8 Segundos
Capítulo 16:
Lua
Se eu estava feliz? Muito. O carro não era lá essas
coisas, mas pelo menos eu não ficaria mais enfiada naquele fim de mundo sem
nada para fazer, muito menos dependeria daquele caipira gostoso quando quisesse
sair. Olhei para Mel ao meu lado, e ela parecia mais feliz que eu.
Provavelmente nunca tinha andado em um carro novo. Eu estava começando a me
acostumar com aquela garota.
— Que tal darmos uma voltinha na cidade para estrear
nosso novo “brinquedinho”? — convidei. Eu estava tão feliz que nem havia
percebido que Arthur estava chegando perto de nós, mais lindo do que nunca.
Melanie e ele trocaram algumas palavras, mas Arthur não tirava os olhos de mim.
Antes de partir, disse para tomarmos cuidado na estrada e me chamou por aquele apelido
idiota. Estávamos entrando no carro, quando vimos o pai da Melanie. Ele
realmente era um coroa gostoso.
— Tchau, pai! Vamos dar uma volta.
— Mel
se despediu dizendo que estávamos indo até a cidade dar uma volta, quando
aquele infeliz jogou um balde de água fria nos nossos planos.
— Nada disso! Você não conhece a estrada, Lua, e aqui
é perigoso, principalmente durante a noite. — disse com um olhar duro, e Mel saiu do carro de cabeça baixa. Fala sério! Quem
esse cara pensa que é? O Wolverine? Melanie parou na frente do pai e tentou
convencê-lo.
— Ah, pai, mas eu conheço a estrada e ensino à Lua por
onde ela deve ir. — insistiu, e eu também fiz cara de cachorro abandonado, mas
ele não voltou atrás.
— Nem pensar! Você nunca pegou a estrada à noite. — Santiago
não se rendeu às nossas manhas. Droga! Geralmente aquilo funcionava. — Prometi
ao seu pai ficar responsável pela sua segurança. — completou, e eu não tive
muito como argumentar, pois me lembrei das ameaças do meu pai de confiscar o
carro. Precisava fingir que andaria na linha, pelo menos por enquanto.
Cabisbaixas, Mel e eu entramos em casa. Depois do
jantar, conversamos no meu quarto. Trocamos algumas ideias sobre a Operação
Segura Peão. Não podíamos nos esquecer de que isso era a nossa prioridade. Ela
me falou que um amigo poderia ajudá-la, e eu já tinha o meu par: Henrique.
Precisávamos causar ciúme nos meninos. E, com certeza, eles cairiam feito
patinhos. Como Arthur deixou claro que não morria de amores pelo Henrique, meu
plano era perfeito. Não me importava com a aposta idiota que ele tinha feito.
Meu objetivo era o Arthur, e eu passaria por cima de qualquer coisa para tê-lo.
— Então se prepare, amanhã bem cedo iremos à cidade. —
falei, me despedindo da Mel. Ela
saiu do quarto toda animadinha. Minha mais nova aliada era chucra e doce ao
mesmo tempo. Era difícil entender o que estava sentindo com aquela nova
amizade. Eu sabia que tinha me aproximado dela para conquistar seu primo, mas
gostava de sua companhia. Ela era alegre, e seu jeito de garota do interior
sempre me fazia sorrir. Tomei um banho e me deitei cedo. Precisava descansar,
afinal, o dia seguinte seria longo, e eu colocaria em prática meu plano para
montar o peão. Quando peguei no sono, sonhei com a minha mãe novamente. Dessa
vez ela estava andando a cavalo em uma clareira, usando um vestido branco
simples e cabelos soltos. Estava muito simples e linda ao mesmo tempo. Ela
olhou para trás e sorriu. Eu queria saber o que a fazia sorrir; era um sorriso
puro e sincero. De repente, ela virou a cabeça para outro lado e eu vi aquele
mesmo homem misterioso, também montado em um cavalo. O animal era negro com o
pelo brilhando de tão escuro, o cavalo mais bonito que eu já tinha visto.
