Little Anie - Cap. 73 | 4ª Parte

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Little Anie | 4ª Parte

Pov Arthur

Manchester – 7h15 da manhã, casa da Laura.

– Arthur? – Ouvi Lua me chamar, sentindo ela tentar afastar meu braço de sua cintura.
– O que foi? – Perguntei sonolento.
– Preciso ir ao banheiro. – Respondeu e eu virei para o outro lado da cama, abraçando um travesseiro, e tentei dormir novamente. – Você não vai levantar? – Perguntou em seguida.
– Você quer que eu vá ao banheiro com você? – Abri um olho e lhe lancei um sorriso maroto – completamente sonolento.
– Não. Claro que não. A gente ficou de fazer um passeio hoje pela manhã. Ou você esqueceu?
– Não esqueci, linda. – Respondi.
– Então...
– Acho que ainda está muito cedo. Quero dormir mais um pouco. – Comentei.
– Essa resposta é minha. – Me disse divertida e caminhou para o banheiro.

Não sei quantos minutos se passaram, porque eu acabei cochilando. E só acordei com Lua estava me chamando de novo. Abri lentamente os olhos, vendo que ela estava apenas enrolada em uma toalha de banho.

– Acorda, Arthur. – Sussurrou.
– Você está linda. – Falei. E ela me olhou com o cenho franzido.
– Estou só de toalha. – Respondeu se olhando.
– Eu sei. Você fica linda de toalha. E sem ela também. – Comentei mais baixo. Lua me deu um tapa de leve no braço.
– Levanta logo, e vai tomar banho. – Andou até a mala perto da cômoda. E se abaixou.
– Jesus! – Suspirei. E passei as mãos pelo rosto. – Hoje você acordou muito mandona! – Exclamei e olhei para o lado, onde Anie dormia tranquilamente. – Anie ainda está dormindo. – Comentei.
– São quase oito horas. Logo o reloginho dela apita. – Sorriu e voltou a olhar para a mala.
– Você tem razão. – Concordei. Anie sempre acordava às oito em ponto. – Vou tomar banho. – Avisei e Lua apenas balançou a cabeça. – Separa uma roupa para mim, tá? – Pedi.
– Tá bom, amor. – Murmurou.

Entrei para o banheiro, e escovei os dentes antes de tirar minha calça e a boxer. Liguei o chuveiro e deixei a água morna escorrer pelo meu corpo. Espero que o dia de hoje seja bem melhor que o final do dia de ontem. Não teria mais paciência para tolerar Isadora. Eu ainda tinha que pedir desculpas novamente para minha mãe. Quando desliguei o chuveiro, ouvi a risada de Anie, e sorri sozinho. Me enxuguei e enrolei a toalha na cintura. Passei as mãos pelo meu cabelo, e os joguei para trás, abri a porta do banheiro e andei até a cama.

– Você já vai banhar a Anie? – Perguntei pegando as roupas que Lua havia separado para mim. – Porque eu quero vestir minha roupa. – Expliquei.
– Eu só estava esperando você sair do banheiro. – Me disse e se levantou.
– Achei que já tinha vestido sua roupa. – Falei vendo que ela ainda estava de toalha.
– Eu vou banhar a Anie, Arthur. – Me disse óbvia.
– Bom dia, filha. – Me virei para a pequena que estava de pé na cama.
– Bom dia, papai. – Ela jogou os braços em volta do meu pescoço, e depositou um beijo na minha testa. – A gente vai sair?
– Vamos sim, linda. – Respondi sorrindo.
– Quero comer crookie. – Pediu.
– Hum... – Beijei sua bochecha antes de responder. – Acho que deve ter um local no centro que venda doces amor. – Falei.
– Com cobertura de chocolate? – Perguntou fazendo um “huuum” como se estivesse sentindo o gosto.
– A cobertura que você quiser. – Respondi colocando-a no chão.
– Vamos logo, filha. Quero arrumar você e vestir minha roupa. – Lua reclamou um pouco impaciente.
– Já vou mamãe. – Anie respondeu e correu para o banho.

Tirei a toalha e vestir rápido a boxer preta que Lua havia separado junto com as outras roupas – todas escolhidas por ela, e eu estou falando de todas que estão na mala também, já que foi ela quem arrumou tudo. Vesti uma bermuda jeans e coloquei um cinto, sentei na cama e calcei o sapatênis na cor marrom e branco – dois tons de marrons. E logo vestir uma camisa de cor vinho, com a gola e detalhes na manga de cor azul marinho. Penteei o cabelo e saí do quarto, indo para a cozinha.


