8 Segundos
Capítulo 9:
Arthur
Aquela garota queria me provocar. Droga! Ela estava conseguindo. Sua saia mal
cobria a bunda e, para completar, as botas e o colete a deixaram com cara de
potranca safada. Porra! Ela estava extremamente gostosa e era nova no pedaço, o
que me intrigava mais ainda. Mas a personalidade da Lua não me descia e eu não
queria manter esse tipo de envolvimento com ela.
— Oito segundos? — ela perguntou, atrevida. — Será que
é capaz de cumprir essa promessa, peão? — Ainda segurava sua cintura e, em um movimento rápido,
eu a virei de costas e colei em sua bunda. Tenho certeza de que ela podia
sentir quanto havia me afetado e quanto eu poderia cumprir minha promessa.
Comecei a dançar com ela grudada em mim. Conforme a música tocava, nossos corpos
se mexiam em uma sintonia deliciosa. Cristal sabia dançar e estava me deixando
louco com aqueles movimentos lentos. Precisava me afastar daquela garota, ela
significava problema com P maiúsculo, mas vai falar isso para o meu amigo já
duro como uma rocha... Tentei soltá-la, mas senti suas mãos apertando as minhas
em sua cintura.
— Dessa vez, não. — ela sussurrou. Sua bunda roçava em
mim, me deixando ainda mais excitado, e eu não tinha forças suficientes para me
livrar de seu corpo. Merda! Ela era uma garota em uma missão, e eu estava
caindo como um patinho. Naquele momento, eu nem havia percebido que o show
estava começando. O vocalista da banda iniciou com um cover do Blake Shelton.
Lua estava em meus braços e eu fiquei sem reação. As pessoas se aproximavam do
palco e começaram a dançar de forma sincronizada. O bar da Raquel tinha a
influência da música americana, e o country predominava.
Tonight I gotta cut loose, footloose Kick off your
Sunday shoes Please, Louise, pull me off of my knees Jack, get back, come on
before we crack Lose your blues everybody cut footloose
“Footloose" — Blake Shelton
— Vamos lá, mano? — Mel me chamou e eu consegui tirar as minhas mãos da
cintura da Cristal, que virou e me olhou, abaixando os olhos e encarando o
volume no meu jeans. Com um sorrisinho malicioso de quem tinha ganhado a
batalha, ela piscou para mim e andou até o bar. Sem reação, eu a olhei enquanto
ela caminhava balançando aquela bunda gostosa. Sentou se em uma banqueta e
pediu uma cerveja. Mel me arrastava pela mão, me levando para o meio da pista
de dança. Eu segui o fluxo, mas meus olhos ainda estavam presos naquela garota
misteriosa. Ela levantou a garrafa de cerveja em minha direção como se
estivesse brindando. Se eu não entendia as mulheres, com a chegada da Cristal
minha cabeça realmente deu um nó. Primeiro, ela se mostrou uma patricinha
mimada e fútil; depois, se revelou uma mulher de atitude e com pegada. Porra!
Vou enlouquecer. Sacudi a cabeça para afastar aqueles pensamentos e me
concentrei na música. Sempre adorei dançar e, modéstia à parte, fazia isso
muito bem. Já peguei muita mulher dançando agarradinho. Elas não resistiam à
fungada no cangote do garotão aqui. Acompanhei Mel nos passos e todos nós
dançamos uma mesma coreografia. Chay apareceu do lado da minha prima e seguiu
nossos passos. Ele também dançava muito — melhor que eu, na verdade, mas isso
não precisa se espalhar. Entre palmas, passos cruzados e botas no chão, o show
continuava. Passei os olhos pelo bar e meus movimentos se tornaram mais lentos,
quase parando. Percebi que Lua não estava no lugar de antes. Perdi todo o ritmo
da música e quase tropecei na Mel, que me olhou com uma careta, mas não parou
de dançar. Procurei Lua até reencontrá-la nos braços do Henrique. Porra! Ele
também não perdoava uma. E a Lua com aquela cara de santinha do pau oco: havia
poucos minutos estava se esfregando em mim, e já tinha achado outro poleiro
onde subir. Eu poderia me enganar dizendo que era influência do álcool, o que
seria uma perfeita mentira, pois eu não havia bebido nem três garrafas
inteiras. Estava mesmo era com o orgulho ferido. Coisa de homem demarcando seu
território. E Henrique estava invadindo o meu mais uma vez. Tentei ignorar
aquela cena. Fui até o bar e pedi a Raquel que me servisse mais uma cerveja.