Então, os dois saíram galopando lado a lado.
— Mãe! — Eu acordei gritando... Então, quando percebi
que aquilo tudo tinha sido mais um sonho, comecei a chorar. Fiquei confusa, não
sabia por que os sonhos com ela estavam se tornando constantes. Deitei
novamente e me peguei pensando no Arthur. Meu Deus, que confusão estava a minha
cabeça... Adormeci completamente perdida. Nunca tinha me sentido assim, sempre
fui muito segura, mas desde que havia chegado à fazenda alguém tinha tirado meu
chão.
Amanheceu, peguei a viola, botei na
sacola e fui viajar...
— Que merda é essa?! — Acordei assustada ouvindo uma
música de caipira no rádio. Tentei colocar o travesseiro na cabeça e voltar a
dormir, mas a música parecia cada vez mais alta. Sem ter alternativa, eu me
levantei. Desci as escadas procurando o filho da mãe que tinha me acordado.
— Quem foi que me acordou a essa hora? — perguntei
gritando pelo corredor que dava para a cozinha. — Ainda mais com esse rádio
velho no último volume? — Cheguei irritada. Poxa, se ainda fosse o David
Guetta...
— Calma, Lua! — Mel
exclamou, abaixando o volume do rádio. — Você disse que era para acordarmos
cedo. Já está pronta? — perguntou com naturalidade. Ela só podia estar de
brincadeira! Euzinha sair de casa às oito da madrugada? Eu odiava acordar cedo.
Com certeza não era uma pessoa matinal.
— Já volto. — respondi, e ela assentiu com um sorriso,
voltando a ligar o rádio. Revirei os olhos e marchei para o quarto.
O que eu não faço por alguns orgasmos com um peão gostoso?
Tomei um banho para relaxar, afinal, eu precisava estar no meu melhor humor.
Vesti um short curto e uma t-shirt branca. Calcei uma bota cano curto e fiz uma
trança no cabelo molhado mesmo, para não perder tempo secando. Olhei no espelho
e me surpreendi: eu estava parecida com a minha mãe no sonho. Simples! Desci, e
Mel já estava impaciente. Entramos no carro e respirei fundo, sentindo o
cheirinho de couro. Pluguei o celular no sistema de som e apreciei a voz da
Pitty.
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
“Me Adora” — Pitty
Mel bufou
e eu a encarei.
— O quê? Isso, sim, é música, não essa porcaria que
você escuta. — Dei de ombros ligando o carro. Saímos da fazenda com destino à cidade.
Mel já tinha marcado um encontro com os garotos e combinamos como tudo seria.
Eu a deixaria em uma padaria para tomar café com o Rodrigo enquanto eu iria até
a casa do Henrique. Quando já estávamos chegando, eu vi aquela bendita
caminhonete azul na direção contrária. Aumentei o volume e Mel me olhou com um
sorriso no rosto. Confesso que nem reparei em que música tocava, provavelmente
era outro rock nacional. Arthur passou devagar por nós e seus olhos se
arregalaram quando ele me viu. Dei um aceno e sorri divertida.
— Você não tem jeito. — Mel comentou após uma risada.
— Ele vai ver do que sou capaz. — comentei. Expliquei a Mel o que ela deveria falar para o Rodrigo, pois, tímida
do jeito que era, não iria conseguir convencer o cara a fingir. — Seja segura.
Como ele te conhece, vai saber que você está aprontando. Ofereça algum
benefício. Sei lá... Quem sabe uns beijinhos? — Ela me olhou assustada. — Melanie, tire uma casquinha, né? O Rodrigo é um gato.
Mel ouviu cada palavra e desceu do carro quando chegamos
à padaria. Antes de entrar, foi até a minha janela e explicou como eu fazia
para chegar à casa do Henrique. O pai dele era fazendeiro, mas o Henrique vivia
na cidade. O que seria bom, pois eu não estava a fim de me embrenhar no meio do
mato, já bastava me esconder na Girassol. Segui as indicações da Mel e parei em
frente à casa que batia com a descrição dela. Desci do carro e toquei a
campainha. Olhei para a rua e algumas pessoas me encaravam com curiosidade.