Minha mãe estava sentada à mesa, e tomava café. Sentei-me ao lado dela e coloquei um pouco de café na minha xicara.

– Foi a senhora quem fez? – Apontei para o café.
– Sim. – Ela sorriu carinhosamente. Uma das poucas coisas que minha mãe fazia quando estava de folga era café – única coisa que ela teve tempo de me ensinar também.  E até hoje eu só tomo o meu próprio café – ou o dela, quando a gente se vê. – Dormiu bem? – Me perguntou.
– Sim. – Tomei um gole de café, e peguei uma fatia de bolo. – Céli, não está? – Perguntei estranhando o silêncio. Eu não perguntaria por Isadora.
– Está sim, foi falar com a f-filha. – Hesitou um pouco.
– Bom, eu queria me desculpar com a senhora por ontem. Perdi um pouco a cabeça. – Confessei comendo um pedaço do bolo. – Hum... Não queria ter falado daquele jeito com a senhora aqui. – Expliquei tentando deixar claro que não me arrependia de ter falado aquilo para Isadora, e sim de ter feito isso na frente da minha mãe. – Acho que a Luh não gostou muito... A gente não chegou a falar sobre isso. Anie demorou um pouco para dormir. – Finalizei.
– Não precisa pedir desculpas. Não aprovo o modo que Isadora começou com essa implicância idiota dela. Achei que tinha mudado. – Minha mãe começou a falar. – Eu já havia avisado ela que não permitiria esses tipos de comentário. Ela gosta de testar a paciência das pessoas.
– O que ela está fazendo aqui? – Perguntei impaciente. – Achei que estava na casa do pai dela. Ou sei lá onde. Não imaginei que estivesse aqui.
– Isadora está morando aqui, meu filho. – Minha mãe me contou.
– Por que não me disse isso antes? Eu nem teria vindo para cá. – Bufei irritado.
– Por isso mesmo que eu não lhe contei. Sabia que não viria se soubesse que ela estava aqui.
– Não viria mesmo. E ainda teria evitado essa discussão idiota. – Revirei os olhos. – Como se um dia eu tivesse ao menos dado confiança para ela. A senhora sabe que isso nunca aconteceu. – Deixei claro.
– Eu sei, Arthur. Eu sei. – Minha mãe afirmou. – A implicância dela sempre foi a Lua. Você sabe disso. – Ela balançou a cabeça.
– Lua não precisa ouvir isso. Tivemos um mês difícil. – Comentei. Minha mãe me encarou espantada.
– Achei que estivessem bem.
– Agora estamos... Bom, não cem por cento. Mas estamos melhor que semanas atrás. – Confessei. – Não estamos tentando ter outro filho. – Admiti. – Menti ontem, Lua não gostou muito. Bom, não estou me desculpando por isso. Quero que Isadora pense que sim. Que estamos tentando. – Finalizei.
– O que aconteceu? Vocês estavam brigados? – Me perguntou preocupada.
– Não. Foi uma coisa mais grave. Não sei se Lua vai querer falar sobre isso de novo. – Expliquei. – Só... – Parei de falar quando Isadora entrou na sala.
– Bom dia! – Sorriu. – Oi, Arthur... Tudo bem?
– Estava. – Respondi. – Vou apressar a Luh. Você vai com a gente, mãe?
– Vou sim, filho. – Sorri para minha mãe e saí da sala, indo para o quarto.

*

Abri a porta do quarto e Anie abraçou minhas pernas. Acariciei seus cabelos e sorri quando a pequena levantou o rosto para me olhar.

– Vou tomar café com a minha vovó. – Avisou e eu concordei.
– Tá bom, mocinha. Pode ir. – Lhe disse e ela saiu rumo à cozinha.

Anie vestia uma bermudinha jeans, com detalhe de renda na lateral de ambos os lados. Vestia uma blusa cinza com desenhos de óculos na frente. E calçava um tênis vermelho e branco, de um desenho infantil que ela tanto gostava. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo.


– Amor? Vamos logo, linda. As horas estão passando bem rápido. – Comentei fechando a porta e indo me sentar na cama.
– Só estou prendendo meu cabelo. Está um calor, você não acha? – Lua disse lá do banheiro.
– Sim. Está bem quente. – Concordei.
– Minha mãe vai com a gente... – Comecei a falar.
– Que bom! – Lua pareceu contente.

