15 dias para confessar - Luke

|



Pov narrador

     Os dias agora passam rápido. Não haviam problemas para estragar o humor nem de Arthur nem de Lua. Cada um continuava com o seu trabalho, com as suas responsabilidades e com as suas preocupações mínimas. 
     As obras no quarto dos bebés ia de vento em poupa. As pinturas tinham já terminado. Faltava só a colocação de uma madeira clara no chão do quarto, pendurar algumas prateleiras e quadros e, por fim, a restante mobília e decoração. 
     Todos os dias, após chegar a casa, Arthur ia até ao quarto dos bebés para ver como as construções iam. 
     Num sábado qualquer, em que Lua saiu para ir almoçar com a sua amiga Anna, Arthur chegou a casa e encaminhou-se para o segundo andar, nomeadamente para o cómodo remodelado mais recentemente. Era dia de folga dos trabalhadores por ser sábado e Lua, normalmente, estar em casa. Assim escusava-se ela de levar com o pó das ações feitas no andar de cima. 
     A ansiedade falava cada vez mais alto para Arthur. Estava louco para que os poucos meses que faltam passassem de uma vez por todas para finalmente ter os seus dois frutos consigo e com a mulher que mais ama no mundo. 
     Abriu a porta do quarto, que em breve terá uma placa a pedir silêncio, e por momentos quis desacreditar no que via. Graffitis pretos e vermelhos estragavam o salmão da parede antes pintado. Letras medonhas com palavras sujas danificavam o quarto. Assim danificada estava também a janela da divisão.

- Não, não pode ser… - Arthur olhou em volta com lágrimas nos olhos e os punhos serrados. 

     Arthur andou até à janela arrombada e olhou para baixo. Lá tinha uma corda pendurada e umas latas de graffiti usadas. Sacanas! Tratou logo de chamar a polícia para que apanhem quem fez isto. Provavelmente era a mesma pessoa dos últimos trágicos acontecimentos. A polícia chegou ao local em trinta minutos. Reviraram tudo e não descobriram pistas nenhumas. 

- Como não? Nem um fio de cabelo? Uma gota de suor? Uma impressão digital? Estão a gozar comigo? O gajo diz que quer acabar com a minha vida e vocês dizem-me que não conseguiram tirar nada daqui?
- Ouça, acalme-se. – Pediu o agente. – Infelizmente conhecemos o seu caso mas não conseguimos fazer nada. O gajo realmente é esperto! – O polícia bufou e acendeu outro cigarro. – Vamos esperar pelos próximos capítulos. – Dito isso, o homem foi embora. 

     Arthur levantou a cabeça e balançou-a de modo negativo após ter escutado o que o polícia disse.

- Próximos capítulos? – Perguntou Arthur quando o polícia já se encontrava longe dali. – Mas isto é alguma merda de novela por acaso? – Deu um soco na parede e pegou no telemóvel. Procurou o número dos pedreiros que trabalharam para si no dia anterior e ligou-os com emergência. – É mesmo imprescindível! – Falava Arthur ao telemóvel. – Preciso que venham para cá o mais rápido possível. Pelo amor de deus! – Pediu novamente.

     Assim, voltou a discar outro número. Desta vez, para Lua, que ainda se encontrava com as amigas. 

- Olá amor. – Disse ele. – Como estás?
- Bem. Porque perguntas? Estás bem?
- Sim… - Ele tremeu um pouco mas tentou disfarçar. – Ainda vais demorar?
- Bom, decidimos ir às compras… há algum problema?
- Não. Nenhum. Estava a pensar em irmos jantar à casa da minha mãe, o que achas?

(…)

     O jantar na casa da senhora Anne acabou por se prolongar e lá passaram os dias até segunda feira. Lua achava estranho este pedido repentino de Arthur, que justificou o caso por serem saudades dos seus espaços de infância. 

- Tens de lhe contar. – Afirmou Anne ao pequeno almoço. – É um assunto sério. Até quando o vais esconder? Ela vai perceber. Será pior, Arthur.
- Eu não posso… ela vai passar mal…
- Mas é melhor. Confia em mim. – Anne deu as mãos a Arthur, por cima da mesa.

     Durante o café da manhã, o casal comeu calado. Arthur estava pensativo e Lua percebia isso. Havia um clima estranho entre ele e a mãe e Kim não conseguia entender a razão disso. 
     No caminho para o trabalho de Lua, ela não aguentou e voltou a perguntar o que se passava.

- Ouve… - Começou Arthur ao estacionar o carro à beira da empresa em que Lua trabalha. – É o seguinte… - Arthur respirou fundo e segurou as mãos da mulher. – A nossa casa foi… - Salvo pelo som do telemóvel a tocar. – Oh, espera. – Arthur levantou a traseira para tirar o telemóvel do bolso de trás das suas calças de ganga que tocava sem parar. 

     A início estranhou ver um número desconhecido estar a ligar-lhe mas resolveu atender ainda assim.