Acenei para algumas que me cumprimentaram, e mais uma vez amaldiçoei meu pai.
— Ora, ora... — Virei e juro que quase desmaiei. Puta
merda! Onde estava com a minha cabeça que não tinha notado quão gostoso
Henrique era. — Estou curioso para saber o que a novata quer comigo. — Mais um
apelido idiota, como se não bastasse Cristal.
— Bom dia, Henrique. — falei séria, mas não pude evitar correr meus olhos
por aquele monumento na minha frente. Henrique estava de jeans e camiseta. O
jeans não era tão apertado quanto os que Arthur usava, mas ainda assim o
deixava irresistível. — Posso entrar? — Voltei minha atenção para seu rosto e
vi sua boca se abrir em um sorriso.
— Claro — ele respondeu abrindo a porta, mas, antes de
eu passar, ele esticou o braço bloqueando o meu acesso à sala. — Mas antes
quero saber o resultado da sua análise. — acrescentou em um tom malicioso,
enquanto encarava meus seios. Pensei que teria problemas com aquele cara, pois,
se não fosse minha fixação por um certo peão, Henrique estaria no papo.
— Pegava fácil. — respondi passando a língua nos
lábios, provocando-o. Ele então tirou o braço e liberou minha passagem. Meu pai
amado! A casa estava de cabeça para baixo. Ele não tinha nem metade da
organização do Arthur. Me virei e fiquei muito próxima ao Henrique. Seus olhos
baixaram para a minha boca e eu senti um arrepio. Queria o Arthur, mas não era
santa. Não podia negar que o Henrique me balançava. Fala sério, com um corpo e
um rosto daqueles, qualquer mulher praticamente se jogaria em seus braços. Mas,
apesar de me sentir atraída por ele, não era nem uma faísca perto do fogo que
me consumia toda vez que estava com o Arthur. — Tenho uma proposta para te
fazer.
— soltei de uma vez por todas. Henrique arregalou os
olhos e me olhou com espanto.
— E o que eu posso fazer pela novata? — perguntou
andando em direção ao sofá. Henrique se sentou sem indicar que eu fizesse o
mesmo e me deixou em pé. Lindo e grosso. Acho que eram as
características básicas dos homens daquela cidade.
— Quer ficar comigo? — perguntei sem nenhum pingo de
vergonha na cara. Estava disposta a tudo para mostrar para aquele peão quem eu
era. Henrique se levantou e andou em minha direção como um leão atrás de sua
presa. Merda! Ele não tinha entendido nada. Claro! Eu não tinha explicado.
— Não precisa pedir duas vezes, linda. — Henrique
chegou próximo a mim e puxou meu corpo contra o dele. — Vou adorar te
satisfazer. — Seus olhos castanhos me fitavam com desejo e eu tentei me soltar. — Calma, gatinha, eu
prometo ser gentil — completou sarcástico. Consegui me afastar.
— Henrique... — Respirei fundo enquanto escolhia as
palavras certas. Tinha que convencê-lo. — Não é isso que você está pensando.
Preciso que você finja que está comigo. Tenho motivos para querer isso, e você
é o cara ideal para estar ao meu lado. — elogiei, pois homem adora ter o ego
massageado. — Lindo, inteligente e charmoso. Henrique, eu preciso de você. —
Ele me olhou confuso por alguns segundos. Eu não
queria explicar que aquilo tudo era para causar ciúme no Arthur, mesmo sabendo
que não demoraria muito para ele perceber que esse era o objetivo.
— Lua,
deixa ver se eu entendi: você quer que eu finja que sou seu namorado?
— Namorado, não — expliquei. — Ficante.