Sua voz estava mais perto e eu virei o rosto para olhá-la. Parando um pouco, a bermuda que Lua vestia estava curta demais. Muito. Curta. Semicerrei os olhos.

– Ooow! Essa bermuda... – Tentei explicar.
– O que tem ela? – Lua me interrompeu colocando as mãos na cintura e erguendo uma sobrancelha. Tais gestos me irritavam.
– Está curta! – Me controlei para não soar grosseiro.
– Está nada. – Ela deu de ombros.

A bermuda era jeans desfiada nas laterais, e a bainha era dobrada. Lua vestia uma blusa manga comprida na cor branca, a parte da frete da roupa estava por dentro da bermuda. E ela calçava um tênis branco e azul marinho. Estava linda como sempre. Porém, a bermuda era curta.


– Troca a bermuda, linda. – Acrescentei para suavizar meu pedido e Lua voltou a me encarar.
– O quê? Não vou trocar nada. Você vai estar comigo. Não vejo nenhum problema. – Reclamou. No entanto, decidida a não trocar a peça de roupa e disso eu já sabia.
– Por isso mesmo. Não quero nem um homem tendo pensamentos perversos ao ver você com essa roupa. – Falei e ela deu uma risada me provocando.
– Não vem bancar o marido machista. – Avisou.
– Não sou machista! – Retruquei.
– É isso que você está sendo agora.
– Claro que não. Só não... não quero que use essa bermuda. – Suspirei.
– Você não gostou dela, meu amor? – Perguntou fazendo um biquinho e caminhou ficando entre minhas pernas. Segurou meu rosto e beijou meus lábios.
– Não. Não para sair por aí. Embora você esteja linda. – Respondi.
– Obrigado! Mas mesmo assim eu não vou tirar.
– O que custa?
– Arthur – ela se afastou. – Eu tenho direito de usar a roupa que eu quiser. – Me disse.
– Eu sei. – Bufei.
– Pois é, mas não é o que parece. – Me lembrou.
– Não quero ser um marido do tempo das cavernas, mas você podia me ouvir de vez em quando, para variar. – Comentei me levantando da cama.
– Sua atitude está sendo idiota.
– Cuidar do que é meu, é sinônimo de idiotice?
– Do que é seu? – Provocou.
– Sim. Você é minha. Só para te lembrar, caso tenha esquecido. – Repeti.
– Muito possessivo. – Riu se passando o perfume.
– Mais do que você possa imaginar. – Revelei.
– Não vou trocar a bermuda, desiste. – Avisou.
– Às vezes você nem parece uma advogada. – Murmurei revirando os olhos.
– Só que agora eu não estou de trabalho. – Me lembrou.
– Eu sei. – Retruquei. – Mas você não precisa se vestir assim. Não é que fique feio, porque você sabe que não fica. É só que eu não gosto.
– O que você quer dizer com isso?
– Que você podia trocar a bermuda. – Insistir.
– Sou bem grandinha, Arthur. Pode parar com esse papo. Se eu tivesse parecendo uma puta ou algo perto disso, eu jamais sairia com essa roupa. Você já devia saber disso. – Falou irritada e eu arregalei os olhos, um pouco chocado com a observação dela.
– Não falei isso. Nem de longe pensei tal coisa. – Expliquei. – Você não está parecendo uma puta. Eu só estou com ciúmes. – Admiti. – Odeio quando você chega à essas conclusões absurdas. Reclamei da bermuda, eu estou achando que está sim, curta. Os homens vão ficar olhando. Não gosto de saber disso.
– Mas é o que está parecendo.
– Não quis falar isso. Você sabe! – Exclamei irritado. Não quero brigar com Lua por causa de uma bermudinha. Mesmo sabendo que estamos caminhando para isso.
– Não quero discutir Arthur. – Começou. – Se eu trocar de roupa, não vou à lugar nenhum. – Completou.
– Não precisa disso. – Desistir. – Eu também não quero brigar. Pode ir com a roupa que quiser.
– É claro que eu vou. – Lua me olhou através do espelho e sorriu. Bufei.
– Você é muito chata, Lua. Mandona e chata. – Acrescentei. Ela riu.
– Mandona? Se era você que estava todo autoritário ainda há pouco. – Me lembrou.
– E não adiantou de nada. – A encarei.
– Não é como se eu obedecesse você. – Comentou.
– Você nem sabe o que significa obedecer. – Comentei e nós acabamos rindo. – E nem é isso. Você podia ao menos me escutar.
– Seria a mesma coisa.
– Não. Eu não precisaria mandar. Só pedir. É diferente. – Expliquei. – E eu não quis ofender...
– Eu sei, amor. Vamos acabar com esse papo. Ok?
– Ok. Ok... – Ergui as mãos na altura do peito, em sinal de trégua. – Vamos logo, ou minha mãe não vai acreditar que não estamos tentando fazer outro filho. – Pisquei e Lua sorriu sem mostrar os dentes.
– Tá. Vamos! – Me disse pegando uma bolsa preta de lado, colocando o celular, uma toalhinha, e algumas caixinhas.
– Você vai levantar remédio? – Perguntei divertido.
– A gente nunca sabe quando vai precisar, quando estamos com uma criança, certo?
– Certo. – Concordei.

