Little Anie - Cap. 73 | 5ª Parte

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Little Anie | 5ª Parte

Pov Lua

– Deixa eu carregá-la, Luh. – Arthur pediu ao sair do carro. Anie ainda estava adormecida em meu colo.
– Tudo bem. – Respondi tentando tirar uma das mãos dela da minha blusa, que ela segurava firmemente. – Ela vai acordar de qualquer jeito. – Comentei quando Arthur a segurou.
– Anie é esperta. – Ele riu. – Assim você não foge. – Completou divertido.
– Foi você quem ensinou isso a ela? – Perguntei incrédula, escondendo meu divertimento.
– Eu? Claro que não! – Exclamou.

Saí do carro pegando novamente minha bolsa, e a toalhinha de Anie, que antes estavam com Arthur. A menina logo reclamou, e acabou acordando. Arthur sorriu e lhe deu um rápido beijo na bochecha, antes dela encostar a cabeça em seu obro, e abraçá-lo pelo pescoço.

Quando Laura abriu a porta da casa, um burburinho e sons de risada foram ouvidos e eu franzi o cenho quando Arthur me encarou confuso. A feição de Laura mudou da água para o vinho e ela encontrou pela sala em um rompante, que me deixou um pouco assustada, já que minha sogra era tão calma.

Nós sabíamos que Célia não estava em casa, pois tinha ido visitar uma prima, mas voltaria no final da tarde para preparar o jantar, já que almoçaríamos fora. Pensei que talvez a Isadora tivesse ido acompanhar a mãe, porém, eu estava completamente enganada.

– O que significa isso na minha casa? – A voz de Laura era contida, um contraste total com sua feição.

Entramos em casa, e tinha pelo menos sete meninas da idade de Isadora, umas estavam sentadas no sofá falando alto, e outras em pé, rindo de algo que eu não fazia ideia. Quando ouviram a voz de Laura, todas viraram para a porta, mas Laura não estava mais lá, e sim ao lado de Isadora – quem ela discretamente segurou pelo cotovelo e a puxou em direção ao escritório.

– Precisamos ter uma conversa. Agora! – Ouvimos Laura avisar.
– Mas tia...

As garotas continuaram nos encarando, e eu me senti incomodada. Apertei leve e discretamente a cintura de Arthur, para que ele voltasse a andar. Eu sabia que elas estavam olhando para ele e era isso que me deixava bastante incomodada – para não dizer enciumada.

O que ele tinha?

Não era por ser quase impossível ignorar a presença dele, que elas precisavam estar comendo meu marido com os olhos – o qual eu já estava a ponto de socar as costas para que ele andasse. E logo!

Arthur!

Mas é claro que ele tinha que conhecer mais uma piranha – ainda por cima ruiva –, revirei os e o empurrei quando ouvi a voz da mulher. Eu sabia que até os 17 anos, Arthur vinha para Manchester, passar as férias. Só faltava ele já ter beijado aquela zinha. Como Arthur pôde beijar ela? Só para começar. Mas talvez ele nem tivesse tido nada com ela. Eu é que estava tirando conclusões precipitadas. Se bem que se tivessem a idade de Isadora, Arthur não teria ficado com nenhuma delas também – nem com a ruiva que o olhava sem disfarçar.

– Achei que nunca mais fossemos nos ver pessoalmente. – Comentou.

O sorriso dela era bem provocativo. Eu só não sabia se ela estava provocando meu marido bem na minha frente, ou me provocando bem na frente dele. Talvez fosse os dois, e no meu caso. Eu estava quase tirando aquele sorriso dela na unha.

Eu ando bem ciumenta ultimamente. Talvez seja o fato de eu não poder mais ter filhos com Arthur, que me faça achar que qualquer mulher que se aproxime dele, queira tirá-lo de mim – que no caso dela, eu posso estar bem certa –, já que certamente podem dar um filho a ele. É um pensamento idiota, eu sei. Mas não posso evitar.

