. Eu posso ver pelo
jeito que ele está olhando pra mim que nenhum dos dois está pensando sobre
cores ou cortinas ou tapetes no momento.
—
Você tem que trabalhar hoje à noite, Luh?
Eu aceno. Eu acho que ele está pensando sobre hoje à
noite, e eu amo como ele termina a maioria das suas perguntas falando o meu
nome. Eu amo como ele diz o meu nome. Eu deveria exigir que ele falasse o nome
toda vez que falasse comigo.
—
Eu não tenho que trabalhar até às dez.
O elevador alcança o piso inferior, e nós nos movemos
para as portas ao mesmo tempo. Sua mão se conecta com as minhas costas e a
corrente que se move por mim é inegável. Eu tive quedas por garotos antes,
diabos, eu estive apaixonada por garotos antes, mas nenhum de seus toques foi
capaz de me fazer responder da maneira que o seu faz. Assim que eu saio do elevador,
sua mão deixa minhas costas. Eu estou mais ciente da ausência do seu toque
agora do que antes dele me tocar. Cada pouco que recebo, eu desejo muito mais.
Cap não está no seu lugar usual. Isso não é surpresa, no entanto, considerando
que é somente meio-dia. Ele não é muito uma pessoa matinal. Talvez seja por
isso que nos demos tão bem.
—
Está disposta a caminhar? — Arthur pergunta.
Eu digo que sim, tirando o fato que está frio lá fora.
Eu prefiro caminhar, e nós estamos perto de diversas lojas que trabalham com o
que ele está procurando. Eu sugiro uma loja pela qual eu passei umas duas
semanas atrás que está a apenas dois quarteirões de onde estamos.
—
Depois de você. —
ele diz, segurando a porta aberta pra mim. Eu saio e puxo meu casaco um
pouco mais apertado em torno de mim. Eu duvido que Arthur seja o tipo de cara
que anda de mãos dadas em público, então eu nem me preocupo em deixar minhas
mãos disponíveis pra ele. Eu me abraço para me manter aquecida, e nós começamos
a caminhar lado a lado. Nós ficamos em silêncio a maior parte do caminho, mas
eu estou bem com isso. Eu não sou uma pessoa que sente a necessidade de
conversa constante, e eu estou aprendendo que ele possivelmente é do mesmo
jeito.
—
É bem aqui. —
eu digo, apontando para a direita quando chegamos à faixa de pedestres.
Eu olho para um idoso sentado na calçada, enrolado em um casaco fino
esfarrapado. Seus olhos estão fechados, e as luvas em suas mãos trêmulas estão
cheias de buracos. Eu sempre tive simpatia por pessoas que não tem nada ou
nenhum lugar para ir. Chay odiava que eu não podia passar por um sem teto sem
dar dinheiro ou comida. Ele dizia que a maioria deles é sem teto porque eles
têm vícios e que quando eu dava o dinheiro, ele só alimentava esses vícios.
Honestamente, eu não ligo se esse é o caso. Se alguém é sem teto porque ele tem
a necessidade por algo que é mais forte que a sua necessidade por uma casa,
isso não me detém no mínimo. Talvez seja porque eu sou uma enfermeira, mas eu
não acredito que vício é uma escolha. O vício é uma doença, e me machuca ver
pessoas forçadas a viverem desse jeito porque elas são incapazes de se ajudar.
Eu teria dado dinheiro pra ele se eu tivesse trazido minha bolsa. Eu percebo
que não estou mais andando quando sinto Arthur lançar um olhar para trás na
minha direção. Ele está me olhando enquanto olho o idoso, então eu volto ao meu
ritmo e o alcanço de volta. Eu não digo nada para defender a expressão
preocupada no meu rosto. É inútil. Eu já passei por isso o bastante com Chay
pra saber que eu não tenho vontade de tentar mudar todas as opiniões com as
quais eu discordo.
—
É aqui. —
eu digo, parando em frente à loja.
Arthur para de andar e inspeciona a exibição dentro da
loja.