Saímos do quarto e encontramos uma Anie impaciente na sala.

– Vocês demolalam! – Reclamou falando rápido, me fazendo rir.
– Demoramos só um pouco. Culpa da sua mãe. – Apontei para Lua.
– O quê? – Perguntou incrédula. – Seu pai que veio com um papo nada a ver. – Abanou o ar. – Vamos, linda? – Convidou a filha.
– Vamos, mamãe. Vem papai! – Me chamou.
– Já vou indo amor... – Respondi.  – Céli?
– Oi, querido.
– Onde está minha mãe?
– Foi atender um telefonema. Disse que não demora.
– Ok. – Respondi me jogando no sofá. – Céli, fala para a Luh que essa bermuda está curta?! Quem sabe ela ouve você.
Arthur...
– Lua está linda, menino.
– Ela é linda, mas a bermuda Céli. – Argumentei.
– Não ligue, querida. – Ela sorriu para Lua que me lançou um olhar convencido. – E ah, eu quero me desculpar pelo comportamento de ontem da minha filha. – Célia nos olhou.
– Não precisa Céli... – Lua sorriu. –Tá tudo certo. – Completou.
– É Céli, você não precisa se desculpar. – Falei. – Bom, eu disse algumas coisas para ela também. Não que eu esteja me desculpando.
– Arthur! – Lua exclamou baixo, chamando minha atenção.
– O quê?!
– Não, não, tudo bem Lua. – Célia sorriu carinhosamente.
– Vamos?! – Minha mãe entrou na sala falando.
– Vamos. – Me levantei e minha mãe caminhou para fora. – Vamos linda? – Chamei Lua e abracei por trás. – Eu esqueci de elogiar, você está muito cheirosa.
– Obrigado, amor. – Ela sorriu agradecida.