– Eu... – Arthur franziu o cenho e me olhou. – Desculpa, mas eu não me recordo de você. – Disse. E me pareceu bem sincero. Anie me olhou e depois olhou para o pai.
– Quelo descer. – Pediu e Arthur a colocou no chão.
– Giovanna. – A ruiva disse.
– Ah, sim... – Ele respondeu ainda confuso.
– Quase não acreditei quando Isa falou que você estava aqui. – Sorriu. E eu mordi meu lábio inferior com certa força, catando cada pedacinho de autocontrole que ainda existia em mim.
– Não era para ela ter falado nada. – Arthur comentou meio irritado.
– Mãããããeee... – Anie me chamou entediada. – Quelo água. – Pediu me puxando pela mão.
– A propósito, essa é Lua, minha mulher e Anie, minha filha. – Disse a ela. Achei até que ele nem lembrava que eu estava bem atrás dele, já que parecia bem confuso e irritado ao mesmo tempo.
– Olá, Lua. – Frisou e sorriu, bem falso.
– Olá, Giovanna. – Retribui no mesmo tom de voz. – Vamos, linda? – Chamei Anie que assentiu caminhando em direção a cozinha, fui atrás dela em passos lentos, esperando que Arthur me seguisse, mas não foi o que aconteceu.

Pov Arthur

– Bom, tchau. – Falei depois de um tempo em silêncio e aqueles olhares todos em mim. Era bem estranho e constrangedor.
– Por que você não fica aqui com a gente? – A tal Giovanna sugeriu. Eu me lembrava bem vagamente dela. Devia ser alguma garota que vivia grudada em Isadora na infância, quando vínhamos passar as férias aqui.
– Definitivamente, não. – Respondi tentando não soar tão grosso.
– Por que?
– Tenho outras coisas a fazer. – Respondi impaciente.
– Você não veio para descansar? – Indagou outra vez.
– E é uma das coisas que tenho para fazer. – Agora eu não estava mais me importando se ia soar ignorante ou não.
– Isa bem que comentou que você havia mudado bastante.
– Isadora acha que sempre sabe de tudo. – Soltei um riso irônico. – Ela já me estressou bastante e só faz um dia que eu estou aqui. – Completei. – Tchau. – Falei antes que ela puxasse mais um assunto, ou fizesse outra pergunta.

Andei em direção a cozinha, onde fazia alguns minutos que Lua e Anie haviam entrado. Ela me encarou confusa quando eu joguei as mãos para cima em um gesto exagerado.

– Não me olha assim. – Pedi ido pegar um copo com água.
– Quanto tempo você conhece ela? Por que onde a gente vai sempre tem uma piran... Aaah! – Lua exclamou irritada quando indiquei com um manear de cabeça que Anie estava nos escutando. – Que conhece você?
– Eu não tenho culpa. – Levei as mãos a altura do peito, num ato defensivo. – E eu não me lembro muito bem dela, de verdade. – Assegurei. – Estou estranhando o silêncio. E estou até cogitando a ideia de que minha mãe matou a Isadora. – Tentei controlar o riso.
– E você está preocupado com isso? – Lua riu sarcasticamente.
– Não quero ter uma mãe assassina. – Justifiquei e Lua me deu um tapa, mas tentou disfarçar o riso. – Vamos para o quarto. – Falei e Anie levantou os bracinhos para que eu a carregasse. – Ah, filha... O quarto é bem ali. – Ri quando ela fez um bico tentando me convencer do contrário.
– O que ela queria com você? Já que você demorou tanto?
– Nada de importante. – Abanei o ar. – Isso é tudo o que a gente não precisa discutir. – Falei erguendo uma sobrancelha ao encará-la.
– Tudo bem. – Lua concordou. E começamos a caminhar em direção a escada, mas tínhamos que passar novamente pela sala.
– Boa menina. – Comentei abraçando-a por trás e lhe dando um beijo cálido no pescoço, fazendo-a se encolher e seus pelos se eriçarem. – Gosto de saber que provoco isso. – Mordi levemente o lóbulo de sua orelha e Lua resmungou quando eu tropecei nos pés dela. – Desculpa. – Pedi rindo baixinho.

*

– Você tá me devendo uma massagem. – Lua me cobrou, e eu me sentei na cama assim que chegamos ao quarto. Anie se jogou na mesma, e soltou um gritinho. – Shhh... – Lua pediu.
– Táááá... Desculpa, mãe. – A garota pediu lhe jogando um beijo.
– Então... – Comecei chamando a atenção de Lua. – Posso fazer isso mais tarde, se você ainda quiser. Vai ser um prazer. – Completei malicioso e ela sorriu me provocando.

