8 Segundos
Capítulo 10:
Lua
A noite tinha sido uma loucura. Eu ainda estava pensando em tudo o que havia
acontecido e não conseguia acreditar. Apesar da minha aversão pelos caipiras
daquele lugar, confesso que consegui me divertir um pouco. E, para minha surpresa,
ainda presenciei o Arthur e o Henrique brigando — brigando não, Arthur batendo,
para ser mais precisa —, o que me deixou muito espantada, ainda mais sabendo
que o motivo da briga era eu. Minha mente girava com aquela revelação, pois
nunca em toda a minha vida alguém tinha se levantado em minha defesa. Sempre
tive em mente que estava sozinha no mundo e que não podia contar com ninguém.
Não tinha uma relação amorosa com meu pai. Só recorria a ele quando precisava
de dinheiro. Mas então, lá estava eu, na casa do Arthur. Não sabia o que pensar
a respeito de passar a noite com ele — quer dizer, com eles, não poderia me
esquecer da Mel e do Chay. Mas a expectativa de que algo pudesse acontecer
naquela noite me deixava insegura; um sentimento que até aquele momento eu
desconhecia. Sempre fui muito confiante, mas perto do Arthur eu me sentia
despida das minhas armas. Como pode uma pessoa mexer com tantos sentimentos em
tão pouco tempo? Juro que eu estava tentando ser o mais racional possível, mas
Arthur me tirava do sério. Suas provocações, desde o momento em que nos
conhecemos, me deixavam com muita raiva. Andei pela casa enquanto pensava no
que estava acontecendo. Observei todos os detalhes. Arthur tinha uma casa
pequena, mas muito bem-cuidada e organizada. Eu me peguei imaginando se ele
tinha alguém que o ajudava. Seus móveis eram talhados em madeira, rústicos como
ele. Porém uma televisão enorme acompanhada de um Xbox na sala revelava que o
garoto do interior também tinha um pezinho na cidade. Havia várias fotos
espalhadas pela casa. Sorri ao ver que Chay e Mel estavam na maioria delas.
Nunca tive irmãos ou família, então não entendia o sentimento que unia aquelas
pessoas.
— Você e Mel dormirão no meu quarto. A cama é mais
confortável. — A voz rouca do Arthur fez com que minha pele se arrepiasse. Meu Deus, como
eu queria aquele homem. Aquilo não era normal. Virei e o que vi fez com que o
ar parasse de fazer o seu trajeto correto até os meus pulmões. Arthur estava
com um braço levantado, encostado no batente da porta que separava a sala da
cozinha, me dando um bom vislumbre do seu abdômen. Já havia percebido e sentido
que Arthur tinha o corpo bem-definido, nada muito musculoso, mas com tudo no
lugar. Mas a visão foi espetacular! Meus olhos passaram da sua barriga para a
sua boca. Uma boca que me deixava pensativa. O que ele pode fazer com ela?
Continuei meu passeio pelo seu corpo, chegando aos seus olhos. O que mais me
impressionava não era a cor — apesar de ser o azul mais lindo que eu já tinha
visto —, eram os cílios grossos, que combinavam perfeitamente com suas
sobrancelhas, deixando seu rosto um tanto viril. Uma tosse seca fez com que
ambos olhássemos na direção da sala. Arthur ficou sem graça, pois parecia estar
tão preso a mim quanto eu estava a ele.
— Lua,
aqui tem uma toalha limpa, se você quiser tomar um banho. — Mel me disse, mas seus olhos encaravam o Arthur, como se quisesse recriminá-lo por algo. Ela me
entregou a toalha e passou por mim, indicando que eu a acompanhasse. Dei as
costas para o Arthur e, antes de seguir Melanie, eu o senti puxando meu braço.
Quando me virei, seus olhos me perfuraram.
— Esquece — ele disse me soltando e passando as mãos
pelo cabelo, claramente incomodado, lutando contra algo que eu não sabia o que
era. Arthur me deixou e foi ao encontro de Chay, que estava sentado no sofá.
Sem entender nada, eu fui em direção ao quarto do Arthur. Assim como o restante
da casa, era organizado. Simples, mas confortável. Sua cama era enorme e, da
mesma forma que a televisão, era uma das poucas coisas que traziam modernidade
ao ambiente.
— O que está acontecendo entre você e o Arthur? — Mel me perguntou sem rodeios, e eu não soube como
responder. Seu tom de voz não demonstrava qualquer resquício de hostilidade,
mas tampouco de amabilidade.