Pov Lua

– Onde nós vamos, mãe? – Arthur perguntou apertando Anie em seu colo. E a pequena começou a rir com as cócegas que a barba por fazer dele causavam. – Shhhh... – Pediu rindo junto com a filha.
– Tem Manchester Art Gallery...
– Eu não curto muito arte, mãe. Mas se a Luh quiser ir, a gente vai. – Ele deu de ombros e me olhou. – Você não vai gostar também amor. – Ele olhou para a filha e piscou um olho, fazendo a mesma tentar imitá-lo.
– Manchester Police Museum... – Arthur interrompeu a mãe.
– A gente pode ir lá. – Comentou e bateu na mão da filha “soquinhos”.
– Só abre às terças, Arthur.
– Por que a senhora falou na possibilidade então?
– Você não deixou eu terminar de falar. – Laura se justificou.
– National Football Museum, você é fanático por futebol, vai adorar. – Minha sogra ironizou. Comecei a rir e Arthur fez uma careta.
– Nossa, vocês me matam de rir ha ha ha – Falou sem vontade.
– Arthur só sabe quando é gol porque anunciam. – Comentei rindo.
– Nossa, Lua. Que bela esposa e amiga você é. – Comentou sarcástico e eu lhe deu empurrãozinho.
– Eu não estou mentindo. – Disse ainda rindo.
– Eu entendo sim de futebol, todo homem entende. – Se defendeu.
– Você é um homem moderno, amor.
– Não enche, Luh! – Ele exclamou se fingindo de irritado.
– Te amo! – Falei depositando um beijo em sua bochecha.
– Eu também amo você. – Arthur virou o rosto para me dar um selinho. – Tá, mãe. Vamos para o museu do futebol. Vou esfregar na cara da minha linda esposa o quanto eu sei de bolas e essas coisas. – Comentou sorrindo maroto.
– Seu filho é tão pervertido, Laura.
– Como se você realmente estivesse ofendida. – Murmurou rindo. Lhe dei um tapa na coxa.
– Eu não o criei assim. – Laura justificou, concentrada no trânsito. Uma vez que era ela quem estava dirigindo.
– Isso é o tipo de coisa que a gente não aprende em casa, mãe.
– Vamos tomar milk shake? – Anie perguntou enquanto segurava com as duas mãozinhas o rosto do pai, para que ele prestasse atenção ao pedido dela.
– Minha filha parece uma morta de fome, mas aí eu lembro que ela é apenas uma criança em fase de crescimento. – Comentou todo sério, encarando a pequena. Me fazendo segurar o riso ao – contrário de Laura – ver a cara que Anie fez.
– Não estou morrendo de fome. – Respondeu zangada. – Só gosto de milk shake de chocolate, pai. – Anie cruzou os braços.
– Vamos tomar filha, tá bom? – Arthur tentou fazer a pequena sorrir. – É longe o museu, mãe?
– Já estamos quase chegando Arthur. – Laura respondeu.
– Se estivéssemos sozinhos, estaríamos fazendo outras coisas. – Arthur cochichou no meu ouvido. Me fazendo revirar os olhos e segurar o riso. – Sim, você também reviraria os olhos. – Sussurrou mordendo rapidamente meu ombro.
– Deixa de ser implicante. – Reclamei.
– Não estou implicando com você. – Retrucou. Mas logo se aquietou.

Vinte minutos depois, Laura estacionou próximo ao museu e fizemos uma pequena caminhada que não durou nem quatro minutos, até adentrar ao National Football Museum. O local era ainda maior quando visto por dentro. Tinha galeria com camisas e chuteiras de jogadores antigos, que ajudaram a construir a história do futebol. Fotos enormes de jogadores espalhas por todo canto, telões que ajudavam você a entender um pouco da história. Tem uma galeria que você tentar acertar alguns chutes, você se diverte brincando com a imagem dos jogadores que estão presos no telão – Anie e Arthur se divertiram nessa sala –. Tem medalhas e troféus, um lugar bem interessante para quem ama futebol – bem diferente de mim.

Em seguida fomos ao Royal Exchenge Theatre, e logo após, em Castlefield – a visita que eu mais gostei, e curtir. Anie não largou Arthur, os dois viviam rindo e cochichando enquanto eu e Laura observávamos e conversávamos sobre os pontos turísticos.

A nossa próxima parada, foi em uma lanchonete. Anie quis – e fez birra – um milk shake de chocolate com calda de chocolate, acompanhados de uns cupcakes também de chocolate e coberturas coloridas. Preferi não contraria-la. Pedi um hamburger com batata-frita, e um milk shake de Ovomaltine. Laura pediu um sanduíche integral de franco, e suco de maracujá. Já Arthur, pediu uma porção de batata-frita, com vitamina de frutas – ele é meio diferente escolhendo uma bebida saudável para acompanhar uma porção de frituras. Preferi não questionar.