Eu amo tanto essa mulher.

 – Sabe o que eu estava pensando? – Me joguei de costas na cama quando Lua começou a tirar a blusa, e cobri os olhos com um dos braços. Era tentação demais àquela hora da tarde, mesmo sabendo que – talvez – Lua não estivesse querendo me provocar, ela só ia tomar um banho.
– O quê? – Perguntou curiosa enquanto se sentava ao meu lado, sem blusa, vale ressaltar.
– Então – Pigarreei atraindo ainda mais a atenção dela, uma vez que Anie estava entretida mexendo novamente no meu celular. Com três anos eu nunca tinha visto um celular. Lua riu divertida e apoiou uma das mãos em meu peito. – Eu pensei na gente sair para jantar hoje. – Completei.
– Quelo ir também. – Ouvi Anie dizer e ergui a sobrancelha ao encará-la.
– Achei que você não estava prestando atenção na conversa. – Retruquei.
– Eu escutei, pai. – Ela me disse.
– É um jantar de gente grande. – Falei.
– Eu já sou grande. – A pequena retrucou.
– Mas o convite só é estendido a sua mãe. – Passei o braço pela cintura de Lua, fazendo ela cair parcialmente para cima de mim, depositei um beijo no topo de sua cabeça.
– O que é... is-tender? – Anie se enrolou com a palavra e me encarou esperando uma resposta.
– É esticar, alongar... assim... – Fiz um gesto com os braços. – Entendeu?
Is-tendi. – Ela repetiu a palavra e eu não consegui segurar a risada. Lua enterrou o rosto no meu pescoço e começou a rir. – O que foi? – A garota perguntou irritada.
– Naa-da... – Gaguejei em meio ao riso.
– Não é... istender, amor. – Lua falou depois de um tempo, tentando não rir mais de Anie, que estava emburrada nos encarando.
– Como é então?
– É entendi, meu amor. E a outra palavra é es-ten-der. – Falou devagar, para que Anie conseguisse falar direito.
– Mas foi o que eu falei. – A menina cruzou os braços, ainda sustentando um bico.
– Tudo bem, linda. – Lua concordou com a filha e voltou a deitar a cabeça em meu peito.
– Só você pode ir. – Sussurrei. Lua levantou o rosto para me olhar.
– Por que? – Ela fez uma cara safada, e discretamente eu apertei a cintura de Lua.
– Porque a sobremesa vai ser você. – Sorri malicioso ao responder e Lua gemeu baixinho quando aproximou os lábios do meu ouvido. Me fazendo rir, de sua audácia.
– Que convite tentador, vou aceitar. – Disse depositando um beijo abaixo da minha orelha, me fazendo arrepiar.
– Pode. Pode ir parando. – Me afastei um pouco, fazendo Lua rir.
– Vamos tomar banho amor? – Lua chamou Anie.
– Só depois, mamãe.
– Não. Nada de depois. Vamos agora, que eu quero tomar banho também. – Lhe disse.
– Mas eu tô bincando aqui. – A pequena estendeu o celular para que Lua visse o que ela estava fazendo.
– Depois você brinca. – Lua tentou convencê-la. – Só você para deixar a Anie ficar fururucando seu celular. – Me disse. Lhe joguei um beijo, não me importando com o celular.
– O pior que ela pode fazer, é ligar para alguém sem querer... ou apagar alguma coisa importante. – Me apoiei nos cotovelos e beijei a bochecha de Lua. – Vou falar com a mamãe, para ela nos indicar um restaurante. – Avisei.
– Que não seja chique, tá?
– Tá bom. – Concordei e joguei um beijo no ar para Anie, que retribuiu.

*

Caminhei pelo corredor até chegar ao topo da escada. E não tinha mais ninguém na sala. Bem provável, que educadamente minha mãe havia mandando todos irem embora, me lembro dela ser assim quando eu chamava meus amigos para jogar vídeo game ou bagunçar a casa. Depois de manda-los embora, ela queria me matar, mas eu corria. Essas lembranças me fizeram rir sozinho.