—
Você gosta disso? —
ele pergunta, apontando para a vitrine. Eu me aproximo e olho com ele. É
uma exibição de quarto, mas há alguns elementos nela pros quais ele está
olhando. O tapete do quarto é cinza com várias formas geométricas em vários
tons de azul e preto. Isso na verdade parece com algo que caberia no seu gosto.
As cortinas não são azul marinho, no entanto. Elas são de um ardósia cinzento,
com uma linha branca sólida percorrendo verticalmente até o lado esquerdo do
painel.
—
Eu gosto disso. —
eu respondo.
Ele caminha na minha frente e abre a porta para me
deixar entrar. Uma vendedora está caminhando para frente da loja antes mesmo da
porta fechar atrás de nós. Ela pergunta se pode nos ajudar a encontrar algo.
Arthur aponta pra vitrine.
—
Eu quero aquelas cortinas. Quatro delas. E um tapete.
A vendedora sorri e nos pede para segui-la.
—
Qual a largura e a altura que você deseja?
Arthur pega seu celular e lê as medidas para ela. Ela
o ajuda a pegar hastes de cortinas e nos diz que voltará em alguns minutos. Ela
se dirige pros fundos da loja e nos deixa sozinhos no caixa. Eu olho ao redor,
de repente tendo vontade de escolher decorações para o meu quarto. Eu planejo
ficar com Chay por mais dois meses, mas não machucaria ter uma ideia do que eu
quero para o meu próprio lugar quando eu finalmente me mudar. Eu estou torcendo
para que isso seja fácil de comprar quando o momento chegar como foi para
Arthur hoje.
—
Eu nunca vi ninguém comprar nessa velocidade. — eu digo pra
ele.
—
Desapontada?
Eu rapidamente balanço a minha cabeça. Se há uma coisa
que eu não faço bem como garota é comprar. Eu na verdade estou aliviada que só
levou um minuto pra ele.
—
Você acha que eu deveria olhar mais? — ele
pergunta. Ele está encostado no balcão agora, olhando pra mim. Eu gosto do
jeito que ele olha pra mim – como se eu fosse a coisa mais interessante na
loja.
—
Se você gostou do que você já escolheu, eu não gostaria de continuar
olhando. Quando você sabe, você sabe.
Eu encontro o seu olhar, e no segundo que faço isso,
minha boca fica seca. Ele está concentrado em mim, e o olhar sério no seu rosto
me faz sentir desconfortável e nervosa e interessada, tudo de uma vez. Ele se
afasta do balcão e se aproxima de mim.
—
Venha aqui. —
Seus dedos descem e envolvem os meus, e ele começa a me puxar com ele.
Meu pulso está sendo ridículo. É realmente triste. São só dedos, Lua. Não os
deixe afetá-la desse jeito. Ele continua andando até chegar a um biombo de
madeira, decorado com escrita asiática no exterior. É o tipo de biombo que as
pessoas têm nos cantos dos quartos. Eu nunca entendi isso. Minha mãe tem um, e
eu duvido se alguma vez ela se trocou atrás dele.
—
O que você está fazendo? —
eu pergunto pra ele.
Ele vira seu rosto pra mim, ainda segurando a minha
mão. Ele sorri e caminha pra trás do biombo, me levando com ele então nós dois
estamos protegidos do resto da loja. Eu não posso ajudar, mas sorrio, porque
isso parece que estamos no colegial, nos escondendo do professor. Seus dedos
encontram os meus lábios.
—
Shh... —
ele sussurra, sorrindo para mim enquanto ele olha pra minha boca. Eu
imediatamente paro de sorrir, mas não porque eu não acho mais isso engraçado.