Lua não era problema meu. Encostei no balcão e voltei minha atenção para a
pista.
Mel e Chay ainda dançavam, e parecia que a raiva que
havia tomado conta do meu amigo tinha passado, pois ele estava sorrindo como um
idiota.
— E aí, Perigoso? — Raquel falou. — Quem é a novata
com o Henrique? — perguntou curiosa. Parada na minha frente, ela ficou
aguardando uma resposta. Virei para onde Raquel olhava, e vi Henrique e Pietra
dançando de uma maneira quase inapropriada.
— Girassol. — falei antes de tomar outro gole. Raquel assentiu,
entendendo que Lua era
da fazenda onde eu trabalhava. Dois idiotas se sentaram ao meu lado, rindo e se
gabando de uma aposta que, claro, envolvia mulher. Não liguei até que ouvi um
deles dizer “novata”. Esse era um dos termos que usávamos quando nos referíamos
a alguém novo na cidade.
— Como é que é? — Virei de lado e fiquei de frente
para um deles. O cara apontou para Lua e Henrique. Assim que meus olhos voltaram na direção
dele, tive certeza de que minha raiva podia ser sentida de longe.
— Calma lá, cara. — Ele levantou as mãos e parou de
sorrir ao ver a minha cara. — Nós apostamos que o Henrique não vai conseguir
comê-la, só isso. — disse e abriu um sorriso. Minha vontade era de quebrar a
cara dele. Como podia tratar uma mulher daquela forma? Eu não era o cara mais
santo do mundo, mas também não compactuava com uma canalhice daquelas. Meus
olhos estavam fixos em Henrique, e de onde eu estava podia vê-lo sussurrar
alguma coisa no ouvido da Cristal que a fez sorrir. Não pensei duas vezes e
atravessei o salão em passos largos. Ela não sabia onde estava se enfiando e
era meu dever evitar que ela fizesse uma besteira. Henrique era um
playboyzinho, filho de um dos maiores fazendeiros da região. E, além de tudo,
meu santo não batia com o dele desde a primeira vez que eu o tinha visto.
Sempre queria competir comigo.
— Henrique? — chamei e ele se virou. Não tive tempo de
medir minhas ações. O barulho seguinte foi o da minha mão direita socando a
cara dele. Henrique se desequilibrou e caiu. Todos os que estavam próximos se
juntaram para ver o que acontecia. Com meu movimento, Lua cambaleou para o lado
e ficou encostada em uma pilastra. Seu olhar era de puro espanto. Com certeza
ela não fazia ideia do que estava passando na minha cabeça, mas, para falar a
verdade, nem eu estava entendendo porra nenhuma.
— Você ficou louco, Ranger? — Henrique perguntou,
furioso. Um de seus amigos babacas o ajudou a ficar de pé. Continuei na mesma
posição que estava, e logo Chay e praticamente todo o bar estavam olhando para
mim. Não precisava de ajuda para chutar a bunda daquele franguinho, mas toda a
redondeza me conhecia e sabia que, se eu estava metido em uma confusão, era por
um bom motivo. Mas dessa vez nem eu mesmo acreditava muito nisso.
— Eu te avisei — disse apontando o dedo no rosto dele.
Olhei para a Lua e ela estava na
mesma posição, apoiada na pilastra. Seu rosto expressava uma mistura de espanto
e raiva. Eu poderia até estar exagerando, mas, ao me lembrar da aposta, o meu
sangue fervia.
— Cara, se fosse a Mel eu entenderia! — ele começou a gritar. — Todos sabem
que você é um idiota quando se trata da sua priminha. Mas pelo que eu sei, além
dela, você não tem mais nenhuma irmã, prima ou o cacete que for. —
Já me preparava para socar a cara dele novamente,
quando senti Chay me puxar pelos ombros e me empurrar para longe.
— Calma aí, Arthur — ele dizia em um tom de voz
imponente. — Não vale a pena. — Ele tentava me convencer, mas eu ainda mantinha
Henrique no meu campo de visão.
— Desgraçado, aproveitador! — esbravejei em alto e bom
tom. Henrique não se atreveu a me responder, ele sabia que não era páreo para
mim. A verdade é que ele era um covarde que gostava de se aproveitar das
mulheres, mas, quando se tratava de enfrentar alguém do mesmo sexo, se escondia
atrás de seus amigos ou do pai.
