8 Segundos - CAP. 8

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8 Segundos


Capítulo 8: 


Lua

— Melanie, me conta um pouco mais sobre o seu primo — pedi, mas nem sabia por quê. Na verdade eu sabia, mas não deixaria que ela descobrisse que o caipira tinha me atraído.

— O que você quer saber? — ela me perguntou um pouco surpresa. Me sentei em uma cadeira ao lado dela, e, antes que eu pudesse filtrá-las, as palavras saíram da minha boca.
— Ele tem namorada? Putz! Ela vai desconfiar. Melanie me olhou confusa, e eu achei que ela não me responderia.
— Sim e não! — exclamou olhando para o nada. Então o estado de confusão mudou de lado, e era eu quem estava perdida na história.
— Como assim? — continuei o questionamento.
Arthur não namora, mas todas as mulheres da região o namoram. — Deu de ombros. Excelente! Esclareceu tudo. Melanie notou meu olhar perdido e continuou. — É o seguinte: hoje à noite você vai descobrir por que nenhuma mulher viva, dos 15 aos 70 anos, consegue resistir ao Arthur. 
Senti que estava encrencada.

**
Depois das palavras da Melanie fiquei ainda mais animada para aquela noite. Não estava muito interessada no que iria acontecer no bar, desde que Arthur estivesse lá. Comecei a me arrumar logo cedo, queria estar deslumbrante. Arthur sentiria na pele o que tinha me feito durante a tarde. Eu ainda estava furiosa pelo quase beijo. Filho da mãe. Lavei meus cabelos e deixei que secassem ao natural. Tinha sorte de tê-los ondulados, assim eles ficaram bonitos sem precisar de muita coisa. Escolhi um vestido preto todo em paetê e sandálias altíssimas vermelhas da Manolo Blahnik. Uma bolsa de mão da Victor Hugo completava meu look. Ouvi uma batida na porta e previ que seria a Melanie, pois já estava no horário marcado. Eu não via a hora de estar cara a cara com o Arthur novamente. Daquela noite, ele não me escaparia. Abri a porta e causei a reação esperada. Ela ficou de boca aberta. Modéstia à parte, eu sabia me produzir.
— Onde você pensa que vai vestida assim? — perguntou apontando para minha roupa. Dei uma volta para que ela pudesse apreciar melhor meu modelito.  — Mas nem a pau que você vai sair comigo vestida assim — ela disse assim que eu parei em sua frente novamente. Mel estava usando um jeans preto colado ao corpo, uma camisa xadrez em tons de rosa e, como sempre, botas. Estava até bonitinha, mas eu não entendi o que ela queria dizer com aquele comentário.
— Como? — perguntei confusa. Coloquei as mãos na cintura e fiquei aguardando uma resposta. Mas ela não me respondeu, pelo contrário: passou por mim e abriu as portas do armário. Fiquei de boca aberta com a audácia daquela garota.
— Sério? — Ela levantou o olhar, me questionando. — Nenhuma camisa, jeans, sapatilha ou bota? — perguntou, tirando os meus saltos do armário. Dei alguns passos em sua direção e peguei as sandálias de suas mãos. Guardei tudo de volta com muito carinho. Se havia uma coisa da qual tinha ciúme, era dos meus sapatos. Mexa neles que viro uma fera.
— Olha aqui, Melanie — eu disse virando para ela —, esses sapatos são importados, então tome cuidado. — Ela ainda me olhava como se não acreditasse no que estava acontecendo e, em seguida, saiu do quarto resmungando algo que não consegui entender muito bem. Fiquei no mesmo lugar, aguardando o seu acesso de loucura passar. Melanie voltou minutos depois, com algumas roupas na mão, e jogou tudo na cama. Levantei peça por peça. Primeiro uma saia jeans curta, depois uma baby look básica e, por último, um colete que imitava couro. Enquanto eu analisava as roupas, levei um susto ao ver a garota jogando um par de botas ao lado da cama. — Você acha que eu vou vestir isso? — Segurei o colete com as pontas dos dedos e ela me olhou com uma careta de dar medo.
— De preferência rápido, pois o Chay já está nos esperando. — Respondeu balançando a cabeça. Então, cruzou os braços e ficou batendo o pé no chão, impaciente.
— Eu não vou vestir isso — tentei explicar, mas foi em vão. Melanie pegou as roupas que estavam na cama e empurrou nos meus braços.