— Henrique balançou a cabeça em negativa. Merda, ele não
podia recusar, era perfeito para o papel.
— E qual o propósito dessa loucura? — Ele voltou a se
sentar no sofá.
— Isso é da minha conta. E aí, Henrique? Aceita ou
não? — Eu estava impaciente, precisava de uma resposta. Henrique me olhou dos
pés à cabeça. Esse cara era tarado, só podia ser.
— E o que eu ganho com isso? — Sua voz gritava por
sexo, e, se fosse em outros tempos, ele conseguiria.
— O que você quer? — Antes de ele abrir a boca, eu
completei: — Sexo não está entre as opções. — A decepção em seus olhos logo se transformou em um sorriso
despretensioso. Além de tarado, era louco. No mínimo estava pensando na grana
que tiraria de mim. Meu pai ia me matar, mas seria uma grana bem-gasta.
— Nada — Henrique respondeu, me surpreendendo.
— Como assim, nada?
Ele abriu os braços se apoiando no sofá. Eu ainda
esperava uma resposta, mas parecia que Henrique estava pensando no que falar.
— Eu sei qual é o seu objetivo. E confesso que gostei.
— Ok, estava muito surpresa. — Não sou idiota, Lua. Sei que você quer fazer
ciúme no Arthur, e já faz um tempo que tenho vontade de ver aquele doutorzinho
quebrar a cara. — Abri
um sorriso. Melhor que isso, impossível.
— Perfeito!
Deixei Henrique e fui buscar Mel, que já tinha me mandado uma mensagem com um sinal de
positivo em relação à sua missão. Ela também tinha convencido Rodrigo. Combinei
os detalhes com Henrique: nada de sexo, e beijos e carícias seriam sem
exageros, somente o suficiente para convencer Arthur do nosso “relacionamento”.
Prometi que seria por pouco tempo, confiava no meu taco, e Arthur seria meu o
mais rápido possível.
Quando estacionei, vi Mel abraçada a um cara na
calçada. Ele era alto, moreno, estava com uma calça justa e camisa xadrez. Era
até parecido com o Arthur, de tão lindo. Mel se despediu dele e entrou no
carro.
— Esse é o Rodrigo? — perguntei, incrédula. Mel
assentiu. Meu Deus! Onde é que eu estava com a cabeça que não tinha prestado
atenção nesses dois? Fácil. Arthur Ranger. — Vamos às compras? — propus, e Mel bateu palmas.
Operação Segura Peão!
Etapa “conquistar aliados”: concluída!
N/A: Boa noite, meninas! Parece que alguém vai aprontar eim hahaha. Eai, será que esse plano LuMel vai dar certo?
COMENTEM!!!
Uuui achei que ela ia pegar o Henrique msm. Essas duas heim Arthur e chay que se cuidem.. Brendaaaa sua louca fiquei o dia todo esperando a senhorita postar não aguentava mais, seja boazinha e poste mais um kk.
ResponderExcluirFany
A Lua é foda!! Posta mais amore
ResponderExcluirArthur vai ficar louco de ciúmes ao ver as duas de uma vez com outros.. Lua está muito otimista, acho que Arthur não vai cair na dela tão fácil.
ResponderExcluirHelena
A lua e doida
ResponderExcluirO Arthur vai ficar se mordendo de ciúmes,tanto da Mel quanto da Lua.
ResponderExcluirArthur e chat se preparam que as duas vão pirar vocês
ResponderExcluirAmandoooooooo.... Essas duas são duas loucasss, essa operação vai ser uma comédia!! Tô achando q Arthur vai surfar quando soube de Lua com Henrique.. Ansiosaaaaaa pelo próximo!!
ResponderExcluirEssas Duas São Loucas,E vão apronta Muito e não vai presta hahaha,Anciosa para o Próximo Capítulo *--*
ResponderExcluirPOSTA MAISSSSSS TO MUITO CURIOSA E ANSIOSA
ResponderExcluirpelo o amor de deus maisss to super curiosa
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