– Mãe? – Chamei enquanto descia os degraus.
– Aqui na cozinha. – Ela gritou de volta.
– Cadê todo mundo? – Ri ao fazer a pergunta e ver a cara de aborrecida da minha mãe.
– Foram embora. Isadora sabia que não podia trazer ninguém. Aliás, só esse final de semana ela já deu fim na minha paciência. E olha que eu não tenho mais idade para estar lidando com adultos que agem como adolescentes. – Reclamou sentando-se à mesa e colocando chá em uma xícara – Você quer?
– Não, obrigada. Eu não sou muito fã de chá. – Fiz uma careta e minha mãe balançou a cabeça negando. – E cadê ela?
– Foi para o quarto. Quando Céli chegar, vou conversar com ela. – Explicou. – Não gosto dessas amigas dela.
– Mãe? E o por que de Isadora estar morando aqui? – Indaguei.
– Meu filho – Minha mãe suspirou. – Eu estou ajudando-a com os estudos. – Respondeu. – Sabe, mais pela Célia, que sonha em ver a filha tomando um rumo. Você não depende mais de mim, Arthur. E eu tenho condições de ajudá-la. – Completou.
– Mas quando eu precisei, você não me apoiou. – Comentei com ressentimento.
– Arthur... foi diferente.
– Não foi nada diferente, eu estava precisando de você também. – Falei um pouco mais alto. – Mas não quero mais falar disso.
Filho.
– Tá tudo certo! – Exclamei. – Vim falar outra coisa – Tentei mudar de assunto. – Quero que a senhora indique um restaurante legal aí, Lua não quer um que seja chique. – Lembrei. – Convidei ela para jantar. A gente nunca mais fez um programa juntos. – Completei.
– Isso é bom. – Minha mãe sorriu carinhosamente.
– É, mas com a Anie fica um pouco difícil. Porque ela sabe fazer um bom drama. Não gosto de sair de deixar ela chorando, a senhora sabe com são as crianças. – Eu falava enquanto mexia na cesta de fruta em cima da mesa. Minha mãe riu assentindo. – A senhora não se importa de olhá-la enquanto estivermos fora né? – Perguntei.
– Não, de jeito nenhum. – Garantiu ela. – Podem irem se divertir despreocupados. – Avisou.
– Obrigada. Então, o que a senhora sugere?
– Bom, já como a Lua não quer um restaurante chique, tem o Federal Café & Bar. A comida é de origem australiana, e é muito boa por sinal. – Sugeriu.
– Onde fica? – Perguntei.
– Na Nicholas Croft, número 9. – Respondeu.
– Ok. Nós vamos lá então.
– Cadê elas?
– Lua está dando banho na Anie, e ia tomar também. – Falei.
– Céli deixou uma torta com cobertura de morango na geladeira. – Minha mãe avisou e assenti me levantando.
– Com certeza a Anie vai adorar saber disso. – Comentei. – Vou chamá-las.
– Tá bom.

*

– Luh? – Chamei assim que entrei no quarto. Lua estava penteando os cabelos de Anie.
– Oi.
– A mamãe disse que tem torta com cobertura de morango na geladeira. – Avisei fazendo menção de puxar Anie para meu colo. A pequena soltou um gritinho e abraçou Lua pela cintura. – Aaaahaaaa! – Exclamei fazendo cócegas nela.
– Nãããããããooooo! – Ela tentou se esquivar e começou a gargalhar. – Paaaaraaaa, paaapaai. – Pediu entre riso. Lua empurrou minhas mãos.
– Que coisa! – Lua exclamou impaciente. – Deixa a menina em paz, Arthur. Às vezes você parece mais criança que ela. – Reclamou carregando Anie, que abraçou Lua mais forte, escondendo o rosto entre o ombro e o pescoço da mãe.
– Eu faço crianças, meu amor. – Comentei pegando minha toalha, e dei uma piscadela quando Lua me encarou séria. – Amo você, linda. – Sussurrei.

Pov Lua

Era quase sete horas da noite. Anie estava querendo dormir, mas como sabia que íamos sair, estava lutando contra o sono. Ela estava exausta por conta do passeio de hoje mais cedo.