— Nada, Mel. Que ideia. Conheço o Arthur há dois dias, e, mesmo
que fosse há mais tempo, ele não faz meu tipo. — desdenhei, pois negar era o
mais fácil naquele momento. Ela me olhou como se não acreditasse em nenhuma
palavra, mas não me questionou nem fez mais insinuações. Vi uma porta que
imaginei ser a do banheiro e caminhei até ela. Assim tomaria meu banho e também
fugiria do olhar inquisidor da Mel. — Você tem alguma coisa que eu possa
vestir? — perguntei antes de fechar a porta do banheiro. Uma boa olhada em
minhas roupas deixava claro que não seria agradável dormir vestida daquela
forma. Mel abriu um armário e tirou algo de uma gaveta. Jogou o tecido em minha
direção e eu o alcancei antes que caísse no chão.
— Levei todas as minhas roupas para casa na semana
passada, mas acho que essa camiseta do Arthur é confortável — disse e caminhou de volta para a
sala. Entrei no banheiro, e posso dizer que a organização da casa do Arthur foi
me deixando cada vez mais impressionada, até assustada. O armário da pia estava
cheio de produtos de higiene. Tudo organizado por tamanho: do maior para o
menor. O fato de haver duas escovas de dente chamou minha atenção, pois
significava que mais alguém usava o banheiro. Quis acreditar que era da Mel.
Coloquei a camiseta e a toalha sobre a pia. Antes de entrar no banho, eu abri
um vidro de perfume e fui embriagada pelo cheiro. Com certeza era o perfume que
o Arthur havia escolhido para aquela noite. Aquele aroma me fez lembrar os
nossos corpos colados quando dançamos. Liguei o chuveiro e fiquei uns vinte
minutos debaixo da água quente. Confesso que mais da metade deles eu passei
olhando para o nada, enquanto a água escorria pelo meu corpo. Estava muito
sentimental e não gostava nem um pouco de me sentir assim. Depois do banho, me
enxuguei e, antes de vestir a camiseta do Arthur, senti o cheiro dele no
tecido. Apesar de o Arthur ser grande e alto, a camiseta não ficou muito
comprida, já que eu tinha muitas curvas e uma bunda farta. Olhei para a minha
calcinha e resolvi não colocá-la. Saí do banheiro e Mel já estava de banho
tomado, vestindo uma camiseta parecida com a minha, com a diferença de que nela
ficava enorme. Ela estava arrumando a cama que eu achei que dividiríamos, mas,
para a minha surpresa, havia um colchão no chão.
— Mel,
podemos dividir a cama. — eu
disse, realmente querendo que ela não se sacrificasse por mim. Apesar de ser
espaçosa quando o assunto era cama, não queria ficar devendo nenhum tipo de
favor a ela. Não gostava de depender da boa vontade de ninguém.
— Tudo bem, eu estou acostumada. — ela me disse e logo se ajeitou no colchão. Não
questionei. Me deitei e me cobri com o edredom que havia na cama. Por causa da
chuva, estava ficando um pouco frio.
Adormeci rápido, mas algum tempo depois acordei com um
barulho. Abri os olhos e vi que a porta estava sendo fechada. Olhei para o
colchão ao meu lado e notei que a Mel não estava. Levantei e procurei o
interruptor para ligar a luz, mas ela não acendeu. Devia ter havido uma queda
de energia, pois a luz do banheiro também não funcionou. Esperei meus olhos se
adaptarem à escuridão e caminhei até a porta. Abri devagar e coloquei apenas a
cabeça para fora. Escutei sussurros e percebi pelo clarão que vinha da janela
que a Mel estava na porta de um quarto. Ela falava com alguém que deduzi que
fosse o Chay, e logo ele a puxou para o quarto e fechou a porta. Contive meu
sorriso. Mel safadinha! Estava prestes a voltar para o quarto quando escutei
uma respiração pesada. Arthur estava deitado em um dos sofás da sala. Eu me
aproximei e fiquei sem fôlego ao vê-lo totalmente relaxado. Ele estava deitado
com um dos braços repousados acima da sua cabeça. Não resisti à vontade de
ficar mais perto. Dei mais dois passos e olhei a porta por onde a Mel tinha
entrado. Nenhum barulho vinha de lá. Olhei novamente para o Arthur no sofá e
meus olhos correram para a parte de baixo do seu corpo. Lindo! Vestido somente
com uma cueca boxer preta, ele se mexeu e entreabriu os lábios. Eu me senti
convidada. Agachei próxima ao sofá e passei meu dedo indicador pelos seus
lábios. Arthur se assustou com meu movimento e se sentou rapidamente, me
encarando.
— Lua?
— ele sussurrou. Apesar da escuridão, eu vi o espanto em seus olhos com o
clarão dos raios.
— Me deixa fazer uma coisa? — pedi, mas não foi bem um
pedido, pois não esperei pela resposta. Eu me levantei do chão e me sentei no
colo do Arthur. Apoiando um joelho em cada lado do seu quadril, eu o montei.