Eu paro de sorrir porque assim que seus dedos estão pressionados contra os meus
lábios, eu esqueço como se sorrir. Eu esqueço tudo. Agora mesmo, a única coisa
em que consigo focar é no seu dedo deslizando lentamente pela minha boca e
queixo. Seus olhos seguem a ponta do dedo enquanto ele continua se movendo,
seguindo gentilmente até minha garganta, todo o caminho até o meu seio, para
baixo, para baixo, para baixo até minha barriga. Esse único dedo parece como a
sensação de ser tocar por mil mãos. Meus pulmões e sua incapacidade de se
manter são provas disso. Seus olhos ainda estão focados no seu dedo enquanto
ele para no começo do meu jeans, bem acima do botão. Seu dedo ainda nem sequer
fez contato com minha pele, mas você não saberia disso baseado na resposta
acelerada do meu pulso. Sua mão inteira entra em jogo agora enquanto ele
levemente contorna minha barriga por cima da minha camisa até que sua mão encontra
minha cintura. Suas mãos agarram meu quadril e me puxam pra frente, me
segurando contra ele. Seus olhos se fecham brevemente, e quando eles se abrem
novamente, ele não está mais olhando pra baixo. Ele está olhando diretamente
pra mim.
—
Eu estou esperando pra beijar você desde que você caminhou para minha
porta hoje. — ele diz.
Sua confissão me faz sorrir.
—
Você tem uma paciência incrível.
Sua mão direita deixa meu quadril, e ele a traz para
trás da minha cabeça, tocando meu cabelo tão lentamente quanto possível. Ele
começa a balançar sua cabeça em desacordo.
—
Se eu tivesse uma paciência incrível, você não estaria comigo agora
mesmo.
Eu travo com essa sentença e imediatamente tento
descobrir o significado por trás dela, mas no segundo que seus lábios tocam os
meus, eu não estou mais interessada nas palavras que deixam a sua boca. Eu só
estou interessada na sua boca e em como ela me faz eu me sentir quando invade a
minha. Seu beijo é devagar e calmo – o extremo do meu pulso. Sua mão direita se
move para a parte de trás da minha cabeça, e sua mão esquerda desliza até a
minha cintura. Ele explora a minha boca pacientemente, como se ele estivesse
planejando me manter atrás dessa divisória pelo resto do dia. Eu estou
convocando a última gota de força de vontade que posso encontrar a fim de me
impedir de envolver meus braços e pernas ao redor dele. Eu estou tentando
encontrar a paciência que ele de alguma forma demonstra, mas é difícil quando
seus dedos e mãos e lábios podem colocar esses tipos de reações físicas pra
fora de mim.
A porta para os fundos da loja abre, e o barulho dos
saltos da vendedora pode ser escutado contra o chão. Ele para de me beijar, e
meu coração chora. Felizmente, o choro só pode ser sentido, não ouvido. Ao
invés de se afastar e caminhar de volta para o balcão, ele traz suas mãos para
o meu rosto e o segura enquanto ele olha pra mim em silêncio para vários
segundos. Seus polegares acariciam levemente o meu queixo, e ele solta uma
respiração suave. Suas sobrancelhas se abaixam e ele fecha os olhos. Ele
pressiona sua testa na minha, ainda segurando o meu rosto, e eu posso sentir
sua luta interna.
—
Lua. — Ele diz o
meu nome tão calmamente que eu posso sentir seu arrependimento nas palavras que
ele nem sequer falou ainda. —
Eu gosto... —
Ele abre seus olhos e olha pra mim. — Eu gosto de
beijar você, Luh.
Eu não sei por que essa sentença parece difícil pra
ele dizer, mas sua voz some perto do final como se ele estivesse tentando se
impedir de terminar suas palavras. Assim que a sentença deixa sua boca, ele me
solta e rapidamente sai da divisória como se ele estivesse tentando escapar da
própria confissão. Eu gosto de beijar você, Luh. Apesar do arrependimento, eu
acho que ele sente por dizer isso, eu tenho quase certeza que eu estarei
repetindo em silêncio essas palavras pelo resto do dia. Eu passei uns bons dez
minutos sem pensar direito, relembrando o seu elogio várias vezes enquanto
esperava ele terminar sua compra. Ele está entregando seu cartão de crédito
quando chego ao balcão.
—
Nós vamos entregar tudo dentro de uma hora. — a vendedora
diz. Ela entrega de volta seu cartão de crédito e começa a pegar as sacolas do
balcão e colocar atrás dela. Ele pega uma das sacolas dela quando ela começa a
tirá-la.