– Matou sua vontade de comer doces de chocolate, amor? – Arthur lhe perguntou.
– Uhum... – Anie murmurou e balançou a cabeça.
– Anie mamou até quantos anos, Lua? – Lauro me perguntou e eu voltei o olhar para ela.
– Um ano e seis meses. – Respondi agora olhando para a pequena, que Arthur tentava fazer cócegas. – Ela foi deixando por ela mesma. – Expliquei.
– Então foi mais fácil?
– Uhm... Eu não tive problemas quanto a isso, e nem fiz aqueles remédios e coisas que algumas mães fazem para tirar o filho da mama. – Respondi.
– Você continuou com a rotina das mamadas mesmo depois que voltou ao trabalho?
– Nos dois primeiros meses, sim. Ryan disse que eu podia vim para casa de 3h em 3h se precisasse.
– Ryan é um chefe muito bonzinho, mãe. – Arthur ironizou.
– Arthur implica demais com ele. – Comentei e Laura riu.
– O ideal é até dois anos, por isso perguntei. É assim que orientamos as mães. Bom, existe exceções, as vezes os bebês não querem mais. Ou as mães deixam de produzir o leite.
– No nosso caso, a Anie não quis mais. – Falei. – Lídia, a médica que me acompanhou na gravidez e que ainda é a pediatra da Anie, explicou tudo isso. No começo eu cheguei a achar que por conta do estresse o leite diminuiria – era tão bom relembrar essa fase – Quando Anie começou a espaçar as mamadas, eu não vinha mais na hora do almoço e ela só mamava quando eu chegava em casa, às 17h. Eu chegava exausta, e ela não me dava um tempo. – Ri e Arthur me acompanhou. Anie estava entretida demais com o celular do pai em mãos, para prestar atenção de que estávamos falando dela.
– Lua mal abria a porta, acho que Anie tinha um sensor para perceber a chegada da mãe. – Arthur começou a falar. – Ela começou a querer andar com onze meses, e era engraçado ver ela trocando os passos até a porta para encontrar a Luh. – Arthur finalizou com um sorriso.
– Todos os dias era a mesma coisa... – Completei.
– Sim, a mesma cena. – Ele se lembrou. E apertou a filha nos braços, lhe dando um beijo estalado na bochecha.
– Eu sempre conversava com ela, quando Anie estava perto de completar 1 ano e 5 meses, que ela já era uma mocinha, e que mocinhas não mamavam. Achei que seria bem mais difícil tirá-la da mama. Então decidi a começar prepará-la. – Ri, fazendo Laura rir junto.
– Arthur mamou até 2 anos e 1 mês. Ele era bem guloso, mesmo.
– Mãe! – Ele exclamou revirando os olhos. – A Lua não precisa saber disso. – Completou. Me diverti com o visível constrangimento dele.
– Não estou falando nada de mais, meu filho. – Laura se defendeu. – Você continuou com muito leite depois? – Ela voltou a me olhar.
– Nas duas primeiras semanas sim. Porque Anie não quis mais de jeito nenhum. – Expliquei. – Era bem ruim, porque meus seios ficavam bastante doloridos e o leite era todo descartado. – Arthur me interrompeu.
– Eu até me oferecia para ajudá-la com isso, mas Luh sempre recusava. – Comentou me olhando. Senti minhas bochechas esquentarem. Laura abafou um riso.
– Arthur, por favor... – Tentei falar mais alguma coisa, mas ele começou a rir.

A visão de Arthur envolvendo meus seios com a boca, invadiu minha mente em uma hora bem imprópria, às 14h30 da tarde, numa lanchonete no centro de Manchester. Com a minha sogra ao lado, e a minha filha adormecida no colo do homem que acabou de me deixar sem graça com mais um de seus comentários de duplo sentido – ou qualquer outra coisa que siga essa linha.

Ele sempre ficava me provocando, uma vez que eu não me sentia muito à vontade para deixa-lo me dar prazer daquela maneira – quando ainda estava amamentando. Não que eu não soubesse diferenciar quando era minha filha, ou quando era Arthur. Era bem incomodo saber e sentir que saia leite – isso quando eu não o tirava manualmente antes de ter relações com Arthur. Já sabendo que onde e como ele começava as preliminares, mas as vezes não dava tempo.

Me lembro que a primeira vez que isso aconteceu, foi quando Anie tinha 4 meses. Eu estava bem estressada porque ela estava acordando de 2h em 2h. E eu morrendo de sono comecei a reclamar que queria dormir. Arthur disse que tinha uma forma de acabar com esse meu estresse, antes que nossa filha resolvesse acordar novamente. Foi tudo bem rápido, nem tive tempo para falar nada. Arthur já estava sobre mim, e suas mãos não perderam tempo quando abriram meu sutiã. Ele sorriu, e eu senti o leite começar a escorrer. Fechei os olhos não acreditando no que ele faria, quando abaixou a cabeça, e levou os lábios na direção de um dos meus seios.

Sua primeira reação foi uma careta divertida, junto da frase “Não sei porque bebês gostam tanto desse leite. Não é a coisa mais gostosa do mundo.”  E depois comentou que não era tão ruim que ele não pudesse tomar também. Confesso que fiquei um pouco constrangida, mas quando seu dedos foram parar no meio das minhas pernas, eu tinha outra coisa com que me preocupar: Não gemer tão alto.