Arthur arregalou ainda mais os olhos, e, quando ia dizer alguma coisa, eu o
calei com um beijo. No começo eu podia sentir sua hesitação, mas logo seus
lábios começaram a acompanhar meus movimentos. Arthur começou a tomar minha
boca com uma urgência que eu nunca tinha sentido. Estava perdida em um beijo
que não queria que terminasse nunca. Levei minhas mãos até o seu cabelo e
enfiei meus dedos entre eles. Arthur colocou ambas as mãos em minha cintura e
levantou um pouco minha camiseta.
— Ahhh!!! — Um gemido rouco saiu de seus lábios, ainda
colados aos meus, assim que ele notou que eu estava nua por baixo da camiseta.
Eu me sentia muito quente, com um arrepio constante. Encostei mais nele e senti
sua ereção me pressionando. Sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento,
comecei a me esfregar contra a sua cueca. Poderia gozar apenas com aquele
movimento me provocando. Arthur apertou os dedos em meu quadril e deslizou suas
mãos até alcançar meus seios.
— Ai, meu Deus! — Foi minha vez de gemer. Assim que
ele encontrou meus mamilos, começou a provocá-los com os polegares. Nosso beijo
ainda estava intenso, não diminuíamos o ritmo. Muito pelo contrário, a
intensidade só aumentava. Arthur se levantou e me surpreendeu ao me colocar no
sofá, cobrindo meu corpo com o dele. Abri minhas pernas para que ele pudesse se
encaixar em mim. Senti que suas mãos estavam na barra da minha camiseta, e um
rastro de desejo se espalhava em minha pele com o seu toque, enquanto ele me
deixava totalmente nua. Não consegui segurar o prazer que tomava conta de mim e
chamei seu nome.
— Arthur... — Aquele foi o meu grande erro, pois assim que
ouviu seu nome, ele despertou da névoa que nos envolvia e se afastou. Ele se
levantou e me olhou com reprovação, me deixando inteiramente despida e
humilhada, pois seu semblante revelava o quanto ele achava aquilo errado. Eu me
sentei no sofá e peguei a camiseta do chão. Me vesti depressa com a intenção de
sair o mais rápido possível dali. Não queria que ele visse as lágrimas que se
acumulavam nos meus olhos. Assim que me levantei, Arthur me segurou pelo
cotovelo e me fez encará-lo.
— Você não pertence a esse mundo. — ele tentou se
explicar. — Não sou o cara que você procura. — Arthur me soltou de supetão, e imediatamente senti falta do
seu toque. Não respondi. Apenas me virei e caminhei de volta para o quarto.
Fechei a porta com cuidado e sem fazer barulho. Apesar de tudo, eu não queria
denunciar a Melanie. Já bastava uma pessoa frustrada naquela noite. Me deitei
na cama e me permiti chorar, pois tinha acabado de conhecer um novo sentimento:
REJEIÇÃO.
N/A: Bom dia, amorecos! O que foi esse fogo deles? hahahaha Fiquei com pena da Lua nesse final... O que será que vai acontecer?
Com mais 7 comentários, posto o próximo capítulo.
Tadinha da lua
ResponderExcluirEstou viciada na web.. tadinha da lua espero que se acertem logo
ResponderExcluirQue web maravilhosa, coitada da Lua ����
ResponderExcluirPoxa coitada da lua ! Estar nascendo um sentimento aí
ResponderExcluirAmando a web ❤️
ResponderExcluirContinuaaaaa fico atualizando a página toda hora mais não aparece um novo capítulo fico doido
ResponderExcluirCoitada da lua
ResponderExcluirPosta mais.
ResponderExcluirFernanda
Tadinha da lua!
ResponderExcluirTadinha da Lua, não mericia esse tratamento. Ela ta descobrindo sentimentos novos :'(
ResponderExcluirAPesar da Lua rebaixar ele eu fiquei com dó, hahah
ResponderExcluira mel safadinha, ela é o Chay
próximoooooooooo plmds
Tadinha da Lua ela n merecia isso,ela nem ta tão paty mais.Acho que o Arthur é gay kkkk pq é quase impossível um cara parar no meio do caminho por mais honesto que seja kkkkkkk
ResponderExcluirTadinha da Lua! Adoro essa web! Posta mais
ResponderExcluirEstavam tão fogosos e de repente o Arthur faz isso, fiquei com pena dela!!
ResponderExcluirHelena
Tadinha da Lua,Tavao num fogo só é de repente o Arthur da uma dessa,Amando essa Web,Brenda como me surpreendendo hahaha Amo Suas Webs
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