—
Eu levarei essa. —
ele diz. Ele se vira e me olha. — Pronta?
Nós saímos da loja, e parece que diminuiu uns vinte
graus desde nossa última vez aqui fora. Isso pode ser apenas porque ele fez as
coisas parecerem bem mais quentes lá dentro. Nós chegamos à esquina, e eu começo
a voltar em direção ao complexo de apartamentos, mas eu percebi que ele parou
de andar. Eu me viro, e ele está tirando alguma coisa da sacola que ele está
segurando. Ele arranca uma etiqueta e um cobertor se desenrola. Não, ele não
fez isso. Ele estende o cobertor para o idoso desagasalhado na calçada. O homem
olha pra ele e pega o cobertor. Nenhum deles diz uma palavra. Arthur caminha
para uma lata de lixo próxima e joga a sacola vazia dentro, então se dirige de
volta pra mim enquanto encara o chão. Ele nem sequer fez contato visual comigo
quando voltamos a caminhar em direção ao prédio. Eu quero agradecê-lo, mas eu
não o faço. Se eu dissesse obrigada pra ele, seria como assumir que ele fez
aquilo por mim. Eu sei que ele não fez aquilo por mim. Ele fez aquilo pelo
homem que estava com frio.
***
Arthur me pede pra ir pra casa assim que nós voltamos.
Ele diz que não quer que eu veja seu apartamento até que ele tenha decorado
tudo, o que é bom, porque eu tenho um monte de dever de casa para fazer de
qualquer jeito. Eu realmente não tenho tempo disponível na minha agenda para
pendurar cortinas, então eu aprecio que ele não esperava a minha ajuda. Ele parece um pouco animado sobre
pendurar cortinas novas. Tão animado quanto Arthur pode ser.
Já faz várias horas agora. Eu tenho que estar no
trabalho em menos de três horas, e assim que eu começo a me perguntar se ele
vai me chamar para voltar, eu recebo uma mensagem dele.
Arthur: Você já comeu?
Eu: Sim.
Eu de repente estou desapontada por já ter comido. Mas
eu estava cansada de esperar por ele, e ele nunca disse nada sobre plano para o
jantar.
Eu: Chay fez bolo de carne à noite passada antes de
sair. Você quer que eu leve um prato pra você?
Arthur: Eu adoraria isso. Estou faminto. Venha olhar
agora.
Eu faço um prato pra ele e o enrolo em papel alumínio
antes de ir pro outro lado do corredor. Ele abre a porta antes que eu bata. Ele
tira o prato das minhas mãos.
—
Espere aqui. —
ele diz. Ele entra no apartamento e volta alguns segundos depois sem o
prato. — Pronta?
Eu não tenho ideia de como eu sei que ele está
animado, porque ele não está sorrindo. Eu posso ver isso na sua voz, no
entanto. Há uma sutil mudança, e isso me faz sorrir, saber que algo como um
simples pendurar de cortinas o faz se sentir bem. Eu não sei por que, mas isso
faz parecer que não há muito da sua vida que o faça se sentir bem, então eu
gosto que isso faça. Ele abre a porta totalmente, e dá alguns passos dentro do
apartamento. As cortinas estão penduradas, e embora seja uma pequena mudança,
ela parece enorme. Sabendo que ele vive aqui há quatro anos e que apenas agora
ele colocou cortinas dá a todo apartamento uma sensação diferente.
—
Você fez uma boa escolha. — eu digo pra ele, admirando o quão bem as cortinas
combinaram com o pouco que eu sei sobre a sua personalidade. Eu olho para o
tapete, e ele pode ver a confusão que cruza meu rosto.
—
Eu sei que ele supostamente vai embaixo da mesa. — ele diz,
olhando para baixo dela. —
Irá. Eventualmente.
Ele está posicionado em um local estranho. Não é no
centro da sala ou na frente do sofá. Eu estou confusa sobre o porquê dele
colocar onde colocou se ele sabe onde fica melhor.