— Te dou dois minutos. — ela disse, já saindo e batendo a porta com força. Fiquei alguns segundos olhando para a porta fechada até perceber que não tinha escapatória. Se não pode vencê-los, junte-se a eles. Tirei o vestido perfeito e o deixei na cama. Vesti a roupa que a Mel emprestou e me olhei no espelho. Tudo serviu bem, ela e eu tínhamos o mesmo tipo de corpo. Mas não tínhamos o mesmo tamanho; ou seja, a saia ficou muito curta, já que eu era alguns centímetros mais alta. Abri a porta e a vi encostada na parede, me aguardando.
— Satisfeita? — perguntei assim que saí do quarto. Depois de dar uma boa verificada na minha roupa, ela assoviou. Revirei os olhos e desci as escadas antes mesmo que ela pudesse falar qualquer coisa. Ou eu saía logo ou desistiria de ir àquele maldito show, cover, circo, sei lá o que era. Assim que saí pela porta de casa, dei de cara com um cara lindo. Sério! Se eu soubesse que tinha tantos tesouros assim na fazenda, eu já teria ido com minha pá escavar muito antes. Primeiro Arthur e depois aquele deus grego. Dei meu sorriso mais sexy, porém o cara passou por mim, me dando um sorriso amarelo, e subiu alguns degraus. Dei meia-volta e percebi o motivo de ele mal ter me notado: o gatinho praticamente babava pela Mel, e eu pude ver pelo brilho dos olhos dela que ele era correspondido.
Chay, essa é a Lua. — ela me apresentou e eu o cumprimentei.
— Oi — respondi impaciente, pois sabia que daquele mato não ia sair coelho. Chay apertou minha mão, mas praticamente nem me olhou. Seus olhos ainda estavam concentrados na Melanie. — Vamos? — completei. Os dois saíram do transe e passaram por mim. Eu os segui até uma grande caminhonete — pelo menos ele tinha bom gosto para carro. Realmente a cidade não era muito longe. Quando fui para a fazenda estava tão irritada com meu pai que nem prestei atenção na estrada e no tempo que levava até lá.
Chegamos ao bar e eu pude perceber que a Melanie não estava brincando quando disse que todo mundo estaria lá. O lugar estava lotado. Eu podia ouvir a música alta mesmo antes de entrar. Confesso que o bar até que tinha o seu charme. O estilo era rústico e não me pareceu uma espelunca de interior. As portas da entrada me fizeram lembrar os filmes antigos de faroeste a que eu assistia com o meu pai quando criança. Apesar de o lugar estar cheio, assim que entramos avistamos o Arthur. Melanie gritou seu nome e ele olhou em nossa direção. Meu Deus! Eu estava virando uma tarada por homens com calça apertada, pois assim que eu o vi senti uma coisa estranha no meu estômago. Arthur sorriu para uma loira periguete que estava do lado dele e caminhou em nossa direção.
— UAU! Mel fez um belo trabalho. — ele disse apontando a garrafa de cerveja em minha direção. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, um cara bateu em suas costas para cumprimentá-lo e ele virou para retribuir. Puta merda! Minha mão estava coçando de vontade de pegar naquela bunda. Aquele jeans estava mais perfeito do que o que ele usava pela manhã. Modelava perfeitamente todo o seu corpo. Gostosinho demais!
Lua — Melanie chamou, me fazendo desviar os olhos para ela. — Vamos até o bar? — ela completou apontando para o balcão que ficava um pouco à esquerda.
— Claro — respondi, e caminhei com eles até o local. Arthur ficou conversando com o amigo. De vez em quando, eu o pegava olhando em minha direção, mas logo ele virava o rosto tentando disfarçar. Te peguei, peão!
— O que cê vai beber, Lua? — Chay perguntou apontando para uma mulher atrás do balcão. A mulher era linda, uma morena de curvas estonteantes. Confesso que reparei em sua beleza com um pouco de inveja, queria ter aquela cintura. Como Chay ainda me encarava, esperando minha resposta, fiz o meu pedido. Estava pronta para pedir um prosecco, quando notei que todo mundo bebia cerveja. Então, optei pelo mesmo, até porque duvidava que tivesse outra coisa naquele lugar. Chay me entregou uma garrafa de Budweiser — pelo menos era da marca a que eu estava habituada. Mel ergueu sua garrafa e nós brindamos. Estava começando a gostar daquela garota. Uma música animada tocava e eu não fazia a mínima ideia de quem cantava. Não estava acostumada a ouvir música country, mas tinha que confessar que a batida era legal.