– Mamãe? – Me chamou quando entrei no quarto com a mamadeira de vitamina dela em mãos.
– Oi. – Respondi me aproximando da cama. Arthur estava deitado ao lado dela, olhando para a TV.
– A gente já vai dormir?
– Você vai dormir. – Disse ele prendendo o riso.
– Para de implicar com ela, eu hein. – Reclamei sentando-me na cama.
– Não estou implicando com ela. – Ele se defendeu.
– Está sim. – Anie disse emburrada.
– Não estou não, meu anjinho. – Ele disse carinhosamente enquanto beijava a testa da filha. – Não fica chateada.
– Você quer agora a vitamina, filha? – Perguntei.
– Quelo, pra mim dormir. – Disse estendendo as mãozinhas para que eu me aproximasse mais ainda dela.
– Tudo bem, amor. A gente só vai depois que você dormir, tá? A sua vovó vai reparar você. – Expliquei calmamente enquanto a ajeitava em meu colo, e entregava a mamadeira para ela. – Não vamos demorar. – Disse baixo, e Arthur riu. Lhe dei uma cotovelada.
– Tá, mamãe...

*

– Ela dormiu, linda? – Arthur me perguntou baixo, enquanto desligava a TV.
– Dormiu. – Sussurrei passando uma das mãos pelos fios de cabelo que caiam sobre o rosto de Anie.
– Vou me arrumar. – Arthur me avisou e eu assenti.

Ele levantou da cama e foi até o banheiro. Coloquei Anie cuidadosamente na cama, e tirei a mamadeira que ela ainda segurava, deixando em cima da cômoda, ao lado da cama. E me levantei, ido até a mala que estava no chão, me abaixei, abrindo-a a procura de roupas para usar no jantar.

Quase dez minutos depois, Arthur saiu do banheiro com uma toalha amarrada na cintura, passando as mãos nos cabelos, os levando para trás. O cheiro da loção pós barba invadiu o quarto, eu adorava esse cheiro. Arthur sorriu de lado, e eu voltei a olhar para a mala depois de retribuir o sorriso.

– Onde nós vamos? – Perguntei pegando uma lingerie branca, e separando para que pudesse usar após o banho.
– Minha mãe indicou um restaurante de comida australiana. E me garantiu que a comida é muito boa. – Me respondeu.
– Chique?
– Bom, eu disse que você não queria ir a um lugar tão chique. – Ele riu.
– Tá bom. – Lhe disse e peguei um scarpin preto de fio dourado.
– Você trouxe alguma calça comprida preta minha? – Perguntou se curvando para mexer nas roupas dele.
– Trouxe sim, está desse lado aqui. – Apontei para o lado, lhe mostrando e logo me levantei. – Vou tomar um banho rápido. – Avisei.
– OK. Minhas roupas estão todas desse lado?
– Estão. – Respondi me dirigindo ao banheiro.

Em menos de quinze minutos eu abri a porta do banheiro. Eu já estava vestindo a calcinha e o sutiã branco. A toalha eu havia enrolado na cabeça.

Arthur estava de costas para mim, e abotoava a camisa manga comprida azul marinho, ela tinha dois tons de azul – um claro, nas mangas e na gola. E o resto da camisa era azul escuro – e tinha na frente uns detalhes em vermelho. A calça comprida era preta, o tênis era na cor branco, cinza e preto.


– Uau! – Exclamei ao aproximar os lábios do ouvido dele. – Cheiroso e gostoso. – Sussurrei ao abraça-lo por trás.
– Huuum! Não chega assim não. – Ele sorriu girando o corpo para me olhar, e levou as mãos para a minha cintura. – Você também está: Uau... – Arthur roçou o nariz no meu. – Gostosa você sempre foi, e cheirosa você sempre é. – Completou. Sorri. – Agora você vai colaborar comigo e vestir uma roupa. – Disse e deu uma palmada de leve em meu bumbum, me fazendo soltar um gritinho e lhe dar um tapa em um de seus braços.
Arthur! – Exclamei rindo. E me afastei dele.

Peguei a calça legging preta que havia separado para vestir e depois peguei a camisa branca de manga comprida e vestir as duas peças de roupa. Calcei o scarpin e tirei a toalha que estava enrolada em meus cabelos. Penteei o mesmo, os deixando solto. Deixei os dois primeiros botões da camisa abertos. E passei uma base, rímel e batom vermelho, para finalizar a maquiagem.


Arthur estava sentado na cama e mexia no celular, esperando pacientemente que eu terminasse de me arrumar.