– Para! Você é insuportável e muito intrometido. – Reclamei aborrecida e ele se desculpou me jogando um beijo.
– Eu sei que ele gosta de constranger as pessoas, a gente podia brincar de constrange-lo também, o que você acha, querida? – Laura sugeriu e Arthur lançou um olhar incrédulo para a mãe.
– Boa mãe você. – Reclamou ele. – Não fico constrangido tão fácil. Sou bem cínico. – Admitiu.
– Ainda bem que você sabe disso. – Falei.
– E você também. – Ele retrucou.
– Papai?
– Oi, lindinha. – Respondeu olhando para a filha.
– Eu quelo dormi, posso? – A menina pediu manhosa.
– Claro que pode. – Arthur sorriu fazendo um carinho nas costas da filha. – Você quer dormir no meu colo, ou no colo da sua mãe, hum?
– Você ainda pergunta? – Perguntei irônica.
– Aqui! – Anie exclamou colocando uma perna de cada lado da cintura de Arthur, e encostando a cabeça no ombro do pai, abraçando ele pelo pescoço.
– Tudo bem... – Ele riu baixinho e colocou os braços em volta da cintura da filha, para segurá-la.
– Um grude. – Laura comentou.
– Demais. – Murmurei.
– Lua morre de ciúmes que eu sei. – Arthur implicou, beijando os cabelos da filha.
– Não tenho ciúmes. – Mostrei língua. – Tenho até que admitir que você é um pai maravilhoso. – Elogiei e Arthur me encarou com um sorriso discreto.
– Eu sempre soube que ele seria. – Laura disse. E ele olhou para a mãe sorrindo também. Suas bochechas ganharam um tom visível de vermelho. Era engraçado vê-lo sem graça. Arthur sempre ficava sem saber o que falar.
– É tão lindo vê-lo de bochechas coradas. – Ri divertida e ele voltou a me olhar.
– Luh, pode parar! – Pediu tentando parecer sério.
– Tá vendo como é chato? – Provoquei.
– Muita mulher junta não dá certo. – Disse ele, nos fazendo ri. – Preciso ir ao banheiro. – Avisou e se ajeitou. – Segura a Anie, amor. – Me disse. E eu me ajeitei, enquanto ele levantava com cuidado da cadeira e colocava a pequena em meu colo.

Antes que ele chegasse ao banheiro, parou mais de quatro vezes para tirar fotos e dar autógrafos nos lencinhos de papel, para alguns fãs e admiradores que estavam no local.

– Você não se incomoda? – Ouvi Laura perguntar, e só então percebi, que estava olhando na direção de Arthur desde o momento em que ele deixou Anie em meu colo.
– Eu acabei me acostumando. – Respondi.
– Esse era um dos motives pelo qual eu queria que ele tivesse um emprego normal. – Ela frisou a última palavra. – A pessoa não tem mais privacidade.
– Arthur é feliz com isso. – O defendi.
– Não que eu duvide. – Ela me disse.
– Não quero que briguem por causa disso de novo. – Falei.
– E não vamos. – Laura garantiu.

Arthur voltou do banheiro quase 5min depois e colocou as mãos em meu ombro.

– Vamos? Estou um pouco cansado. Quero imitar minha filha. – Riu ao ver que Anie seguia dormindo.
– Você tá ficando sedentário, meu filho. – Laura zombou.
– Modelo de sedentarismo é a Lua. Eu pelo menos ainda pulo, danço do meu jeito e perco calorias nos shows. Já ela... – Deixou a frase incompleta e beijou o topo da minha cabeça.
– Não acredito que a Lua não... – Laura começou um pouco espantada.
– Eu não pratico exercícios. – Confessei.
– Lua mais parece que você...
– O exercício que ela pratica é – fiquei tensa e um pouco desesperada com o próximo comentário de Arthur. Ele pareceu perceber e apertou carinhosamente meus ombros. – correr atrás de Anie quando ela está naqueles dias que nada a cansa. Lua fica histérica. – Ele riu.
– Seu filho contribui bastante para isso. Ele ama quando Anie me tira do sério. Acho que eles até combinam isso.
– Não duvide, Arthur é imprevisível.
– Mãe. Mãe. Vamos logo, me dar a Anie. – Ele tentou carrega-la. Mas a pequena me abraçou mais forte e resmungou uma frase incoerente, nós fazendo rir. – Bom, eu acho que agora ela só quer você. – Arthur me disse. E eu assenti.