— Vamos, Lua! — Mel gritou por cima da música e saiu me arrastando pelo braço. Sem ter como protestar, me deixei ser levada até a pista de dança. Ela colocou as mãos na cintura e começou fazer passos cruzando os pés e balançando de um lado para outro. Fiquei alguns minutos observando os movimentos e logo depois comecei a acompanhá-la. Se tinha uma coisa que eu sabia fazer era dançar, mesmo não conhecendo o estilo. Dança é dança em qualquer lugar ou idioma. Comecei a me mexer e acompanhar os passos que ela fazia. Logo algumas pessoas começaram a se aproximar, inclusive muitos homens, alguns bonitos, outros nem tanto. Um carinha lindo estava ao lado da Mel e outro estava atrás de mim, acho que eles eram amigos. O que estava próximo a mim colocou a mão na minha cintura e começou a seguir meus passos. Fiquei impressionada, pois ele dançava muito bem. O carinha que estava perto da Mel fazia a mesma coisa com ela, mas logo vi que aquela história não acabaria bem. Arthur e Chay caminhavam em nossa direção com cara de poucos amigos.
— Acho que já chega, né, Rodrigo? — Arthur gritou para o coitado que dançava com a Mel. Que cara ciumento! Se eu não tivesse visto Mel e Chay praticamente se comerem com os olhos, poderia jurar que ela era mais que uma prima para o Arthur.
— Cara, você tem que relaxar — o tal do Rodrigo respondeu para o Arthur, com as mãos levantadas em sinal de rendição. O engraçado foi ver o olhar do Chay na direção do garoto: ele praticamente bufava. Não consegui segurar a risada e todos acabaram voltando a atenção para mim.
— E você, Henrique? — Arthur estufou o peito em direção ao cara grudado na minha cintura. — Acabou a festa — ele completou e me puxou para ele.
— Ei! — Dei um tropeção e ele me segurou. Aproveitei para tirar uma casquinha do seu peito musculoso. Minha vontade era passar a língua por toda a extensão daquele corpo maravilhoso. Acho que estava com crise de abstinência. Não podia ver o Arthur que a palavra “sexo” piscava diante dos meus olhos. Ele percebeu que estava muito próximo a mim e me soltou. Levou à boca a garrafa que segurava e terminou de beber a cerveja.
— Você não conhece as pessoas por aqui. — ele me disse, sério. — Então, segura a sua onda. — Eu não acreditava que estava recebendo um sermão dele, no meio de todo mundo. Olhei em volta, mas percebi que quase ninguém estava prestando atenção na gente. Menos mau! Dei dois passos para a frente e me encostei no Arthur novamente, passando a mão pelo seu peito e ficando na ponta dos pés para alcançar o seu ouvido.
— E como funcionam as coisas por aqui? — perguntei em um sussurro. Senti todo o corpo dele tremer. Ainda encostada nele, deixei minha boca e deslizei a língua pelo seu pescoço. Arthur envolveu a mão na minha cintura e colou seu corpo ainda mais ao meu, o bastante para que eu sentisse sua ereção. Adorei saber que eu mexia com ele da mesma forma que ele fazia comigo. Seu cheiro de caipira já estava ficando impregnado na minha pele.
— Temos um ditado aqui no campo. — Ele se afastou um pouco e pude ver o desejo em seus olhos. — Nunca provoque um peão: ele só precisa de oito segundos para te enlouquecer.

N/A: Hoje eu to tão legal, estou até postando no final de semana. PARA TUDO! Esse ditado do Arthur é pra acabar com qualquer uma hahaha Será que é só 8 segundos mesmo? Acho que vocês vão gostar, dos próximos capítulos...


COMENTEM!!!



8 comentários:

  1. Arthur todo ciumento pra cima da Mel. Lua provoca, quero só ver esses 8 segundos que ele precisa pra enloquecer ela!

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  2. Ahhhh mdssss... Não pare agoraaa!! Poste mais uma... Socorrooooo!! To amandoooooooo essa webb!!! Não nos deixe nessa agonia!!

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  3. Arrasou 8 segundos pra ela ficou louca!

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  4. Alguém conta pra ele Q n precisa nem desses 8 segundos

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  5. Uhul! Mt bom! Q continue assim posto final de semana tbm haha! Já quero mais

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  6. POSTA MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS POR FAVOR

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  7. Aiaiai Meu Deus Esses Dois em vão. Pega fogo hahah

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