– Você já terminou, amor? – Me perguntou erguendo a cabeça para me olhar.
– Só falta eu passar o perfume... só mais um pouquinho. – Sorrir rapidamente.
– Tudo bem. – Ele respirou fundo e se levantou, guardando o celular no bolso. – Você está linda, Luh. Muito linda. – Elogiou e eu senti minhas bochechas esquentarem. Não sei até quando isso aconteceria. Já nos conhecíamos há tanto tento. E eu sempre acabava ficando sem graça quando ele me elogiava.
– Obrigado, amor. – Agradeci ao me virar para olhá-lo.
– Vamos?
– Vamos. – Concordei e caminhei até a cama para depositar um suave beijo no rosto de Anie.

*

– Aproveitem o jantar. – Minha sogra desejou e Arthur apertou discretamente minha cintura. Mas graças à Deus não fez nenhum comentário que me deixasse constrangida.
– Vamos aproveitar. – Ele disse a ela.
– Laura, qualquer coisa é só ligar. Tanto eu quanto Arthur vamos ficar com o celular ligado, tá bom?
– Tudo bem, Luh. Não irá acontecer nada na ausência de vocês. – Ela garantiu. – E ah, você está linda, querida. – Agora foi a vez de Laura me elogiar e novamente senti minhas bochechas esquentarem.
– Eu já disse isso a ela. Olha mãe como a Luh fica vermelha. – Arthur comentou tocando minhas bochechas. – Ela fica mais linda sem graça. – Ele sorriu para mim, fazendo Laura rir.
– Arthur?! – Sussurrei. – Ele ama me deixar sem graça na frente das pessoas. – Comentei. – Obrigada pelo elogio. – Agradeci a ela.
– Mas você fica constrangida até quando estamos a sós. – Ele riu divertido.
Paaraa... – Pedi.
– Tá bom, tá bom... vamos?
– Aham... Tchau, Laura. – Acenei em despedida.
– Tchau, e não se preocupem com Anie. – Pediu. – Olha aqui a chave do carro. – Ela entregou a Arthur.
– Obrigada. Tchau, mãe!
– Ok. – Respondi.

Demoramos uns trinta e cinco minutos para chegar ao Federal Café & Bar. O qual eu só fiquei sabendo porque Arthur precisou colocar no GPS, já que não saberia chegar até lá sem essa ajuda.

O lugar era calmo e aconchegante. Senti alguns olhares em nós quando chegamos. Acho que estávamos bem mais arrumados que a maioria dos clientes ali. Arthur apertou discretamente minha mão e um rapaz nos guiou até uma mesa ao lado de uma grande janela. Nos entregou o cardápio e perguntou se íamos querer algo para beber primeiro. Pedi um vinho Rosé, e Arthur pediu um Chardonnay. Era melhor ele se contentar com uma bebida não muito alcoólica mesmo.

Minutos depois um garçom veio anotar os pedidos. Pedi um filé de atum grelhado e Arthur acabou pedido um peixe com batata-frita. E pedimos mais uma taça de vinho para ambos.

– Fazia um bom tempo que não saíamos sozinhos. – Arthur começou.
– Muito. E eu já estava com saudades. – Confessei ganhando um sorriso carinhoso e feliz de Arthur.
– Você podia ter me falado antes. A gente já poderia ter matado essa saudade. – Comentou sorrindo. E logo pegou minha mão esquerda, levando a mesma aos lábios e depositando um beijo sobre minha aliança. – Você sentiu uma cosquinha no coração? – Brincou.

Uma vez que, diz a lenda: A aliança passou a ser usada no terceiro dedo da mão esquerda, porque que tem uma veia que leva diretamente ao coração, fazendo assim, os corações do casais, permanecerem atraídos um pelo outro para sempre.

Esse pensamento me fez sorri. Meu coração se encheu de uma paz e emoção tão grande, que cogitei a ideia de sair do meu lugar e me jogar nos braços de Arthur. Por que ele tinha que falar essas coisas lindas sempre? E as vezes, ele nem precisava dizer com todas as letras.

