15 dias para confessar - Carta

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Pov Narrador

Em trabalho, Lua teve a oportunidade de ver como os casos dos seus colegas de trabalho estavam. Um deles, André Martins, tinha em mãos o caso de John, o ex amigo de Arthur. André sabia bem de que o seu cliente não iria sair da prisão tão cedo, mas estava a fazer apenas o seu trabalho em defendê-lo em tribunal. Sendo André e Lua colegas chegados, dentro da empresa, enquanto estava em hora de almoço, o advogado deixou escapar o facto de o seu cliente ter sido submetido a sete anos de prisão. Ainda assim, diz que irá protege-lo, até porque não acredita que John tenha feito tudo sozinho.  
Curiosamente, no mesmo dia, a casa de Lua e Arthur chegou uma carta cujo remetente era do Tribunal. 

Passados várias semanas após o trágico acontecimento a Bella, eis que ela volta ao hospital novamente sem menos alguns de ser atendida por Arthur. Ela sempre acreditou que ele não era capaz de a matar e, depois de todo o hospital saber do que aconteceu ao médico e à família, Bella coloca as mãos no fogo por ele. 

- Boa tarde, como estás?
- Bem. E tu? Pronta para examinar isso? – Referia-se às suas últimas análises.
- Sim. Pronta para tudo. – Respondeu Bella ao entrar na sala de consultas de Ashton. 

Arthur averiguou os papéis em mãos e brotou um sorriso.

- E então?
- Acho que temos de ir comemorar. – Arthur sorriu-lhe radiante.

(…)

Num restaurante perto da praia, local onde os primeiros raios de sol do dia tendiam a aparecer, Arthur e Bella sentaram-se para fazer uma espécie de lanche a meio da manhã. A notícia chegou como um cabaz surpresa a Bella cujas esperanças da rapariga nunca cessaram. 

- Então quer dizer que estou livre? Mesmo?
- Mesmo! – Arthur segurou as mãos dela por cima da mesa. – Só por essa, vamos pedir o melhor bolo de chocolate acompanhado de um sumo de laranja natural. Uma coisa compensa a outra. – Arthur estendeu a mão no ar e chamou o empregado. – E visto que nem eu nem tu podemos beber álcool, lá terá de ser com sumo de laranja. – Gargalharam mais um pouco.
- Finalmente vou poder voltar ao mundo da televisão, da moda e tantas outras portas que me poderão abrir.
- Claro. E poderás dar o teu testemunho e força às pessoas que sofrem desta mesma doença que tu acabaste de ultrapassar. 
- Estou muito feliz! – Agora foi a vez de Bella apertar as mãos de Arthur.

No mesmo momento, Arthur recebe uma ligação e retira as suas mãos das de Bella para pegar no telemóvel. Fica um pouco desajeitado quando vê no ecrã do telemóvel o nome da sua mulher. Não que esteja a fazer algo de mal, mas Lua às vezes não entende.

- Onde estás? – Pergunta ela assim que Arthur atende a chamada.
- Olá amor, estás boa?
- Olá Arthur. Onde estás?
- A trabalhar…
- Mentira! – Ela simplesmente gritou. – Eu estou na tua sala de trabalho e não te vejo. Dizem que saíste com uma mulher. Quem é ela?
- O que raio estás a fazer aí?
- Quem é ela?
- Lua, calm… - A ligação foi a baixo.

Arthur suspirou balançando a cabeça enquanto guardava o telemóvel no bolso.

- Mulheres! – Sorriu forçado.

(…)

Lua pressentiu Arthur chegar a casa por volta das oito horas da noite, coisa normal. Saiu da cozinha e instalou-se no sofá carregada da sua taça de pipocas coloridas e doces. Meteu o som do seu filme no máximo e não olhou na direção da porta assim que ela abriu. Escutou as chaves a serem pousadas no móvel à entrada e a pasta de trabalho a ser jogada para cima da mesa de jantar. Os sapatos de trabalho foram jogados para um canto também e sentiu um blazer ser colocado sobre as costas do sofá onde estava deitada. Mesmo assim, continuou sem se mexer. 

- Paul Walker? – Arthur finalmente falou bem ao meio da televisão tapando a imagem a Lua. – Contagem Regressiva? Lua, sabes perfeitamente que não podes ver isto. Vais fartar-te de chorar e…
- A dor que tu me causas, faz-me chorar mais. E saí da frente por favor, eu estou a ver a porra desse filme. – Pediu ela toda exaltada enquanto se levantava do sofá com o comando na mão. 
- Para quê essa arrogância? Eu é que tinha de estar chateado.
- Tu? Porquê? – Ela o encarou.
- Desligaste-me a chamada sem razão aparente.
- Sem razão aparente? Tu mentiste e ainda saíste com uma mulher. Achas que isso não são razões suficientes?
- Era a Bella.
- Então porque é que não me contaste? Era um segredo, por acaso? O vosso segredo? – Ela voltou a exaltar-se jogando o comando para o sofá. 
- Nada disso. – Arthur balançou a cabeça e andou até ela. – Eu só não queria que reagisses assim. E tu sabes quem é, perfeitamente, a Bella.
- Sim e daí? Já te dá o direito de saíres com ela e me mentires?
- Bella…
- Agora chamas-me de Bella? – Lua gritou.
- Desculpa, amor…
- Não, não! – Ela deu a volta ao sofá. – Idiota, não tinhas o direito disto! – Ela debatia-se contra Arthur que tentava-lhe segurar com os braços à volta da sua cintura. – Eu ia dar-te uma boa notícia e tu agora estragas tudo. Mas estragas tudo como sempre. És um idiota que não merece a minha preocupação, a minha dedicação e o meu amor. – Lua finalmente empurrou-o e dirigiu-se às escadas provavelmente para subir em direção ao quarto. Mas sentiu-se mal pelo caminho e apoiou-se no corrimão das escadas com as duas mãos enquanto a sua cabeça ia a vinha zonza. 
- Lua! – Arthur chamou-a à atenção quando previa que aquilo podia acontecer. Correu na direção dela e ajudou-a a subir as escadas, visto que se recusava em ser pegada ao colo. 