—
Eu o deixei lá porque eu estava esperando que nós pudéssemos batizá-lo
primeiro.
Eu olho pra ele e vejo a adorável expressão de
esperança no seu rosto. Isso me faz rir.
—
Eu gosto da ideia. —
eu digo, olhando de volta pro tapete.
Um longo silêncio se passa entre nós. Eu não estou
certa se ele quer batizar o tapete nesse minuto ou se ele quer comer primeiro.
Eu estou bem com ambos. Contanto que seu plano se encaixe no meu prazo de três
horas. Nós continuamos a encarar o tapete quando ele fala de novo.
—
Eu como depois. —
ele diz, respondendo a pergunta que estava silenciosamente correndo pela
minha cabeça. Eu tiro sua camisa, e eu
lanço os meus sapatos, e o resto das nossas roupas eventualmente acaba junto,
perto do tapete.
N/A: Amorecos desculpem, ontem não deu para eu postar, fiquei sem internet o dia inteiro só voltou agora a noite. Vou responder alguns dos comentários de vocês aqui neste post, porque percebei que tem muitas pessoas confusas.
Meninas, vocês tem que dar uma chance para história vocês estão ansiosas demais. Se acalmem tudo tem hora certa para acontecer. Logo vocês iram descobrir o grande segredo do Arthur. Eu avisei no começo da fic que essa história seria um pouco diferente da que vocês estão acostumadas, o Arthur realmente é muito frio, mas vocês vão perceber que logo ele e a Lua vão conseguindo se dar bem aos poucos. Depois que vocês souberem do segredo do Arthur, os "povs" dele vão ser atuais. É isso, qualquer dúvida me perguntem!
Eai, gostaram da confissão do Arthur falando que gosta de beijar a Lua?
COMENTEM aí!
Arthur tá mudando isso é muito bom ,posta mais
ResponderExcluirA Lua e o Arthur são completamente estranhos. Isso chega a ser engraçado.
ResponderExcluirNão vai demorar muito para que o Arthur perceba que está se apaixonando. E quando ele perceber sinto que irá fazer merda.
ResponderExcluirEstou esperando um capítulo em que seja narrado pelo Arthur. Não a 6 anos atrás, mais sim atualmente. Quero saber o que ele sente quando está perto da Lua. Por que já percebemos que a Lua fica doidinha quando ele está perto dela.
ResponderExcluirQuando irá aparecer novos personagens? É estranho ler uma web em que não estejam os 6. Mais de qualquer forma estou amando.
ResponderExcluirQuando é que eles vão ter um diálogo mais normal? Acho que eles não conhecem isso. Não faz parte do cotidiano deles.
ResponderExcluirEstou gostando do Arthur querer mudar umas coisinhas no apartamento dele. Já estava na hora.
ResponderExcluirQuero só ver como vai ser quando a Lua sair do apartamento do Chay.
ResponderExcluirChay vai ficar louco quando descobrir eles dois kakaka
ResponderExcluirPor algum motivo eu quero saber onde a Rachel está? O que aconteceu com ela? Estou com medo que ela apareça justo quando o Arthur e a Lua estiverem juntos de verdade.
ResponderExcluirArthur ta decorando a casa depois de 4 anos!! Deve ser por causa do que a Lua disse. Esses dois não tem jeito hahah nem chegou o tapete e já querem inaugurar ele!!
ResponderExcluirHelena
Esse PV do Arthur foi muito significativo nesse capítulo, para esplica a forma que a Lua já esta interferindo nele.
ResponderExcluirposta maisss logoooooo, maratona maratona maratona
ResponderExcluirAchei que ele ia dizer que gostava dela mas "eu gosto de beijar você"é um começo kkk
ResponderExcluirAdorando cada dia mais!! Parece que estamos evoluindo, Arthur admitiu que gosta do beijo dela :)
ResponderExcluirBrenda Cadê você querida estamos ansiosas para os próximos capítulos!!
Parabéns pela web...Bjs
*-* Lays Cristina