– Eu não diria cosquinha. – Sorri. – Eu senti uma coisa muito melhor. – Completei.
– Hum! Mas foi no coração? – Perguntou sorrindo maroto. E eu lhe dei um chute por baixo da mesa. Fazendo Arthur reprimi um grito de surpresa, ou de dor talvez.
– Idiota!
– Nunca vi mais romântica. – Ele ironizou.
– Você me ama mesmo assim. – Falei convencida.
– Amo mais que tudo. – Confessou ele.
– Eu também amo você. – Lhe disse.

O atum estava uma delícia, e pelo visto, Arthur estava mais interessado nas batatas-frita, do que no peixe que estava em seu prato, mas ele acabou comendo tudo, e pedindo mais uma taça de Chardonnay.

– O que você vai querer de sobremesa, linda? – Me perguntou.
– Pavlova. – Respondi ao olhar para o cardápio.
– Brownie australiano. – Ele pediu. E o garçom logo se afastou. – Onde você vai querer ir depois? Se é que você vai querer ir à mais algum lugar.
– Sei lá, passear... Dar uma volta aqui pelo centro mesmo. – Sugeri.
– Tudo bem... A noite está ótima. – Comentou.
– Achei que fosse chover. – Falei.
– Eu também.
– Arthur? – Chamei. E ele voltou o olhar para mim.
– Oi.
– Eu pensei que amanhã de manhã podíamos ir visitar seu avô. – Disse a ele.
– Pode ser. Ele vai adorar Anie. – Comentou feliz.
– E vai adorar rever você. – Completei.
– Também. – Ele concordou.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/A: Desculpem a demora com a atualização. E obrigada a todos os leitores pela compreensão de sempre <3

O que acharam dos looks? Sexyyy (emoji de lua). C o m e n t e !

E do capítulo no geral? Arthur sendo safado sempre kkkk e Lua tão romântica quanto ela pode ser :-) sqn.

Dei o meu melhor – diante do momento que estou passando. E da falta de vontade que estava para finalizar o capítulo – Espero do fundo do coração que tenham gostado. E que a espera tenha valido a pena.

E isso... Até breve! Vou ver se atualizo domingo também – a última parte de Manchester.


Beijos!

16 comentários:

  1. Cap lindo. ������. Ameiii

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  2. ARTHUR É MUITO ROMÂNTICOO, ME DERRETO COM TD Q ELE FALAAA

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  3. Homem mais perfeito que o Arthur não tem.

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  4. Lua querida! Você tem tanta sorte.

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  5. Amp tanto as cenas em que está a Lua, o Arthur e a Anie. É tão lindos. Acredito que a Lua ainda terá outro filho.

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    1. Eu tô frustrando os sonhos alheios haha mas gosto de deixar claro que não haverá essa possibilidade que vocês estão ansiando.

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  6. A cada dia melhor parabéns
    By; Anninnhak

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  7. Arthur é tão amozinho! Adorando à web cada vez mais!

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  8. Amei o cap mais romântico! Anie é tão fofinha! Posta mais logooo...

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  9. Adorei o cap, muito lindos Arthur e Lua!! Lua ciumenta como sempre kkk!! Carla

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  10. Gostei muito do cap, é tão lindo como à lua ficar sem graça quando Arthur elogia ela, essa fic é tão diferente das outras! Taty

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  11. Morro de amores pela Anie 😍😍 Arthur gosta de aperriar a menina e a Lua tbm deixando sem graça na frente da sogra 😂😂😂. Eita que chama a Ludmila que é hoje u.u kkk sonhava com o dia que Lua tivesse outro filho pra ela não ter mais essa insegurança 😔 e Arthur morrer logo de amor por ela. 😂😂 Mais enfim continuo adorandoo cada capitulo, Milly 👏💓💓

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  12. ahhh achei tudo quero mais #ansiosa

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  13. Eu acho que Lua e Arthur ainda vão brigar muito em relação ao ciumes de Lua! Adoro essa fic.♥♥ Rafa

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  14. Muito boa mesmo, adorando cada dia mais!!
    O Arthur super fofo e safadinho rsrsrs, sempre deixando a Lua sem graça :)
    Espero que a Lua ainda dê outro filho ao Arthur _/\_ :)
    Lays

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    1. Quanto a possibilidade da Lua ter outro filho, bom, isso é nulo. Ela não terá. (Me sentindo mal por estar destruindo o sonho de vocês e do Arthur também :'(

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