(…)

Deitada na cama, Lua falava ao telefone com a sua amiga Anna pois é com ela que tem desabafado ultimamente. Arthur, por sua vez, entra no quarto com uma bandeja com o jantar para os dois, tal como faz de vez em quanto. Lua endireitasse na cama e desliga a chamada despedindo-se previamente da amiga. 

- Não me vais dar um sermão, pois não?
- Não achas que mereces?
- Não, senhor doutor. – Responde ela toma manhosa enquanto pegava na fatia de pão barrada com doce.
- Esse é para mim. – Arthur roubou-a da mão. – Tens de ter mais cuidado com os nossos bebés. Não te podes irritar, qual é a parte que não entendes?
- Mas tu é que me fizeste ficar assim.
- Desculpa. Eu sei que podia ter evitado tudo isto, mas já sei como és em relação às minhas amigas.
- Colegas! – Lua corrigiu-o.
- Amigas, Lua. – Arthur insistiu. – Eu tenho amigas e tu tens amigos. 
- Desculpa. – Confessou ela. – Eu sei que sou ciumenta, mas são os nossos filhos que me deixam assim.
- É tudo culpa de quem não se pode defender, não é? – Arthur gargalhou e pôde finalmente roubar um beijo a Lua que agora mostrava-se mais calma. – Vi este papel na cozinha. O que é que isto significa?
- Significa que para a semana temos uma reunião no tribunal. Segundo o que diz, o John tem algo a confessar. 
- O que é que acha que é, senhora advogada?
- Como você próprio disse, senhor doutor, eu sou advogada e não adivinha. Mas tenho um dedinho que me diz que tem a ver com tudo o que ele nos fez. Ele vai admitir quem é o seu cúmplice. 

(…)

Uns dias depois, Arthur e Lua tiraram o domingo de propósito para as últimas decorações do quarto dos seus filhos. Após a remodelação, depois o “atentado” que o quarto sofreu por John, as mobílias foram renovadas bem como as pinturas. Faltavam detalhes como bonecos, quadros para colocar, futuramente, fotos dos bebés, tapetes, cortinados e todo o demais acessório considerado necessário. 

- Olha que lindo! – Tratavam-se de dois roupões para bebés em estilo personalizado. Um com as orelhas de um cãozinho branco e outro com as manchas de uma girafa. – Levamos, por favor! – Pediu Lua agarrada aos dois.
- Lua, mas já temos dois pares de roupões.
- Mas não temos como este. – Ela piscou os olhos.
- Está bem! – Aceitou ele, confessando para si mesmo não resistir à tentação. 

Feitas as compras, regressaram a casa e trataram de colocar tudo nos devidos lugares. Após a arrumação, Lua sentou-se sobre a poltrona num dos cantos do quadro e olhou para a delicadeza com que Arthur arrumava os sapatinhos dos seus filhos no armário. Aproveitou o mesmo para actualizar as suas redes sociais com uma foto cuja legenda se tratava de “futuro pai babado”. 


(...)

Notas finais:

Antes que me esqueça, vim "responder" a um comentário feito no capítulo anterior sobre os nomes escolhidos para as crianças. São diferentes pela simples razão de serem mais usados aqui em Portugal e escolhi os dois por agora eu escrever as fics em Português de Portugal. Acho que fez sentido, mas peço desculpa a quem não agradou.

Entretanto, dia 21 fez 5 anos de Rebelde. Quero dizer que apesar de tudo eu estou muito grata em fazer parte desta família. Já fomos mais unidos, é verdade, mas independentemente disso, é importante numa perdemos a pequena ligação que nos resta que é o facto de adorarmos aqueles seis seres que mudou a vida de uma gente. Posso considerar terem mudado a minha pelo facto de eu agora escrever e ter uma dedicação por isto, coisa que antes de Rebelde não se verificava.

Enfim, aqui está mais um capítulo. Espero que gostem.
Comentem sobre a fic e sobre os 5 anos de rebelde. 

3 comentários:

  1. N gosto dessa Bella,ela é estranha,acho que ela gosta do Arthur,um pouco mais do que so como amigo,posso estar enganada mas até que se prove o contrário,essa é a minha opinião.Amo essa fic.Rebelde me marcou mt,pois me encinou a nunca desistir dos meus sonhos aconteça o que acontecer e vou levar isso pra minha vida toda."Rebelde pra sempre"

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  2. Lua ciumenta, mas compreendo ela!
    5 anos, tudo passou tão rápido, de alguma forma também mudou minha vida.

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  3. Demais, vc sabe muito bem com deixa uma pessoa ansiosa pro prox capitulo.Vc tem um talento incrivel

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