- Sim? – Disse assim que colocou o aparelho ao ouvido. – Sim, é o próprio. Claro, bom dia. Não, mas estou a caminho. Há algum problema? Sobre o quê? – Soltou muito rápido e alto. – Eu vou já para aí. Muito obrigado. Bom dia! – Apressado, desligou a chamada.
- O que se passa?
- Nada. Olha, vai trabalhar, amor. – Arthur beijou-lhe o rosto e pediu que saísse do carro. – Mais tarde falamos.
- Mas quem era?
- Ninguém. Quero dizer, depois conto-te. 
- Arthur! – Insistiu Lua.
- Amor, confia em mim. – Pediu mais uma vez, fazendo com que Lua saísse do carro um tanto chateada. 

(…)

     À porta da judiciária, antes de entrar na sala de interrogatórios, foi profissionalmente revistado a ver se tinha objetos cortantes consigo ou outro tipo de objetos que o pudesse afectar. Após a autorização do agente, entrou na sala e deu de caras com alguém conhecido.

-Luke? – Estranhou a presença dele ali. – Aconteceu alguma coisa?
- Sente-se, Arthur. – Pediu o agente de autoridade. – O seu vizinho está aqui porque tem algo a dizer-lhe. Algo importante. 
- Arthur… - Disse o homem com uns trinta anos à vontade. – Eu vi o que aconteceu à tua casa no sábado… na verdade, foi o meu pequeno mais novo. Ele estava a jogar futebol quando alguém saiu disparado da tua casa e tropeçou na bola que o André e os amigos brincavam. Decidi trazer-lhe aqui, embora pequeno seja, para dizer tudo o que viu. E os agentes chegaram a uma conclusão, junto com a minha ajuda. 
- E que conclusão foi essa?
- Nós descobrimos quem atacou a sua casa. 
- O quê?? – Arthur gritou e bateu com as mãos na secretária. - Quem foi o desgraçado? Como descobriram? Onde é que ele está?
- Acalme-se. – Pediu o agente. – Em segundos você terá o sujeito à sua frente.


     Eram quase dez horas da manhã. Felizmente o diretor do hospital, Eduardo, estava mais compreensível com Arthur e após o médico lhe explicar o que tinha acontecido, o diretor deu-lhe a parte da manhã inteira para resolver os problemas. 
     Passaram-se mais dez minutos até algo acontecer. Até lá, Luke tentava explicar o pouco que sabia. Arthur agradeceu a ajuda que ele lhe deu para finalmente descobrirem tudo o que aqui se passa. 

- Arthur, acompanhe-me. – Pediu um agente. 

     Da sala escura foram para outra aparentemente igual. Agora esta tinha um espelho negro na parede oposta à porta de entrada. No centro, havia uma mesa e uma cadeira de cada lado. Alguém já se encontrava lá sentado e algemado. No canto, atrás do algemado, havia um polícia de serviço atendo a cada detalhe do prendido. 

- John Rodriguez. – O agente que chamou Arthur pronunciou assim que entrou na sala. Arthur vinha atrás e parou na porta. Parou porque o seu corpo ouviu um nome familiar. 
- John? – Perguntou ainda parado na porta. Deu uns passos cheios de certeza à frente e puxou o ombro do sujeito sentado para trás. Este estava a chorar e não teve coragem de olhar para a casa de Arthur. – John? – Arthur berrou desta vez. – Tu… não… não! Não é possível! – Ele gritou e foi para o outro lado da sala. 

(…)

- Arthur? Amor? – Chamou, Lua, bem devagar. – Ele está a acordar. – Informou a alguém. 

Custou-lhe, mas aos poucos Arthur abriu os olhos. Fechou-os novamente devido à claridade e mexeu-se aos poucos naquela cama pouco confortável. Abriu os olhos novamente e viu dois pares de olhos curiosos e preocupados a olharem para ele.

(...)

Notas finais:

Isto tudo para dizer que a fic está a chegar ao fim. Acho que de nada serve estar a prolongar mais porque pode ficar chato esta cena de andarem a assaltar a casa ou a matar pessoas. Finalmente tudo será revelado. Lembram-se do John, certo? Será só ele por de trás disto tudo? O que acham que vai acontecer nos próximos capítulos?

PS: se esta semana não tiver tempo de postar, volto sábado com mais um capítulo. 


6 comentários:

  1. Nunca imaginária que fosse John @-@

    ResponderExcluir
  2. poxa quem é john não me lembro kkkk

    ResponderExcluir
  3. É a quele amigo do filho que eles foram comer? responde ai galera confusa kkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu acho que e o do hospital vou reler os cap kkkkk

      Excluir
  4. Tambem não me lembro de john,mais esses capitulos me deixam morrendo de curiosidade,mt bom msm.

    ResponderExcluir
  5. Tambem não me lembro de john,mais esses capitulos me deixam morrendo de curiosidade,mt bom msm.

    ResponderExcluir