Ele pagou a conta e eu me levantei com Anie em meu colo, seguindo Laura até a saída. Arthur estava ao meu lado, e segurava a minha bolsa e a toalhinha de Anie.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

N/A: Espero que tenham gostado do capítulo. Não deixem de comentar.

Ontem o domingo foi bem corrido por conta de uma festa surpresa que teve aqui. Não deu tempo de terminar o capítulo – estou com uma cólica bem fdp. Vocês devem saber como é isso :( Enfim, aqui está o cap.

Comentem sobre o que acharam dos looks, tá ok?

PS: Eu acabei esquendo de comentar que a parte do National Football Museum é dedicado a Brenda – aquela vaca farjuta. Pois foi ela quem escolheu Manchester. E nada mais justo do que dedicar um parágrafo todinho de futebol, para uma louca, apaixonada por futebol <3 love u haha

Um beijo, e até breve!

Boa semana a todos!

19 comentários:

  1. Olha eu aqui.. Primeiraa 👆
    Nem preciso dizer o quanto amo essa web e o quão anciosa eu fico por cada cap e mais apaixonada ainda depois de ler. Bjoss Milly continue escrevendo maravilhosamente bem 😘

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    1. Rafa <3 Obrigada por todo carinho! kkkk Não mesmo, sei que você é uma viciada em Little Anie <3 e fico feliz.

      Beijos!

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  2. 😂😂😂 Arthur adora tirar Lua do sério
    Anie é a boneca mais fofa que ja nessa vida mix perfeito dos pais.
    Essa Isadora tem que procurar o rumo dela --,
    Perfeito capitulo Milly 😍😙

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    1. Arthur sem implicância, não é Arthur kkkkkk Concorda, Danni?
      Anie é a fofura em pessoa <3
      Isadora uma ridicula, aff, não se orienta!

      Muito obrigada, Danni! :D

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    2. De fato não seria ele mesmo kkkk....
      Eu quero ela pra mim kkkk
      deveria ou então se fosse preciso alguem tipo Lua pra por ela no lugar dela. Se bem que Arthur ja fez isso.
      De nadaa flôr 💜. Adoroo por demais sua fic ;*

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  3. Melhor web que já li
    Amei os looks deles
    Mas lindo o thur com ciúmes do shorte curto da lua kkkkkkk
    By'Anna

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  4. Anie como sempre uma fofa 😍😍😍 Arthur como sempre adora deixa a Lua Constrangida hahhAhhA ... Eles vão conseguir ter outro Baby ??? Mesmo com o problema da Lua ???? Eles podiam ter

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    1. Anie fofa sempre <3 chega dá vontade de apertá-la haha
      Arthur ama deixar as pessoas constrangidas mesmo kkkkkkkk Depois reclama quando fazem o mesmo com ele.
      Não :( não terão outro bebê </3 Vou acabar a fic só com a Anie mesmo.

      Beijos!

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  5. Amei os looks,principalmente o da Lua.Acho tão fofo quando a Anie troca o R pelo L,da vontade de apertaaarrr ela,ahh minha mão até coça,ela é mt fofa.Adorei o capítulo.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Anie falando é tão fofa *--*. Arthur ciumento kkkkk Lua tava linda ( e os outros looks também!), ele só provoca ela e gosta de deixar ela sem graça na frente dos outros kkk
    Helena

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  8. Cara.. Essa web é tão fofa. O Arthur, a Lua, a Anie, forma uma família tão linda. Sou completamente apaixonada por cada capítulo dessa web sem deixar faltar um.

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  9. Nossa web cada vez mais maravilhosa!! Agora foi a vez do Arthur ficar com ciúmes kkk, essa família é tão fofa ♥♥!!

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  10. Amei o cap!! Anie é um amozinho e o Arthur adora deixa a lua sem graça!! Já quero próximo cap!! Taty

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  11. arthur é um louco , ama deixar a lua sem graça, esse safado kkkkkk. Anie é um amor ,uma princesa ,uma fofa mesmo .acho q deveria ter alguns capitulos de lua com Ryan. o arthur ficaria morto de ciúmes rsrsrsrs . Xx adaline

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  12. Amei o cap, só acho que deveria ter mais momentos mais romântico entre lua e arthur sair só os dois pra jantar. Carla

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    1. De certa forma, você adivinhou o proximo cap sem querer haha, Carla :D

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    2. Haha sério? Quando vai ser o próximo cap? Carla

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