— Acabou o show. — Escutei a voz da Raquel, e, quando
me virei, eu a vi em cima do balcão, batendo palmas enquanto gritava para a
multidão se dispersar. Me sentei em um banco e apoiei os braços no balcão. Mel
tinha arrastado Lua pelo braço, e elas
estavam sentadas um pouco distantes de mim.
— Você perdeu a porra do juízo, Arthur? Tá louco? — Chay perguntou, apontando o dedo indicador na minha cara.
— Eu perdi a cabeça! — gritei de volta para ele.
Apoiei o rosto nas mãos e tentei pensar na merda que eu tinha feito. Havia anos
eu não brigava com ninguém, e tinha que fazer isso justamente por aquela
garota.
— Lua,
volta aqui. — Escutei Mel
chamá-la e vi uma garota soltando fogo pelas ventas andando em minha direção.
Virei todo o meu corpo para sentar de lado e esperá-la chegar. Lua parou na
minha frente, colocou as mãos na cintura e ficou me olhando de forma
desafiadora.
— Quem disse para você que eu precisava de resgate...
seu... seu... — ela gaguejou. — Seu caipira idiota! — Aquela garota só podia estar de brincadeira comigo! Eu
a encarei, e Lua mudou um pouco a postura com a intensidade do meu olhar.
Respirei fundo e contei mentalmente até dez para garantir que não falaria
nenhuma besteira, pois ainda estava furioso, e ter aquela garota me provocando
não me ajudava a manter a sanidade.
— Olha aqui — eu disse, apontando o dedo em sua
direção —, aquele cara tinha feito uma aposta com os amigos, e você era o
objeto apostado. — Meu tom de voz calmo a surpreendeu. Lua ficou branca com o meu relato. Ela olhava para mim de
uma forma que me desarmava. Ao mesmo tempo que eu queria me afastar, algo que
ela trazia nos olhos me fazia ficar. Era como um ímã me atraindo cada vez mais.
— Me desculpa — pediu com um tom de voz tão baixo que
eu quase não ouvi. Para não perder a oportunidade de sair por cima daquela
situação, eu coloquei a mão curvada no ouvido e me virei em sua direção.
— Não ouvi, pode repetir? — gritei, e tenho certeza de
que a provoquei ao extremo. — Repete, por favor. — Lua estava com o rosto vermelho. Eu não saberia dizer se
era de vergonha por ter que reconhecer que estava errada ou se era de raiva por
ter que reconhecer que eu estava certo.
— Vai à merda. — Ela cuspiu em minha direção. É, acho
que ela estava com mais raiva do que vergonha. Me levantei do banco e fiquei
mais alto do que ela, mas Lua era durona e não moveu um músculo, mesmo diante
da minha expressão de raiva. Além de mimada, ela tinha aprendido a não abaixar
a cabeça para ninguém. Isso me deixava cabreiro, pois eu não conhecia nada
daquela garota e mesmo assim ela já estava virando minha cabeça do avesso com
suas atitudes. Então continuei:
— Olha aqui, se você quer abrir suas pernas pra
qualquer um, o problema é seu. — Não queria concordar, mas apesar de tudo
Henrique estava certo: Lua não era minha responsabilidade. Já tinha feito muito
entrando em uma briga para defendê-la. Passei por ela e peguei na mão da Mel,
levando-a para fora do bar. Deixei Lua para trás e dei graças aos céus por ela
não ter retrucado. Poderíamos ficar a noite toda discutindo se ela quisesse.
Tenho certeza de que ambos éramos capazes disso. Desviando das pessoas, eu
consegui chegar à saída. Olhei por cima do meu ombro e percebi que Lua nos
acompanhava. Sorte dela, pois eu não teria nenhum remorso em deixá la sozinha na
cidade.
— Eu levo vocês — Chay disse passando por mim. — Já acertei a conta de
todos. — Com a
confusão eu tinha me esquecido de passar no caixa para pagar a conta. Continuei
caminhando para o estacionamento. Ninguém havia falado uma palavra, e eu estava
começando a ficar mais calmo, então dava graças a Deus pelo silêncio. Pelo
menos assim poderia colocar a cabeça em ordem. Passei pela minha caminhonete,
verifiquei se estava bem trancada e fui em direção à que pertencia ao Chay: uma
Hilux prata que ele havia comprado poucos meses antes. Era o seu sonho de
consumo, e depois disso ele passou a pegar no meu pé para trocar a minha.
Dinheiro para isso eu tinha, mas estava satisfeito com minha jabiraca azul.
Abri a porta para Mel entrar, e, assim que ela se sentou, abri a porta do
carona e me acomodei. Chay fez o mesmo com a Lua e, segundos depois, ele já
estava ao meu lado. Como eu havia bebido, não ia insistir para dirigir, ainda
mais de cabeça quente. Coloquei o cinto de segurança e olhei para trás, me
certificando de que todos também haviam colocado. Eu era um cara muito chato em
relação a segurança, ainda mais quando envolvia pessoas que eu amava. Mel
sorriu para mim e eu devolvi de forma carinhosa. Já a Lua... Bem... Ela estava
com cara de burro amarrado, seus braços estavam cruzados e eu tive que desviar
o olhar bem rápido para não encarar o seu decote. Ela olhava pela janela e seus
olhos estavam distantes, quase inalcançáveis.
Chay ligou o som e eu reconheci a música que tocava.
Brad Paisley cantava e preenchia o silêncio constrangedor no carro.
— Vai chover. — Chay tentou iniciar uma conversa, e eu sorri, pois ele
havia escolhido o assunto mais manjado que existia: o tempo. — Cara, que merda!
Não é o momento de a soja receber chuva — ele falava em um tom divertido.
Abaixei um pouco a cabeça, olhando para o céu através do para-brisa. Chay
estava certo: o tempo estava fechado e alguns pingos grossos já caíam no vidro.
— Putz, pior que vai ser um temporal — concordei com
ele. Alguns quilômetros à frente, a chuva já começava a engrossar. A região em
que estávamos era conhecida por ser atingida por muitos raios. Pesquisas já
tinham sido feitas para verificar se algo no solo os atraía mais que em outros
locais do Brasil, mas nada foi comprovado. Eu olhava o céu se iluminar com os
raios e me lembrava de quando era criança. Minha mãe sempre se deitava em minha
cama quando havia temporais assim. Ela dizia que era para eu não sentir medo,
mas mesmo pequeno eu sabia que ela tinha fobia de chuva. Eu a deixava acreditar
naquela história e lhe fazia companhia até a chuva passar. Meu pai era
representante comercial e vivia viajando, então eu me achava o homem da casa.
— Chay,
cuidado! — Mel gritou e meu
corpo foi arremessado para a frente com a freada brusca. Eu me sentei ereto
novamente e fixei os olhos à minha frente. Uma árvore havia caído e bloqueava
toda a extensão da estrada, impedindo qualquer coisa de atravessar.
— E agora? — Chay perguntou com a respiração falha. O coitado tinha se
assustado.
— Vamos voltar — eu disse a ele e virei para os bancos
de trás. — Teremos que dormir lá em casa. — Avisei as duas e recebi um sorriso
torto da Lua. Fechei os olhos,
pois aquela noite seria longa.
N/A: O Arthur com ciúmes, será? hahahaha Lua e Arthur brigam demais, por Deus!
Alerta Spoiler, se PREPAREM o próximo capítulo ta maravilhoso e fogoso!!!
Com mais 7 comentários, posto o próximo capítulo.
Se peguem logo casal
ResponderExcluirVai da ruim isso
ResponderExcluirMdssss... Que capituloo loukoo, esses dois vão ser um estouroo!!! Amandoooooooo, posta o proximooo,logo o Pensei!!
ResponderExcluirEsses dois, vai acabar um inlouquecendo o outro.... Kkkkkkkkkkkkkkkkkk!! Esperando o proximooo!!
ResponderExcluirEsses dois vai acaba fazendo sexo essa noite na casa dele
ResponderExcluirEita, eles vão ser um casal bem fogoso! Estou ansiosa!
ResponderExcluirEita arthur ciúmes da lua!
ResponderExcluirMt bom! Quero mais
ResponderExcluirQue caliente esses dois ss... Muito louco o!! Querendo oi maiss urgente e!!
ResponderExcluirNoooossa.. magina a tentação que vai ser esses dois na msm casa kk vai chover e provocação
ResponderExcluirKkkk aii que delicia,o Arthur fico morrendo de ciúmes kkk.O próximo capítulo promete kkk
ResponderExcluirAmeiiiii , eita que esses dois são.muito fogosos em, posta massss
ResponderExcluirPosta logo amore :3
ResponderExcluirAmando essa web
Lucyanna
Putz que isso ♥♥♥
ResponderExcluirArthur ciumento. Quero só ver esse próximo cap na casa dele!! Lua provoca demais.
ResponderExcluirHelena
Humm esses dois na Mesma Casa Não vai presta hahaha...
ResponderExcluirChama o Bombeiro kkkk